Fragmentação do sono e adaptação ao trabalho noturno
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-01102014-145636/ |
Resumo: | Este estudo é parte de um projeto mais amplo que investiga as diferenças individuais no processo de adaptação de trabalhadores aos esquemas temporais de trabalho a que estão submetidos. As diferentes estratégias dos trabalhadores para se adaptar ao trabalho noturno têm sido amplamente investigadas com o objetivo de se conhecer modos de lidar melhor com a organização temporal do trabalho. Neste trabalho foi realizado um estudo de uma possível estratégia de adaptação ao débito de sono provocado pelo trabalho noturno em uma população de mulheres: a fragmentação do sono, ou seja, a realização de mais de um episódio de sono ao longo das 24 horas. A princípio, foram identificadas trabalhadoras que se auto-avaliaram como bem adaptadas ao esquema de trabalho. A avaliação da adaptação foi realizada através de um formulário construído a partir dos depoimentos das próprias trabalhadoras acerca do impacto do trabalho noturno. O acompanhamento do ciclo vigília-sono das trabalhadoras, por dez semanas consecutivas, através de protocolos de atividades preenchidos por elas, permitiu identificar aquelas que fragmentavam o sono e posteriormente confrontar esse resultado com a autoavaliação da adaptação das trabalhadoras. Nessa última etapa, a amostra desse estudo consistia de 24 mulheres que trabalhavam em uma indústria farmacêutica de segunda a sexta-feira das 22:00 às 06:00. Na ocasião da pesquisa elas tinham entre 20 e 40 anos de idade. Para verificar a influência da fragmentação regular do sono foi realizado um segundo estudo, em laboratório, onde foi possível controlar a fragmentação do sono. Neste estudo foram avaliados sujeitos submetidos a um regime simulado de emergência de trabalho, envolvendo drástica redução do sono. Esta avaliação foi realizada com voluntários submetidos a uma fragmentação forçada de sono. Os resultados do estudo em laboratório mostraram que a fragmentação regular do sono não causa sonolência maior do que um único episódio de sono. O estudo no campo revelou que para a maioria das trabalhadoras que dormem mais de um episódio de sono ao longo das 24 horas e que se auto-avaliaram como bem-adaptadas, a fragmentação do sono pode ser interpretada como uma estratégia de adaptação. Entretanto, há trabalhadoras que apesar de se auto-avaliarem como bem-adaptadas não fragmentam o sono. Conclue-se, portanto, que não há um único padrão de sono adequado para todos os trabalhadores e a variabilidade individual deve ser levada em consideração antes de propor uma específica estratégia de sono como estratégias de adaptação ao trabalho. |
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Fragmentação do sono e adaptação ao trabalho noturnoSleep fragmentation and adaptation to night workAdaptaçãoAdaptationFragmented SleepNight WorkSono FragmentadoTrabalho NoturnoEste estudo é parte de um projeto mais amplo que investiga as diferenças individuais no processo de adaptação de trabalhadores aos esquemas temporais de trabalho a que estão submetidos. As diferentes estratégias dos trabalhadores para se adaptar ao trabalho noturno têm sido amplamente investigadas com o objetivo de se conhecer modos de lidar melhor com a organização temporal do trabalho. Neste trabalho foi realizado um estudo de uma possível estratégia de adaptação ao débito de sono provocado pelo trabalho noturno em uma população de mulheres: a fragmentação do sono, ou seja, a realização de mais de um episódio de sono ao longo das 24 horas. A princípio, foram identificadas trabalhadoras que se auto-avaliaram como bem adaptadas ao esquema de trabalho. A avaliação da adaptação foi realizada através de um formulário construído a partir dos depoimentos das próprias trabalhadoras acerca do impacto do trabalho noturno. O acompanhamento do ciclo vigília-sono das trabalhadoras, por dez semanas consecutivas, através de protocolos de atividades preenchidos por elas, permitiu identificar aquelas que fragmentavam o sono e posteriormente confrontar esse resultado com a autoavaliação da adaptação das trabalhadoras. Nessa última etapa, a amostra desse estudo consistia de 24 mulheres que trabalhavam em uma indústria farmacêutica de segunda a sexta-feira das 22:00 às 06:00. Na ocasião da pesquisa elas tinham entre 20 e 40 anos de idade. Para verificar a influência da fragmentação regular do sono foi realizado um segundo estudo, em laboratório, onde foi possível controlar a fragmentação do sono. Neste estudo foram avaliados sujeitos submetidos a um regime simulado de emergência de trabalho, envolvendo drástica redução do sono. Esta avaliação foi realizada com voluntários submetidos a uma fragmentação forçada de sono. Os resultados do estudo em laboratório mostraram que a fragmentação regular do sono não causa sonolência maior do que um único episódio de sono. O estudo no campo revelou que para a maioria das trabalhadoras que dormem mais de um episódio de sono ao longo das 24 horas e que se auto-avaliaram como bem-adaptadas, a fragmentação do sono pode ser interpretada como uma estratégia de adaptação. Entretanto, há trabalhadoras que apesar de se auto-avaliarem como bem-adaptadas não fragmentam o sono. Conclue-se, portanto, que não há um único padrão de sono adequado para todos os trabalhadores e a variabilidade individual deve ser levada em consideração antes de propor uma específica estratégia de sono como estratégias de adaptação ao trabalho.This work is part of a larger project designed to search for individual differences relevant to adaptation of workers submitted to unusual work schedules. The different strategies of adaptation have been investigated in order to improve coping with nightwork. In this present study we report an investigation about sleep fragmentation (more than one sleep episode a day) as a strategy of adaptation to the sleep deficit caused by work schedule in female nightworkers. First of all, female nightworkers who evaluated themselves as well adapted were identified. This evaluation was made through a form based on interviews. The follow-up of workers\' sleep-wake cycle with sleep logs filled out by themselves for ten consecutive weeks permitted the identification of workers who showed sleep fragmentation. This result was compared with the adaptation\' scores obtained from the forms. In this last part of the study the sample was composed by 24 females who worked at a pharmaceutical plant from Monday to Friday from 22:00 to 06:00. They were between 20 and 40 years old. To verify the influence of regular sleep fragmentation on work adaptation a lab study was carried out. In this study we analyzed subjects submitted to a simulation of an emergency work condition with sleep reduction. This evaluation was done with volunteers submitted to a forced sleep fragmentation. The results from this lab study showed that the sleepiness caused by regular sleep fragmentation is not greater than when it is caused by a single sleep episode. The field study showed that sleep fragmentation can be understood as an adaptation strategy for women who both fragmented their sleep and identified themselves as well adapted. However, there were women who in spite of considering themselves well adapted, did not show sleep fragmentation. It can be concluded that there is not an ideal sleep pattern for all of the subjects and that individual variability should be taken in to account before proposing a specific sleep strategy as recommendation to cope with nightwork.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBarreto, Luiz Silveira MennaMoreno, Claudia Roberta de Castro1998-04-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-01102014-145636/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-01102014-145636Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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