Adaptação e validação de escalas de resiliência para o contexto cultural brasileiro: escala de resiliência disposicional e escala de Connor-Davidson
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-23082016-092756/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: a resiliência é um construto associado às características pessoais que permitem a um indivíduo adaptar-se e superar situações adversas. Uma pessoa mais resiliente é aquela com maiores habilidades de se adaptar sob estresse, a despeito da carga de dificuldades enfrentada e de um contexto desfavorável no entorno. A Dispositional Resilience Scale (DRS-15) e a Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) tentam aferir a resiliência individual e já tiveram suas propriedades testadas em vários países da América do Norte, África, Europa e Ásia. OBJETIVO: traduzir, realizar a adaptação para o contexto cultural brasileiro e verificar a confiabilidade e a validade das escalas DRS-15 e CD-RISC. MÉTODO: uma metodologia com as etapas seqüenciais de tradução/retro-tradução/adaptação cultural/estudo de confiabilidade/estudo de validade foi utilizada. A adaptação cultural foi executada por um grupo de especialistas em epidemiologia, linguística, psiquiatria e tratamento da dor. A compreensão das versões culturalmente adaptadas foi testada com 65 pacientes adultos do grupo de avaliação pré-anestésica e do ambulatório geral de ansiedade do Hospital das Clínicas da FMUSP. Retro-traduções das versões finais foram aprovadas pelos autores principais das escalas originais. O estudo de validade foi conduzido pela aplicação conjunta de ambas as versões brasileiras das escalas, do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), do Self-report questionnaire (SRQ), da escala de incapacitação de Sheehan (SDS) e da Escala Graduada de Dor Crônica (CPG-Br) a 575 pacientes e acompanhantes adultos da mesma população. A confiabilidade teste-reteste foi avaliada por uma segunda aplicação das escalas de resiliência a 123 participantes, entre 7 e 14 dias após a entrevista inicial. RESULTADOS: entre os participantes da fase de validação, a idade média foi de 44 anos (amplitude de 18-93), com predomínio de mulheres (74%), e média de dez anos de estudo. A maioria dos entrevistados (93%) pertencia aos estratos socioeconômicos B e C. Três fatores e quatro fatores foram identificados por análise fatorial exploratória para as versões da DRS-15 e CD-RISC, respectivamente. O coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,71 para a DRS, e de 0,93 para a CD-RISC, indicando melhor consistência interna para a segunda. A confiabilidade teste-reteste retornou coeficientes de correlação intra-classe de 0,81 e 0,86 para a DRS e CD-RISC, respectivamente. A correlação entre as duas escalas foi de 0,52. Observaram-se correlações negativas significativas entre os escores das escalas de resiliência e os escores para cinco das seis dimensões do ISSL, assim como para com os escores do SRQ e SDS (p < 0,001). Não houve correlação entre as escalas de resiliência e a CPG-Br. A CD-RISC encontrou correlações mais fortes que a DRS para com as variáveis de comparação externa. As duas escalas discriminaram resiliência menor para os pacientes dos ambulatórios psiquiátricos, em comparação aos dos ambulatórios não-psiquiátricos. Entre os pacientes psiquiátricos, os escores de resiliência foram significativamente menores para os pacientes com transtorno Borderline de personalidade, em comparação aos pacientes com transtorno de estresse pós-traumático. CONCLUSÃO: propriedades de consistência interna, estabilidade temporal e validade foram satisfatoriamente demonstradas para as versões brasileiras da DRS e da CD-RISC em uma amostra de pacientes e acompanhantes adultos dos ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo |
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Adaptação e validação de escalas de resiliência para o contexto cultural brasileiro: escala de resiliência disposicional e escala de Connor-DavidsonCross-cultural adaptation and validation of resilience scales for Brazil: dispositional resilience scale and Connor-Davidson resilience scaleBorderline personality disorderComparação transculturalCross-cultural comparison, PsychometricsInquéritos e questionáriosPsicometriaReproducibility of resultsReprodutibilidade dos testesResilience psychologicalResiliência psicológicaStress disorders post-traumaticSurveys and questionnairesTraduçãoTranslatingTranstorno da personalidade BorderlineTranstornos de estresse pós-traumáticosINTRODUÇÃO: a resiliência é um construto associado às características pessoais que permitem a um indivíduo adaptar-se e superar situações adversas. Uma pessoa mais resiliente é aquela com maiores habilidades de se adaptar sob estresse, a despeito da carga de dificuldades enfrentada e de um contexto desfavorável no entorno. A Dispositional Resilience Scale (DRS-15) e a Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) tentam aferir a resiliência individual e já tiveram suas propriedades testadas em vários países da América do Norte, África, Europa e Ásia. OBJETIVO: traduzir, realizar a adaptação para o contexto cultural brasileiro e verificar a confiabilidade e a validade das escalas DRS-15 e CD-RISC. MÉTODO: uma metodologia com as etapas seqüenciais de tradução/retro-tradução/adaptação cultural/estudo de confiabilidade/estudo de validade foi utilizada. A adaptação cultural foi executada por um grupo de especialistas em epidemiologia, linguística, psiquiatria e tratamento da dor. A compreensão das versões culturalmente adaptadas foi testada com 65 pacientes adultos do grupo de avaliação pré-anestésica e do ambulatório geral de ansiedade do Hospital das Clínicas da FMUSP. Retro-traduções das versões finais foram aprovadas pelos autores principais das escalas originais. O estudo de validade foi conduzido pela aplicação conjunta de ambas as versões brasileiras das escalas, do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), do Self-report questionnaire (SRQ), da escala de incapacitação de Sheehan (SDS) e da Escala Graduada de Dor Crônica (CPG-Br) a 575 pacientes e acompanhantes adultos da mesma população. A confiabilidade teste-reteste foi avaliada por uma segunda aplicação das escalas de resiliência a 123 participantes, entre 7 e 14 dias após a entrevista inicial. RESULTADOS: entre os participantes da fase de validação, a idade média foi de 44 anos (amplitude de 18-93), com predomínio de mulheres (74%), e média de dez anos de estudo. A maioria dos entrevistados (93%) pertencia aos estratos socioeconômicos B e C. Três fatores e quatro fatores foram identificados por análise fatorial exploratória para as versões da DRS-15 e CD-RISC, respectivamente. O coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,71 para a DRS, e de 0,93 para a CD-RISC, indicando melhor consistência interna para a segunda. A confiabilidade teste-reteste retornou coeficientes de correlação intra-classe de 0,81 e 0,86 para a DRS e CD-RISC, respectivamente. A correlação entre as duas escalas foi de 0,52. Observaram-se correlações negativas significativas entre os escores das escalas de resiliência e os escores para cinco das seis dimensões do ISSL, assim como para com os escores do SRQ e SDS (p < 0,001). Não houve correlação entre as escalas de resiliência e a CPG-Br. A CD-RISC encontrou correlações mais fortes que a DRS para com as variáveis de comparação externa. As duas escalas discriminaram resiliência menor para os pacientes dos ambulatórios psiquiátricos, em comparação aos dos ambulatórios não-psiquiátricos. Entre os pacientes psiquiátricos, os escores de resiliência foram significativamente menores para os pacientes com transtorno Borderline de personalidade, em comparação aos pacientes com transtorno de estresse pós-traumático. CONCLUSÃO: propriedades de consistência interna, estabilidade temporal e validade foram satisfatoriamente demonstradas para as versões brasileiras da DRS e da CD-RISC em uma amostra de pacientes e acompanhantes adultos dos ambulatórios do Hospital das Clínicas de São PauloINTRODUCTION: Resilience is a construct related to the personal characteristics that allow an individual to adapt and overcome adversity. A more resilient person is the one that exhibits greater abilities to adapt under stress, despite the burden of difficulties and of an unfavorable context. The Dispositional Resilience Scale (DRS-15) and the Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) are two scales to measure individual resilience, both of which have had psychometrics evaluated by researchers from the US, Africa, Europe and Asia. OBJECTIVE: To verify the reliability and validity of culturally adapted Brazilian Portuguese versions of the DRS-15 and CD-RISC. METHODS: The following stepwise methodology was used: translation / back translation / cultural adaptation / reliability study / validation study. Cultural adaptation was performed by an expert committee of epidemiologist, linguists, psychiatrist and pain specialists. Comprehension of the culturally adapted versions was tested through 65 interviews with adult patients from the pre-anesthetic consultation ambulatory and general ambulatory for anxiety disorders of Hospital das Clínicas of FMUSP. Back-translations of the culturally adapted versions were fully approved by the authors of the original scales. Validation studies were carried out by concurrent application of both the adapted versions of resilience scales, the Brazilian Stress Symptoms Inventory for Adults (ISSL), the Self-report Questionnaire (SRQ), the Sheehan Disability Scale (SDS) and the Chronic Pain Grade (CPG-Br) to 575 participants (outpatients and companions) from the same population. Test-retest reliability was studied by means of a second interview with 123 subjects, which took place between 7 and 14 days after the first one. RESULTS: Subjects of the validation phase were mostly women (74%), with an average of 44 years of age (18-93) and 10 years of formal schooling. There was a predominance of socioeconomic levels B or C (93%) on an A to E scale. Exploratory factor analyses resulted in a three-factor for the DRS and a four-factor solution for the CD-RISC. Alpha coefficients of 0.71 for the DRS and 0.93 for the CD-RISC indicated better internal consistency for the latter. Temporal stability was regarded as excellent, with intra-class correlation coefficients of 0.81 and 0.86 for the DRS and CD-RISC, respectively. Correlation coefficient between the two scales was 0.52. Significant negative correlations were observed between the scores of both resilience scales and five out of six dimensions of the ISSL, and so as between the resilience scales scores and those of the SRQ and SDS (p < 0.001). No correlation was observed between the resilience scales and the CPG-Br. The CD-RISC was more competent than DRS to depict such correlations. Both scales were able to discriminate differences in resilience scores of non-psychiatric and psychiatric patients, the latter presenting with lower scores. The group of borderline patients significantly presented with lower resilience scores in comparison with those of the post-traumatic stress disorder patients. CONCLUSION: Good reliability and validity were demonstrated with the Brazilian Portuguese versions of the DRS and CD-RISC as tested on a sample of adult ambulatory patients and their adult companions at Hospital das Clínicas, São PauloBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVieira, Joaquim EdsonSolano, João Paulo Consentino2016-06-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-23082016-092756/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T19:45:53Zoai:teses.usp.br:tde-23082016-092756Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T19:45:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: a resiliência é um construto associado às características pessoais que permitem a um indivíduo adaptar-se e superar situações adversas. Uma pessoa mais resiliente é aquela com maiores habilidades de se adaptar sob estresse, a despeito da carga de dificuldades enfrentada e de um contexto desfavorável no entorno. A Dispositional Resilience Scale (DRS-15) e a Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC) tentam aferir a resiliência individual e já tiveram suas propriedades testadas em vários países da América do Norte, África, Europa e Ásia. OBJETIVO: traduzir, realizar a adaptação para o contexto cultural brasileiro e verificar a confiabilidade e a validade das escalas DRS-15 e CD-RISC. MÉTODO: uma metodologia com as etapas seqüenciais de tradução/retro-tradução/adaptação cultural/estudo de confiabilidade/estudo de validade foi utilizada. A adaptação cultural foi executada por um grupo de especialistas em epidemiologia, linguística, psiquiatria e tratamento da dor. A compreensão das versões culturalmente adaptadas foi testada com 65 pacientes adultos do grupo de avaliação pré-anestésica e do ambulatório geral de ansiedade do Hospital das Clínicas da FMUSP. Retro-traduções das versões finais foram aprovadas pelos autores principais das escalas originais. O estudo de validade foi conduzido pela aplicação conjunta de ambas as versões brasileiras das escalas, do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), do Self-report questionnaire (SRQ), da escala de incapacitação de Sheehan (SDS) e da Escala Graduada de Dor Crônica (CPG-Br) a 575 pacientes e acompanhantes adultos da mesma população. A confiabilidade teste-reteste foi avaliada por uma segunda aplicação das escalas de resiliência a 123 participantes, entre 7 e 14 dias após a entrevista inicial. RESULTADOS: entre os participantes da fase de validação, a idade média foi de 44 anos (amplitude de 18-93), com predomínio de mulheres (74%), e média de dez anos de estudo. A maioria dos entrevistados (93%) pertencia aos estratos socioeconômicos B e C. Três fatores e quatro fatores foram identificados por análise fatorial exploratória para as versões da DRS-15 e CD-RISC, respectivamente. O coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,71 para a DRS, e de 0,93 para a CD-RISC, indicando melhor consistência interna para a segunda. A confiabilidade teste-reteste retornou coeficientes de correlação intra-classe de 0,81 e 0,86 para a DRS e CD-RISC, respectivamente. A correlação entre as duas escalas foi de 0,52. Observaram-se correlações negativas significativas entre os escores das escalas de resiliência e os escores para cinco das seis dimensões do ISSL, assim como para com os escores do SRQ e SDS (p < 0,001). Não houve correlação entre as escalas de resiliência e a CPG-Br. A CD-RISC encontrou correlações mais fortes que a DRS para com as variáveis de comparação externa. As duas escalas discriminaram resiliência menor para os pacientes dos ambulatórios psiquiátricos, em comparação aos dos ambulatórios não-psiquiátricos. Entre os pacientes psiquiátricos, os escores de resiliência foram significativamente menores para os pacientes com transtorno Borderline de personalidade, em comparação aos pacientes com transtorno de estresse pós-traumático. CONCLUSÃO: propriedades de consistência interna, estabilidade temporal e validade foram satisfatoriamente demonstradas para as versões brasileiras da DRS e da CD-RISC em uma amostra de pacientes e acompanhantes adultos dos ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo |
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