Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kaled, Andréa Cancela da Cruz
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21131/tde-03022015-112309/
Resumo: A Baía do Almirantado (Ilha Rei George, Antártica) possui diversas pequenas enseadas de águas rasas, que sustentam uma abundante fauna bentônica. O regime de marés e de ventos é responsável pelo hidrodinamismo na baía e pela interação com as águas do Estreito de Bransfield. Portanto, trata-se de uma área que pode apresentar uma elevada abundância de larvas de invertebrados marinhos. A distribuição espaço-temporal de larvas pelágicas em águas rasas costeiras da Baía do Almirantado foi estudada entre outubro de 2002 e maio de 2003, e outubro de 2003 e agosto de 2004 em 12 estações rasas (0 a 15 m, ou até 30 m). Também foram amostradas, sazonalmente, quatro estações de maior profundidade, entre 0 a 30 m e 30 a 130 m da coluna de água, entre outubro de 2003 e abril de 2004. Amostras de plâncton foram coletadas com rede cônica de plâncton com malha de 150 µm nas três enseadas da baía (Martel, Mackellar e Ezcurra) e na entrada do seu canal principal. Larvas de diferentes grupos ocorreram em todo o período de estudo. No primeiro ano, a abundância total foi maior que no segundo e, em especial, no verão. As larvas véliger de Gastropoda foram mais abundantes, representando 84% do total do meroplâncton, no primeiro ano de amostragem. No ano seguinte, larvas trocófora foram predominantes (31% do total), seguidas de Gastropoda e Nemertea. Os resultados mostraram uma evidente variação interanual da densidade e da composição do meroplâncton, mas sem um padrão nítido de sazonalidade para determinados grupos. O congelamento da baía no inverno do primeiro ano de amostragem (2002) pode ter afetado a reprodução dos invertebrados bentônicos e a produção de larvas. Quanto à distribuição batimétrica, a abundância média do meroplâncton total foi maior na camada profunda do que na de superfície, na primavera-verão, mas espacialmente a densidade foi semelhante entre as áreas nas distintas camadas. A variabilidade na abundância e composição larval pode estar relacionada à hidrografia e a padrões reprodutivos das espécies bentônicas com desenvolvimento indireto, cujos ciclos reprodutivos são afetados por características ambientais. Em termos gerais, o meroplâncton coletado na Baía do Almirantado foi qualitativamente similar (quanto aos grupos de larvas) ao descrito para outras partes da Antártica.
id USP_189876082a07c06722031df9a0c0b0e2
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-03022015-112309
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, AntárticaTemporal and spatial variation of marine invertebrate larvae in Admiralty Bay, King George Island, AntarcticaabundanceabundânciaAdmiralty BayAntarcticaAntárticaBaía do Almirantadodistribuiçãodistributioninvertebrate larvaelarvas de invertebradosmeroplânctonmeroplanktonA Baía do Almirantado (Ilha Rei George, Antártica) possui diversas pequenas enseadas de águas rasas, que sustentam uma abundante fauna bentônica. O regime de marés e de ventos é responsável pelo hidrodinamismo na baía e pela interação com as águas do Estreito de Bransfield. Portanto, trata-se de uma área que pode apresentar uma elevada abundância de larvas de invertebrados marinhos. A distribuição espaço-temporal de larvas pelágicas em águas rasas costeiras da Baía do Almirantado foi estudada entre outubro de 2002 e maio de 2003, e outubro de 2003 e agosto de 2004 em 12 estações rasas (0 a 15 m, ou até 30 m). Também foram amostradas, sazonalmente, quatro estações de maior profundidade, entre 0 a 30 m e 30 a 130 m da coluna de água, entre outubro de 2003 e abril de 2004. Amostras de plâncton foram coletadas com rede cônica de plâncton com malha de 150 µm nas três enseadas da baía (Martel, Mackellar e Ezcurra) e na entrada do seu canal principal. Larvas de diferentes grupos ocorreram em todo o período de estudo. No primeiro ano, a abundância total foi maior que no segundo e, em especial, no verão. As larvas véliger de Gastropoda foram mais abundantes, representando 84% do total do meroplâncton, no primeiro ano de amostragem. No ano seguinte, larvas trocófora foram predominantes (31% do total), seguidas de Gastropoda e Nemertea. Os resultados mostraram uma evidente variação interanual da densidade e da composição do meroplâncton, mas sem um padrão nítido de sazonalidade para determinados grupos. O congelamento da baía no inverno do primeiro ano de amostragem (2002) pode ter afetado a reprodução dos invertebrados bentônicos e a produção de larvas. Quanto à distribuição batimétrica, a abundância média do meroplâncton total foi maior na camada profunda do que na de superfície, na primavera-verão, mas espacialmente a densidade foi semelhante entre as áreas nas distintas camadas. A variabilidade na abundância e composição larval pode estar relacionada à hidrografia e a padrões reprodutivos das espécies bentônicas com desenvolvimento indireto, cujos ciclos reprodutivos são afetados por características ambientais. Em termos gerais, o meroplâncton coletado na Baía do Almirantado foi qualitativamente similar (quanto aos grupos de larvas) ao descrito para outras partes da Antártica.Admiralty Bay (King George Island, Antarctica) has many small inlets of shallow waters, which supports an abundant benthic fauna. Tidal and wind regime are responsible for the hydrodynamics in the bay and for the interaction with the waters of the Bransfield Strait. Therefore, it is an area that can present a high abundance of marine invertebrate larvae. Spatio-temporal distribution of pelagic larvae in shallow coastal waters of Admiralty Bay was studied between October of 2002 and May of 2003, and October of 2003 and August of 2004 in twelve shallow stations (0 to 15 m, or up to 30 m). Four deeper stations were also seasonally sampled (0 to 30 m and 30 to 130 m of water column) between October of 2003 and April of 2004. Plankton samples were collected with a conical net, with mesh size of 150 µm, in the three inlets of the bay (Martel, Mackellar and Ezcurra) and in the entrance of its main channel. Larvae of different groups occurred in the whole studied period. In the first year, the total abundance was higher than in the second and, especially, in the summer. The veliger larvae of Gastropoda were more abundant, representing 84% of the total meroplankton in the first year of sampling. In the following year, trochophore larvae were predominant (31% of the total), followed by Gastropoda and Nemertea. The results showed an evident interannual composition and density variation of meroplankton, but without a clear pattern of seasonality for certain groups. The freezing of the bay in the winter of the first year could have influenced the benthic invertebrate\'s reproduction and larvae production. Regarding to the bathymetric distribution, the mean abundance of the total meroplankton was higher in the deeper layer than in the surface in spring-summer, however, spatially the density was similar among the areas in the different layers. The variability in the larval composition and abundance may be related to the local hydrography and specific reproductive pattern of the benthic species with indirect development, whose reproductive cycles are affected by environmental characteristics. In general terms, the meroplankton collected in Admiralty Bay was qualitatively similar (in view of the larval groups) to the described for other parts of Antarctica.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAbsher, Theresinha MonteiroCorbisier, Thais NavajasKaled, Andréa Cancela da Cruz2011-04-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21131/tde-03022015-112309/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-03022015-112309Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
Temporal and spatial variation of marine invertebrate larvae in Admiralty Bay, King George Island, Antarctica
title Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
spellingShingle Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
Kaled, Andréa Cancela da Cruz
abundance
abundância
Admiralty Bay
Antarctica
Antártica
Baía do Almirantado
distribuição
distribution
invertebrate larvae
larvas de invertebrados
meroplâncton
meroplankton
title_short Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
title_full Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
title_fullStr Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
title_full_unstemmed Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
title_sort Variação temporal e espacial de larvas de invertebrados marinhos da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica
author Kaled, Andréa Cancela da Cruz
author_facet Kaled, Andréa Cancela da Cruz
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Absher, Theresinha Monteiro
Corbisier, Thais Navajas
dc.contributor.author.fl_str_mv Kaled, Andréa Cancela da Cruz
dc.subject.por.fl_str_mv abundance
abundância
Admiralty Bay
Antarctica
Antártica
Baía do Almirantado
distribuição
distribution
invertebrate larvae
larvas de invertebrados
meroplâncton
meroplankton
topic abundance
abundância
Admiralty Bay
Antarctica
Antártica
Baía do Almirantado
distribuição
distribution
invertebrate larvae
larvas de invertebrados
meroplâncton
meroplankton
description A Baía do Almirantado (Ilha Rei George, Antártica) possui diversas pequenas enseadas de águas rasas, que sustentam uma abundante fauna bentônica. O regime de marés e de ventos é responsável pelo hidrodinamismo na baía e pela interação com as águas do Estreito de Bransfield. Portanto, trata-se de uma área que pode apresentar uma elevada abundância de larvas de invertebrados marinhos. A distribuição espaço-temporal de larvas pelágicas em águas rasas costeiras da Baía do Almirantado foi estudada entre outubro de 2002 e maio de 2003, e outubro de 2003 e agosto de 2004 em 12 estações rasas (0 a 15 m, ou até 30 m). Também foram amostradas, sazonalmente, quatro estações de maior profundidade, entre 0 a 30 m e 30 a 130 m da coluna de água, entre outubro de 2003 e abril de 2004. Amostras de plâncton foram coletadas com rede cônica de plâncton com malha de 150 µm nas três enseadas da baía (Martel, Mackellar e Ezcurra) e na entrada do seu canal principal. Larvas de diferentes grupos ocorreram em todo o período de estudo. No primeiro ano, a abundância total foi maior que no segundo e, em especial, no verão. As larvas véliger de Gastropoda foram mais abundantes, representando 84% do total do meroplâncton, no primeiro ano de amostragem. No ano seguinte, larvas trocófora foram predominantes (31% do total), seguidas de Gastropoda e Nemertea. Os resultados mostraram uma evidente variação interanual da densidade e da composição do meroplâncton, mas sem um padrão nítido de sazonalidade para determinados grupos. O congelamento da baía no inverno do primeiro ano de amostragem (2002) pode ter afetado a reprodução dos invertebrados bentônicos e a produção de larvas. Quanto à distribuição batimétrica, a abundância média do meroplâncton total foi maior na camada profunda do que na de superfície, na primavera-verão, mas espacialmente a densidade foi semelhante entre as áreas nas distintas camadas. A variabilidade na abundância e composição larval pode estar relacionada à hidrografia e a padrões reprodutivos das espécies bentônicas com desenvolvimento indireto, cujos ciclos reprodutivos são afetados por características ambientais. Em termos gerais, o meroplâncton coletado na Baía do Almirantado foi qualitativamente similar (quanto aos grupos de larvas) ao descrito para outras partes da Antártica.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-04-11
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21131/tde-03022015-112309/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21131/tde-03022015-112309/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256628216201216