Fatores de risco associados às fístulas pancreáticas em duodenopancreatectomias: desenvolvimento e validação interna de nomograma pré-operatório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Namur, Guilherme Naccache
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-17012023-195301/
Resumo: Introdução: Apesar da diminuição da mortalidade nas últimas décadas, a duodenopancreatectomia (DPT) ainda tem morbidade ao redor de 30% a 50%. A maioria das complicações relaciona-se à fístula pancreática (FP). Na última década, com a nova classificação proposta pelo International Study Group on Pancreatic Fistula (ISGPF) 2016, surgiu o conceito de FP clinicamente relevante. Objetivo: Desenvolver um escore de risco e nomograma para prever a incidência de FP no pós-operatório de DPT. Métodos: Este é um estudo observacional realizado através da análise retrospectiva de um banco de dados coletado prospectivamente. Pacientes submetidos à DPT foram avaliados entre janeiro de 2009 e janeiro de 2018, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Foram consideradas variáveis clínicas, como idade, diagnóstico, índice de massa corpórea (IMC) e emagrecimento; laboratoriais, como albumina sérica e hemoglobina; radiológicas, como diâmetro do ducto pancreático principal, atenuação tomográfica do parênquima pancreático; intraoperatórias, como tempo cirúrgico e sangramento; e pós-operatórias, como amilasemia. O desfecho principal observado no estudo foi a ocorrência de FP de acordo com a classificação do ISGPF 2016. Selecionaram-se variáveis com p<0,1 para análise multivariada, e aquelas com p<0,05 foram utilizadas em um escore logístico de risco, representado graficamente por um nomograma. Posteriormente, validou-se internamente esse escore, aplicando-o em pacientes submetidos à DPT no ICESP de janeiro de 2016 a fevereiro de 2018 e avaliou-se o desempenho, utilizando-se uma curva ROC. Resultado: Avaliaram-se 180 pacientes no período de 2009 a 2016, e a incidência de FP foi de 19,4%. As variáveis independentes que se associaram a risco aumentado de FP foram sexo masculino (OR = 2,89; IC 95% [1,16 7,18]), IMC mais elevado (OR = 1,14; IC 95% [1,03 1,26]) e diâmetro do ducto pancreático 3 mm (OR = 3,52; IC 95% [1,34 9,26]). Perda de peso superior a 10% foi fator independente de proteção contra FP (OR = 0,16; IC 95% [0,05 0,56]). O escore de risco apresentou bom desempenho na coorte de validação (82 pacientes com incidência de FP de 25,6%) com a área sob a curva ROC de 0,798 (IC 95% [0,700 0,896]). Conclusões: sexo masculino, ducto pancreático principal 3 mm e IMC mais elevado são fatores de risco para FP, enquanto emagrecimento é um fator protetor. Com essas variáveis, foi possível formular um nomograma que permitiu prever a ocorrência de FP
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Métodos: Este é um estudo observacional realizado através da análise retrospectiva de um banco de dados coletado prospectivamente. Pacientes submetidos à DPT foram avaliados entre janeiro de 2009 e janeiro de 2018, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Foram consideradas variáveis clínicas, como idade, diagnóstico, índice de massa corpórea (IMC) e emagrecimento; laboratoriais, como albumina sérica e hemoglobina; radiológicas, como diâmetro do ducto pancreático principal, atenuação tomográfica do parênquima pancreático; intraoperatórias, como tempo cirúrgico e sangramento; e pós-operatórias, como amilasemia. O desfecho principal observado no estudo foi a ocorrência de FP de acordo com a classificação do ISGPF 2016. Selecionaram-se variáveis com p<0,1 para análise multivariada, e aquelas com p<0,05 foram utilizadas em um escore logístico de risco, representado graficamente por um nomograma. Posteriormente, validou-se internamente esse escore, aplicando-o em pacientes submetidos à DPT no ICESP de janeiro de 2016 a fevereiro de 2018 e avaliou-se o desempenho, utilizando-se uma curva ROC. Resultado: Avaliaram-se 180 pacientes no período de 2009 a 2016, e a incidência de FP foi de 19,4%. As variáveis independentes que se associaram a risco aumentado de FP foram sexo masculino (OR = 2,89; IC 95% [1,16 7,18]), IMC mais elevado (OR = 1,14; IC 95% [1,03 1,26]) e diâmetro do ducto pancreático 3 mm (OR = 3,52; IC 95% [1,34 9,26]). Perda de peso superior a 10% foi fator independente de proteção contra FP (OR = 0,16; IC 95% [0,05 0,56]). O escore de risco apresentou bom desempenho na coorte de validação (82 pacientes com incidência de FP de 25,6%) com a área sob a curva ROC de 0,798 (IC 95% [0,700 0,896]). Conclusões: sexo masculino, ducto pancreático principal 3 mm e IMC mais elevado são fatores de risco para FP, enquanto emagrecimento é um fator protetor. Com essas variáveis, foi possível formular um nomograma que permitiu prever a ocorrência de FPIntroduction: Despite the decrease in mortality in recent decades, pancreatoduodenectomy (PD) is still related with high morbidity. Most complications are due to pancreatic fistula (PF). Recently, the International Study Group on Pancreatic Fistula (ISGPF) 2016 elaborated a new consensus and changed the definition of PF. Objective: To develop a risk score and nomogram to predict PF after PD. Methods: From January 2009 to January 2016, patients undergoing PD were reviewed retrospectively (derivation set). Clinical, laboratorial, radiological, intraoperative, and postoperative variables were subjected to univariate analysis to correlate then with PF. Variables with p<0.1 were selected to multivariate analysis. Those variables with p<0.05 in the multivariate analysis were included in the nomogram. The score was internally validated through a ROC curve by testing it in a validation set from patients undergoing PD in the same institution from February 2016 to February 2018. Result: From 2009 to 2016, 180 patients were evaluated. The incidence of PF was 19.4%. Risk factors associated with PF were male sex (OR = 2.89; 95% CI [1.16 7.18]), higher BMI (OR = 1.14; 95% CI [1.03 1.26]) and pancreatic duct diameter 3 mm (OR =3.52; 95% CI [1.34 9.26]). Weight loss greater than 10% was protective against PF (OR = 0.16; 95% CI [0.05 0.56]). Using these four variables, a preoperative nomogram was built. The nomogram performed well in the validation set (n=82 patients, 25.6% with PF) with an area under the ROC curve of 0.798 (95% CI [0.700 0.896]). Conclusions: male gender, main pancreatic duct 3 mm and higher BMI are risk factors for PF, while weight loss is a protective factor. With these variables, it was possible to build a nomogram that accurately predicts the occurrence of PFBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJúnior, Ulysses RibeiroNamur, Guilherme Naccache2022-08-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-17012023-195301/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-01-18T14:41:27Zoai:teses.usp.br:tde-17012023-195301Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-01-18T14:41:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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