O sexismo nas empresas a partir da perspectiva de profissionais de recursos humanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brandão, Natalia Lins
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-14012020-104736/
Resumo: Há uma extensa bibliografia que discute as diferenças de gênero que vão de disparidades salariais até desigualdades nas oportunidades de carreira entre homens e mulheres nos meios corporativos, sempre em prejuízo destas. Esta dissertação buscou expandir tais estudos para uma via ainda pouco explorada: investigar como o sexismo se apresenta no cotidiano das empresas, olhando para os processos de trabalho em recursos humanos, a partir de trabalhadoras dessa área. Para tanto, a presente pesquisa contou com as entrevistas de seis trabalhadoras de recursos humanos, de diferentes empresas e com mais de cinco anos de experiência na área. As análises se deram com base nos discursos advindos das entrevistas, com a divisão em categorias analíticas fundamentadas na literatura discutida e nos achados das entrevistas. Como resultado, vimos que, apesar de anos de luta dos diversos movimentos feministas, de ações afirmativas e de iniciativas de gestão da diversidade, as mulheres ainda sofrem preconceito de gênero no trabalho, sendo preteridas nos processos seletivos, de promoção e de avaliação, por razões relativas à condição de ser mulher. As iniciativas de diversidade das empresas, quando existem, geram inclusão em certa medida, mas não resolvem os saldos de discriminação que a sociedade acumulou ao longo de seu processo histórico. Isso se dá porque o sexismo está presente na tomada de decisões desses processos, os quais definem as trajetórias profissionais das trabalhadoras, através do papel ingrato desempenhado pelas lideranças, o qual perpetua os preconceitos de gênero. Desse modo, há forças que se contradizem no cotidiano das empresas, pois mesmo que existam programas de diversidade, estes resultam na mercantilização das lutas dos movimentos sociais de gênero e raça, esvaziando e desarticulando essas pautas; além de garantirem a perpetuação do preconceito, através dos gestores, o que resulta na manutenção dos privilégios sexistas. Essa engrenagem parece ser necessária para a manutenção do capitalismo
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spelling O sexismo nas empresas a partir da perspectiva de profissionais de recursos humanosSexism within the companies from human resources employees perspectiveEstudos de gêneroFeminismFeminismoGender and workGender studiesHuman resourcesPsicologia socialPsicologia social do trabalhoRecursos humanosSocial psychology of workTrabalho e gêneroHá uma extensa bibliografia que discute as diferenças de gênero que vão de disparidades salariais até desigualdades nas oportunidades de carreira entre homens e mulheres nos meios corporativos, sempre em prejuízo destas. Esta dissertação buscou expandir tais estudos para uma via ainda pouco explorada: investigar como o sexismo se apresenta no cotidiano das empresas, olhando para os processos de trabalho em recursos humanos, a partir de trabalhadoras dessa área. Para tanto, a presente pesquisa contou com as entrevistas de seis trabalhadoras de recursos humanos, de diferentes empresas e com mais de cinco anos de experiência na área. As análises se deram com base nos discursos advindos das entrevistas, com a divisão em categorias analíticas fundamentadas na literatura discutida e nos achados das entrevistas. Como resultado, vimos que, apesar de anos de luta dos diversos movimentos feministas, de ações afirmativas e de iniciativas de gestão da diversidade, as mulheres ainda sofrem preconceito de gênero no trabalho, sendo preteridas nos processos seletivos, de promoção e de avaliação, por razões relativas à condição de ser mulher. As iniciativas de diversidade das empresas, quando existem, geram inclusão em certa medida, mas não resolvem os saldos de discriminação que a sociedade acumulou ao longo de seu processo histórico. Isso se dá porque o sexismo está presente na tomada de decisões desses processos, os quais definem as trajetórias profissionais das trabalhadoras, através do papel ingrato desempenhado pelas lideranças, o qual perpetua os preconceitos de gênero. Desse modo, há forças que se contradizem no cotidiano das empresas, pois mesmo que existam programas de diversidade, estes resultam na mercantilização das lutas dos movimentos sociais de gênero e raça, esvaziando e desarticulando essas pautas; além de garantirem a perpetuação do preconceito, através dos gestores, o que resulta na manutenção dos privilégios sexistas. Essa engrenagem parece ser necessária para a manutenção do capitalismoThere is an extensive literature that discusses gender differences ranging from wage disparities to inequalities in career opportunities between men and women in the corporate businesses, always with the detriment of women. This research intended to expand these studies to a path that is still little explored: we investigated how sexism is present in the companies\' daily routines, looking at the work processes in human resources, through workers in this area. To this end, this research reckoned on the interviews of six human resources workers, from different companies and with more than five years of experience in the area. The analyzes were based on the discourses derived from the interviews and were divided by analytical categories based on the discussed literature and on the findings from such interviews. As a result, we have seen that despite years of struggle by the several feminist movements, affirmative actions and \"diversity management\" initiatives, women still experience gender bias in their works, being neglected on selection, promotion and evaluation processes, by reasons relating to their condition of being a woman. Corporations\' diversity initiatives, when they exist, generate inclusion to a certain extent, but do not eliminate the results of discrimination that society has been accumulating throughout its historical process. This is due to the sexism that exists in the decision making of these working processes, which define the workers professional trajectory, through the ungrateful role played by the leaderships, which perpetuates gender bias. Thus, there are contradictory forces within the companies\' daily routine, as even though the diversity programs exist, they result in the commercialization of gender and race social movements\' struggles, emptying and disarticulating these demands; in addition to ensuring the perpetuation of prejudice, through the managers, which results in the perpetuation of privileges. 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