Saúde oral e deglutição em idosos acometidos por Acidente Vascular Encefálico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mituuti, Cláudia Tiemi
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-05122011-170111/
Resumo: As condições dentárias e o uso de próteses mal adaptadas podem contribuir com as dificuldades decorrentes da velhice, as quais podem ser potencializadas por alterações neurológicas, resultando em quadros de disfagia, importante causa de morbidade e mortalidade nessa população. O objetivo do presente trabalho foi verificar se o acometimento cerebral crônico acarreta implicações na função da deglutição em idosos, como também se a condição de saúde oral apresenta relação com o grau de disfunção da deglutição orofaríngea, em idosos acometidos por Acidente Vascular Encefálico (AVE). Foram avaliados 30 idosos com idades entre 61 e 90 anos (mediana 73,5 anos), acometidos por AVE, sendo 15 homens e 15 mulheres. Os pacientes foram submetidos à avaliação odontológica quanto ao número de dentes cariados, perdidos e obturados, uso e condição das próteses, além de índices periodontal e de perda de inserção. Além diso foi aplicada a escala funcional de ingestão oral (FOIS) e realizada avaliação videoendoscópica da deglutição de alimentos de diferentes consistências. A partir dos resultados foram aplicados os testes de correlação de Spearman, para as associações, e o Kruskal Wallis para as comparações. Os indivíduos idosos pós-AVE desta pesquisa foram comparados a um grupo controle de 15 idosos saudáveis, tendo-se encontrado maior gravidade da disfagia para o grupo AVE para a consistência líquida (p=0,01). Especificamente para o grupo AVE houve correlação estatisticamente significante entre a classificação da escala FOIS e a necessidade de troca das próteses (p=0,02) e diferença entre grupos considerando diferentes tipos de prótese na deglutição de sólido (p=0,04). Devido à heterogeneidade da amostra, foram excluídos os dentados totais, desdentados totais sem reabilitação e indivíduos com mais de um episódio de AVE. Além disso, os mesmos foram divididos de acordo com o lado do corpo comprometido (direito e esquerdo) após o acometimento cerebral, resultando em 19 indivíduos. Não foram encontradas diferenças no desempenho da deglutição entre os grupos de indivíduos com hemicorpo direito e esquerdo comprometidos. Houve correlação entre a necessidade de troca das próteses e a classificação na escala FOIS (p=0,01) para os indivíduos com hemicorpo direito comprometido, enquanto para os indivíduos com comprometimento em hemicorpo esquerdo, foi observada correlação entre a deglutição de líquido e o número de dentes presentes (p=0,05) e ausentes (p=0,05). Além disso, para os 19 indivíduos, como também para os com hemicorpo esquerdo comprometido, verificou-se que aqueles com prótese parcial no arco superior tiveram melhores classificações na escala FOIS em relação aos indivíduos com prótese total (p=0,01). Já para os indivíduos com o hemicorpo direito comprometido, essa diferença foi verificada em relação às próteses utilizadas no arco inferior (p=0,04). O acometimento cerebral crônico influenciou a gravidade da disfagia para a consistência líquida, não tendo sido encontrada implicações sobre o nível da ingestão oral, como também para o grau da disfagia orofaríngea para alimentos pastoso e sólido. Houve influência do número de dentes, tipo e necessidade de uso ou troca das próteses dentárias sobre a deglutição em indivíduos acometidos por AVE, principalmente quando houve melhor delineamento dos grupos de acordo com o hemicorpo comprometido.
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Os pacientes foram submetidos à avaliação odontológica quanto ao número de dentes cariados, perdidos e obturados, uso e condição das próteses, além de índices periodontal e de perda de inserção. Além diso foi aplicada a escala funcional de ingestão oral (FOIS) e realizada avaliação videoendoscópica da deglutição de alimentos de diferentes consistências. A partir dos resultados foram aplicados os testes de correlação de Spearman, para as associações, e o Kruskal Wallis para as comparações. Os indivíduos idosos pós-AVE desta pesquisa foram comparados a um grupo controle de 15 idosos saudáveis, tendo-se encontrado maior gravidade da disfagia para o grupo AVE para a consistência líquida (p=0,01). Especificamente para o grupo AVE houve correlação estatisticamente significante entre a classificação da escala FOIS e a necessidade de troca das próteses (p=0,02) e diferença entre grupos considerando diferentes tipos de prótese na deglutição de sólido (p=0,04). Devido à heterogeneidade da amostra, foram excluídos os dentados totais, desdentados totais sem reabilitação e indivíduos com mais de um episódio de AVE. Além disso, os mesmos foram divididos de acordo com o lado do corpo comprometido (direito e esquerdo) após o acometimento cerebral, resultando em 19 indivíduos. Não foram encontradas diferenças no desempenho da deglutição entre os grupos de indivíduos com hemicorpo direito e esquerdo comprometidos. Houve correlação entre a necessidade de troca das próteses e a classificação na escala FOIS (p=0,01) para os indivíduos com hemicorpo direito comprometido, enquanto para os indivíduos com comprometimento em hemicorpo esquerdo, foi observada correlação entre a deglutição de líquido e o número de dentes presentes (p=0,05) e ausentes (p=0,05). Além disso, para os 19 indivíduos, como também para os com hemicorpo esquerdo comprometido, verificou-se que aqueles com prótese parcial no arco superior tiveram melhores classificações na escala FOIS em relação aos indivíduos com prótese total (p=0,01). Já para os indivíduos com o hemicorpo direito comprometido, essa diferença foi verificada em relação às próteses utilizadas no arco inferior (p=0,04). O acometimento cerebral crônico influenciou a gravidade da disfagia para a consistência líquida, não tendo sido encontrada implicações sobre o nível da ingestão oral, como também para o grau da disfagia orofaríngea para alimentos pastoso e sólido. Houve influência do número de dentes, tipo e necessidade de uso ou troca das próteses dentárias sobre a deglutição em indivíduos acometidos por AVE, principalmente quando houve melhor delineamento dos grupos de acordo com o hemicorpo comprometido.Dental conditions and the use of poorly fitted prostheses may contribute to difficulties deriving from aging, which may be potentiated by neurologic alterations, resulting in dysphagia, an important cause of morbidity and mortality in this population. This work aimed at verifying whether chronic cerebral involvement compromises the swallowing function in the elderly, as well as if the oral health condition is related to the degree of oropharyngeal swallowing dysfunction, in elderly people who had a stroke (CVA). Thirty elderly people, i.e., 15 men and 15 women, in the age range 61- 90 yrs (mean 73.5 yrs), presented with CVA, were assessed. The patients underwent dental assessment as to the number of decayed, missing and filled teeth, use and conditions of their prostheses, besides periodontal indexes and insertion loss. In addition, the functional oral intake scale (FOIS) was applied and video endoscopy to evaluate the swallowing of food of different consistency, performed. From the results, correlation tests, Spearman for associations, and Kruskal Wallis for comparisons, were applied. The post CVA elderly individuals of this research were compared to a control group of 15 healthy elderly subjects, with more dysphalgia severity in the CVA group, for liquid consistency (p=0.01). Specifically, for the CVA group, a statistically significant correlation was seen between FOIS scale rating and the need to replace the prostheses (p=0.02) and the difference between the groups, taking into account the types of prosthesis in the swallowing of solid foods (p=0.04). Owing to the heterogeneity of the sample, total dentulous, total edentulous patients with no rehabilitation and individuals with more than one episode of CVA, were excluded. Furthermore, they were divided according to the side of the body affected (right and left), following cerebral involvement, resulting in 19 individuals. No differences were found in the swallowing performance between the groups of subjects with compromised right and left hemi-body. There was a correlation between the need to replace the prostheses and the FOIS scale rating (p=0.01) for subjects with compromised right hemi-body, while for subjects with left hemi-body involvement, a correlation was observed between liquid swallowing and the number of teeth present (p=0.05) and absent (p=0.05). Furthermore, for these 19 individuals, as well as for those with compromised left hemi-body, it was verified that those with a partial prostheses in the upper arch scored better on the FOIS scale, as compared to those with total prostheses (p=0.01). Now, for individuals with a compromised right hemi-body, this difference was not verified in relation to the prostheses utilized in the lower arch (p=0.04). Chronic cerebral involvement influenced the severity of dysphalgia for liquid consistency, with no implications on the level of oral intake, as well as for the degree of oropharyngeal dysphagia for doughy and solid foods. The number of teeth, type and need to use or replace the dental prostheses influenced the swallowing of individuals presented with CVA, mainly when there was a better outlining of the groups, according to the hemi-body affected.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFelix, Giedre BerretinMituuti, Cláudia Tiemi2011-05-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-05122011-170111/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-05122011-170111Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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