Toxicidade e efeitos respiratórios de alguns inseticidas ciclodienos em Atta laevigata (F. Smith, 1858) e Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hebling, Maria José Aparecida
Data de Publicação: 1973
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240522-110400/
Resumo: Os valores LD50 dos inseticidas ciclodienos aldrin, dieldrin, heptacloro e endosulfan, foram determinados, em laboratório, para operárias de duas espécies de saúva, Atta laevigata (F. Smith, 1858), ?saúva de vidro?, e Atta sexdens rubropilosa, Forel, 1908, ?saúva limão?. Para essas determinações, usou-se o método de aplicação tópica, sendo as mortalidades observadas corrigidas pela fórmula de Abbot, com base na mortalidade natural ocorrida em parcelas testemunhas. Para cálculo dos valores LD50 foram traçadas as curvas de dose mortalidade, pelo método de Bliss (1953) e, a partir da equação da reta assim obtida, foram determinados aqueles valores correspondentes ao probito 5. Os valores de LD50 calculados para operárias de A. laevigata foram: - 0,027 &#956g/saúva, dieldrin - 0,026 μg/saúva, heptacloro - 0,011 μg/saúva e endosulfan - 1,696 μg/saúva. Para operárias de A. sexdens rubropilosa foram calculados os valores de LD50: aldrin - 0,030 μg/saúva; dieldrin - 0,025 μg/saúva; heptacloro - 0,021 μg/saúva e endosulfan - 2,256 μg/saúva. A análise dos resultados indica que as saúvas (operárias) das duas espécies estudadas são muito sensíveis à maior parte dos inseticidas testados quando aplicados topicamente. A espécie A. laevigata se mostrou um pouco mais sensível a três dos inseticidas considerados (aldrin, heptacloro e endosulfan). Para ambas as espécies, o inseticida que se mostrou mais tóxico foi o heptacloro, seguido pelo dieldrin, aldrin e finalmente endosulfan. Com base na inclinação nas retas de regressão (valores de b) foi concluído que a variabilidade nas amostras de saúvas das duas espécies consideradas, com respeito aos inseticidas testados em laboratório, é relativamente pequena. Os estudos realizados sobre a ação dos inseticidas ciclodienos (aldrin, dieldrin, heptacloro e endosulfan) no metabolismo de saúvas (em termos de consumo de oxigênio) foram feitos como contribuição à tentativa de esclarecimento do modo de ação dos inseticidas clorados, no organismo desses insetos. Os inseticidas foram aplicados topicamente nas operárias de saúvas A. laevigata e A. sexdens rubropilosa, em doses (inseticida + acetona) correspondentes aos valores LD50, determinados anteriormente. Para fins de comparação de resultados, determinou-se o consumo de oxigênio de saúvas tratadas pelos inseticidas, de saúvas tratadas por acetona pura e de saúvas em condições normais, através de um respirômetro de Warburg. Os resultados obtidos indicaram que o consumo de oxigênio de operárias de A. laevigata e de A. sexdens rubropilosa foi um pouco aumentado, naquelas tratadas com acetona pura, quando em comparação com o consumo de oxigênio de saúvas em condições normais. Na espécie A. laevigata, esse aumento foi maior. Os inseticidas ciclodienos testados aumentaram sensivelmente o consumo de oxigênio das operárias de saúvas estudadas, tendo atingido máximos, durante determinados períodos de tempo, diminuindo a seguir. Os inseticidas que provocaram maior aumento no consumo de oxigênio total de operárias de A. laevigata e A. sexdens rubropilosa, no período de 8 horas, foram espectivamente dieldrin e endosulfan. Baseando-se na literatura e nos resultados obtidos, os inseticidas empregados podem ser considerados tóxicos do sistema nervoso.
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Os valores de LD50 calculados para operárias de A. laevigata foram: - 0,027 &#956g/saúva, dieldrin - 0,026 μg/saúva, heptacloro - 0,011 μg/saúva e endosulfan - 1,696 μg/saúva. Para operárias de A. sexdens rubropilosa foram calculados os valores de LD50: aldrin - 0,030 μg/saúva; dieldrin - 0,025 μg/saúva; heptacloro - 0,021 μg/saúva e endosulfan - 2,256 μg/saúva. A análise dos resultados indica que as saúvas (operárias) das duas espécies estudadas são muito sensíveis à maior parte dos inseticidas testados quando aplicados topicamente. A espécie A. laevigata se mostrou um pouco mais sensível a três dos inseticidas considerados (aldrin, heptacloro e endosulfan). Para ambas as espécies, o inseticida que se mostrou mais tóxico foi o heptacloro, seguido pelo dieldrin, aldrin e finalmente endosulfan. Com base na inclinação nas retas de regressão (valores de b) foi concluído que a variabilidade nas amostras de saúvas das duas espécies consideradas, com respeito aos inseticidas testados em laboratório, é relativamente pequena. Os estudos realizados sobre a ação dos inseticidas ciclodienos (aldrin, dieldrin, heptacloro e endosulfan) no metabolismo de saúvas (em termos de consumo de oxigênio) foram feitos como contribuição à tentativa de esclarecimento do modo de ação dos inseticidas clorados, no organismo desses insetos. Os inseticidas foram aplicados topicamente nas operárias de saúvas A. laevigata e A. sexdens rubropilosa, em doses (inseticida + acetona) correspondentes aos valores LD50, determinados anteriormente. Para fins de comparação de resultados, determinou-se o consumo de oxigênio de saúvas tratadas pelos inseticidas, de saúvas tratadas por acetona pura e de saúvas em condições normais, através de um respirômetro de Warburg. Os resultados obtidos indicaram que o consumo de oxigênio de operárias de A. laevigata e de A. sexdens rubropilosa foi um pouco aumentado, naquelas tratadas com acetona pura, quando em comparação com o consumo de oxigênio de saúvas em condições normais. Na espécie A. laevigata, esse aumento foi maior. Os inseticidas ciclodienos testados aumentaram sensivelmente o consumo de oxigênio das operárias de saúvas estudadas, tendo atingido máximos, durante determinados períodos de tempo, diminuindo a seguir. Os inseticidas que provocaram maior aumento no consumo de oxigênio total de operárias de A. laevigata e A. sexdens rubropilosa, no período de 8 horas, foram espectivamente dieldrin e endosulfan. Baseando-se na literatura e nos resultados obtidos, os inseticidas empregados podem ser considerados tóxicos do sistema nervoso.The aim of this study was to determine LD50 values of some cyclodienes insecticides to workers of leaf-cutting ants Atta laevigata (F. Smith, 1858) and Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908, and their respiratory effect on the ants. The insecticides, aldrin, dieldrin, heptachlor and endosulfan, were topically applied in the pronotus of ants and mortalities were corrected by the use of Abbot?s formula. To calculate LD50 values, dose-mortality curves were drawn using Bliss?s Method and from the equations of the straight those values were obtained corresponding to the probit 5. LD50 values for workers of A. laevigata were (in μg/ant): aldrin - 0,027; dieldrin - 0,026; heptachlor - 0,011 and endosulfan - 1,696. For the workers of Atta sexdens rubropilosa they were: aldrin - 0,030; dieldrin - 0,025; heptachlor - 0,021 and endosulfan - 2,256. The results indicate that the ants of the two species are very sensitive to the majority of the insecticides tested. A. laevigata seemed to be a little more sensitive to three of the insecticides used (namely, aldrin, heptachlor and endosulfan) than A. sexdens rubropilosa. To both species, the most toxic insecticide was the heptachlor, followed by dieldrin, aldrin and endosulfan. Based on the inclination of the regression lines (b values), it?s concluded that the variability of the samples of ant of both species with regard to the insecticides used is relatively small. The study of the action of the cyclodienes insecticides (aldrin, dieldrin, heptachlor and endosulfan) on the respiratory metabolism of the ants of both species are an attempt to contribute to explain their mode of action. As in the preceeding section, the insecticides were applied topically in the pronctus of the workers, just before the were placed in the flasks of Warburg apparatus used in the experiments. The insecticides were dissolved in acetone in doses corresponding to the LD50 values. Blanks were provided for non - treated ants and acetone alone. The results of this section indicated that, in both species, acetone alone enhanced a little the oxygen consumption. The cyclodienes insecticides clearly increased the oxygen uptake. In the graphs relating oxygen consumption and time (8 hour experiments with 30 minute interval readings) peaks can be seen. The time elapsed between the begining of an experiment and the appearance of peaks (latency period of the insecticide) varied in each case, but it averaged 188 minutes for A. laevigata and 150 minutes for A. sexdens rubropilosa. The insecticides that, after 8 hours, induced the greatest increase in the oxygen consumption were: dieldrin for A. laevigata and endosulfan for A. sexdens rubropilosa. The results, as a whole, tend to confirm that the cyclodienes insecticides can be considered as neurotoxic.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBaptista, Gilberto Casadei deHebling, Maria José Aparecida1973-04-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240522-110400/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-26T21:16:02Zoai:teses.usp.br:tde-20240522-110400Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-26T21:16:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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