Estudo sobre a maternidade de mulheres acolhidas em uma casa abrigo para vítimas de violência na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Estevam, Ricardo
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-07082024-175330/
Resumo: A violência contra a mulher é considerada atualmente como uma violação aos direitos humanos e um problema de saúde pública mundial. Está associada ao domínio doméstico e ligada às normas hierárquicas de gênero, como o controle masculino sobre os bens e comportamentos femininos. O poder e a desigualdade de gênero são explicações convincentes sobre as causas da violência contra as mulheres. Em ambientes violentos, é provável que a mulher, por se preocupar com sua segurança e a de seus filhos, se descuide da satisfação das necessidades deles, tendo sua capacidade parental de proteção e cuidado alteradas. O objetivo deste estudo foi entender o significado da maternidade para mulheres acolhidas em uma casa abrigo da cidade de São Paulo, compreendendo a sua percepção sobre ser mãe. Foi utilizado o método qualitativo de pesquisa, com entrevistas individuais: dez mulheres abrigadas e cinco trabalhadoras, todas transcritas na íntegra e analisadas em seu conteúdo, resultando em seis categorias entre as mulheres: Maternidade, Maternidade na Violência, Relacionamento com a mãe, Relacionamento com os filhos, Consequências da Violência e Mudanças na vida após o acolhimento. Cinco categorias entre as trabalhadoras: Maternidade, Dificuldade com a Maternidade, Percepção sobre o acolhimento, Percepção sobre a violência e Identificação e preconceito sobre a violência. Os resultados mostram que as mulheres participantes entendem a maternidade conforme as normas sociais de gênero que atribuem à mãe todas as responsabilidades e obrigações referentes aos filhos. As normas também atribuem à mulher responsabilidade sobre tudo o que ocorre com seus filhos. Sobre o trabalho das profissionais, os resultados revelam que há falta de capacitação para o trabalho com a violência. A capacitação continuada da equipe do CAMVV é fundamental e deve ser implantada imediatamente.
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