Evolução da mão de obra empregada na agricultura familiar do Brasil entre 2006 e 2017
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-06042022-110755/ |
Resumo: | A agricultura familiar brasileira abrange, de modo geral, pequenos produtores rurais que empregam, majoritariamente, mão de obra familiar. A despeito de sua importância na produção de alimentos, em especial os destinados ao mercado interno, houve, entre 2006 e 2017, redução significativa no total de pessoas ocupadas nos estabelecimentos de agricultura familiar no país. Diante disso, objetiva-se, por meio desta dissertação, analisar a evolução por gênero e por municípios da mão de obra empregada na agricultura familiar entre 2006 e 2017, identificando perfis distintos desta evolução e buscando explicações para eles. Para tanto, utilizam-se os dados dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017 e as Áreas Mínimas Comparáveis (AMC), o que torna possível a comparação intertemporal e espacial entre as variáveis a serem contempladas na análise. A redução do emprego da mão de obra na agricultura familiar não foi homogênea no território nacional e nem por gênero, sendo que houve áreas dentro da mesma macrorregião em que houve aumento desta mão de obra e em outras áreas ocorreu redução. Para analisar a distribuição espacial desta mão de obra e possíveis dinâmicas distintas utilizou-se os fundamentos e alguns procedimentos estatísticos e econométricos relacionados à Nova Geografia Econômica, em especial o uso do I de Moran, os mapas de clusters e a econometria espacial. Os mapas de clusters de uso da mão de obra da agricultura familiar, quando avaliados em nível de município, ilustram a presença de clusters AA (municípios com grande presença relativa de mão de obra ocupada na agricultura familiar tendo como vizinhos outros municípios com também alto uso relativo de mão de obra familiar) nas regiões Norte e Nordeste (mas com diminuição desses clusters entre 2006 e 2017) e de clusters BB (municípios com baixo uso relativo de mão de obra familiar na agropecuária cercados por outros municípios com também baixo uso relativo de mão de obra familiar) nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e extremo sul da Região Sul. As estimativas das regressões espaciais confirmam a presença de efeitos espaciais no uso de mão de obra familiar no Brasil e mostram as diferenças regionais encontradas para os efeitos de cada variável explicativa sobre o uso de mão de obra na agricultura familiar. Não obstante essas diferenças regionais, destaca-se o maior efeito da criação de bovinos, suínos e aves (ou seja, a pecuária) em gerar emprego familiar, e da restrição de terra e da maior mecanização em reduzir o emprego na agricultura familiar no Brasil nos anos de 2006 e 2017. |
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Evolução da mão de obra empregada na agricultura familiar do Brasil entre 2006 e 2017Evolution of the family farming workforce in Brazil between 2006 and 2017Agricultura familiarEconometria espacialEfeito transbordamentoFamily farmingNew economic geographyNova geografia econômicaSpatial econometricsSpillover effectA agricultura familiar brasileira abrange, de modo geral, pequenos produtores rurais que empregam, majoritariamente, mão de obra familiar. A despeito de sua importância na produção de alimentos, em especial os destinados ao mercado interno, houve, entre 2006 e 2017, redução significativa no total de pessoas ocupadas nos estabelecimentos de agricultura familiar no país. Diante disso, objetiva-se, por meio desta dissertação, analisar a evolução por gênero e por municípios da mão de obra empregada na agricultura familiar entre 2006 e 2017, identificando perfis distintos desta evolução e buscando explicações para eles. Para tanto, utilizam-se os dados dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017 e as Áreas Mínimas Comparáveis (AMC), o que torna possível a comparação intertemporal e espacial entre as variáveis a serem contempladas na análise. A redução do emprego da mão de obra na agricultura familiar não foi homogênea no território nacional e nem por gênero, sendo que houve áreas dentro da mesma macrorregião em que houve aumento desta mão de obra e em outras áreas ocorreu redução. Para analisar a distribuição espacial desta mão de obra e possíveis dinâmicas distintas utilizou-se os fundamentos e alguns procedimentos estatísticos e econométricos relacionados à Nova Geografia Econômica, em especial o uso do I de Moran, os mapas de clusters e a econometria espacial. Os mapas de clusters de uso da mão de obra da agricultura familiar, quando avaliados em nível de município, ilustram a presença de clusters AA (municípios com grande presença relativa de mão de obra ocupada na agricultura familiar tendo como vizinhos outros municípios com também alto uso relativo de mão de obra familiar) nas regiões Norte e Nordeste (mas com diminuição desses clusters entre 2006 e 2017) e de clusters BB (municípios com baixo uso relativo de mão de obra familiar na agropecuária cercados por outros municípios com também baixo uso relativo de mão de obra familiar) nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e extremo sul da Região Sul. As estimativas das regressões espaciais confirmam a presença de efeitos espaciais no uso de mão de obra familiar no Brasil e mostram as diferenças regionais encontradas para os efeitos de cada variável explicativa sobre o uso de mão de obra na agricultura familiar. Não obstante essas diferenças regionais, destaca-se o maior efeito da criação de bovinos, suínos e aves (ou seja, a pecuária) em gerar emprego familiar, e da restrição de terra e da maior mecanização em reduzir o emprego na agricultura familiar no Brasil nos anos de 2006 e 2017.Family farming in Brazil generally comprise of small-sized rural producers who mostly employ family workforce. Despite its importance for food production, especially the one domestically-consumed, there was a significant reduction in the total number of persons working in family farming establishments in Brazil between the years of 2006 and 2017. Keeping this in mind, this dissertation aims to analyze the evolution of family farming workforce, considering its gender composition and municipality spread, between 2006 and 2017, identifying different patterns and the reason for those patterns. In order to achieve this purpose, data from the 2006 and 2017 Brazils Agricultural Censuses, aggregated in Minimum Comparable Areas (AMC in Portuguese), are used to make intertemporal and spatial comparisons for some variables that explain the phenomena above mentioned. Family faming workforce reduction was not homogeneous throughout the domestic territory neither by gender composition. Inside the same Brazilian macro-region is possible to find out areas where family farming workforce shrank and others where this workforce enlarged. The analyze of spatial distribution and dynamics of family farming workforce were backed by some New Economic Geography methodologies and concepts, especially the Morans I statistic, cluster maps and spatial econometrics. The cluster maps show that HH clusters (cities with a higher relative presence of family farming workforce and neighboring cities with also a higher relative use of family labor) are presented in the North and Northeast regions, despite they have decreased between 2006 and 2017; and LL clusters (cities with lower relative use of family labor in agriculture, surrounded by other cities with also lower relative use of labor family) are mainly presented in the Midwest and Southeast regions. Regressions confirm the presence of spatial effects in the use of family workforce among Brazilian cities and show the regionally differentiated impact for each explanatory variable that explain the use of family farming workforce. However, the greatest effects of raising cattle, swine and poultry (that are livestock) on family workforce stand out, as well as land scarcity and mechanization have acted to reduce jobs in family farming in Brazil in the years of 2006 and 2017.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBacha, Carlos Jose CaetanoBarbosa, Isabela Ferreira dos Santos2022-02-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-06042022-110755/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-04-06T19:51:02Zoai:teses.usp.br:tde-06042022-110755Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-04-06T19:51:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A agricultura familiar brasileira abrange, de modo geral, pequenos produtores rurais que empregam, majoritariamente, mão de obra familiar. A despeito de sua importância na produção de alimentos, em especial os destinados ao mercado interno, houve, entre 2006 e 2017, redução significativa no total de pessoas ocupadas nos estabelecimentos de agricultura familiar no país. Diante disso, objetiva-se, por meio desta dissertação, analisar a evolução por gênero e por municípios da mão de obra empregada na agricultura familiar entre 2006 e 2017, identificando perfis distintos desta evolução e buscando explicações para eles. Para tanto, utilizam-se os dados dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017 e as Áreas Mínimas Comparáveis (AMC), o que torna possível a comparação intertemporal e espacial entre as variáveis a serem contempladas na análise. A redução do emprego da mão de obra na agricultura familiar não foi homogênea no território nacional e nem por gênero, sendo que houve áreas dentro da mesma macrorregião em que houve aumento desta mão de obra e em outras áreas ocorreu redução. Para analisar a distribuição espacial desta mão de obra e possíveis dinâmicas distintas utilizou-se os fundamentos e alguns procedimentos estatísticos e econométricos relacionados à Nova Geografia Econômica, em especial o uso do I de Moran, os mapas de clusters e a econometria espacial. Os mapas de clusters de uso da mão de obra da agricultura familiar, quando avaliados em nível de município, ilustram a presença de clusters AA (municípios com grande presença relativa de mão de obra ocupada na agricultura familiar tendo como vizinhos outros municípios com também alto uso relativo de mão de obra familiar) nas regiões Norte e Nordeste (mas com diminuição desses clusters entre 2006 e 2017) e de clusters BB (municípios com baixo uso relativo de mão de obra familiar na agropecuária cercados por outros municípios com também baixo uso relativo de mão de obra familiar) nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e extremo sul da Região Sul. As estimativas das regressões espaciais confirmam a presença de efeitos espaciais no uso de mão de obra familiar no Brasil e mostram as diferenças regionais encontradas para os efeitos de cada variável explicativa sobre o uso de mão de obra na agricultura familiar. Não obstante essas diferenças regionais, destaca-se o maior efeito da criação de bovinos, suínos e aves (ou seja, a pecuária) em gerar emprego familiar, e da restrição de terra e da maior mecanização em reduzir o emprego na agricultura familiar no Brasil nos anos de 2006 e 2017. |
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