Evolução sedimentar e geocronologia de depósitos fluviais do Rio Tietê, São Paulo, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-16042021-110451/ |
Resumo: | O Quaternário Tardio é um período marcado por mudanças ambientais bem documentadas. Atualmente há um crescente esforço científico em reconhecer tais mudanças e analisar seus reflexos na dinâmica dos sistemas fluviais brasileiros, todavia, poucos trabalhos abordam a região sudeste do país. Em vista disso, este trabalho teve como escopo investigar como mudanças ambientais (clima e tectônica) afetaram a dinâmica sedimentar durante o Quaternário Tardio de um dos principais sistemas fluviais que fluem pelo terreno intraplaca do sudeste brasileiro, o Rio Tietê. Para tal, é apresentado a descrição, o mapeamento geomorfológico e a datação por luminescência opticamente estimulada (LOE) de depósitos sedimentares fluviais distribuídos ao longo de diversos níveis topográficos em ambientes geológicos e climáticos distintos, nos vales do Alto e Médio Tietê. Foi mapeado um nível de terraço fluvial no vale do Alto Tietê e uma sequência de sete níveis topográficos de terraços - de 2 a 105 m acima do fundo do vale - no Médio Tietê. Esses terraços são formados por depósitos pouco espessos (<10 m), compostos majoritariamente por sedimentos arenosos e conglomeráticos. O nível de terraços do Alto Tietê e os níveis dos terraços altos (T1 e T2) e intermediários (T3 e T4) do Médio Tietê são classificados como terraços erosivos (strath ou cut-rock), enquanto os terraços baixos do Médio Tietê são tipicamente cut-and-fill. A ocorrência e distribuição dos depósitos fluviais sugere forte controle lito-estrutural na evolução da dinâmica do Rio Tietê. A Serra de Paranapiacaba, um knickzone regional composto por litologias resistentes à erosão, limita o rebaixamento do nível de base e a incisão fluvial no Alto Tietê, desfavorecendo a formação e preservação de diferentes níveis topográficos de terraços. A fragmentação de blocos de rochas abrasivas da Serra de Paranapiacaba e o transporte como carga de fundo e/ou a heterogeneidade do substrato rochoso dominado por litologias pouco resistentes à erosão, aumentaram a eficiência erosiva e potencializaram a criação de espaço de acomodação do Rio Tietê em seu Médio curso, culminando na formação de sete níveis de terraços fluviais. Datações LOE de depósitos sedimentares que representam níveis de terraços atestam a existência de 5 períodos de agradação do fundo do vale do Médio Tietê desde o Último Máximo Glacial (UMG): 18.5 ± 2.0 ka; 9.8 ± 1.0 a 8.6 ± 0.8 ka; 7.1 ± 0.7 a 5.8 ± 0.5 ka; 4.2 ± 0.4 a 3.1 ± 0.3 ka e 0.6 ± 0.06 ka. Os dados indicam que a atividade do Sistema de Monção da América do Sul (SMAS) induziram a ocorrência de oscilações climáticas e mudanças na cobertura vegetal nos vales fluviais do sudeste brasileiro ao longo dos últimos 20 ka. Os períodos de agradação estão correlacionados a condições ambientais mais áridas e de vegetação mais esparsa, enquanto os eventos de incisão do vale se desenvolveram sob transições para condições ambientais mais úmidas e favorecidos por adensamento da vegetação. |
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Evolução sedimentar e geocronologia de depósitos fluviais do Rio Tietê, São Paulo, Brasilnot availableDatação LOEFluvial geomorphologyFluvial terracesGeomorfologia fluvialOSL datingRio TietêTerraços fluviaisTietê RiverO Quaternário Tardio é um período marcado por mudanças ambientais bem documentadas. Atualmente há um crescente esforço científico em reconhecer tais mudanças e analisar seus reflexos na dinâmica dos sistemas fluviais brasileiros, todavia, poucos trabalhos abordam a região sudeste do país. Em vista disso, este trabalho teve como escopo investigar como mudanças ambientais (clima e tectônica) afetaram a dinâmica sedimentar durante o Quaternário Tardio de um dos principais sistemas fluviais que fluem pelo terreno intraplaca do sudeste brasileiro, o Rio Tietê. Para tal, é apresentado a descrição, o mapeamento geomorfológico e a datação por luminescência opticamente estimulada (LOE) de depósitos sedimentares fluviais distribuídos ao longo de diversos níveis topográficos em ambientes geológicos e climáticos distintos, nos vales do Alto e Médio Tietê. Foi mapeado um nível de terraço fluvial no vale do Alto Tietê e uma sequência de sete níveis topográficos de terraços - de 2 a 105 m acima do fundo do vale - no Médio Tietê. Esses terraços são formados por depósitos pouco espessos (<10 m), compostos majoritariamente por sedimentos arenosos e conglomeráticos. O nível de terraços do Alto Tietê e os níveis dos terraços altos (T1 e T2) e intermediários (T3 e T4) do Médio Tietê são classificados como terraços erosivos (strath ou cut-rock), enquanto os terraços baixos do Médio Tietê são tipicamente cut-and-fill. A ocorrência e distribuição dos depósitos fluviais sugere forte controle lito-estrutural na evolução da dinâmica do Rio Tietê. A Serra de Paranapiacaba, um knickzone regional composto por litologias resistentes à erosão, limita o rebaixamento do nível de base e a incisão fluvial no Alto Tietê, desfavorecendo a formação e preservação de diferentes níveis topográficos de terraços. A fragmentação de blocos de rochas abrasivas da Serra de Paranapiacaba e o transporte como carga de fundo e/ou a heterogeneidade do substrato rochoso dominado por litologias pouco resistentes à erosão, aumentaram a eficiência erosiva e potencializaram a criação de espaço de acomodação do Rio Tietê em seu Médio curso, culminando na formação de sete níveis de terraços fluviais. Datações LOE de depósitos sedimentares que representam níveis de terraços atestam a existência de 5 períodos de agradação do fundo do vale do Médio Tietê desde o Último Máximo Glacial (UMG): 18.5 ± 2.0 ka; 9.8 ± 1.0 a 8.6 ± 0.8 ka; 7.1 ± 0.7 a 5.8 ± 0.5 ka; 4.2 ± 0.4 a 3.1 ± 0.3 ka e 0.6 ± 0.06 ka. Os dados indicam que a atividade do Sistema de Monção da América do Sul (SMAS) induziram a ocorrência de oscilações climáticas e mudanças na cobertura vegetal nos vales fluviais do sudeste brasileiro ao longo dos últimos 20 ka. Os períodos de agradação estão correlacionados a condições ambientais mais áridas e de vegetação mais esparsa, enquanto os eventos de incisão do vale se desenvolveram sob transições para condições ambientais mais úmidas e favorecidos por adensamento da vegetação.Late Quaternary is a period marked by well-documented environmental changes. Despite the growing efforts to investigate the effects of past environmental changes in the fluvial dynamics, there is a lack of studies in intraplate and tropical regions. Here, we applied geomorphological, sedimentological, and optically stimulated luminescence dating technics to investigate the effects of environmental factors on the distribution and evolution of the Upper and Middle Tietê River during the Late Quaternary. Tietê River is one of the most important rivers of the southeast of Brazil, flowing from steep to low-relief intraplate terrains, and under tropical climate. We recognized one fluvial terrace level in the Upper Tietê valley and a sequence of seven terraces, from 2 to 105 m above the valley floor, in the Middle Tietê. These terraces are formed by thin deposits (< 10 m), composed of sandy and conglomeratic sediments. The terraces on Upper Tietê and the high and intermediate terrace levels on Middle Tietê River are classified as erosive terraces (strath or cut-rock), while the low terraces of the middle reach are cut-and-fill. Lithological and structural features play a strong control in the occurrence and distribution of these terrace levels. The Serra de Paranapiacaba, a regional knickzone composed of rocks highly resistant to erosion, hinders the lowering of the base level and the river incision upstream, limiting the formation and preservation of terraces in high topographic levels in the Upper Tietê. The formation of a staircase of seven terrace levels in the Middle Tietê River was controlled by the combination of low erosion resistance of the lithological substrate, composed of friable sandstones, and high stream power, and coarse bedload that enhance the erosion efficiency of the channels. OSL dating of sedimentary deposits in different terrace levels indicate 5 periods of aggradation in the Middle Tietê valley since the Last Glacial Maximum (LGM): 18.5 ± 2.0 ka; 9.8 ± 1.0 to 8.6 ± 0.8 ka; 7.1 ± 0.7 to 5.8 ± 0.5 ka; 4.2 ± 0.4 to 3.1 ± 0.3 ka; and 0.6 ± 0.06 ka. The results indicate that the activity of the South American Monsoon System (SAMS) has induced the occurrence of climatic fluctuations and changes in vegetation cover in the river valleys on the southeastern Brazil over the past 20 ka. The aggradation periods are correlated with more arid environmental conditions and sparser vegetation, while the incision events in the valley developed under transitions to humid environmental conditions, favoured by vegetation recovery.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPupim, Fabiano do NascimentoBreda, Caio2021-03-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-16042021-110451/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-16042021-110451Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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