Queda da pressão portal após desconexão ázigo-portal e esplenectomia em pacientes esquistossomóticos: impacto no comportamento das varizes esofageanas, na taxa de ressangramento e na trombose de veia porta
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-05072020-171656/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A hipertensão portal esquistossomótica tem como principal complicação a hemorragia digestiva causada por ruptura das varizes esofageanas com mortalidade podendo chegar a 20%. A profilaxia do ressangramento das varizes indicada pela maioria dos serviços que lidam com esta afecção tem sido a desconexão ázigo-portal e esplenectomia (DAPE) associada a terapia endoscópica pós-operatória, no entanto há poucos estudos que avaliam os reusultados dessa opção terapêutica a longo prazo. O real papel da DAPE e a importância da terapia endoscópica no comportamento das varizes esofageanas ainda não está esclarecido. Na tentativa de estabelecer esta relação, realizou-se a avaliação da pressão portal antes a após a realização da DAPE e relacionou-se sua queda à evolução das varizes e à recidiva hemorrágica. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da queda da pressão portal intra-operatória em pacientes esquistossomóticos submetidos à DAPE e tratamento endoscópico pósoperatório na evolução tardia dos pacientes no que se refere ao comportamento das varizes esofágicas, recidiva hemorrágica e trombose da veia porta. MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente trinta e seis pacientes submetidos a DAPE associada à terapia endoscópica e com pressão portal aferida antes e após a cirurgia em dois centros, Faculdade de Medicina da UFG e na Faculdade de Medicina da USP. Os pacientes foram avaliados por exame endoscópico nos primeiros trinta dias de pós-operatório e seguidos por tempo médio de dez anos. Neste período, foram analisados a ocorrência de trombose da veia porta no pós-operatório, o calibre das varizes no pré-operatório, pós-operatório precoce e tardio e a recidiva hemorrágica. Além disso, os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a queda da pressão portal: acima e abaixo de trinta por cento e estes grupos foram comparados, levando em conta os resultados do calibre das varizes e recidiva hemorrágica. RESULTADOS: Houve regressão significativa do calibre das varizes em relação ao pré-operatório, tanto no pós-operatório precoce como tardio (p < 0,001 em ambos). A comparação entre o calibre das varizes no pós-operatório precoce e tardio não foi estatisticamente significativa (p=1,000). A análise do comportamento das varizes esofageanas, relacionadas à queda da pressão portal no intraoperatório, acima e abaixo de trinta por cento, não mostrou diferença significativa entre os grupos, comparando o calibre pré e pós-operatório precoce (p=0,297). Quando comparados o pré e o pós-operatório tardio a diferença foi significativa (p < 0,034). A recidiva hemorrágica ocorreu em 16,6% dos pacientes acompanhados. A variação de pressão portal intraoperatória (acima e abaixo de trinta por cento) não influenciou de forma significativa a recidiva hemorrágica por sangramento de varizes esofageanas (p=0,20). A ocorrência de trombose não esteve associada de forma significativa à recidiva hemorrágica (p=1,000). CONCLUSÕES: Embora a cirurgia tenha influência direta na redução do calibre das varizes esofageanas, a queda de pressão portal não parece ser fator determinante para esta diminuição no comportamento das varizes esofágicas nem a curto nem a longo prazo. O tratamento endoscópico de longo prazo se faz necessário, independentemente do efeito da cirurgia na hemodinâmica portal, tanto em relação ao calibre das varizes quanto ao controle da recidiva hemorrágica. A queda de pressão portal não influenciou o índice de trombose de veia porta. A incidência de trombose de veia porta não influenciou a taxa de recidiva hemorrágica a longo prazo |
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Queda da pressão portal após desconexão ázigo-portal e esplenectomia em pacientes esquistossomóticos: impacto no comportamento das varizes esofageanas, na taxa de ressangramento e na trombose de veia portaPortal pressure decrease after esophagogastric devascularization and splenectomy: influence in varices behavior, rebleeding rate and portal vein thrombosisCirurgiaControlControleEsophageal and gastric varicesEsquistossomose mansoniHemorragiaHemorrhageHipertensão portalPortal hypertensionPortal pressurePortal veinPressão na veia portaSchistosomiasis mansoniSugeryThrombosisTromboseVarizes esofágicas e gástricasVeia portaINTRODUÇÃO: A hipertensão portal esquistossomótica tem como principal complicação a hemorragia digestiva causada por ruptura das varizes esofageanas com mortalidade podendo chegar a 20%. A profilaxia do ressangramento das varizes indicada pela maioria dos serviços que lidam com esta afecção tem sido a desconexão ázigo-portal e esplenectomia (DAPE) associada a terapia endoscópica pós-operatória, no entanto há poucos estudos que avaliam os reusultados dessa opção terapêutica a longo prazo. O real papel da DAPE e a importância da terapia endoscópica no comportamento das varizes esofageanas ainda não está esclarecido. Na tentativa de estabelecer esta relação, realizou-se a avaliação da pressão portal antes a após a realização da DAPE e relacionou-se sua queda à evolução das varizes e à recidiva hemorrágica. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da queda da pressão portal intra-operatória em pacientes esquistossomóticos submetidos à DAPE e tratamento endoscópico pósoperatório na evolução tardia dos pacientes no que se refere ao comportamento das varizes esofágicas, recidiva hemorrágica e trombose da veia porta. MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente trinta e seis pacientes submetidos a DAPE associada à terapia endoscópica e com pressão portal aferida antes e após a cirurgia em dois centros, Faculdade de Medicina da UFG e na Faculdade de Medicina da USP. Os pacientes foram avaliados por exame endoscópico nos primeiros trinta dias de pós-operatório e seguidos por tempo médio de dez anos. Neste período, foram analisados a ocorrência de trombose da veia porta no pós-operatório, o calibre das varizes no pré-operatório, pós-operatório precoce e tardio e a recidiva hemorrágica. Além disso, os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a queda da pressão portal: acima e abaixo de trinta por cento e estes grupos foram comparados, levando em conta os resultados do calibre das varizes e recidiva hemorrágica. RESULTADOS: Houve regressão significativa do calibre das varizes em relação ao pré-operatório, tanto no pós-operatório precoce como tardio (p < 0,001 em ambos). A comparação entre o calibre das varizes no pós-operatório precoce e tardio não foi estatisticamente significativa (p=1,000). A análise do comportamento das varizes esofageanas, relacionadas à queda da pressão portal no intraoperatório, acima e abaixo de trinta por cento, não mostrou diferença significativa entre os grupos, comparando o calibre pré e pós-operatório precoce (p=0,297). Quando comparados o pré e o pós-operatório tardio a diferença foi significativa (p < 0,034). A recidiva hemorrágica ocorreu em 16,6% dos pacientes acompanhados. A variação de pressão portal intraoperatória (acima e abaixo de trinta por cento) não influenciou de forma significativa a recidiva hemorrágica por sangramento de varizes esofageanas (p=0,20). A ocorrência de trombose não esteve associada de forma significativa à recidiva hemorrágica (p=1,000). CONCLUSÕES: Embora a cirurgia tenha influência direta na redução do calibre das varizes esofageanas, a queda de pressão portal não parece ser fator determinante para esta diminuição no comportamento das varizes esofágicas nem a curto nem a longo prazo. O tratamento endoscópico de longo prazo se faz necessário, independentemente do efeito da cirurgia na hemodinâmica portal, tanto em relação ao calibre das varizes quanto ao controle da recidiva hemorrágica. A queda de pressão portal não influenciou o índice de trombose de veia porta. A incidência de trombose de veia porta não influenciou a taxa de recidiva hemorrágica a longo prazoBACKGROUND: The main complication in schistossomic portal hypertension is varices bleeding, with a 20% mortality rate.Varices rebleeding prevention used by the majority of centers is esophagogastric devascularization and splenectomy (EGDS) associated to postoperative endoscopic therapy. Nevertheless, there is a lack of studies that evaluate long-term results of this treatment. The role of EGDS and the importance of endoscopic therapy on esophageal varices behavior is still not clear. In attempt to stablish this relationship, an evaluation of portal pressure before and after EGDS was made and this result was related to esophageal varices behavior and esophageal varices bleeding. The aim of this study was to evaluate the role of intra-operative portal pressure decreasein late behavior of eophageal varices, variceal rebleeding and portal vein thrombosis in schistosomic patients submitted to EGDS and postoperative endoscopic therapy. METHODS: a retrospective study of 36 patients submitted to EGDS, followed by endoscopic varices therapy. Portal pressure was mesured before and after the procedure in two centers, University of Goiás Medical School and University of São Paulo Medical School. Endoscopic evaluation was done in the first postoperative month and patients were followed for a meantime of ten years. Varices size, rebleeding, rate and portal vein thrombosis were evaluated during this period. Patients were stratified according to the intra operative portal pressure decrease in two groups: above and below 30%. Long-term varices presence and size and bleeding recurrence were evaluated. RESULTS: Varices size regressed significantly when compared to preoperative size at early and late postoperative evaluation (both with p < 0.001).Comparing early and late postoperative varices size, there was no significant diference (p=1.000). With regard to varices size and its relation to portal pressure fall, below and above 30%, there was no significant diference between groups, comparing preoperative and early postoperative period (p=0.297), regarding the preoperative and late postoperative period there was a significant diference between groups (p < 0.034).Rebleeding rate was 16.6%. Intra operative portal pressure decrease did not influence the rebleeding rate (p=0.20) and portal vein thrombosis was also not associated with rebleeding (p=1.000). CONCLUSIONS: Although surgery has an important role in esophageal varices size reduction, portal pressure fall does not seem to have a major influence in varices behavior neither in early nor in late period. Late endoscopic therapy is necessary despite surgery effect in portal flow, either regarding varices size or in rebleeding controlBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHerman, PauloSilva Neto, Walter De Biase da2020-01-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-05072020-171656/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-07-05T23:53:02Zoai:teses.usp.br:tde-05072020-171656Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-07-05T23:53:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Queda da pressão portal após desconexão ázigo-portal e esplenectomia em pacientes esquistossomóticos: impacto no comportamento das varizes esofageanas, na taxa de ressangramento e na trombose de veia porta Silva Neto, Walter De Biase da Cirurgia Control Controle Esophageal and gastric varices Esquistossomose mansoni Hemorragia Hemorrhage Hipertensão portal Portal hypertension Portal pressure Portal vein Pressão na veia porta Schistosomiasis mansoni Sugery Thrombosis Trombose Varizes esofágicas e gástricas Veia porta |
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INTRODUÇÃO: A hipertensão portal esquistossomótica tem como principal complicação a hemorragia digestiva causada por ruptura das varizes esofageanas com mortalidade podendo chegar a 20%. A profilaxia do ressangramento das varizes indicada pela maioria dos serviços que lidam com esta afecção tem sido a desconexão ázigo-portal e esplenectomia (DAPE) associada a terapia endoscópica pós-operatória, no entanto há poucos estudos que avaliam os reusultados dessa opção terapêutica a longo prazo. O real papel da DAPE e a importância da terapia endoscópica no comportamento das varizes esofageanas ainda não está esclarecido. Na tentativa de estabelecer esta relação, realizou-se a avaliação da pressão portal antes a após a realização da DAPE e relacionou-se sua queda à evolução das varizes e à recidiva hemorrágica. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da queda da pressão portal intra-operatória em pacientes esquistossomóticos submetidos à DAPE e tratamento endoscópico pósoperatório na evolução tardia dos pacientes no que se refere ao comportamento das varizes esofágicas, recidiva hemorrágica e trombose da veia porta. MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente trinta e seis pacientes submetidos a DAPE associada à terapia endoscópica e com pressão portal aferida antes e após a cirurgia em dois centros, Faculdade de Medicina da UFG e na Faculdade de Medicina da USP. Os pacientes foram avaliados por exame endoscópico nos primeiros trinta dias de pós-operatório e seguidos por tempo médio de dez anos. Neste período, foram analisados a ocorrência de trombose da veia porta no pós-operatório, o calibre das varizes no pré-operatório, pós-operatório precoce e tardio e a recidiva hemorrágica. Além disso, os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a queda da pressão portal: acima e abaixo de trinta por cento e estes grupos foram comparados, levando em conta os resultados do calibre das varizes e recidiva hemorrágica. RESULTADOS: Houve regressão significativa do calibre das varizes em relação ao pré-operatório, tanto no pós-operatório precoce como tardio (p < 0,001 em ambos). A comparação entre o calibre das varizes no pós-operatório precoce e tardio não foi estatisticamente significativa (p=1,000). A análise do comportamento das varizes esofageanas, relacionadas à queda da pressão portal no intraoperatório, acima e abaixo de trinta por cento, não mostrou diferença significativa entre os grupos, comparando o calibre pré e pós-operatório precoce (p=0,297). Quando comparados o pré e o pós-operatório tardio a diferença foi significativa (p < 0,034). A recidiva hemorrágica ocorreu em 16,6% dos pacientes acompanhados. A variação de pressão portal intraoperatória (acima e abaixo de trinta por cento) não influenciou de forma significativa a recidiva hemorrágica por sangramento de varizes esofageanas (p=0,20). A ocorrência de trombose não esteve associada de forma significativa à recidiva hemorrágica (p=1,000). CONCLUSÕES: Embora a cirurgia tenha influência direta na redução do calibre das varizes esofageanas, a queda de pressão portal não parece ser fator determinante para esta diminuição no comportamento das varizes esofágicas nem a curto nem a longo prazo. O tratamento endoscópico de longo prazo se faz necessário, independentemente do efeito da cirurgia na hemodinâmica portal, tanto em relação ao calibre das varizes quanto ao controle da recidiva hemorrágica. A queda de pressão portal não influenciou o índice de trombose de veia porta. A incidência de trombose de veia porta não influenciou a taxa de recidiva hemorrágica a longo prazo |
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