Formação e transformação do bairro oriental: um aspecto da história da imigração asiática da cidade de São Paulo, 1915 - 2000
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-19122022-140848/ |
Resumo: | Com os resultados da Escola Sociológica de Chicago, a metodologia da história da vida privada, perspectivas de performance e a antropologia turística, faz-se, no Capítulo I, uma etno-historiografia do Bairro Oriental. Analisam-se a estrutura da vida dos moradores do bairro bem como o significado de \"nova terra natal\" para os imigrantes japoneses. No Capítulo II, descreve-se a presença de asiáticos na história da imigração moderna concentrando-se na expansão da região da \"Conde\" a partir de meados da década de 1910 até o início da década de 1940, quando houve uma dispersão dos japoneses devido à Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, os japoneses retornaram para as proximidades da \"Conde\", mas devido o aparecimento do Prédio Niterói, outros comerciantes japoneses começaram a se concentrar na região da \"Galvão Bueno\", (Praça da Liberdade, e adjacências). Nos anos 1960, iniciou-se a imigração chinesa e coreana ao Brasil. Em São Paulo, eles convergiram rapidamente para a capital, concentrando-se no distrito da Liberdade. O Centro da Sociedade Paulistana de Cultura Japonesa (hoje Centro da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa) foi fundado em 1964 na Rua São Joaquim, caracterizando a região entre a Praça da Liberdade e a Rua São Joaquim como uma área da comunidade nikkei. A construção da Estrada Radial Linha Leste-Oeste, e a do Metrô prejudicaram os lojistas do bairro: a ACAL propõe várias idéias, como a decoração do bairro com símbolos orientais e a realização de eventos tradicionais. Essa estratégia foi ao encontro da política de revitalização da cidade, iniciada pela Secretaria Municipal de Turismo. Depois da inauguração do Metrô essa estratégia se mostrou eficiente. expandindo o bairro. Entretanto, com a ascenção social e a suburbanização dos nikkei a crescente presença de chineses e coreanos, o fenômeno dekassegui, o bairro conta com uma presença cada vez menor dos nikkeis. No Capítulo III, por meio das ) histórias das vidas privadas dos comerciantes asiáticos, expõem-se os motivos dos comerciantes que entraram no Bairro Oriental, a situação de simbiose étnica e a razão do bairro ter se realizado como um espaço comercial. O bairro, atraindo os nikkeis pelo seu comércio, atrai também chineses e coreanos que procuram trabalho, usando a língua japonesa. Verificou-se que o setor de serviços da comunidade enfrenta dificuldades pela ausência de sucessores. No Capítulo IV, coloca-se a questão da continuidade e descontinuidade física cultural dos bairros japoneses, a \"Conde\" e a \"Galvão Bueno\". Embora os dois espaços urbanos apresentassem características distintas, ambas podem ser interpretadas como tendo sido uma \"nova terra natal\" para os nikkeis. Embora persista esta interpretação, o Bairro Oriental, ao mesmo tempo em que é um ponto turístico da cidade de São Paulo, hoje é mais um simulacro de um espaço étnico asiático, como se fosse um cenário de teatro. Comparam-se, ainda, as características dos três grupos de imigração asiática e apresenta-se uma interpretação do imigrante japonês como sendo mais sedentário, influência de um pensamento de agricultor; o chinês como sendo mais móvel, pelas suas características comerciais e seus contatos mais amplos pelo mundo; o coreano também comercial, mas menos móvel, por serem seus contatos mais limitados |
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Após a guerra, os japoneses retornaram para as proximidades da \"Conde\", mas devido o aparecimento do Prédio Niterói, outros comerciantes japoneses começaram a se concentrar na região da \"Galvão Bueno\", (Praça da Liberdade, e adjacências). Nos anos 1960, iniciou-se a imigração chinesa e coreana ao Brasil. Em São Paulo, eles convergiram rapidamente para a capital, concentrando-se no distrito da Liberdade. O Centro da Sociedade Paulistana de Cultura Japonesa (hoje Centro da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa) foi fundado em 1964 na Rua São Joaquim, caracterizando a região entre a Praça da Liberdade e a Rua São Joaquim como uma área da comunidade nikkei. A construção da Estrada Radial Linha Leste-Oeste, e a do Metrô prejudicaram os lojistas do bairro: a ACAL propõe várias idéias, como a decoração do bairro com símbolos orientais e a realização de eventos tradicionais. Essa estratégia foi ao encontro da política de revitalização da cidade, iniciada pela Secretaria Municipal de Turismo. Depois da inauguração do Metrô essa estratégia se mostrou eficiente. expandindo o bairro. Entretanto, com a ascenção social e a suburbanização dos nikkei a crescente presença de chineses e coreanos, o fenômeno dekassegui, o bairro conta com uma presença cada vez menor dos nikkeis. No Capítulo III, por meio das ) histórias das vidas privadas dos comerciantes asiáticos, expõem-se os motivos dos comerciantes que entraram no Bairro Oriental, a situação de simbiose étnica e a razão do bairro ter se realizado como um espaço comercial. O bairro, atraindo os nikkeis pelo seu comércio, atrai também chineses e coreanos que procuram trabalho, usando a língua japonesa. Verificou-se que o setor de serviços da comunidade enfrenta dificuldades pela ausência de sucessores. No Capítulo IV, coloca-se a questão da continuidade e descontinuidade física cultural dos bairros japoneses, a \"Conde\" e a \"Galvão Bueno\". Embora os dois espaços urbanos apresentassem características distintas, ambas podem ser interpretadas como tendo sido uma \"nova terra natal\" para os nikkeis. Embora persista esta interpretação, o Bairro Oriental, ao mesmo tempo em que é um ponto turístico da cidade de São Paulo, hoje é mais um simulacro de um espaço étnico asiático, como se fosse um cenário de teatro. Comparam-se, ainda, as características dos três grupos de imigração asiática e apresenta-se uma interpretação do imigrante japonês como sendo mais sedentário, influência de um pensamento de agricultor; o chinês como sendo mais móvel, pelas suas características comerciais e seus contatos mais amplos pelo mundo; o coreano também comercial, mas menos móvel, por serem seus contatos mais limitadosWith the results of the School of Sociology of Chicago, the life history method, perspectives of performance and turistic anthropology, an ethno-historiography of Oriental Town in São Paulo is done. The life structure of Oriental Town inhabitants as well as its meaning as a \"new hometown\" for Japanese immigrants is analyzed. In Chapter II, it is described the Asian presence in modern immigration history, concentrating in the expansion of the \"Conde\" region, from the middle of 1910\'s up to the beggining of 1940\'s, when Japanese inhabitants were forced to spread out due to the Second World War. After the war, the Japanese came back to \"Conde\" \'s surroundings, but due to the appearance of Niterói Building, others Japanese merchants begun to concentrate in \"Galvão Bueno\" region (Liberdade Square, and neighborhoods). Chinese and Korean immigration began in 1960\'s. In São Paulo they quickly converged to the capital, concentrating themselves in Liberdade district. The Center of Sociedade Paulista de Cultura Japonesa (Japanese Culture Society of São Paulo) - now known as Brazilian Society of Japanese Culture Center - was founded in 1964 in São Joaquim Street, characterizing the region between Liberdade Square and São Joaquim Street as a Nikkey community area. The construction of Radial Leste-Oeste Highway, and the one of the subway, was a great impact to Oriental Town\'s shop-street: ACAL proposed various ideas, like town decoration with oriental symbols and promotion of traditional events. This strategy towards the revitalization policy of the city begun by São Paulo City Tourism Bureau. After the subway inauguration, this strategy showed itself efficiently expanding the town. But with the Nikkei social ascension and their moving to the suburbs, the increasing of Chinese and Korean and the \"dekassegui\" phenomenon the town shows areducing of the Nikkey presence. In Chapter III, using life history method, there are exposed Asian merchants motivations of establishing in Oriental Town, the reason way Oriental Town was successful as a commercial space and its ethnicsymbiosis situation. The town, attracting Nikkey, due to its commercial appeal, attracted also Chinese and Korean who looked for job, using the Japanese language. It is concluded that the community service sector is having difficulties due tothe absence of successors. In Chapter IV, it is pointed the theme of physical and cultural continuity and discontinuity of \"Conde\" and \"Galvão Bueno\" Japanese town. Although both urban spaces showed different characteristics, the two may beinterpreted as \"new home town\" for Nikkeys. Although this interpretation remains, the Oriental Town space, at the same time, as it is a touristic point in São Paulo City, it is an Asian ethnic space, simulacra, as if it were a theater scenery.The three Asian immigrant group characteristics are compared, presenting an interpretation about the Japanese immigrant as being the most sedentary, from an agricultural thinking influence; the Chinese one as having more mobility due to theircommercial characteristics and their larger contacts throughout the world; the Korean one, commercial also, but having less mobility, as their contacts are more limitedBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMotoyama, ShozoNegawa, Sachio2001-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-19122022-140848/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-12-19T16:10:46Zoai:teses.usp.br:tde-19122022-140848Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-12-19T16:10:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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