Análise química e atividades antioxidante e citotóxica de amostras de própolis de alecrim

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Caroline Cristina Fernandes da
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-17122008-174001/
Resumo: A própolis é uma mistura complexa de substâncias, constituída por ceras de abelhas e resinas de plantas. Sua coloração e textura são bastante variáveis, e a composição química difere com o local onde está localizada a colméia. As abelhas utilizam a própolis para selar aberturas na colméia, como revestimento interno, manutenção de um ambiente asséptico, entre outros propósitos. Suas propriedades farmacológicas são conhecidas há tempos, sendo que, dentre as principais, pode-se citar a ação antimicrobiana, a antiinflamatória, a antioxidante e a citotóxica. O presente trabalho teve como objetivos principais a caracterização química, por meio do doseamento de fenóis, ceras e flavonóides, de seis amostras de própolis verde, provenientes de Minas Gerais e do Paraná, e a identificação por CG/EM e CLAE/EM de algumas substâncias presentes nas amostras. Além disso, foram testados os extratos brutos metanólicos e as frações hexânicas, clorofórmicas, metanólicas e de acetato de etila das amostras, quanto à atividade citotóxica em embriões de ouriço-do-mar, e quanto à atividade antioxidante. A caracterização química ocorreu através da quantificação do teor de ceras, por gravimetria, que variou de 38,79 a 104,6 mg/g. Os teores de fenóis totais foram obtidos através de reação colorimétrica com o reagente Folin-Ciocalteau (&#955 760 nm) e variou de 132,69 a 187,57 mg/g. A quantificação de flavonas e flavonóis ocorreu através da reação com AlCl3 (&#955=420 nm), variando de 15,17 a 40,42 mg/g. Os teores de flavanonas e isoflavonas foram quantificados através da reação com a dinitrofenilhidrazina (&#955=486 nm), sendo obtidos os valores de 11,95 a 18,91 mg/g. Os perfis cromatográficos mostraram-se bastante semelhantes, sendo identificadas 35 substâncias, predominando os derivados prenilados do ácido &#961-cumárico, ácidos cafeoilquínicos e alguns flavonóides. As atividades antioxidantes seguiram os métodos de redução do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila, λ= 517 nm) e o sistema β-caroteno/ácido linoléico (λ= 470 nm). Os resultados obtidos pelo primeiro método variaram de 10,50 a 18,56% (25 µg/mL), e pelo segundo método a variação foi de 71,2 a 84,1% (1 mg/mL). Alta atividade antioxidante, nas mesmas concentrações, também foi verificada nas frações de hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol, nos dois métodos. Possíveis relações entre a atividade antioxidante e os teores de fenóis e flavonas e flavonóis foram testadas através de correlação linear, pelo método dos mínimos quadrados, assumindo como significantes valores de R2 > 0,5. Verificou-se uma correlação positiva significativa entre a atividade antioxidante e os teores de fenóis no método do DPPH (R2 = 0,835). Essa correlação, entretanto, não foi observada no sistema &#946-caroteno/ácido linoléico (R² = 0,450). Quanto ao teor e flavonas e flavonóis, observou-se uma correlação positiva significativa tanto no método do DPPH (R2 = 0,783) quanto no sistema &#961-caroteno/ácido linoléico (R2 = 0,693). A ausência de correlação com o método de descoloração do &#946-caroteno e a presença de atividade antioxidante em frações de menor polaridade sugere que substâncias solúveis em solventes menos polares estejam atuando como antioxidantes nas própolis estudadas. As atividades citotóxicas foram testadas em embriões de ouriço-do-mar Lytechinus variegatus e foram caracterizadas principalmente pela inibição da primeira clivagem dos ovos recém-fertilizados, demonstrando um efeito anti-mitótico. Foi utilizada a concentração de 32 μg/mL de extrato para os testes, e a atividade variou de 97,33 a 100%. Na mesma concentração, verificou-se alta atividade nas frações de acetato de etila (100%), e baixa nas frações de metanol (< 5%); nas frações de hexano e clorofórmio a atividade foi bastante variável (4,33 a 98,5% e 2 a 92,5%, respectivamente). Os resultados sugerem a presença de substâncias com potencial citotóxico e, possivelmente, antitumoral, importantes para o desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer. Por meio das PCA e PCO concluiu-se que as própolis coletadas em Minas Gerais diferem entre si, inclusive entre aquelas de mesma localização. As amostras coletadas no Paraná se mostraram muito semelhantes nas duas análises. Houve, entretanto, diferenças significativas entre as amostras A-D, coletadas em Minas Gerais, e aquelas, E e F, coletadas no Paraná.
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O presente trabalho teve como objetivos principais a caracterização química, por meio do doseamento de fenóis, ceras e flavonóides, de seis amostras de própolis verde, provenientes de Minas Gerais e do Paraná, e a identificação por CG/EM e CLAE/EM de algumas substâncias presentes nas amostras. Além disso, foram testados os extratos brutos metanólicos e as frações hexânicas, clorofórmicas, metanólicas e de acetato de etila das amostras, quanto à atividade citotóxica em embriões de ouriço-do-mar, e quanto à atividade antioxidante. A caracterização química ocorreu através da quantificação do teor de ceras, por gravimetria, que variou de 38,79 a 104,6 mg/g. Os teores de fenóis totais foram obtidos através de reação colorimétrica com o reagente Folin-Ciocalteau (&#955 760 nm) e variou de 132,69 a 187,57 mg/g. A quantificação de flavonas e flavonóis ocorreu através da reação com AlCl3 (&#955=420 nm), variando de 15,17 a 40,42 mg/g. Os teores de flavanonas e isoflavonas foram quantificados através da reação com a dinitrofenilhidrazina (&#955=486 nm), sendo obtidos os valores de 11,95 a 18,91 mg/g. Os perfis cromatográficos mostraram-se bastante semelhantes, sendo identificadas 35 substâncias, predominando os derivados prenilados do ácido &#961-cumárico, ácidos cafeoilquínicos e alguns flavonóides. As atividades antioxidantes seguiram os métodos de redução do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila, λ= 517 nm) e o sistema β-caroteno/ácido linoléico (λ= 470 nm). Os resultados obtidos pelo primeiro método variaram de 10,50 a 18,56% (25 µg/mL), e pelo segundo método a variação foi de 71,2 a 84,1% (1 mg/mL). Alta atividade antioxidante, nas mesmas concentrações, também foi verificada nas frações de hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol, nos dois métodos. Possíveis relações entre a atividade antioxidante e os teores de fenóis e flavonas e flavonóis foram testadas através de correlação linear, pelo método dos mínimos quadrados, assumindo como significantes valores de R2 > 0,5. Verificou-se uma correlação positiva significativa entre a atividade antioxidante e os teores de fenóis no método do DPPH (R2 = 0,835). Essa correlação, entretanto, não foi observada no sistema &#946-caroteno/ácido linoléico (R² = 0,450). Quanto ao teor e flavonas e flavonóis, observou-se uma correlação positiva significativa tanto no método do DPPH (R2 = 0,783) quanto no sistema &#961-caroteno/ácido linoléico (R2 = 0,693). A ausência de correlação com o método de descoloração do &#946-caroteno e a presença de atividade antioxidante em frações de menor polaridade sugere que substâncias solúveis em solventes menos polares estejam atuando como antioxidantes nas própolis estudadas. As atividades citotóxicas foram testadas em embriões de ouriço-do-mar Lytechinus variegatus e foram caracterizadas principalmente pela inibição da primeira clivagem dos ovos recém-fertilizados, demonstrando um efeito anti-mitótico. Foi utilizada a concentração de 32 μg/mL de extrato para os testes, e a atividade variou de 97,33 a 100%. Na mesma concentração, verificou-se alta atividade nas frações de acetato de etila (100%), e baixa nas frações de metanol (< 5%); nas frações de hexano e clorofórmio a atividade foi bastante variável (4,33 a 98,5% e 2 a 92,5%, respectivamente). Os resultados sugerem a presença de substâncias com potencial citotóxico e, possivelmente, antitumoral, importantes para o desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer. Por meio das PCA e PCO concluiu-se que as própolis coletadas em Minas Gerais diferem entre si, inclusive entre aquelas de mesma localização. As amostras coletadas no Paraná se mostraram muito semelhantes nas duas análises. Houve, entretanto, diferenças significativas entre as amostras A-D, coletadas em Minas Gerais, e aquelas, E e F, coletadas no Paraná.Propolis is a complex mixture of substances derived from bee products and plant resins. Propolis color and texture vary widely and chemical composition is dependent on the hive locality. Bees use propolis to seal openings in the hive and to line it internally, which help keeping the environment aseptic. Propolis properties in medicine has been known since ancient times, and more recently activities such as antimicrobial, anti-inflammatory, antioxidant and cytotoxic have been demonstrated. The present work aimed to characterize chemically six samples of green propolis produced in the states of Minas Gerais and Paraná and identify their constituents by GC/MS and HPLC/MS. In addition, this investigation aimed to evaluate cytotoxic and antioxidant activities of the crude hexane, chloroform, ethyl acetate and methanol extracts of all samples. Chemical characterization was carried out by the determination of the contents of wax, total phenols and flavonoids. Wax content was determined by extracting the waxes with chloroform, followed by purification with cold methanol and gravimetric determination. Wax contents varied from 28.79 to 104.6 mg/g. Total phenols were determined with the Folin-Ciocalteau reagent and. Values obtained varied in the range 132.69 - 187.57 mg/g. Flavone and flavonol contents combined were determined by the AlCl3 method and values obtained varied from 15.72 to 40.42 mg/g. Contents of flavanones and isoflavones combined were determined by the dinitrophenylhydrazine method, values varying in the range 11.95 -18.91. Chromatographic patterns were similar for all samples, with the predominance of derivatives of &#961-coumaric acid, caffeoylquinic acids and few flavonoids. Antioxidant activity determination followed the methods of the free radical DPPH (2,2-diphenyl-1-picrihydrazyl) and the β-carotene/linoleic acid. Results relative the former method and the crude methanol extract at 25 g/mL, results varied from 10.50 to 18.56%; regarding the latter method and the crude methanol extract at 1 mg/ml, results varied in the range 71.2 - 84.1%. High antioxidant activities at the same concentrations and using both methods were observed with the hexane, chloroform, ethyl acetate and methanol fractions. Relationships between antioxidant activity and contents of total phenols and flavonoids of the crude methanol extract were tested by means of linear correlation and the minimum square method, assuming as significant values of R2 > 0.5. Positive significant correlation was observed between antioxidant activity and total phenol contents determined with the DPPH method (R2 = 0.835). No significant correlation was obtained, however, with the β-carotene/linoleic acid method (R2 = 0.450). As to the flavone plus flavonol content, positive correlation was obtained with both DPPH and β-carotene/linoleic acid methods (R2 = 0.783 and 0.693, respectively). No correlation with the β-carotene discoloration method and high antioxidant activity of fractions obtained with low polarity solvents suggest that lipophylic chemical constituents exert antioxidant activity in analyzed samples. Cytotoxic activities of crude methanol extracts at 32 μg/mL were determined using sea urchin (Lytechinus variegatus) embryos, taking into account mainly the inhibition of the first cleavage of recently fertilized eggs, which characterize an anti-mitotic effect. Values obtained varied in the range 97.33 - 100%. At the same concentration, high activities were obtained with the ethyl acetate fraction (100%) and low activities with methanol fraction (< 0.5%). Regarding hexane and chloroform fractions, values varied widely (4.33 - 98.5% and 2 92.5%, respectively). Based on chemical composition, PCA and PCO analyses were carried out aiming the establishment of affinities among the six propolis samples. The results indicate that the samples from Minas Gerais differ significantly from those of Paraná The two samples of Paraná are very similar; however, significant differences exist among the four samples of Minas Gerais, even among samples from the same locality.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSalatino, Maria Luiza FariaSilva, Caroline Cristina Fernandes da2008-10-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-17122008-174001/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-17122008-174001Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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