Aspectos geológicos e mineralógicos da Mina de diamantes de Romaria, Minas Gerais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44144/tde-24022011-113204/ |
Resumo: | A Mina de diamantes de Romaria está localizada no perímetro urbano da cidade de Romaria, na região oeste de Minas Gerais. Durante os trabalhos de mineração executados nos últimos cem anos, foi lavrada uma área de aproximadamente 1 km2 de sedimentos. O local está situado na borda NE da Bacia do Paraná, na margem direita do Rio Bagagem, entre os Ribeirões Água Suja e Marrecos. Neste local vem sendo lavrado um conglomerado polimítico da Formação Uberaba, Grupo Bauru, pertencente ao Cretáceo Superior. Ele é constituído por clastos de micaxistos, anfibolitos, filitos e veios pegmatóides do Pré-Cambriano; arenitos da Formação Botucatu e basaltos da Formação Serra Geral. Possui matriz areno-argilosa onde foram identificadas as fases caulinita, illita e quartzo por difratometria. Sua espessura na área da mina oscila em torno de 6 m. Os minerais pesados separados do conglomerado diamantífero amostrado nas Frentes de Lavra 2 (Ferraria), 6 (Mangueiras) e na Cata exploratória do Sarkis, situada fora da área minerada, são constituídos em sua maior parte por fases opacas, entre as quais se destaca a magnetita, representando 50% em volume do concentrado. Outras fases opacas incluem hematita, ilmenita e fragmentos de lateritos. Entre as fases transparentes, destacase a granada que ocorre nas cores vermelha clara, vermelha escura, roxa, violeta e laranja, além de outros minerais derivados de rochas do embasamento cristalino. Análises químicas realizadas pela microssonda eletrônica revelaram que a ilmenita contém teores de MgO (7,4 - 11,4 % em peso) e de Cr2O3 (0,0 - 2,9 % em peso) típicos de rochas kimberlíticas. Da mesma forma, as granadas correspondem a piropos ricos em Cr2O3 (0,2 - 6,7 % em peso) correspondendo aos grupos G9 (lherzolitos), G5 e G4 (piroxenitos) e G10 (harzburgitos), sendo semelhantes a granadas das principais províncias kimberlíticas conhecidas. O diamante, por sua vez, contém microestruturas típicas semelhantes a diamantes de outras localidades. Foram identificadas trígonos em faces octaédricas, bem como microestruturas de simetria senária semelhantes às observadas em diamantes do lamproíto Argyle, na Austrália. Foram descritas microestruturas quadráticas nos cristais cúbicos, e degraus resultantes da dissolução de planos de crescimento cristalino em superfícies curvas de cristais rombododecaédricos. Atualmente a mina está paralisada desde 1984 devido a uma dívida contraída pela Extratífera de Diamantes do Brasil (EXDIBRA) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Apesar do potencial mineral existente no local, qualquer tentava de lavra só poderá ser executada mediante a quitação desta dívida. |
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Aspectos geológicos e mineralógicos da Mina de diamantes de Romaria, Minas GeraisGeology and mineralogy of Romaria diamonds mine, Minas GeraisDiamanteDiamondGeologiaGeologyMineralogiaMineralogyA Mina de diamantes de Romaria está localizada no perímetro urbano da cidade de Romaria, na região oeste de Minas Gerais. Durante os trabalhos de mineração executados nos últimos cem anos, foi lavrada uma área de aproximadamente 1 km2 de sedimentos. O local está situado na borda NE da Bacia do Paraná, na margem direita do Rio Bagagem, entre os Ribeirões Água Suja e Marrecos. Neste local vem sendo lavrado um conglomerado polimítico da Formação Uberaba, Grupo Bauru, pertencente ao Cretáceo Superior. Ele é constituído por clastos de micaxistos, anfibolitos, filitos e veios pegmatóides do Pré-Cambriano; arenitos da Formação Botucatu e basaltos da Formação Serra Geral. Possui matriz areno-argilosa onde foram identificadas as fases caulinita, illita e quartzo por difratometria. Sua espessura na área da mina oscila em torno de 6 m. Os minerais pesados separados do conglomerado diamantífero amostrado nas Frentes de Lavra 2 (Ferraria), 6 (Mangueiras) e na Cata exploratória do Sarkis, situada fora da área minerada, são constituídos em sua maior parte por fases opacas, entre as quais se destaca a magnetita, representando 50% em volume do concentrado. Outras fases opacas incluem hematita, ilmenita e fragmentos de lateritos. Entre as fases transparentes, destacase a granada que ocorre nas cores vermelha clara, vermelha escura, roxa, violeta e laranja, além de outros minerais derivados de rochas do embasamento cristalino. Análises químicas realizadas pela microssonda eletrônica revelaram que a ilmenita contém teores de MgO (7,4 - 11,4 % em peso) e de Cr2O3 (0,0 - 2,9 % em peso) típicos de rochas kimberlíticas. Da mesma forma, as granadas correspondem a piropos ricos em Cr2O3 (0,2 - 6,7 % em peso) correspondendo aos grupos G9 (lherzolitos), G5 e G4 (piroxenitos) e G10 (harzburgitos), sendo semelhantes a granadas das principais províncias kimberlíticas conhecidas. O diamante, por sua vez, contém microestruturas típicas semelhantes a diamantes de outras localidades. Foram identificadas trígonos em faces octaédricas, bem como microestruturas de simetria senária semelhantes às observadas em diamantes do lamproíto Argyle, na Austrália. Foram descritas microestruturas quadráticas nos cristais cúbicos, e degraus resultantes da dissolução de planos de crescimento cristalino em superfícies curvas de cristais rombododecaédricos. Atualmente a mina está paralisada desde 1984 devido a uma dívida contraída pela Extratífera de Diamantes do Brasil (EXDIBRA) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Apesar do potencial mineral existente no local, qualquer tentava de lavra só poderá ser executada mediante a quitação desta dívida.The diamond Mine of Romaria is located in the northeast border of the Paraná Sedimentary Basin, nearby the town of Romaria, in western Minas Gerais State, Brazil. The mining place is situated on the right side of the Bagagem River, comprising an area of 1 km2 between the Água Suja and Marrecos streams. At this place diamonds have been washed from a Cretaceous polimictic conglomerate of the Uberaba Formation, Bauru Group, since the end of the nineteen century. This heterogeneous diamond-bearing conglomerate contains large conglomerate blocks of several lithologies with dimensions up to 0.80 m, set in an arenous-clayish matrix where kaolinite, illite and quartz have identified among the clasts such as mica and staurolite schists, phyllites and amphibolites of the Araxá Group, quartzites of the Canastra Group, arenites of the Botucatu Formation and basalts of the Serra Geral Formation. The concentrates obtained by washing the conglomerate contains large amounts of opaques phases mainly magnetite which may reach up to 50% in volume. Other opaques are represented by hematite, ilmenite, rutile, limonite as well as rock fragments of mica schists and complex intergrowths of laterites. The mineralogical assemblages of the transparent phases include staurolite, amphibole, epidote, kyanite, monazite, tourmaline, zircon and diamond as well. Electron micro probe analyses revealed that the ilmenites contain MgO (7.4-11.4 wt%) and Cr2O3 (0.0-2.9 wt%) contents similar to their counterparts of kimberlites from worldwide localities. Moreover, garnets are chromium rich pyropes with Cr2O3 ranging from 0.2 up to 6.7 wt %. The use discriminating diagrams revealed that most of the analysed sampled plot in the fields G9 and G3-G5 corresponding to lherzolitic and pyroxenitic parageneses, respectively. The plots include some rare G10 (harzbugitic) and G0 (unclassified) samples corresponding to garnets derived from rocks of the crystalline basement. Although diamonds have not been mined in the last years a small parcel produced by local diggers (garimpeiros) was available for physical studies including color and crystalline morphology. Several microstructures have been observed in octahedral crystal such as trigons and a pseudo-hexagonal microstructure observed in diamonds from lamproites. Cubic crystals showing the combination of the cube and dodecahedral revealed microstructures of square symmetry. Concerning dodecahedral crystal hillocks produced by dissolution were observed on the rounded faces of the samples. Presently the Mine of Romaria is closed since 1984 due to an old debt contracted by late owner Extratífera de Diamantes do Brasil (EXDIBRA) with the Brazilian Federal Agency of the Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSvizzero, Darcy PedroCoelho, Fernando de Mattos2010-05-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44144/tde-24022011-113204/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:28Zoai:teses.usp.br:tde-24022011-113204Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Mina de diamantes de Romaria está localizada no perímetro urbano da cidade de Romaria, na região oeste de Minas Gerais. Durante os trabalhos de mineração executados nos últimos cem anos, foi lavrada uma área de aproximadamente 1 km2 de sedimentos. O local está situado na borda NE da Bacia do Paraná, na margem direita do Rio Bagagem, entre os Ribeirões Água Suja e Marrecos. Neste local vem sendo lavrado um conglomerado polimítico da Formação Uberaba, Grupo Bauru, pertencente ao Cretáceo Superior. Ele é constituído por clastos de micaxistos, anfibolitos, filitos e veios pegmatóides do Pré-Cambriano; arenitos da Formação Botucatu e basaltos da Formação Serra Geral. Possui matriz areno-argilosa onde foram identificadas as fases caulinita, illita e quartzo por difratometria. Sua espessura na área da mina oscila em torno de 6 m. Os minerais pesados separados do conglomerado diamantífero amostrado nas Frentes de Lavra 2 (Ferraria), 6 (Mangueiras) e na Cata exploratória do Sarkis, situada fora da área minerada, são constituídos em sua maior parte por fases opacas, entre as quais se destaca a magnetita, representando 50% em volume do concentrado. Outras fases opacas incluem hematita, ilmenita e fragmentos de lateritos. Entre as fases transparentes, destacase a granada que ocorre nas cores vermelha clara, vermelha escura, roxa, violeta e laranja, além de outros minerais derivados de rochas do embasamento cristalino. Análises químicas realizadas pela microssonda eletrônica revelaram que a ilmenita contém teores de MgO (7,4 - 11,4 % em peso) e de Cr2O3 (0,0 - 2,9 % em peso) típicos de rochas kimberlíticas. Da mesma forma, as granadas correspondem a piropos ricos em Cr2O3 (0,2 - 6,7 % em peso) correspondendo aos grupos G9 (lherzolitos), G5 e G4 (piroxenitos) e G10 (harzburgitos), sendo semelhantes a granadas das principais províncias kimberlíticas conhecidas. O diamante, por sua vez, contém microestruturas típicas semelhantes a diamantes de outras localidades. Foram identificadas trígonos em faces octaédricas, bem como microestruturas de simetria senária semelhantes às observadas em diamantes do lamproíto Argyle, na Austrália. Foram descritas microestruturas quadráticas nos cristais cúbicos, e degraus resultantes da dissolução de planos de crescimento cristalino em superfícies curvas de cristais rombododecaédricos. Atualmente a mina está paralisada desde 1984 devido a uma dívida contraída pela Extratífera de Diamantes do Brasil (EXDIBRA) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Apesar do potencial mineral existente no local, qualquer tentava de lavra só poderá ser executada mediante a quitação desta dívida. |
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