Estudo de isolados de Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin, 1883 para controle de cigarrinhas-das-pastagens

• Autor(a) principal: Borges, Valdevino Enedino
• Data de Publicação: 1985
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20220208-030001/
• topic: CIGARRINHAS-DAS-PASTAGENS; CONTROLE BIOLÓGICO; FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

A presente pesquisa visou estudar a flutuação populacional de cigarrinhas, a ocorrência natural do fungo Metarhizium anisopliae (Metsch.) Sorokin, 1883, assim como caracterizar e selecionar isolados do fungo visando o controle das cigarrinhas-das-pastagens no Estado de Mato Grosso. O experimento de campo foi instalado em pastagem de braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.), na Fazenda Guarita, Rondonópolis, MT. Os experimentos de laboratório foram desenvolvidos no Setor de Patologia dos Insetos, do Departamento de Entomologia da ESALQ/USP, Piracicaba, SP. A flutuação foi efetuada a partir de amostragens quinzenais através de coleta de adultos com rede de varredura, dando-se 100 redadas distribuídas em 4 pontos ao acaso por parcela de 1500 m2. Constataram-se 2 espécies de cigarrinhas no local do ensaio: Deois flavopicta (Stal, 1854) e Zulia entreriana (Berg., 1879), com predominância da primeira, verificando-se os maiores níveis da população da praga e de doença no período de dezembro a janeiro. A caracterização do fungo baseou-se em estudos de produção de conídios, crescimento micelial das colônias, aspectos morfológicos e culturais, quando submetidas à temperatura de 26±0, 5ºC, tamanho dos conídios e das colônias que desenvolveram em meio de cultura BDA, estudos de resistência à luz ultravioleta (2.537Â) e através de bioensaio, utilizando Diatraea saccharalis como inseto teste. Foram estudadas também as atividades amilolítica, proteolítica e lipolítica em meios de cultura sólidos, não encontrando-se correlação entre virulência e atividade enzímica, porém, a maior atividade amilolítica ocorreu em um dos isolados mais virulentos (SPL-272). Com os resultados obtidos nos diferentes ensaios, foi escolhido o isolado SPL-272 para a execução dos testes de campo. A sua produção foi feita em substrato de arroz, sendo que decorridos 15 dias da semeadura no referido substrato o material foi aplicado no campo. O produto foi testado em 4 dosagens: 7,3 g / ha (1010 conídios/ha), 681 g/ha (7,5 x 1012 conídios/ha), 1000 g/ha (1,1 x 1013 conídios/ha) e 1363 g/ha (1,5 x 1013 conídios/ha), efetuando-se apenas uma aplicação. As doses do fungo M. anisopliae que apresentaram maior eficiência a nível de campo foram: 1000 g (44% mortalidade) e 1360 g (66% mortalidade) por ha, respectivamente. As mortalidades foram avaliadas aos 8, 15 e 23 dias, após aplicação, sendo que a melhor época para se efetuar as amostragens foi após 8 dias.