Mineralogia, inclusões fluídas e gênese de esmeraldas das jazidas de Chivor, Coscuez, Muzo, Pacho e Yacopi, Colômbia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Romero Ordóñez, Fernando Heli
Data de Publicação: 1993
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-11092015-102032/
Resumo: As jazidas de esmeralda da Colômbia estão localizadas na parte central da Cordilheira Oriental, nas regiões do Guavio e do Território Vásquez-Yacopí. Estas mineralizações de idade terciária, estão localizadas em rochas sedimentares marinhas de idade cretácea inferior, pertencentes às unidades estratigráficas Calizas del Guavio e Lutitas de Macanal, ambas situadas na região do Guavio, e às unidades Rosa Blanca e Paja localizadas no Território Vásquez-Yacopí. As características de posicionamento das mineralizações esmeraldíferas, sugerem um controle tectônico associado aos sistemas de falhas presentes nos anticlinais de Farallones e Villeta Portones. As esmeraldas ocorrem em bolsões, nódulos e lentes, frequentemente relacionados a veios de calcita e brechas de falha em folhetos carbonosos, siltitos e rochas carbonáticas. Existem muitos problemas relacionados à gênese das mineralizações, tanto no que se refere à idade, à origem e à composição dos fluidos mineralizantes, bem como aos mecanismos de transporte e deposição do berílio. Os valores dos parâmetros da cela unitária, dos índices de refração, da birrefringência e da densidade relativa para as esmeraldas do Muzo, Pacho, Yacopí, Coscuez e Chivor, comparados entre si e com dados de outras localidades, mostram que os valores em questão divergem pouco entre si, denotando apenas pequenas diferenças nos processos genéticos entre os locais citados. Na tentativa de fornecer alguma contribuição para o esclarecimento dos aspectos genéticos desses depósitos, foram realizados estudos petrográficos das mineralizações, microtermometria detalhada, espectroscopias micro-Raman e infravermelho, análises químicas e microscopia eletrônica de varredura das inclusões fluidas nas esmeraldas estudadas. Para o reconhecimento das inclusões cristalinas foram utilizados o microscópio eletrônico de varredura e difração de raios X. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia micro-Raman em inclusões fluidas permitiam definir os fluidos mineralizantes como soluções quentes (temperatura acima de 360°C), de densidade média relativamente alta (gt; 1,10-1,20g/cm³), e salinidades de NaCI equivalentes de 40 a 50% em peso, contendo CO2 (aproximadamente 0.2 mol % em Muzo, Pacho e Yacopí e aproximadamente 0.75 mol % em Chivor) e pequenas quantidades de N2. Com relação às condições de pressão máxima, de formação das esmeraldas estudadas, elas situam-se entre 1000 e 2000 bares. Os estudos de raios X e microscopia eletrônica de varredura nas esmeraldas mostram a ocorrência de inclusões cristalinas de cores claras e pequeno tamanho, entre as quais se incluem rutilo, calcita, dolomita, magnesita, pirita, quartzo, esmeralda, apatita, albita e matéria orgânica. Quase todos os componentes que formam as mineralizações em veios, bolsões, lentes, brechas e fissuras junto com a esmeralda, apresentam-se, também, como inclusões cristalinas, possivelmente como produto da interação entre os fluidos mineralizantes e as rochas pré-existentes. As soluções mineralizantes sugerem uma origem a partir de águas conatas, meteóricas e, até mesmo, de águas que percolaram as falhas e circularam em níveis profundos, onde foram submetidas e aquecimento, sugerindo ao longo de outras áreas de falhas. O estilo tectônico da área mineralizada desta região da cordilheira Oriental, torna este modelo razoável. Tais águas conteriam oxigênio dissolvido que oxidou em parte hidrocarbonetos dos folhelhos negros nas áreas de brecha. A fonte de NaCI e KCI para as salmouras observadas nas inclusões fluidas poderia ser encontrada nos corpos evaporíticos do Cretáceo Inferior, amplamente distribuídos nos estados de Boyacá e Cundinamarca. Com relação ao CaCl2 existente nessas salmouras, a sua fonte poderia ser as águas marinhas que ficaram presas nos poros dos sedimentos e misturam-se com águas meteóricas e conatas. Com relação à origem do berílio, admite-se uma fonte de origem marinha endógena profunda, considerando-se que as águas quentes, no seu processo de migração, solubilizaram o berilo existente nas rochas do embasamento da cordilheira e, por percolação, conduziram esse elemento até a superfície.
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As esmeraldas ocorrem em bolsões, nódulos e lentes, frequentemente relacionados a veios de calcita e brechas de falha em folhetos carbonosos, siltitos e rochas carbonáticas. Existem muitos problemas relacionados à gênese das mineralizações, tanto no que se refere à idade, à origem e à composição dos fluidos mineralizantes, bem como aos mecanismos de transporte e deposição do berílio. Os valores dos parâmetros da cela unitária, dos índices de refração, da birrefringência e da densidade relativa para as esmeraldas do Muzo, Pacho, Yacopí, Coscuez e Chivor, comparados entre si e com dados de outras localidades, mostram que os valores em questão divergem pouco entre si, denotando apenas pequenas diferenças nos processos genéticos entre os locais citados. Na tentativa de fornecer alguma contribuição para o esclarecimento dos aspectos genéticos desses depósitos, foram realizados estudos petrográficos das mineralizações, microtermometria detalhada, espectroscopias micro-Raman e infravermelho, análises químicas e microscopia eletrônica de varredura das inclusões fluidas nas esmeraldas estudadas. Para o reconhecimento das inclusões cristalinas foram utilizados o microscópio eletrônico de varredura e difração de raios X. Os resultados dos estudos de microtermometria e espectroscopia micro-Raman em inclusões fluidas permitiam definir os fluidos mineralizantes como soluções quentes (temperatura acima de 360°C), de densidade média relativamente alta (gt; 1,10-1,20g/cm³), e salinidades de NaCI equivalentes de 40 a 50% em peso, contendo CO2 (aproximadamente 0.2 mol % em Muzo, Pacho e Yacopí e aproximadamente 0.75 mol % em Chivor) e pequenas quantidades de N2. Com relação às condições de pressão máxima, de formação das esmeraldas estudadas, elas situam-se entre 1000 e 2000 bares. Os estudos de raios X e microscopia eletrônica de varredura nas esmeraldas mostram a ocorrência de inclusões cristalinas de cores claras e pequeno tamanho, entre as quais se incluem rutilo, calcita, dolomita, magnesita, pirita, quartzo, esmeralda, apatita, albita e matéria orgânica. Quase todos os componentes que formam as mineralizações em veios, bolsões, lentes, brechas e fissuras junto com a esmeralda, apresentam-se, também, como inclusões cristalinas, possivelmente como produto da interação entre os fluidos mineralizantes e as rochas pré-existentes. As soluções mineralizantes sugerem uma origem a partir de águas conatas, meteóricas e, até mesmo, de águas que percolaram as falhas e circularam em níveis profundos, onde foram submetidas e aquecimento, sugerindo ao longo de outras áreas de falhas. O estilo tectônico da área mineralizada desta região da cordilheira Oriental, torna este modelo razoável. Tais águas conteriam oxigênio dissolvido que oxidou em parte hidrocarbonetos dos folhelhos negros nas áreas de brecha. A fonte de NaCI e KCI para as salmouras observadas nas inclusões fluidas poderia ser encontrada nos corpos evaporíticos do Cretáceo Inferior, amplamente distribuídos nos estados de Boyacá e Cundinamarca. Com relação ao CaCl2 existente nessas salmouras, a sua fonte poderia ser as águas marinhas que ficaram presas nos poros dos sedimentos e misturam-se com águas meteóricas e conatas. Com relação à origem do berílio, admite-se uma fonte de origem marinha endógena profunda, considerando-se que as águas quentes, no seu processo de migração, solubilizaram o berilo existente nas rochas do embasamento da cordilheira e, por percolação, conduziram esse elemento até a superfície.The emerald mines of Colombia are situated in the central part of the Eastern Cordilheira, specifically in the region of Guavio and Vásquez-Yacopí. These Be-mineralizations of Tertiary age are found in Lower Cretaceous marine sedimentary rocks and belonging to the stratigraphic units \"Calizas del Guavio\" and \"Lutitas de Macanal\" (Guavio), as well as \"Rosa Blanca\" and Paja\" (Vásquez-Yacopí). The field occurrence and geology of these mines imply a tectonic influence of a large fault system, evidenced by the anticlines of Farallones and Villeta Portones. The emeralds occur in voids, nodules and lenses, very often accompanied by veins of calcite and fault breccia in carbonaceous argillites, siltites and carbonates. Cell parameters, density and optical properties of emeralds from Muzo, Coscuez, Pacho, Chivor and Yacopí have been determined and compared with data for other emeralds worldwide. There are hardly any differences in these properties between Colombian emeralds and others elsewhere. To unravel the conditions of formation, fluid and solid inclusions have been investigated by IR and micro-Raman spectroscopy, X-ray diffraction, chemical means and electron microscopy. The fluids were included as hot solutions (> 380°C), of relative high density (1,20-1,22g/cm³) and salinity (40-50 weight % NaCI equiv.). The CO2 content is low (0.2 mole % in Muzo, Pacho and Yacopí and about 0,75 mole % in Chivor) and nitrogen content is even lower. Rutile, calcite, dolomite, magnesite, pyrite, quartz, emerald, apatite, albite and carbonaceous matter have been found as solid inclusions. Nearly all minerals and components of the rock occur as solid inclusions, most probably due to rock-fluid interactions during the formation of the emeralds. It is proposed that connate and meteoric waters penetrated deeper lying stata. After heating and leaching of chemical elements, these solutions ascended along deep fault systems. The tectonic style of the \"Cordilheira Oriental\" makes such a model likely. The NaCI and KCI found in the brines of the fluid inclusions may have been derived from Cretaceous evaporites widely distributed in the states of Boyacá and Cundinamarca. The CaCI2 component may be derived from pore-waters in the sediments which mixed with the descending connate and meteoric waters. The Be is thought to have been derived by deep marine/crustal processes and transported by circulating waters to higher levels of the crust.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSvizzero, Darcy PedroRomero Ordóñez, Fernando Heli1993-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-11092015-102032/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-11092015-102032Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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