Alterações neuropatológicas em casos de febre amarela submetidos a autópsia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Frassetto, Fernando Pereira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-22072021-155915/
Resumo: INTRODUÇÃO: A febre amarela (FA) é uma doença viral hemorrágica reemergente, causada pelo vírus da febre amarela. Entre 2016 e 2018 ocorreu um grande surto no Brasil, com mais de 2.000 casos confirmados, incluindo mais de 500 mortes. Poucas descrições da neuropatologia desta doença são encontradas na literatura. MÉTODOS: Foram coletados os encéfalos de trinta e oito pacientes com FA que foram submetidos à autópsia, e os dados obtidos foram comparados com os encéfalos coletados de pacientes sem FA como grupo controle. Tanto os casos de FA quanto os controles foram subdivididos de acordo com a presença ou ausência de choque séptico associado, condição na qual pode ocorrer a encefalopatia associada à sepse. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística. RESULTADOS: Demonstramos que todos os casos e controles apresentaram, pelo menos focalmente, a maioria das alterações neuropatológicas avaliadas, como edema, deposição de hemossiderina perivascular e hemorragia, infiltrado inflamatório meníngeo e parenquimatoso e hemorragias, e infiltrado inflamatório perivascular. Este último foi o único parâmetro que apresentou diferença estatística em relação à FA, quando comparado aos controles (p <0,0001). A avaliação imunohistoquímica de casos e controles selecionados demonstrou reatividade imune predominantemente linfomononuclear, sem aspecto inequívoco de encefalite. CONCLUSÃO: Como a maioria dos parâmetros avaliados não apresentou diferenças estatisticamente significativas entre casos e controles, os diversos achados podem ser atribuídos predominantemente a alterações vasculares, como a endotelopatia induzida por choque, associada à estimulação do sistema imunológico inerente aos processos infecciosos sistêmicos.
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