A territorialização dos conflitos e das contradições: o capital versus trabalho nos laranjais baianos e sergipanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Jânio Roberto Diniz dos
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-04022010-143918/
Resumo: O presente trabalho buscou analisar as contradições existentes entre a expansão e apropriação do capital no território do Centro-Sul de Sergipe e Litoral Norte da Bahia, por meio da difusão de cultivos voltados ao agronegócio, com destaque para cultivo da laranja pêra para a produção de suco concentrado e congelado de modo a atender o mercado externo, sobretudo europeu, e suas repercussões nas relações de trabalho praticadas até então, bem como de que maneira esse processo vai promover a subjugação da renda camponesa ao capital, na medida em que os camponeses tornam-se grande parte da força de trabalho explorada. Considera-se que o capital tanto se territorializa na região mediante à implantação desse tipo de indústria, não raro estabelecendo alianças com os latifundiários locais, como busca monopolizar o cultivo da laranja realizado nas unidades de produção familiar, promovendo a submissão dessa renda camponesa aos seus interesses imediatos. Assim, a expansão capitalista vem favorecendo o processo de valorização das terras e a concentração das mesmas nas mãos de poucos grupos econômicos, como também a degradação das condições de trabalho dos camponeses, mediante o processo de expropriação de suas terras, bem como a existência de um significativo contingente de força de trabalho na região. Por um lado, também se verifica a exploração do trabalho familiar camponês pelo capital, que se apropria, a baixo custo, de grande parte dessa produção sem ter que remunerar o trabalhador. Alem disso, o trabalho feminino e infantil acaba por complementar as possibilidades da reprodução ampliada do capital na região. Dessa forma, o capital vai promovendo, de várias maneiras, suas investidas sobre o trabalho. Por outro, esses trabalhadores expropriados dos meios de produção e mesmo aqueles, que se mantêm com dificuldades em suas terras, buscam formas de resistirem ou permanecerem nelas, já que a experiência da luta pela terra via movimentos sociais tem ganhado visibilidade. Assim sendo, o território do Centro-sul de Sergipe e do Litoral Norte da Bahia, enquanto singularidade na totalidade, pode ser compreendido como a materialidade concreta das investidas do capital sobre o trabalho e das diversas experiências desenvolvidas no âmbito da classe proletária para continuar sobrevivendo do trabalho, portanto expressão da luta travada, historicamente, entre classes sociais com interesses antagônicos.
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Considera-se que o capital tanto se territorializa na região mediante à implantação desse tipo de indústria, não raro estabelecendo alianças com os latifundiários locais, como busca monopolizar o cultivo da laranja realizado nas unidades de produção familiar, promovendo a submissão dessa renda camponesa aos seus interesses imediatos. Assim, a expansão capitalista vem favorecendo o processo de valorização das terras e a concentração das mesmas nas mãos de poucos grupos econômicos, como também a degradação das condições de trabalho dos camponeses, mediante o processo de expropriação de suas terras, bem como a existência de um significativo contingente de força de trabalho na região. Por um lado, também se verifica a exploração do trabalho familiar camponês pelo capital, que se apropria, a baixo custo, de grande parte dessa produção sem ter que remunerar o trabalhador. Alem disso, o trabalho feminino e infantil acaba por complementar as possibilidades da reprodução ampliada do capital na região. Dessa forma, o capital vai promovendo, de várias maneiras, suas investidas sobre o trabalho. Por outro, esses trabalhadores expropriados dos meios de produção e mesmo aqueles, que se mantêm com dificuldades em suas terras, buscam formas de resistirem ou permanecerem nelas, já que a experiência da luta pela terra via movimentos sociais tem ganhado visibilidade. Assim sendo, o território do Centro-sul de Sergipe e do Litoral Norte da Bahia, enquanto singularidade na totalidade, pode ser compreendido como a materialidade concreta das investidas do capital sobre o trabalho e das diversas experiências desenvolvidas no âmbito da classe proletária para continuar sobrevivendo do trabalho, portanto expressão da luta travada, historicamente, entre classes sociais com interesses antagônicos.This work aimed at analyzing the existing contradictions between the expansion and appropriation of capital in the territory of central southern Sergipe and northern coastal area of Bahia, by means of the diffusion of cultivations devoted to agribusiness, especially Pêra orange farming for the production of concentrated and frozen juice in order to attend the foreign markets, above all European market, and its repercussions in the work relationships practiced until then, as well as how this process is going to promote the subjugation of farmer income to capital, as the peasants become great part of explored labor-force. It is considered that as the capital territorializes in the region through the implantation of this kind of industry, often establishing alliances with the local landowners, as it searches to monopolize the orange farming accomplished in the unit of familiar production, promoting the submission of this farmer income to its immediate interests. Thus, the capitalist expansion has furthered the process of valorization of lands and the concentration of the same ones in the hands of few economic groups, as well as the degradation of the work conditions of the peasants, through the process of expropriation of their lands, just as the existence of a significant contingent of labor force in the region. On the one hand, it is also verified the exploration of familiar peasant labor through the capital, which largely appropriates, at a low cost, of this production without having to remunerate the worker. Moreover, the feminine and child labor ends by complementing the possibilities of increased reproduction of the capital in the region. Thus, the capital comes promoting, in several ways, its onrushes on the labor. On the other hand, these laborers expropriated of the means of production, and even those that stay at their lands with difficulties seek means to resist or stay at them, since the experience of the fight for the land through social movements has acquired visibility. In this case, the territory of central southern Sergipe and northern coastal area of Bahia, while singularity in the totality, may be understood as the concrete materiality of onrushes of capital on the labor and of several experiences developed in the scope of the working class to continue surviving of the labor, therefore expression of struggle occurred, historically, between social classes with antagonistic interests.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFrancesconi, LeaSantos, Jânio Roberto Diniz dos2009-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-04022010-143918/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:01Zoai:teses.usp.br:tde-04022010-143918Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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