Entorno do patrimônio: políticas de preservação urbana em Belém, Pelotas e São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-20102023-201333/ |
Resumo: | Entorno, vizinhança, zona tampão, área envoltória ou de tutela são algumas denominações empregadas por órgãos de preservação, legislações e cartas patrimoniais para formular um conceito que se refere à área que circunda o bem tombado, sujeita a restrições de uso e ocupação. Inicialmente, era voltado a garantir a visibilidade dos monumentos. Na década de 1980, o entorno de bens tombados foi uma aposta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- Iphan para a preservação urbana com uma proposta de induzir a ordenação urbana e melhorar a qualidade de vida nas cidades, respondendo às reivindicações sociais fomentadas pela conjuntura de abertura política. Ao longo das práticas de proteção e pela jurisprudência, a concepção foi ampliada, sendo o entorno compreendido também a partir da ambiência, usos e práticas sociais que adjetivam o patrimônio tombado. No entanto, ainda há muitas divergências sobre o uso do entorno. Vemos ações sendo desenvolvidas reforçando discursos hegemônicos que contribuem com a manutenção de desigualdades sociais urbanas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo compreender o papel do entorno nas políticas do Iphan a partir da década de 1980, por meio do estudo de tombamentos e seus entornos simbólicos. O entorno das Casas no 2, 6 e 8, em Pelotas/RS, foi delimitado a partir de análise urbana e teve como base os procedimentos construídos pela área central do Iphan. O tombamento nacional do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém/PA, foi solicitado para proteção do entorno e considerou outros critérios para intervenções na área. E o Parque Modernista, em São Paulo/SP, que não teve entorno delimitado apesar das reivindicações sociais de tombamento devido às intensas transformações urbanas. Consideramos o percurso histórico, conceitual e metodológico de entorno e as dinâmicas das políticas de preservação urbana até os desafios atuais. A hipótese de que à revelia da definição ampliada de entorno, não há democratização da compreensão de patrimônio cultural e nem integração das políticas públicas sobre o entorno foi confirmada. Pretendemos contribuir ao entendimento da política de preservação urbana brasileira em suas diferentes concepções e processos decisórios. |
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Entorno do patrimônio: políticas de preservação urbana em Belém, Pelotas e São PauloSurrounding heritage: urban preservation policies in Belém, Pelotas and São PauloBuffer zonesCasas nº 2; 6; 8Entorno de bens tombadosHouses nº 2; 6 and 8IphanIPHANModernist ParkParque ModernistaParque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio GoeldiZoobotanical Park of the Paraense Emílio Goeldi MuseuEntorno, vizinhança, zona tampão, área envoltória ou de tutela são algumas denominações empregadas por órgãos de preservação, legislações e cartas patrimoniais para formular um conceito que se refere à área que circunda o bem tombado, sujeita a restrições de uso e ocupação. Inicialmente, era voltado a garantir a visibilidade dos monumentos. Na década de 1980, o entorno de bens tombados foi uma aposta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- Iphan para a preservação urbana com uma proposta de induzir a ordenação urbana e melhorar a qualidade de vida nas cidades, respondendo às reivindicações sociais fomentadas pela conjuntura de abertura política. Ao longo das práticas de proteção e pela jurisprudência, a concepção foi ampliada, sendo o entorno compreendido também a partir da ambiência, usos e práticas sociais que adjetivam o patrimônio tombado. No entanto, ainda há muitas divergências sobre o uso do entorno. Vemos ações sendo desenvolvidas reforçando discursos hegemônicos que contribuem com a manutenção de desigualdades sociais urbanas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo compreender o papel do entorno nas políticas do Iphan a partir da década de 1980, por meio do estudo de tombamentos e seus entornos simbólicos. O entorno das Casas no 2, 6 e 8, em Pelotas/RS, foi delimitado a partir de análise urbana e teve como base os procedimentos construídos pela área central do Iphan. O tombamento nacional do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém/PA, foi solicitado para proteção do entorno e considerou outros critérios para intervenções na área. E o Parque Modernista, em São Paulo/SP, que não teve entorno delimitado apesar das reivindicações sociais de tombamento devido às intensas transformações urbanas. Consideramos o percurso histórico, conceitual e metodológico de entorno e as dinâmicas das políticas de preservação urbana até os desafios atuais. A hipótese de que à revelia da definição ampliada de entorno, não há democratização da compreensão de patrimônio cultural e nem integração das políticas públicas sobre o entorno foi confirmada. Pretendemos contribuir ao entendimento da política de preservação urbana brasileira em suas diferentes concepções e processos decisórios.Surroundings, neighborhood, buffer zone, enveloping or guardianship area are some denominations used by preservation agencies, legislation and heritage charters to formulate a concept that refers to the area that surrounds the listed property, subject to restrictions of use and occupation. Initially, it was aimed at ensuring the visibility of the monuments. In the 1980s, the surroundings of listed heritage was a bet of the Institute of National Historical and Artistic Heritage - Iphan for urban preservation with a proposal to induce urban ordering and improve the quality of life in cities, responding to the social demands fostered by the conjuncture of political openness. Throughout the protection practices and jurisprudence, the conception was expanded, and the surroundings was also understood from its ambience, uses and social practices that adjectivize the listed heritage. However, there are still many disagreements about the use of the surroundings. We see actions being developed reinforcing hegemonic discourses that contribute to the maintenance of urban social inequalities. Thus, this research aimed to understand the role of the environment in the policies of Iphan from the 1980s, through the study of symbolic heritage classification process and their surroundings. The surroundings of Houses No. 2, 6 and 8, in Pelotas/RS, was delimited from urban analysis and was based on the procedures built by the central area of Iphan. The national listing of the Zoo and Botanical Park of the Emílio Goeldi Museum of Pará, in Belém/PA, was requested to protect the surroundings and considered other criteria for interventions in the area. And the Modernist Park, in São Paulo/SP, which had no delimited surroundings despite the social demands of protection due to the intense urban transformations. The historical, conceptual and methodological course of the surroundings and the dynamics of urban preservation policies up to the current challenges were considered. The hypothesis that in default of appearance of the expanded definition of surroundings, there is no democratization of the understanding of cultural heritage and no integration of public policies on the surroundings was confirmed. We intend to contribute to the understanding of the Brazilian urban preservation policy in its different conceptions and decision-making processes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNascimento, Flávia Brito doNito, Mariana Kimie da Silva2023-08-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-20102023-201333/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-10-24T19:17:02Zoai:teses.usp.br:tde-20102023-201333Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-10-24T19:17:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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