Contribuição Palinológica ao estudo da evolução do Manguezal do Rio Itanhaém, Litoral Sul de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-07052009-163849/ |
Resumo: | O registro palinológico de manguezais atuais é, de uma maneira geral, pouco estudado. A maioria dos trabalhos foram realizados na região Indo-Pacífica (India, Polinésia e Norte da Austrália), de modo que pouco se sabe sobre registros palinológicos deste ecossistema na região do Atlântico Sul. Os trabalhos realizados na costa brasileira são restritos a poucas áreas, tendo em vista a ampla distribuição de bosques de mangue ao longo do litoral do Brasil. Neste contexto, esta pesquisa buscou contribuir para o conhecimento da evolução de um ecossistema de manguezal, através da análise palinológica de testemunho coletado em sedimentos do manguezal de Itanhaém, litoral sul de São Paulo. A planície costeira de Itanhaém possui cerca de 50 km de comprimento e largura máxima de 15 km. A margem do rio Itanhaém e de seus afluentes são ocupadas, a jusante, por densa mata de restinga, em sua maior parte em condições primárias de conservação e, a montante, próximo das encostas da serra do mar, por floresta tropical (mata atlântica). Próximo à foz do rio Itanhaém existe uma área de aproximadamente 3,5 km2 ocupada por manguezal pouco degradado. Além da análise palinológica de um testemunho raso (135 cm) coletado na área de manguezal, foi realizada a calibração dos ecossistemas presentes (manguezal, restinga e mata atlântica) em termos de chuva polínica moderna. Ao longo do testemunho, foram coletadas amostras para a análise palinológica em intervalos de 4 cm e foram selecionados quatro níveis, de acordo com mudanças no tipo de sedimento, para datações 14C. Pelos resultados obtidos, através da análise palinológicas das amostras do testemunho, foi possível observar uma forte influência dos gêneros de mata tropical no registro polínico do manguezal. Estes dados, aliados a dados da bibliografia, mostraram diferenças significativas no registro palinológico de manguezais das regiões sudeste-sul e norte-nordeste. Trabalhos realizados na região norte-nordeste apresentaram registros com super-representação de pólens de Rhizophora, enquanto que os trabalhos feitos na região sudeste-sul indicaram pouca quantidade de pólens de associação típica de mangue (Rhizophora/Avicennia) e grande quantidade de taxa polínicos de mata. Esta diferença pode ser explicada pela distância que separa os manguezais da mata atlântica. A análise dos dados obtidos permitiu a elaboração de um modelo para explicar a evolução do manguezal de Itanhaém. O manguezal de Itanhaém deve ter surgido nesta região há pelo menos 1300 anos AP. Há cerca de 1000 anos AP este ecossistema deve ter se expandido até áreas próximas ao local onde o testemunho foi coletado e colonizado a área do testemunho por volta de 330 anos AP. A evolução do manguezal de Itanhaém estaria relacionada à dinâmica sedimentar do estuário. Desta forma, o desenvolvimento e expansão da vegetação de mangue teria ocorrido com o aumento da faixa de intermaré do estuário, provocado por progradação de deltas de cabeceira de baía. |
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Contribuição Palinológica ao estudo da evolução do Manguezal do Rio Itanhaém, Litoral Sul de São PauloLate Holocene development of a mangrove ecosystem in southeastern Brazil (Itanhaém, state of São Paulo): palynological contributionChuva polínica modernaHoloceneHolocenoMangroveManguezalModern pollen rainPalinologiaPollen recordO registro palinológico de manguezais atuais é, de uma maneira geral, pouco estudado. A maioria dos trabalhos foram realizados na região Indo-Pacífica (India, Polinésia e Norte da Austrália), de modo que pouco se sabe sobre registros palinológicos deste ecossistema na região do Atlântico Sul. Os trabalhos realizados na costa brasileira são restritos a poucas áreas, tendo em vista a ampla distribuição de bosques de mangue ao longo do litoral do Brasil. Neste contexto, esta pesquisa buscou contribuir para o conhecimento da evolução de um ecossistema de manguezal, através da análise palinológica de testemunho coletado em sedimentos do manguezal de Itanhaém, litoral sul de São Paulo. A planície costeira de Itanhaém possui cerca de 50 km de comprimento e largura máxima de 15 km. A margem do rio Itanhaém e de seus afluentes são ocupadas, a jusante, por densa mata de restinga, em sua maior parte em condições primárias de conservação e, a montante, próximo das encostas da serra do mar, por floresta tropical (mata atlântica). Próximo à foz do rio Itanhaém existe uma área de aproximadamente 3,5 km2 ocupada por manguezal pouco degradado. Além da análise palinológica de um testemunho raso (135 cm) coletado na área de manguezal, foi realizada a calibração dos ecossistemas presentes (manguezal, restinga e mata atlântica) em termos de chuva polínica moderna. Ao longo do testemunho, foram coletadas amostras para a análise palinológica em intervalos de 4 cm e foram selecionados quatro níveis, de acordo com mudanças no tipo de sedimento, para datações 14C. Pelos resultados obtidos, através da análise palinológicas das amostras do testemunho, foi possível observar uma forte influência dos gêneros de mata tropical no registro polínico do manguezal. Estes dados, aliados a dados da bibliografia, mostraram diferenças significativas no registro palinológico de manguezais das regiões sudeste-sul e norte-nordeste. Trabalhos realizados na região norte-nordeste apresentaram registros com super-representação de pólens de Rhizophora, enquanto que os trabalhos feitos na região sudeste-sul indicaram pouca quantidade de pólens de associação típica de mangue (Rhizophora/Avicennia) e grande quantidade de taxa polínicos de mata. Esta diferença pode ser explicada pela distância que separa os manguezais da mata atlântica. A análise dos dados obtidos permitiu a elaboração de um modelo para explicar a evolução do manguezal de Itanhaém. O manguezal de Itanhaém deve ter surgido nesta região há pelo menos 1300 anos AP. Há cerca de 1000 anos AP este ecossistema deve ter se expandido até áreas próximas ao local onde o testemunho foi coletado e colonizado a área do testemunho por volta de 330 anos AP. A evolução do manguezal de Itanhaém estaria relacionada à dinâmica sedimentar do estuário. Desta forma, o desenvolvimento e expansão da vegetação de mangue teria ocorrido com o aumento da faixa de intermaré do estuário, provocado por progradação de deltas de cabeceira de baía.There are few studies about palynology of modern mangroves. Most of them were carried out in the Indo-Pacific region (India, Polynesia and north of Australia). Palynological studies of mangroves of the south Atlantic coast are scarces and poorly studied. In this context, the main objective of this research was to describe the modern mangrove evolution through the pollen record observed from core samples collected in the Itanhaém mangrove area, State of São Paulo (SE, Brazil). The Itanhaém coastal plain is 50 km leight and 15 km of maximum width. The area drained by the Itanhaém river is occupied, by rain forest upstream and by coastal forest (restinga) downstream. The mangrove has an area of 3,5 km2 and is located dowstream the Itanhaém river estuary. A 135 cm deph core was collected inside the mangrove and the core samples analyses were based on modern pollen rain results. The adopted sample interval was 4 cm. The chronology of the palynological record was established by four 14C ages. The results show that there is a strong influence of rain forest taxa on the mangrove pollen spectra. This was observed in other analysis from mangroves of the southern and southeastern coast of Brazil. On the other hand, the northern mangroves are characterized by high percentages of mangrove taxa (Rhizophora and Avicennia). This difference can be explaned by the distance between the mangrove and the rain forest. In the south and southeast regions the rain forest is very close to the mangroves areas. We were able to build a conceptual model of evolution for the Itanhaém mangrove. The Itanhaém mangrove development started at least 1300 yr BP. The mangrove expansion should have occurred within the regional increase of the intertidal zone, provoked by the estuary sedimentary filling. At about 1000 yr BP, the mangrove expanded until areas where the core was collected and colonized this area around 300 yr AP. These results show that the evolution of the Itanhaém mangrove is related to the sedimentary dynamic of the estuary. This work differs from previous analysis that usually interpret the palynologycal record in terms of climatic changes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLedru, Marie PierreAmaral, Paula Garcia Carvalho do2003-06-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-07052009-163849/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:59Zoai:teses.usp.br:tde-07052009-163849Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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