Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caetano, Mariana
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28072008-152702/
Resumo: O número de animais terminados em sistema de confinamento cresce rapidamente no Brasil, concomitante com aumento no teor de amido das dietas utilizadas. A expansão da agricultura e custos mais baixos por unidade de energia digestível proveniente do grão em relação aos volumosos deve acelerar este processo. Os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar as perdas de amido em confinamentos comerciais; b) calibrar a metodologia de NIRS para estimativa do teor de amido fecal; c) estudar as relações entre parâmetros fecais (% de amido, MS e pH) com desempenho e eficiência de bovinos Nelore e cruzados recebendo dietas de médio/alto concentrado; d) avaliar o efeito do horário de coleta e da raça dos animais no teor de amido fecal. Foram avaliados os teores de amido fecal de animais de experimentos controlados e de confinamentos comerciais. Resultados de 2.003 amostras para teor de amido fecal foram analisados. Foi observada diferença no teor de amido fecal em função do horário de coleta tanto em experimento quanto em confinamentos comerciais (P < 0,01). Os teores de amido fecal em animais 100% Nelores foram maiores em comparação com o de animais cruzados (P < 0,01). Há necessidade de padronização do horário da coleta e grupo genético para utilizar o teor de amido nas fezes como indicador do uso de amido. Para os dados de experimentos controlados houve efeito de experimento (P < 0,0001), sexo (P = 0,006) e grupo genético (P = 0,0466), sendo maior o teor de amido fecal para machos e animais Nelore, quando comparados com fêmeas e cruzados. A correlação com amido nas fezes foi baixa (r < 0,20) para as variáveis peso médio metabólico (kg0,75), consumo de matéria seca (kg/dia) e eficiência alimentar (kg/kg). Não houve correlação entre teor de amido fecal e consumo alimentar residual (CAR) para novilhas e touros Nelore, demonstrando que talvez o amido nas fezes não seja um boa ferramenta para selecionar os animais mais eficientes em dietas de baixo teor de amido. A correlação entre o teor de amido fecal com pH fecal para animais em confinamentos comerciais apresentou correlação negativa de r = -0,57 e -0,51 quando a fonte de amido foi milho e sorgo, respectivamente. Foi detectada diferença (P =0,0006) no teor de pH fecal em função da fonte de amido da dieta (milho ou sorgo), 6,55 para o milho e 6,04 para o sorgo, sugerindo um menor aproveitamento do amido para os grãos de sorgo, embora o teor de amido fecal para as diferentes fontes avaliadas não tenha sido diferente (P = 0,29). Já para a %MS fecal, houve efeito de fonte de amido (P = 0,06), sendo os teores para milho menores (20,5%) em relação ao sorgo (23,1%). As 1.985 análises de amido nas fezes tanto dos experimentos quanto dos confinamentos comerciais permitiram a obtenção e validação de uma equação de calibração do NIRS para teor de amido fecal. Uma parte dos dados coletados foram utilizados na calibração e outra parte na validação independente da equação. Foram feitas equações para três diferentes conjuntos de amostras: a) todas independente da fonte de amido; b) amostras contendo o milho como principal fonte de amido; c) amostras contendo o sorgo como principal fonte de amido. Todas as equações apresentaram boa habilidade preditiva (R2 > 0,92), alta acurácia (erros sistemático inferior a 2% do teor de amido fecal) sendo que uma única equação pode ser utilizada para estimar o teor de amido fecal independente da fonte de amido da dieta.
id USP_1d296a700ab176fa016d66a19d1ce25a
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-28072008-152702
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinadosStudy of the starch losses in Brazilian beef cattle and use of starch as a management tool in the feedlotAmidoConfinamento animalDieta animalFecesFeedlotGado NeloreGenetic groupNelloreRaças animais - avaliação.Ruminants.O número de animais terminados em sistema de confinamento cresce rapidamente no Brasil, concomitante com aumento no teor de amido das dietas utilizadas. A expansão da agricultura e custos mais baixos por unidade de energia digestível proveniente do grão em relação aos volumosos deve acelerar este processo. Os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar as perdas de amido em confinamentos comerciais; b) calibrar a metodologia de NIRS para estimativa do teor de amido fecal; c) estudar as relações entre parâmetros fecais (% de amido, MS e pH) com desempenho e eficiência de bovinos Nelore e cruzados recebendo dietas de médio/alto concentrado; d) avaliar o efeito do horário de coleta e da raça dos animais no teor de amido fecal. Foram avaliados os teores de amido fecal de animais de experimentos controlados e de confinamentos comerciais. Resultados de 2.003 amostras para teor de amido fecal foram analisados. Foi observada diferença no teor de amido fecal em função do horário de coleta tanto em experimento quanto em confinamentos comerciais (P < 0,01). Os teores de amido fecal em animais 100% Nelores foram maiores em comparação com o de animais cruzados (P < 0,01). Há necessidade de padronização do horário da coleta e grupo genético para utilizar o teor de amido nas fezes como indicador do uso de amido. Para os dados de experimentos controlados houve efeito de experimento (P < 0,0001), sexo (P = 0,006) e grupo genético (P = 0,0466), sendo maior o teor de amido fecal para machos e animais Nelore, quando comparados com fêmeas e cruzados. A correlação com amido nas fezes foi baixa (r < 0,20) para as variáveis peso médio metabólico (kg0,75), consumo de matéria seca (kg/dia) e eficiência alimentar (kg/kg). Não houve correlação entre teor de amido fecal e consumo alimentar residual (CAR) para novilhas e touros Nelore, demonstrando que talvez o amido nas fezes não seja um boa ferramenta para selecionar os animais mais eficientes em dietas de baixo teor de amido. A correlação entre o teor de amido fecal com pH fecal para animais em confinamentos comerciais apresentou correlação negativa de r = -0,57 e -0,51 quando a fonte de amido foi milho e sorgo, respectivamente. Foi detectada diferença (P =0,0006) no teor de pH fecal em função da fonte de amido da dieta (milho ou sorgo), 6,55 para o milho e 6,04 para o sorgo, sugerindo um menor aproveitamento do amido para os grãos de sorgo, embora o teor de amido fecal para as diferentes fontes avaliadas não tenha sido diferente (P = 0,29). Já para a %MS fecal, houve efeito de fonte de amido (P = 0,06), sendo os teores para milho menores (20,5%) em relação ao sorgo (23,1%). As 1.985 análises de amido nas fezes tanto dos experimentos quanto dos confinamentos comerciais permitiram a obtenção e validação de uma equação de calibração do NIRS para teor de amido fecal. Uma parte dos dados coletados foram utilizados na calibração e outra parte na validação independente da equação. Foram feitas equações para três diferentes conjuntos de amostras: a) todas independente da fonte de amido; b) amostras contendo o milho como principal fonte de amido; c) amostras contendo o sorgo como principal fonte de amido. Todas as equações apresentaram boa habilidade preditiva (R2 > 0,92), alta acurácia (erros sistemático inferior a 2% do teor de amido fecal) sendo que uma única equação pode ser utilizada para estimar o teor de amido fecal independente da fonte de amido da dieta.The number of animals finished in the feedlot system is rapidly growing in Brazil. At the same time there is an increase in the starch content of the diets. The expansion of grain production and lower costs of digestible energy from grain compared to roughages should accelerate this process. The objectives of this work were: a) evaluate starch losses in commercial feedlots; b) develop the NIRS methodology for fecal starch content; c) study the relationships between fecal parameters (%starch, dry matter and pH) with performance efficiency of Nellore and crossbreed cattle receiving diets of medium/high concentrate; d) evaluate the effect of time at fecal sample collection and animal breed on fecal starch content. The fecal starch content was determined on 2,003 samples. Fecal starch content was affected by time of fecal sample collection both in the controlled experiment and in commercial feedlots (P < 0.01). There was higher fecal starch content in animals 100% zebu compared to B. taurus crossbreds (P < 0.01). There is a need to standardize the time of collection and genetic group to use fecal starch as a management tool. There was an effect of experiment (P < 0.0001), sex (P = 0.006) and genetic group (P = 0.0466), with higher fecal starch content found for males, Nellore, when compared to females and crossbreds. The correlations between fecal starch and metabolic mid weight (kg0.75), dry matter intake (kg/day) and feed efficiency (kg/kg) were low (r < 0.20). There was no correlation between fecal starch content and residual feed intake for Nellore heifers or bulls, suggesting starch content is not a good tool to determine efficient animals fed medium concentrate diets. The correlation between the level of fecal starch and fecal pH for animals in commercial feedlots showed a negative correlation of r = -0.57 and -0.51 when corn and sorghum were the sources of starch. Fecal pH was different (P = 0.0006) depending on the source of the dietary starch, 6.55 and 6.04 for corn and sorghum respectively, suggesting lower efficiency of starch use with sorghum. However there was no difference in fecal starch percentage for the two starch sources evaluated (P = 0.29). For the fecal DM, there was an effect of source of starch (P = 0.06), lower for corn (20.5%) when compared to sorghum (23.1%). The database obtained with the 1,985 lab analysis of fecal starch from both controlled experiments and commercial feedlots were used to develop a NIRS calibration equation for fecal starch content. Part of the analysis was used to independently validate the equations. Equations were developed from three different sets of samples: a) all samples regardless the starch source; b) samples where corn was the main source of starch c) samples were sorghum was the main source of starch. All equations had good predictive ability, with high regression coefficients (R2 > 0.92) and low bias (< 2%) indicating high accuracy with independent data. Results suggest a single equation can be used to estimate the fecal starch regardless the source of starch in the diet.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLanna, Dante Pazzanese DuarteCaetano, Mariana2008-06-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28072008-152702/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:56Zoai:teses.usp.br:tde-28072008-152702Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
Study of the starch losses in Brazilian beef cattle and use of starch as a management tool in the feedlot
title Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
spellingShingle Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
Caetano, Mariana
Amido
Confinamento animal
Dieta animal
Feces
Feedlot
Gado Nelore
Genetic group
Nellore
Raças animais - avaliação.
Ruminants.
title_short Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
title_full Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
title_fullStr Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
title_full_unstemmed Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
title_sort Estudo das perdas de amido em confinamentos brasileiros e do uso do amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados
author Caetano, Mariana
author_facet Caetano, Mariana
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Lanna, Dante Pazzanese Duarte
dc.contributor.author.fl_str_mv Caetano, Mariana
dc.subject.por.fl_str_mv Amido
Confinamento animal
Dieta animal
Feces
Feedlot
Gado Nelore
Genetic group
Nellore
Raças animais - avaliação.
Ruminants.
topic Amido
Confinamento animal
Dieta animal
Feces
Feedlot
Gado Nelore
Genetic group
Nellore
Raças animais - avaliação.
Ruminants.
description O número de animais terminados em sistema de confinamento cresce rapidamente no Brasil, concomitante com aumento no teor de amido das dietas utilizadas. A expansão da agricultura e custos mais baixos por unidade de energia digestível proveniente do grão em relação aos volumosos deve acelerar este processo. Os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar as perdas de amido em confinamentos comerciais; b) calibrar a metodologia de NIRS para estimativa do teor de amido fecal; c) estudar as relações entre parâmetros fecais (% de amido, MS e pH) com desempenho e eficiência de bovinos Nelore e cruzados recebendo dietas de médio/alto concentrado; d) avaliar o efeito do horário de coleta e da raça dos animais no teor de amido fecal. Foram avaliados os teores de amido fecal de animais de experimentos controlados e de confinamentos comerciais. Resultados de 2.003 amostras para teor de amido fecal foram analisados. Foi observada diferença no teor de amido fecal em função do horário de coleta tanto em experimento quanto em confinamentos comerciais (P < 0,01). Os teores de amido fecal em animais 100% Nelores foram maiores em comparação com o de animais cruzados (P < 0,01). Há necessidade de padronização do horário da coleta e grupo genético para utilizar o teor de amido nas fezes como indicador do uso de amido. Para os dados de experimentos controlados houve efeito de experimento (P < 0,0001), sexo (P = 0,006) e grupo genético (P = 0,0466), sendo maior o teor de amido fecal para machos e animais Nelore, quando comparados com fêmeas e cruzados. A correlação com amido nas fezes foi baixa (r < 0,20) para as variáveis peso médio metabólico (kg0,75), consumo de matéria seca (kg/dia) e eficiência alimentar (kg/kg). Não houve correlação entre teor de amido fecal e consumo alimentar residual (CAR) para novilhas e touros Nelore, demonstrando que talvez o amido nas fezes não seja um boa ferramenta para selecionar os animais mais eficientes em dietas de baixo teor de amido. A correlação entre o teor de amido fecal com pH fecal para animais em confinamentos comerciais apresentou correlação negativa de r = -0,57 e -0,51 quando a fonte de amido foi milho e sorgo, respectivamente. Foi detectada diferença (P =0,0006) no teor de pH fecal em função da fonte de amido da dieta (milho ou sorgo), 6,55 para o milho e 6,04 para o sorgo, sugerindo um menor aproveitamento do amido para os grãos de sorgo, embora o teor de amido fecal para as diferentes fontes avaliadas não tenha sido diferente (P = 0,29). Já para a %MS fecal, houve efeito de fonte de amido (P = 0,06), sendo os teores para milho menores (20,5%) em relação ao sorgo (23,1%). As 1.985 análises de amido nas fezes tanto dos experimentos quanto dos confinamentos comerciais permitiram a obtenção e validação de uma equação de calibração do NIRS para teor de amido fecal. Uma parte dos dados coletados foram utilizados na calibração e outra parte na validação independente da equação. Foram feitas equações para três diferentes conjuntos de amostras: a) todas independente da fonte de amido; b) amostras contendo o milho como principal fonte de amido; c) amostras contendo o sorgo como principal fonte de amido. Todas as equações apresentaram boa habilidade preditiva (R2 > 0,92), alta acurácia (erros sistemático inferior a 2% do teor de amido fecal) sendo que uma única equação pode ser utilizada para estimar o teor de amido fecal independente da fonte de amido da dieta.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-06-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28072008-152702/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-28072008-152702/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809091153704779776