Análise de um novo critério de interpretação no diagnóstico diferencial das taquicardias de complexo QRS largo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-23092015-154252/ |
Resumo: | Introdução: O diagnóstico diferencial entre as taquicardias de complexo QRS largo é de grande importância, pois o diagnóstico incorreto pode acarretar terapias inadequadas e potencialmente fatais. Critérios eletrocardiográficos têm sido utilizados para diferenciar a taquicardia ventricular da supraventricular com aberrância de condução, usando-se medidas dos intervalos das ondas do QRS em milissegundos e padrões eletrocardiográficos peculiares, mas sua consequência direta é a dificuldade na memorização e em sua aplicabilidade clínica. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia diagnóstica de um novo critério eletrocardiográfico baseado no reconhecimento da negatividade do complexo QRS nas derivações DI, DII, V1 e V6, para o diagnóstico diferencial das taquicardias com QRS largo. Métodos: Foram avaliados 120 eletrocardiogramas de taquicardia ventricular ou taquicardia supraventricular com aberrância de condução por meio de dois métodos de avaliação: algoritmo de Brugada, que é composto por quatro passos, e um critério novo, composto por três passos para o diagnóstico. Os diagnósticos foram realizados com e sem conhecimento do dado clínico. As avaliações foram feitas por seis examinadores, sendo dois experientes na área (Grupo I), dois cardiologistas clínicos (Grupo II) e dois residentes de cardiologia na emergência (Grupo III). O padrão-ouro para o diagnóstico final foi o estudo eletrofisiológico. Resultados: Dos 120 pacientes, 68% apresentavam taquicardia ventricular e 32% taquicardia supraventricular com aberrância de condução. A idade dos pacientes variou de 17 a 85 anos, com média de 49,1 anos. A sensibilidade global foi maior (87,2%) quando o algoritmo de Brugada foi utilizado. A especificidade global foi maior (85,1%) com o critério novo. O valor preditivo positivo para taquicardia ventricular foi alto em ambos os métodos (90,9% no critério novo e 85,8% no algoritmo de Brugada). Os dois métodos tiveram boa acurácia (73,8% utilizando o critério novo e 81,4% o algoritmo de Brugada). O conhecimento do dado clínico não aumentou a acurácia diagnóstica. Entre os avaliadores mais experientes (Grupos I e II), a acurácia diagnóstica foi superior utilizando o algoritmo de Brugada em relação ao critério novo (84,6 e 85,8% vs. 74,2 e 74,6%). Para os avaliadores menos experientes (Grupo III), os dois métodos foram bastante semelhantes em termos de acurácia diagnóstica (73,7% no algoritmo de Brugada e 72,9% no critério novo), mas, para esses avaliadores, o critério novo apresentou maior especificidade que o algoritmo de Brugada (85,5% vs. 65,8%). Esses valores não mostraram alterações significativas com o conhecimento do dado clínico. O percentual de discordância entre os avaliadores foi maior utilizando o algoritmo de Brugada em relação ao critério novo (60,8% vs. 30%), e essa diferença persistiu com o conhecimento do dado clínico. Conclusão: O novo critério eletrocardiográfico apresentou boa acurácia no diagnóstico diferencial das taquicardias com QRS largo, podendo ser utilizado por médicos não especialista como alternativa ao algoritmo de Brugada. O conhecimento do dado clínico (presença ou não de cardiopatia) não aumentou a acurácia diagnóstica nos dois métodos |
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Análise de um novo critério de interpretação no diagnóstico diferencial das taquicardias de complexo QRS largoAnalysis of a new interpretation criterion for the differential diagnosis of wide QRS complex tachycardiasAlgorithmsAlgoritmosDiagnosis differencialDiagnóstico diferencialTachycardia supraventricularTachycardia ventricularTaquicardia supraventricularTaquicardia ventricularIntrodução: O diagnóstico diferencial entre as taquicardias de complexo QRS largo é de grande importância, pois o diagnóstico incorreto pode acarretar terapias inadequadas e potencialmente fatais. Critérios eletrocardiográficos têm sido utilizados para diferenciar a taquicardia ventricular da supraventricular com aberrância de condução, usando-se medidas dos intervalos das ondas do QRS em milissegundos e padrões eletrocardiográficos peculiares, mas sua consequência direta é a dificuldade na memorização e em sua aplicabilidade clínica. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia diagnóstica de um novo critério eletrocardiográfico baseado no reconhecimento da negatividade do complexo QRS nas derivações DI, DII, V1 e V6, para o diagnóstico diferencial das taquicardias com QRS largo. Métodos: Foram avaliados 120 eletrocardiogramas de taquicardia ventricular ou taquicardia supraventricular com aberrância de condução por meio de dois métodos de avaliação: algoritmo de Brugada, que é composto por quatro passos, e um critério novo, composto por três passos para o diagnóstico. Os diagnósticos foram realizados com e sem conhecimento do dado clínico. As avaliações foram feitas por seis examinadores, sendo dois experientes na área (Grupo I), dois cardiologistas clínicos (Grupo II) e dois residentes de cardiologia na emergência (Grupo III). O padrão-ouro para o diagnóstico final foi o estudo eletrofisiológico. Resultados: Dos 120 pacientes, 68% apresentavam taquicardia ventricular e 32% taquicardia supraventricular com aberrância de condução. A idade dos pacientes variou de 17 a 85 anos, com média de 49,1 anos. A sensibilidade global foi maior (87,2%) quando o algoritmo de Brugada foi utilizado. A especificidade global foi maior (85,1%) com o critério novo. O valor preditivo positivo para taquicardia ventricular foi alto em ambos os métodos (90,9% no critério novo e 85,8% no algoritmo de Brugada). Os dois métodos tiveram boa acurácia (73,8% utilizando o critério novo e 81,4% o algoritmo de Brugada). O conhecimento do dado clínico não aumentou a acurácia diagnóstica. Entre os avaliadores mais experientes (Grupos I e II), a acurácia diagnóstica foi superior utilizando o algoritmo de Brugada em relação ao critério novo (84,6 e 85,8% vs. 74,2 e 74,6%). Para os avaliadores menos experientes (Grupo III), os dois métodos foram bastante semelhantes em termos de acurácia diagnóstica (73,7% no algoritmo de Brugada e 72,9% no critério novo), mas, para esses avaliadores, o critério novo apresentou maior especificidade que o algoritmo de Brugada (85,5% vs. 65,8%). Esses valores não mostraram alterações significativas com o conhecimento do dado clínico. O percentual de discordância entre os avaliadores foi maior utilizando o algoritmo de Brugada em relação ao critério novo (60,8% vs. 30%), e essa diferença persistiu com o conhecimento do dado clínico. Conclusão: O novo critério eletrocardiográfico apresentou boa acurácia no diagnóstico diferencial das taquicardias com QRS largo, podendo ser utilizado por médicos não especialista como alternativa ao algoritmo de Brugada. O conhecimento do dado clínico (presença ou não de cardiopatia) não aumentou a acurácia diagnóstica nos dois métodosIntroduction: The differential diagnosis of wide QRS complex tachycardia is of great importance because an incorrect diagnosis can lead to inappropriate and potentially deadly therapies. Electrocardiographic criteria have been used in an attempt to differentiate ventricular tachycardia from supraventricular tachycardia with aberrant conduction, measuring the QRS interval in milliseconds and peculiar electrocardiographic patterns, but its direct consequence is the difficulty in memorizing and its clinical applicability. Objective: The objective of this study was to evaluate the diagnostic accuracy of a new electrocardiographic criteria based on recognition of QRS complex negativity in leads DI, DII, V1 and V6 for the differential diagnosis of wide QRS tachycardias. Methods: We evaluated 120 ventricular tachycardia or supraventricular tachycardia with aberrant conduction electrocardiograms using two assessment methods: the Brugada algorithm, which consists of four steps, and a new proposed criterion, consisting of three steps to diagnosis. The diagnoses were performed with and without knowledge of the clinical data. Evaluations were made by six examiners, two experts in the area (Group I), two clinical cardiologists (Group II) and two in emergency cardiology residents (Group III). The gold standard for final diagnosis was the electrophysiological study. Results: Of the 120 patients, 68% presented with ventricular tachycardia and 32% presented with supraventricular tachycardia with aberrant conduction. The patients\' ages ranged from 17 to 85 years, with a mean age of 49.1 years. Global sensitivity was higher (87.2%) when Brugada algorithm was used. Global specificity was higher (85.1%) if the new criterion was used. Both methods presented a high positive predictive value for ventricular tachycardia (90.9% for the new criterion and 85.8% for the Brugada algorithm). Also, both methods had good accuracy (73.8% with the new criterion and 81.4% with the Brugada algorithm). Knowledge of clinical data did not increase diagnostic accuracy. Among the most experienced evaluators (Groups I and II), the diagnostic accuracy was superior using the Brugada algorithm compared with the new criterion (84.6 and 85.8% vs. 74.2 and 74.6%). For the less experienced evaluators (Group III), the two methods had very similar diagnostic accuracy (73.7% for the Brugada algorithm and 72.9% for the new criterion), but for those evaluators, the new criteria showed greater specificity than Brugada algorithm (85.5% vs. 65.8 %%). These values did not change significantly with knowledge of the clinical data. The percentage of disagreement among reviewers was higher for the Brugada algorithm than for the new criterion (60.8% and 30%, respectively), and this difference persisted with knowledge of the clinical data. Conclusion: The new electrocardiographic criteria showed good accuracy in the differential diagnosis of wide QRS tachycardias, and can be used by physicians not expert as an alternative to Brugada algorithm. Knowledge of clinical data (presence or absence of heart disease) did not increase the diagnostic accuracy for both methodsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPScanavacca, Mauricio IbrahimSantos Neto, Francisco Rodrigues dos2015-07-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-23092015-154252/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-23092015-154252Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: O diagnóstico diferencial entre as taquicardias de complexo QRS largo é de grande importância, pois o diagnóstico incorreto pode acarretar terapias inadequadas e potencialmente fatais. Critérios eletrocardiográficos têm sido utilizados para diferenciar a taquicardia ventricular da supraventricular com aberrância de condução, usando-se medidas dos intervalos das ondas do QRS em milissegundos e padrões eletrocardiográficos peculiares, mas sua consequência direta é a dificuldade na memorização e em sua aplicabilidade clínica. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia diagnóstica de um novo critério eletrocardiográfico baseado no reconhecimento da negatividade do complexo QRS nas derivações DI, DII, V1 e V6, para o diagnóstico diferencial das taquicardias com QRS largo. Métodos: Foram avaliados 120 eletrocardiogramas de taquicardia ventricular ou taquicardia supraventricular com aberrância de condução por meio de dois métodos de avaliação: algoritmo de Brugada, que é composto por quatro passos, e um critério novo, composto por três passos para o diagnóstico. Os diagnósticos foram realizados com e sem conhecimento do dado clínico. As avaliações foram feitas por seis examinadores, sendo dois experientes na área (Grupo I), dois cardiologistas clínicos (Grupo II) e dois residentes de cardiologia na emergência (Grupo III). O padrão-ouro para o diagnóstico final foi o estudo eletrofisiológico. Resultados: Dos 120 pacientes, 68% apresentavam taquicardia ventricular e 32% taquicardia supraventricular com aberrância de condução. A idade dos pacientes variou de 17 a 85 anos, com média de 49,1 anos. A sensibilidade global foi maior (87,2%) quando o algoritmo de Brugada foi utilizado. A especificidade global foi maior (85,1%) com o critério novo. O valor preditivo positivo para taquicardia ventricular foi alto em ambos os métodos (90,9% no critério novo e 85,8% no algoritmo de Brugada). Os dois métodos tiveram boa acurácia (73,8% utilizando o critério novo e 81,4% o algoritmo de Brugada). O conhecimento do dado clínico não aumentou a acurácia diagnóstica. Entre os avaliadores mais experientes (Grupos I e II), a acurácia diagnóstica foi superior utilizando o algoritmo de Brugada em relação ao critério novo (84,6 e 85,8% vs. 74,2 e 74,6%). Para os avaliadores menos experientes (Grupo III), os dois métodos foram bastante semelhantes em termos de acurácia diagnóstica (73,7% no algoritmo de Brugada e 72,9% no critério novo), mas, para esses avaliadores, o critério novo apresentou maior especificidade que o algoritmo de Brugada (85,5% vs. 65,8%). Esses valores não mostraram alterações significativas com o conhecimento do dado clínico. O percentual de discordância entre os avaliadores foi maior utilizando o algoritmo de Brugada em relação ao critério novo (60,8% vs. 30%), e essa diferença persistiu com o conhecimento do dado clínico. Conclusão: O novo critério eletrocardiográfico apresentou boa acurácia no diagnóstico diferencial das taquicardias com QRS largo, podendo ser utilizado por médicos não especialista como alternativa ao algoritmo de Brugada. O conhecimento do dado clínico (presença ou não de cardiopatia) não aumentou a acurácia diagnóstica nos dois métodos |
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