Exposição ao Material Particulado Inalável Fino (MP2,5) e ao Black Carbon (BC) durante o deslocamento casa-trabalho pelos usuários de diferentes meios de transporte em São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14133/tde-17012023-235826/ |
Resumo: | Diariamente, milhares de passageiros, durante o deslocamento para o trabalho, têm exposição direta a poluentes atmosféricos por causa da sua proximidade com a principal fonte de emissão de poluentes nas áreas urbanas: os veículos. O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a exposição da população ao material particulado inalável fino (MP2,5) e ao black carbon (BC) em diferentes meios de transporte motorizados (ônibus, carro e metrô) e de bicicleta em regiões distintas de São Paulo e em dois períodos do dia (manhã e noite). Para isso, medidas de concentração foram feitas com monitores portáteis de poluição do ar transportados dentro de uma mochila adaptada. As rotas dos meios motorizados foram distintas das rotas de bicicleta por questões logísticas. De maneira geral, a concentração média de MP2,5 e BC apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os meios de transporte motorizados. A concentração média de MP2,5 foi duas vezes maior no metrô do que no carro e no ônibus, e em relação ao BC, a concentração média no ônibus foi duas vezes mais elevada que no metrô e 1,4 vezes maior que de carro. Entre as rotas motorizadas amostradas não houve diferença estatisticamente significativa, o que sugere que as concentrações de partículas dependem de outros fatores além da rota e região da cidade. Já nas medições de bicicleta, a escolha da rota impactou sensivelmente a exposição dos ciclistas, dependendo principalmente do nível de trânsito, do período do dia e da proximidade com áreas verdes. As concentrações médias de MP2,5 e de BC foram maiores no período da manhã do que a noite nos meios motorizados e de bicicleta, e concentrações mais altas, para ambos os poluentes, foram identificadas próximo à grandes avenidas e cruzamentos de ruas bem movimentadas, principalmente próximo aos corredores de ônibus das Av. Rebouças e Av. Consolação. Os passageiros de zonas de origem em regiões com maior renda e uso dominante de carro estão expostos à menores concentrações e doses inaladas do que as zonas de origem em regiões com renda mais baixa com o uso predominante de ônibus, evidenciando a desigualdade existente na exposição durante o deslocamento casa-trabalho. Os resultados demonstraram a necessidade de políticas públicas que priorizem a implantação de ônibus com combustíveis mais limpos, melhorem o sistema de ventilação dentro dos meios de transporte coletivos, principalmente do metrô, e que invistam em planejamento de ciclovias que aproveitem os espaços verdes da cidade e distanciem o ciclista do trânsito para diminuir a exposição da população aos poluentes atmosféricos. |
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Exposição ao Material Particulado Inalável Fino (MP2,5) e ao Black Carbon (BC) durante o deslocamento casa-trabalho pelos usuários de diferentes meios de transporte em São PauloExposure to Fine Particulate Matter (PM2.5) and Black Carbon (BC) during commuting in different modes of transport in São PauloBlack CarbonBlack carbonCommutersCommutingDeslocamentoExposiçãoExposureFine Particulate MatterMaterial particulado finoMeio de transportePassageirosTransport MicroenvironmentsDiariamente, milhares de passageiros, durante o deslocamento para o trabalho, têm exposição direta a poluentes atmosféricos por causa da sua proximidade com a principal fonte de emissão de poluentes nas áreas urbanas: os veículos. O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a exposição da população ao material particulado inalável fino (MP2,5) e ao black carbon (BC) em diferentes meios de transporte motorizados (ônibus, carro e metrô) e de bicicleta em regiões distintas de São Paulo e em dois períodos do dia (manhã e noite). Para isso, medidas de concentração foram feitas com monitores portáteis de poluição do ar transportados dentro de uma mochila adaptada. As rotas dos meios motorizados foram distintas das rotas de bicicleta por questões logísticas. De maneira geral, a concentração média de MP2,5 e BC apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os meios de transporte motorizados. A concentração média de MP2,5 foi duas vezes maior no metrô do que no carro e no ônibus, e em relação ao BC, a concentração média no ônibus foi duas vezes mais elevada que no metrô e 1,4 vezes maior que de carro. Entre as rotas motorizadas amostradas não houve diferença estatisticamente significativa, o que sugere que as concentrações de partículas dependem de outros fatores além da rota e região da cidade. Já nas medições de bicicleta, a escolha da rota impactou sensivelmente a exposição dos ciclistas, dependendo principalmente do nível de trânsito, do período do dia e da proximidade com áreas verdes. As concentrações médias de MP2,5 e de BC foram maiores no período da manhã do que a noite nos meios motorizados e de bicicleta, e concentrações mais altas, para ambos os poluentes, foram identificadas próximo à grandes avenidas e cruzamentos de ruas bem movimentadas, principalmente próximo aos corredores de ônibus das Av. Rebouças e Av. Consolação. Os passageiros de zonas de origem em regiões com maior renda e uso dominante de carro estão expostos à menores concentrações e doses inaladas do que as zonas de origem em regiões com renda mais baixa com o uso predominante de ônibus, evidenciando a desigualdade existente na exposição durante o deslocamento casa-trabalho. Os resultados demonstraram a necessidade de políticas públicas que priorizem a implantação de ônibus com combustíveis mais limpos, melhorem o sistema de ventilação dentro dos meios de transporte coletivos, principalmente do metrô, e que invistam em planejamento de ciclovias que aproveitem os espaços verdes da cidade e distanciem o ciclista do trânsito para diminuir a exposição da população aos poluentes atmosféricos.Every day, thousands of commuters are directly exposed to air pollutants because of their proximity to the main source of pollutant emissions in an urban area: vehicles. The main goal of the present study is to evaluate the exposure of commuters to fine inhalable particulate matter (PM2.5) and to black carbon (BC) in different motorized modes of transport (bus, car and subway) and by bicycle in different regions of São Paulo and during two periods of the day (morning and evening peak hours). Measurements of PM2.5 and BC were collected with portable air pollution monitors carried inside an adapted backpack. Motorized modes of transport routes were different from bicycle routes for logistical reasons. In general, the average concentration of PM2.5 and BC showed statistically significant differences between the motorized modes of transport. The average concentration of PM2.5 was 2-fold larger in the subway compared to the car and to the bus. Regarding BC concentrations, the average concentration was 2-fold larger in the bus compared with the subway and 1.4-fold larger compared with the car. Among the sampled motorized modes of transport routes there was no statistically significant difference, which suggests that particle concentrations depend on factors other than the route and region of the city. In terms of bicycle measurements, the choice of route significantly impacted the exposure of cyclists, depending mainly on the level of traffic, period of the day, and proximity to green areas. Average concentrations of PM2.5 and BC were higher in the morning than in the evening in motorized and bicycle environments, and higher concentrations for both pollutants were identified near major avenues and intersections of well-traveled streets, mainly close to the bus lanes of Rebouças Av. and Consolação Av. Passengers from origin zones in regions with higher income and dominant car use are exposed to lower concentrations and inhaled doses than origin zones in regions with lower income with predominant use of buses, evidencing the existing inequality in exposure during the commute. The results showed the need for public policies that prioritize the implementation of buses with cleaner fuels, improve the ventilation system within public transport, especially the subway, and invest in planning cycle paths that take advantage of the city\'s green spaces and distance cyclists from traffic to reduce the population\'s exposure to atmospheric pollutants.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Maria de FatimaBrand, Veronika Sassen2022-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14133/tde-17012023-235826/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-01-18T16:43:26Zoai:teses.usp.br:tde-17012023-235826Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-01-18T16:43:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Diariamente, milhares de passageiros, durante o deslocamento para o trabalho, têm exposição direta a poluentes atmosféricos por causa da sua proximidade com a principal fonte de emissão de poluentes nas áreas urbanas: os veículos. O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a exposição da população ao material particulado inalável fino (MP2,5) e ao black carbon (BC) em diferentes meios de transporte motorizados (ônibus, carro e metrô) e de bicicleta em regiões distintas de São Paulo e em dois períodos do dia (manhã e noite). Para isso, medidas de concentração foram feitas com monitores portáteis de poluição do ar transportados dentro de uma mochila adaptada. As rotas dos meios motorizados foram distintas das rotas de bicicleta por questões logísticas. De maneira geral, a concentração média de MP2,5 e BC apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os meios de transporte motorizados. A concentração média de MP2,5 foi duas vezes maior no metrô do que no carro e no ônibus, e em relação ao BC, a concentração média no ônibus foi duas vezes mais elevada que no metrô e 1,4 vezes maior que de carro. Entre as rotas motorizadas amostradas não houve diferença estatisticamente significativa, o que sugere que as concentrações de partículas dependem de outros fatores além da rota e região da cidade. Já nas medições de bicicleta, a escolha da rota impactou sensivelmente a exposição dos ciclistas, dependendo principalmente do nível de trânsito, do período do dia e da proximidade com áreas verdes. As concentrações médias de MP2,5 e de BC foram maiores no período da manhã do que a noite nos meios motorizados e de bicicleta, e concentrações mais altas, para ambos os poluentes, foram identificadas próximo à grandes avenidas e cruzamentos de ruas bem movimentadas, principalmente próximo aos corredores de ônibus das Av. Rebouças e Av. Consolação. Os passageiros de zonas de origem em regiões com maior renda e uso dominante de carro estão expostos à menores concentrações e doses inaladas do que as zonas de origem em regiões com renda mais baixa com o uso predominante de ônibus, evidenciando a desigualdade existente na exposição durante o deslocamento casa-trabalho. Os resultados demonstraram a necessidade de políticas públicas que priorizem a implantação de ônibus com combustíveis mais limpos, melhorem o sistema de ventilação dentro dos meios de transporte coletivos, principalmente do metrô, e que invistam em planejamento de ciclovias que aproveitem os espaços verdes da cidade e distanciem o ciclista do trânsito para diminuir a exposição da população aos poluentes atmosféricos. |
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