Cobertura do custo dos procedimentos de enfermagem pelo Sistema Único de Saúde no ambulatório de um hospital universitário
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-09122019-130618/ |
Resumo: | Introdução: O gerenciamento de custos em enfermagem contribui para o controle e aperfeiçoamento de medidas que permitam conhecer os custos dos procedimentos de enfermagem, além de possibilitar que esse conhecimento seja utilizado para estabelecer comparações entre o custo real desses procedimentos com o repasse financeiro coberto pelo Sistema único de Saúde (SUS), por meio da tabela única dos valores dos repasses e propor reflexões e discussões para que se adequem esses valores para o custeio dos hospitais de ensino. Objetivo: Analisar o percentual de cobertura do repasse do SUS relativo aos procedimentos de enfermagem realizados no Ambulatório de um Hospital Universitário do município de São Paulo nos anos de 2016 e 2017. Método: Trata-se de pesquisa quantitativa, exploratório-descritiva, do tipo estudo de caso único. A população foi conformada pelos procedimentos realizados no período estudado, cuja amostra para a obtenção do custo unitário constituiu-se da observação não participante de 656 procedimentos de enfermagem: consulta de enfermagem (CE); administração de medicamentos por vias intramuscular (IM), subcutânea (SC), oral (VO), sublingual (SL), instilação ocular, inalação, punção venosa para administração de medicamentos e soluções endovenosas (EV), bota de Unna (BU); curativo; retirada de pontos; cateterismo vesical de demora (CVD), cateterismo vesical de alívio (CVA); troca de sonda de cistostomia (CTT); inserção de sonda para nutrição enteral (SNE); troca do tubo de gastrostomia (GTT), troca da bolsa de colostomia, glicemia capilar e aferição de sinais vitais. O custo médio total direto (CMTD) foi calculado multiplicando-se o tempo (cronometrado) despendido pelas enfermeiras e técnicos/auxiliares de enfermagem pelo custo unitário da mão de obra direta (MOD) somando-se ao custo dos materiais e soluções. Foi utilizada a moeda brasileira real (R$). O repasse do SUS foi calculado multiplicando-se a quantidade de procedimentos pactuados pelo custo unitário repassado pelo Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órtese Prótese e Materiais Especiais (OPM) do SUS (SIGTAP). Resultados: Obtiveram-se os seguintes valores dos CMTDs: R$ 30,48 (DP=26,77) para CE, R$ 6,15 (DP=1,52) para administração de medicamentos por via IM, R$ 4,46 (DP=1,05) por via SC, R$ 3,38 (DP=1,29) por VO, R$ 3,35 (DP=0,99) por via SL, R$ 4,45 (DP=2,11) para instilação ocular, R$ 4,82 (DP=1,81) para inalação, R$ 14,16 (DP=5,37) para punção venosa para administração de medicamentos e soluções EV, R$ 120,70 (DP=17,19) para BU, R$ 13,76 (DP=3,88) para curativo pequeno, R$ 25,09 (DP=9,80) para curativo médio, R$ 56,91 (DP=24,35) para curativo grande, R$ 14,91 (DP=6,40) para retirada de pontos, R$57,65 (DP=8,94) para CVD, R$ 27,12 (DP=1,93) para CVA, R$ 69,45 (DP=18,47) para troca de sonda de cistostomia, R$ 83,27 (DP=19,17) para SNE, R$ 108,74 (DP=19,49) para troca do tubo de GTT, R$ 53,65 (DP=19,47) para troca da bolsa de colostomia, R$ 6,42 (DP=1,83) para glicemia capilar e R$ 2,86 (DP=0,64) para aferição de sinais vitais. Os valores dos repasses foram de 11,13% do custo real no ano de 2016 e 16,02% no ano de 2017. Conclusão: O valor de repasse do SUS cobriu apenas 13,4% em média nos anos de 2016 e 2017, resultando em uma diferença percentual de receita significantemente inferior aos valores reais gastos pelo hospital, sendo que quanto maior a produtividade em relação à realização dos procedimentos, maior é o déficit (receita negativa) e, consequentemente, maior o gasto que não é coberto pelo repasse. |
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Cobertura do custo dos procedimentos de enfermagem pelo Sistema Único de Saúde no ambulatório de um hospital universitárioCoverage of the cost of outpatient nursing procedures by the Unified Health System in a university hospitalAmbulatory careAssistência ambulatorialControle de CustosCost ControlCosts and Cost AnalysisCustos de Cuidados de SaúdeCustos e Análise de custosEconomia de EnfermagemEconomics NursingHealth Care CostsSistema Único de SaúdeUnified Health SystemIntrodução: O gerenciamento de custos em enfermagem contribui para o controle e aperfeiçoamento de medidas que permitam conhecer os custos dos procedimentos de enfermagem, além de possibilitar que esse conhecimento seja utilizado para estabelecer comparações entre o custo real desses procedimentos com o repasse financeiro coberto pelo Sistema único de Saúde (SUS), por meio da tabela única dos valores dos repasses e propor reflexões e discussões para que se adequem esses valores para o custeio dos hospitais de ensino. Objetivo: Analisar o percentual de cobertura do repasse do SUS relativo aos procedimentos de enfermagem realizados no Ambulatório de um Hospital Universitário do município de São Paulo nos anos de 2016 e 2017. Método: Trata-se de pesquisa quantitativa, exploratório-descritiva, do tipo estudo de caso único. A população foi conformada pelos procedimentos realizados no período estudado, cuja amostra para a obtenção do custo unitário constituiu-se da observação não participante de 656 procedimentos de enfermagem: consulta de enfermagem (CE); administração de medicamentos por vias intramuscular (IM), subcutânea (SC), oral (VO), sublingual (SL), instilação ocular, inalação, punção venosa para administração de medicamentos e soluções endovenosas (EV), bota de Unna (BU); curativo; retirada de pontos; cateterismo vesical de demora (CVD), cateterismo vesical de alívio (CVA); troca de sonda de cistostomia (CTT); inserção de sonda para nutrição enteral (SNE); troca do tubo de gastrostomia (GTT), troca da bolsa de colostomia, glicemia capilar e aferição de sinais vitais. O custo médio total direto (CMTD) foi calculado multiplicando-se o tempo (cronometrado) despendido pelas enfermeiras e técnicos/auxiliares de enfermagem pelo custo unitário da mão de obra direta (MOD) somando-se ao custo dos materiais e soluções. Foi utilizada a moeda brasileira real (R$). O repasse do SUS foi calculado multiplicando-se a quantidade de procedimentos pactuados pelo custo unitário repassado pelo Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órtese Prótese e Materiais Especiais (OPM) do SUS (SIGTAP). Resultados: Obtiveram-se os seguintes valores dos CMTDs: R$ 30,48 (DP=26,77) para CE, R$ 6,15 (DP=1,52) para administração de medicamentos por via IM, R$ 4,46 (DP=1,05) por via SC, R$ 3,38 (DP=1,29) por VO, R$ 3,35 (DP=0,99) por via SL, R$ 4,45 (DP=2,11) para instilação ocular, R$ 4,82 (DP=1,81) para inalação, R$ 14,16 (DP=5,37) para punção venosa para administração de medicamentos e soluções EV, R$ 120,70 (DP=17,19) para BU, R$ 13,76 (DP=3,88) para curativo pequeno, R$ 25,09 (DP=9,80) para curativo médio, R$ 56,91 (DP=24,35) para curativo grande, R$ 14,91 (DP=6,40) para retirada de pontos, R$57,65 (DP=8,94) para CVD, R$ 27,12 (DP=1,93) para CVA, R$ 69,45 (DP=18,47) para troca de sonda de cistostomia, R$ 83,27 (DP=19,17) para SNE, R$ 108,74 (DP=19,49) para troca do tubo de GTT, R$ 53,65 (DP=19,47) para troca da bolsa de colostomia, R$ 6,42 (DP=1,83) para glicemia capilar e R$ 2,86 (DP=0,64) para aferição de sinais vitais. Os valores dos repasses foram de 11,13% do custo real no ano de 2016 e 16,02% no ano de 2017. Conclusão: O valor de repasse do SUS cobriu apenas 13,4% em média nos anos de 2016 e 2017, resultando em uma diferença percentual de receita significantemente inferior aos valores reais gastos pelo hospital, sendo que quanto maior a produtividade em relação à realização dos procedimentos, maior é o déficit (receita negativa) e, consequentemente, maior o gasto que não é coberto pelo repasse.Introduction: The management of nursing costs contributes to the control and improvement of measures that allow the recognition of costs of outpatient nursing procedures, in addition to enabling this knowledge to be used to establish comparisons between the real cost of these procedures and the financial transfer done by the Unified Health System, through the use of a singular cost-coverage table and propose reflections and discussions to adjust the value of these coverages to the cost of teaching hospitals. Objective: To analyze the percentage of coverage of the Unified Health System in relation to the nursing procedures carried out in the Ambulatory of a University Hospital of the city of São Paulo in the years 2016 and 2017. Methodology: This is a quantitative, exploratory-descriptive, unique case study from which samples consisted of the non-participatory observation of 656 outpatient nursing procedures: Office Nursing (ON); the administering of medication by the means of intramuscular (IM), subcutaneous (SC), oral (VO), sublingual (SL), ocular instillation, inhalation, venous puncture for administering medication and intravenous (IV) solutions, Unna Boot (UB); therapeutics; stiches removal; urinary catheterization delay (UCD), urinary catheterization relief (UCR); cystostomy tube replacement; insertion of tube for enteral nutrition (TEN); exchange of the gastrostomy tube (EGT), exchange of the colostomy bag, capillary glycemia and vital signs gauging. The average total direct cost (ATDC) was calculated by multiplying the time (measured) spent by nurses and nursing technicians by the unit cost of direct labor (CDL), added to the cost of materials and solutions. The Brazilian Real currency (R$) was used. The coverage of the Unified Health System was calculated by multiplying the number of procedures agreed upon by the unit cost covered by the Unified Health System Table of Procedures, Medications and Orthosis Prothesis and Special Materials (OPM). Results: The following values of the ATDC were obtained: R$ 30.48 (SD=26.77) for NC, R$ 6.15 (SD=1.52) for IM, R$ 4.46 (SD=1.05) for SC, R$ 3.38 (SD=1.29) for VO, and R$ 3.35 (SD=0.99) for SL, R$ 4.45 (SD=2.11) for ocular instillation, R$ 4.82 (SD=1.81) for inhalation, R$ 14.16 (SD=5.37) for IV, R$ 120.70 (SD=17.19) for UB, R$ 13.76 (SD=3.88) for small therapeutic, R$ 25.09 (SD=9.80) for medium therapeutic, R$ 56.91 (SD=24.35) for large therapeutic, R$ 14.91 (SD=6.40) for stitches removal, R$ 57.65 (SD=8.94) for UCD, R$ 27.12 (SD=1.93) for VCR, R$ 69.45 (SD=18.47) for cystostomy, R$ 83.27 (SD=19.17) for TEN, R$ 108.74 (SD=19.49) for EGT, R$ 53.65 (SD=19.47) for exchange of the colostomy bag, R$ 6.42 (SD=1.83) for capillary glycemia and R$ 2.86 (SD=0.64) for vital signs. The value of coverage was 11.13% of the real cost in 2016 and 16.02% in 2017. Conclusion: The value covered by the Unified Health System accounted for only 13.4% on average in the years 2016 and 2017, resulting in a revenue percentage difference that is significantly lower than the actual amount spent by the hospital, and the higher the productivity in relation to the procedures, the greater the deficit (negative revenue) and, consequently, the greater the expense that is not passed on.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCastilho, ValeriaLima, Antonio Fernandes CostaSportello, Elisabete Finzch2019-07-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-09122019-130618/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-09122019-130618Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: O gerenciamento de custos em enfermagem contribui para o controle e aperfeiçoamento de medidas que permitam conhecer os custos dos procedimentos de enfermagem, além de possibilitar que esse conhecimento seja utilizado para estabelecer comparações entre o custo real desses procedimentos com o repasse financeiro coberto pelo Sistema único de Saúde (SUS), por meio da tabela única dos valores dos repasses e propor reflexões e discussões para que se adequem esses valores para o custeio dos hospitais de ensino. Objetivo: Analisar o percentual de cobertura do repasse do SUS relativo aos procedimentos de enfermagem realizados no Ambulatório de um Hospital Universitário do município de São Paulo nos anos de 2016 e 2017. Método: Trata-se de pesquisa quantitativa, exploratório-descritiva, do tipo estudo de caso único. A população foi conformada pelos procedimentos realizados no período estudado, cuja amostra para a obtenção do custo unitário constituiu-se da observação não participante de 656 procedimentos de enfermagem: consulta de enfermagem (CE); administração de medicamentos por vias intramuscular (IM), subcutânea (SC), oral (VO), sublingual (SL), instilação ocular, inalação, punção venosa para administração de medicamentos e soluções endovenosas (EV), bota de Unna (BU); curativo; retirada de pontos; cateterismo vesical de demora (CVD), cateterismo vesical de alívio (CVA); troca de sonda de cistostomia (CTT); inserção de sonda para nutrição enteral (SNE); troca do tubo de gastrostomia (GTT), troca da bolsa de colostomia, glicemia capilar e aferição de sinais vitais. O custo médio total direto (CMTD) foi calculado multiplicando-se o tempo (cronometrado) despendido pelas enfermeiras e técnicos/auxiliares de enfermagem pelo custo unitário da mão de obra direta (MOD) somando-se ao custo dos materiais e soluções. Foi utilizada a moeda brasileira real (R$). O repasse do SUS foi calculado multiplicando-se a quantidade de procedimentos pactuados pelo custo unitário repassado pelo Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órtese Prótese e Materiais Especiais (OPM) do SUS (SIGTAP). Resultados: Obtiveram-se os seguintes valores dos CMTDs: R$ 30,48 (DP=26,77) para CE, R$ 6,15 (DP=1,52) para administração de medicamentos por via IM, R$ 4,46 (DP=1,05) por via SC, R$ 3,38 (DP=1,29) por VO, R$ 3,35 (DP=0,99) por via SL, R$ 4,45 (DP=2,11) para instilação ocular, R$ 4,82 (DP=1,81) para inalação, R$ 14,16 (DP=5,37) para punção venosa para administração de medicamentos e soluções EV, R$ 120,70 (DP=17,19) para BU, R$ 13,76 (DP=3,88) para curativo pequeno, R$ 25,09 (DP=9,80) para curativo médio, R$ 56,91 (DP=24,35) para curativo grande, R$ 14,91 (DP=6,40) para retirada de pontos, R$57,65 (DP=8,94) para CVD, R$ 27,12 (DP=1,93) para CVA, R$ 69,45 (DP=18,47) para troca de sonda de cistostomia, R$ 83,27 (DP=19,17) para SNE, R$ 108,74 (DP=19,49) para troca do tubo de GTT, R$ 53,65 (DP=19,47) para troca da bolsa de colostomia, R$ 6,42 (DP=1,83) para glicemia capilar e R$ 2,86 (DP=0,64) para aferição de sinais vitais. Os valores dos repasses foram de 11,13% do custo real no ano de 2016 e 16,02% no ano de 2017. Conclusão: O valor de repasse do SUS cobriu apenas 13,4% em média nos anos de 2016 e 2017, resultando em uma diferença percentual de receita significantemente inferior aos valores reais gastos pelo hospital, sendo que quanto maior a produtividade em relação à realização dos procedimentos, maior é o déficit (receita negativa) e, consequentemente, maior o gasto que não é coberto pelo repasse. |
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