Filogenia e biogeografia de Oligoplites Gill, 1863 (Teleostei: Carangiformes) com inferências sobre as relações internas de Carangoidei
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-04082023-085633/ |
Resumo: | A família Carangidae abrange uma enorme diversidade de peixes marinhos costeiros e pelágicos que ocupam as zonas tropicais e temperadas. Os estudos filogenéticos de Carangidae, em sua grande maioria, se restringiram a estabelecer as relações subfamiliares ou as relações da família com outros táxons de Percomorphacea. Além de filogenias, poucos estudos investigaram temas como a anatomia e a biogeografia de Carangidae. Dessa forma, gêneros menos inclusivos e de baixa amostragem taxonômica, como Oligoplites, que ocorre nas regiões costeiras das Américas, ainda carecem de estudos filogenéticos, assim como também anatômicos e biogeográficos. Além disso, o monofiletismo de Carangidae, apontado por hipóteses com base em dados morfológicos, foi confrontado por estudos moleculares recentes, os quais apontam a inclusão de Echeneoidea em Carangidae. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivos elaborar uma hipótese filogenética para Oligoplites, além de propor uma hipótese biogeográfica para o gênero e fazer inferências sobre o monofiletismo de Carangidae. Para isso, investigou-se a anatomia externa, osteológica e miológica de exemplares de cada espécie de Oligoplites e um exemplar de cada subfamília de Carangidae, assim como também de um representante de Echeneoidea. Uma matriz de caracteres fenotípicos foi construída e analisada utilizando o princípio da parcimônia com enumeração implícita. A partir das relações interespecíficas obtidas para Oligoplites, um areagrama foi construído e uma hipótese biogeográfica produzida à luz da biogeografia cladística. A topologia obtida resultou no monofiletismo de Oligoplites suportado por 20 sinapomorfias. Oligoplites saliens é posicionado como grupo-irmão dos demais membros do gênero. Oligoplites altus e O. palometa formam um grupo-irmão, assim como também O. saurus inornatus e O. saurus saurus. Oligoplites refulgens é posicionado como grupo-irmão de O. saurus. O areagrama do gênero indicou um padrão de relações de grupo formado por táxons que ocorrem nas regiões costeiras opostas do continente americano. A hipótese produzida com base nesses dados argumenta um padrão vicariante de cladogênese em quatro eventos geograficamente sobrepostos de colonização e especiação cruzadas. Esses eventos foram sucedidos pelo surgimento e desaparecimento de barreiras em diferentes momentos da formação da América Central. O presente estudo ainda propôs o monofiletismo de Carangidae, contrariando as hipóteses mais recentes. Apesar de haver características compartilhadas por Echeneoidea e apenas alguns membros de Carangidae, novas sinapomorfias foram propostas no presente estudo para sustentar o monofiletismo da família. |
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Filogenia e biogeografia de Oligoplites Gill, 1863 (Teleostei: Carangiformes) com inferências sobre as relações internas de CarangoideiPhylogeny and biogeography of Oligoplites Gill, 1863 (Teleostei: Carangiformes) with inferences about the internal relationships of CarangoideiBiogeografiaBiogeographyCarangiformesCarangiformesFilogeniaOligoplitesOligoplitesPhylogenyA família Carangidae abrange uma enorme diversidade de peixes marinhos costeiros e pelágicos que ocupam as zonas tropicais e temperadas. Os estudos filogenéticos de Carangidae, em sua grande maioria, se restringiram a estabelecer as relações subfamiliares ou as relações da família com outros táxons de Percomorphacea. Além de filogenias, poucos estudos investigaram temas como a anatomia e a biogeografia de Carangidae. Dessa forma, gêneros menos inclusivos e de baixa amostragem taxonômica, como Oligoplites, que ocorre nas regiões costeiras das Américas, ainda carecem de estudos filogenéticos, assim como também anatômicos e biogeográficos. Além disso, o monofiletismo de Carangidae, apontado por hipóteses com base em dados morfológicos, foi confrontado por estudos moleculares recentes, os quais apontam a inclusão de Echeneoidea em Carangidae. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivos elaborar uma hipótese filogenética para Oligoplites, além de propor uma hipótese biogeográfica para o gênero e fazer inferências sobre o monofiletismo de Carangidae. Para isso, investigou-se a anatomia externa, osteológica e miológica de exemplares de cada espécie de Oligoplites e um exemplar de cada subfamília de Carangidae, assim como também de um representante de Echeneoidea. Uma matriz de caracteres fenotípicos foi construída e analisada utilizando o princípio da parcimônia com enumeração implícita. A partir das relações interespecíficas obtidas para Oligoplites, um areagrama foi construído e uma hipótese biogeográfica produzida à luz da biogeografia cladística. A topologia obtida resultou no monofiletismo de Oligoplites suportado por 20 sinapomorfias. Oligoplites saliens é posicionado como grupo-irmão dos demais membros do gênero. Oligoplites altus e O. palometa formam um grupo-irmão, assim como também O. saurus inornatus e O. saurus saurus. Oligoplites refulgens é posicionado como grupo-irmão de O. saurus. O areagrama do gênero indicou um padrão de relações de grupo formado por táxons que ocorrem nas regiões costeiras opostas do continente americano. A hipótese produzida com base nesses dados argumenta um padrão vicariante de cladogênese em quatro eventos geograficamente sobrepostos de colonização e especiação cruzadas. Esses eventos foram sucedidos pelo surgimento e desaparecimento de barreiras em diferentes momentos da formação da América Central. O presente estudo ainda propôs o monofiletismo de Carangidae, contrariando as hipóteses mais recentes. Apesar de haver características compartilhadas por Echeneoidea e apenas alguns membros de Carangidae, novas sinapomorfias foram propostas no presente estudo para sustentar o monofiletismo da família.The family Carangidae encompasses an enormous diversity of coastal and pelagic marine fishes that occur in tropical and temperate zones. Most phylogenetic studies of Carangidae were restricted to establishing subfamilial relationships or relationships of the family with other taxa of Percomorphacea. In addition to phylogenies, few studies have investigated topics such as the anatomy and biogeography of Carangidae. Thus, less inclusive genera with low taxonomic sampling, such as Oligoplites, which occurs in the coastal regions of the Americas, still lack phylogenetic, as well as anatomical and biogeographical studies. Furthermore, the monophyly of Carangidae, pointed out by hypotheses based on morphological data, has been confronted by recent molecular studies, which points to the inclusion of Echeneoidea in Carangidae. In this context, the present study aimed to develop a phylogenetic hypothesis for Oligoplites, in addition to proposing a biogeographic hypothesis for the genus and making inferences about the monophyly of Carangidae. For this, the external, osteological and myological anatomy of specimens of each species of Oligoplites and one specimen of each subfamily of Carangidae, as well as a representative of Echeneoidea, were investigated. A matrix of phenotypic characters was constructed and evaluated using the principle of parsimony with implicit enumeration. From the interspecific relationships obtained for Oligoplites, an areagram was constructed and a biogeographic hypothesis produced in light of cladistic biogeography. The obtained topology resulted in the monophyly of Oligoplites supported by 20 synapomorphies. Oligoplites saliens is positioned as the sister group to the other members of the genus. Oligoplites altus and O. palometa form a sister group, as do O. saurus inornatus and O. saurus saurus. Oligoplites refulgens is positioned as a sister group to O. saurus. The areagram of the genus indicated a pattern of group relationships formed by taxa that occur in opposite coastal regions of the American continent. The hypothesis produced on the basis of these data argues for a vicarious pattern of cladogenesis in four geographically overlapping events of cross-colonization and cross-speciation. These events were followed by the emergence and disappearance of barriers at different times in the formation of Central America. The present study also proposed the monophyly of Carangidae, contradicting the most recent hypotheses. Although there are features shared by Echeneoidea and only a few members of Carangidae, new synapomorphies were proposed in the present study to support the monophyly of the family.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBockmann, Flávio AlicinoAfonso, Gabriel Vinícius Felix2023-07-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-04082023-085633/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-21T17:23:46Zoai:teses.usp.br:tde-04082023-085633Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-21T17:23:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A família Carangidae abrange uma enorme diversidade de peixes marinhos costeiros e pelágicos que ocupam as zonas tropicais e temperadas. Os estudos filogenéticos de Carangidae, em sua grande maioria, se restringiram a estabelecer as relações subfamiliares ou as relações da família com outros táxons de Percomorphacea. Além de filogenias, poucos estudos investigaram temas como a anatomia e a biogeografia de Carangidae. Dessa forma, gêneros menos inclusivos e de baixa amostragem taxonômica, como Oligoplites, que ocorre nas regiões costeiras das Américas, ainda carecem de estudos filogenéticos, assim como também anatômicos e biogeográficos. Além disso, o monofiletismo de Carangidae, apontado por hipóteses com base em dados morfológicos, foi confrontado por estudos moleculares recentes, os quais apontam a inclusão de Echeneoidea em Carangidae. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivos elaborar uma hipótese filogenética para Oligoplites, além de propor uma hipótese biogeográfica para o gênero e fazer inferências sobre o monofiletismo de Carangidae. Para isso, investigou-se a anatomia externa, osteológica e miológica de exemplares de cada espécie de Oligoplites e um exemplar de cada subfamília de Carangidae, assim como também de um representante de Echeneoidea. Uma matriz de caracteres fenotípicos foi construída e analisada utilizando o princípio da parcimônia com enumeração implícita. A partir das relações interespecíficas obtidas para Oligoplites, um areagrama foi construído e uma hipótese biogeográfica produzida à luz da biogeografia cladística. A topologia obtida resultou no monofiletismo de Oligoplites suportado por 20 sinapomorfias. Oligoplites saliens é posicionado como grupo-irmão dos demais membros do gênero. Oligoplites altus e O. palometa formam um grupo-irmão, assim como também O. saurus inornatus e O. saurus saurus. Oligoplites refulgens é posicionado como grupo-irmão de O. saurus. O areagrama do gênero indicou um padrão de relações de grupo formado por táxons que ocorrem nas regiões costeiras opostas do continente americano. A hipótese produzida com base nesses dados argumenta um padrão vicariante de cladogênese em quatro eventos geograficamente sobrepostos de colonização e especiação cruzadas. Esses eventos foram sucedidos pelo surgimento e desaparecimento de barreiras em diferentes momentos da formação da América Central. O presente estudo ainda propôs o monofiletismo de Carangidae, contrariando as hipóteses mais recentes. Apesar de haver características compartilhadas por Echeneoidea e apenas alguns membros de Carangidae, novas sinapomorfias foram propostas no presente estudo para sustentar o monofiletismo da família. |
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