Influência da autoestima na saúde sexual e reprodutiva de jovens universitárias: análise sob a ótica racial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Monalisa Nanaina da
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-28032022-112934/
Resumo: As desigualdades étnico-raciais, o gênero e a autoestima são alguns dos fatores que podem interferir na saúde sexual e reprodutiva da população jovem. Ainda, o ingresso na universidade vem sendo relacionado ao envolvimento de jovens em condutas que podem comprometer sua saúde. Apesar destas evidências, a relação entre estas variáveis ainda é pouco explorada na literatura científica. Por isso, tem-se como objetivo deste estudo analisar a influência da autoestima na saúde sexual e reprodutiva de mulheres universitárias, com idade entre 18 e 24 anos, segundo o critério raça/cor. Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico, desenvolvido no campus de uma universidade pública estadual, localizado em uma cidade de grande porte do interior do estado de São Paulo. A população do estudo foi composta por todas as mulheres estudantes do primeiro e do último ano, de todos os cursos presenciais de graduação do campus estudado, com idade entre 18 e 24 anos, e que já haviam iniciado a vida sexual. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado sobre as características sociodemográficas e de saúde sexual e reprodutiva das participantes, e a Escala de Autoestima de Rosenberg (Rosenberg Self-Esteem Scale - RSES). Ambos os instrumentos foram transpostos para a ferramenta de captura eletrônica de dados Research Electronic Data Capture (REDCap). A coleta de dados ocorreu de modo online entre os meses de maio e setembro de 2018. As estudantes foram convidadas a participar da pesquisa por meio de correio eletrônico. Todos os dados foram analisados com a utilização do programa estatístico Statistical Analysis System SAS® 9.4. A caracterização das participantes foi realizada com base na estatística descritiva. Para verificação de associação entre as variáveis qualitativas utilizou-se o Teste Exato de Fisher. Para medir a força da relação ou associação entre variáveis quantitativas utilizou-se o Coeficiente de Correlação de Pearson, e para comparação entre médias foram utilizados o Teste T-Student e a metodologia ANOVA. Para todas as análises estatísticas foi considerado um nível de significância de 5% (α=0,05). A maioria das participantes (53,75%) apresentou nível médio de autoestima. A média de pontuação foi de 27,79 pontos. Não houve associação estatisticamente significativa entre as variáveis \"nível de autoestima\" e \"cor ou raça autorreferida\" (p = 0,1136) e \"nível de autoestima\" e \"ano de curso\" (p= 0,1937). No tocante as variáveis que apresentaram associação estatisticamente significativa, observou-se relação entre \"uso de método contraceptivo\" e as variáveis \"cor ou raça autorreferida\" e \"ano de curso\" (p = 0,0186 e p = 0,0199 respectivamente), \"procura por serviços de saúde por causas relacionadas à saúde sexual e reprodutiva\" e as variáveis \"cor ou raça autorreferida\" (p = 0,0315), \"nível de autoestima\" (p = 0,0106) e \"ano de curso\" (p = 0,0416). Também houve associação significativa entre \"ano de curso\" e as variáveis \"uso de camisinha\" e \"sexo sob efeito de álcool ou outras drogas\" (p = 0,0085 e p = 0,0176 respectivamente). Conclui-se que, embora não tenha sido identificada associação significativa entre cor ou raça autorreferida e nível de autoestima, jovens negras apresentam desvantagens no que se refere a algumas características positivas de saúde sexual e reprodutiva quando comparadas a jovens não negras. Assim, ressalta-se a necessidade de estratégias que diminuam as disparidades raciais que culminam em prejuízos a saúde de jovens negras, através de políticas equitativas, destacando o ambiente universitário como um espaço promissor para naturalização das discussões raciais, promoção da autoestima e da saúde de mulheres jovens.
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Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico, desenvolvido no campus de uma universidade pública estadual, localizado em uma cidade de grande porte do interior do estado de São Paulo. A população do estudo foi composta por todas as mulheres estudantes do primeiro e do último ano, de todos os cursos presenciais de graduação do campus estudado, com idade entre 18 e 24 anos, e que já haviam iniciado a vida sexual. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado sobre as características sociodemográficas e de saúde sexual e reprodutiva das participantes, e a Escala de Autoestima de Rosenberg (Rosenberg Self-Esteem Scale - RSES). Ambos os instrumentos foram transpostos para a ferramenta de captura eletrônica de dados Research Electronic Data Capture (REDCap). A coleta de dados ocorreu de modo online entre os meses de maio e setembro de 2018. As estudantes foram convidadas a participar da pesquisa por meio de correio eletrônico. Todos os dados foram analisados com a utilização do programa estatístico Statistical Analysis System SAS® 9.4. A caracterização das participantes foi realizada com base na estatística descritiva. Para verificação de associação entre as variáveis qualitativas utilizou-se o Teste Exato de Fisher. Para medir a força da relação ou associação entre variáveis quantitativas utilizou-se o Coeficiente de Correlação de Pearson, e para comparação entre médias foram utilizados o Teste T-Student e a metodologia ANOVA. Para todas as análises estatísticas foi considerado um nível de significância de 5% (α=0,05). A maioria das participantes (53,75%) apresentou nível médio de autoestima. A média de pontuação foi de 27,79 pontos. Não houve associação estatisticamente significativa entre as variáveis \"nível de autoestima\" e \"cor ou raça autorreferida\" (p = 0,1136) e \"nível de autoestima\" e \"ano de curso\" (p= 0,1937). No tocante as variáveis que apresentaram associação estatisticamente significativa, observou-se relação entre \"uso de método contraceptivo\" e as variáveis \"cor ou raça autorreferida\" e \"ano de curso\" (p = 0,0186 e p = 0,0199 respectivamente), \"procura por serviços de saúde por causas relacionadas à saúde sexual e reprodutiva\" e as variáveis \"cor ou raça autorreferida\" (p = 0,0315), \"nível de autoestima\" (p = 0,0106) e \"ano de curso\" (p = 0,0416). Também houve associação significativa entre \"ano de curso\" e as variáveis \"uso de camisinha\" e \"sexo sob efeito de álcool ou outras drogas\" (p = 0,0085 e p = 0,0176 respectivamente). Conclui-se que, embora não tenha sido identificada associação significativa entre cor ou raça autorreferida e nível de autoestima, jovens negras apresentam desvantagens no que se refere a algumas características positivas de saúde sexual e reprodutiva quando comparadas a jovens não negras. Assim, ressalta-se a necessidade de estratégias que diminuam as disparidades raciais que culminam em prejuízos a saúde de jovens negras, através de políticas equitativas, destacando o ambiente universitário como um espaço promissor para naturalização das discussões raciais, promoção da autoestima e da saúde de mulheres jovens.Ethnic racial inequalities, gender and self-esteem are some of the factors that may interfere with the sexual and reproductive health of the young population. Also, university entrance has been related to the involvement of young people in conducts that can compromise their health. Despite these evidences, the relationship between these variables is still little explored in the scientific literature. Therefore, the objective of this study is to analyze the influence of self-esteem on sexual and reproductive health of female college undergraduates, aged 18-24, according to race / color criteria. It is an observational, transversal, descriptive and analytical study developed on the campus of a state public university located in a large city in the interior of the state of São Paulo. The study population consisted of all female freshmen and seniors from all undergraduate courses at the campuses studied, aged 18-24, who are sexually initiated. A structured questionnaire was used to collect data on the sociodemographic and sexual and reproductive health characteristics of the participants, and the Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES). Both instruments were transposed to the electronic data capture tool Research Electronic Data Capture (REDCap). Data collection took place online between May and September 2018. Students were invited to participate in the survey by electronic mail. All data was analyzed using the Statistical Analysis System SAS® 9.4 program. The characterization of the participants was performed based on descriptive statistics. Fisher\'s Exact Test was used to verify the association between the qualitative variables. Pearson\'s correlation coefficient was used to measure the strength of the relation or association between quantitative variables, and the Student\'s T-test and the ANOVA methodology were used to compare the means. For all statistical analyzes a significance level of 5% (α = 0.05) was considered. Most participants (53.75%) had an average level of self-esteem. The average score was 27.79 points. There was no statistically significant association between the variables \"self-esteem level\" and \"self-reported color or race\" (p = 0.1136) and \"self-esteem level\" and \"year of course\" (p = 0.1937). The variables that presented a statistically significant association, there was a relationship between \"contraceptive method use\" and \"self-reported color or race\" and \"year of course\" variables (p = 0.0186 and p = 0.0199 respectively) (P = 0.0315), \"self-esteem level\" (p = 0.0106), and \"year of course\" (p = 0.0416). There was also a significant association between \"year of course\" and the variables \"condom use\" and \"sex under the influence of alcohol or other drugs\" (p = 0.0085 and p = 0.0176, respectively). It is concluded that, although no significant association between color or self-reported race and level of self-esteem has been identified, young black women have disadvantages regarding some positive sexual and reproductive health characteristics when compared to young non-black women. Thus, it is necessary to emphasize the need for strategies that reduce racial disparities and lead to the lessen young blacks health through policies that emphasize equality, highlighting the university environment as a promising space for naturalizing racial discussions, promotion of self-esteem and young women health.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMonteiro, Juliana Cristina dos SantosSilva, Monalisa Nanaina da2019-08-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-28032022-112934/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-04-12T13:03:02Zoai:teses.usp.br:tde-28032022-112934Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-04-12T13:03:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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