Potencial anti-erosivo de uma nova cistatina derivada da cana-de-açúcar: definindo concentrações e veículos a serem utilizados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gironda, Carlos Condarco
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-01102018-164447/
Resumo: A erosão dentária apresenta uma etiologia multifatorial, com isto, existem várias possibilidades preventivas e terapêuticas. A saliva é um dos mais importantes fatores biológicos envolvidos, tendo um papel protetor contra desafios erosivos, por contribuir na formação da película adquirida. Já a incorporação de proteínas á película adquirida, através da sua adição a produtos odontológicos, como soluções para bochecho ou géis, por exemplo, pode afetar sua habilidade em proteger contra a erosão. Experimentos preliminares revelaram que uma cistatina clonada recentemente a partir da cana-de-açúcar, denominada CaneCPI-5, tem uma grande força de interação com o esmalte, sendo capaz de protegê-lo contra a erosão inicial. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de soluções ou géis contendo CaneCPI-5, em diferentes concentrações, na proteção contra a erosão inicial do esmalte n vitro. Foram confeccionados 150 blocos de esmalte bovino (4 X 4 mm). Para cada um dos veículos a ser testado (solução ou gel) foram constituídos 5 grupos, sendo um grupo controle, constituído por água deionizada ou gel placebo e 4 grupos experimentais. Para as soluções, os grupos experimentais foram constituídos de: Mucina 0,27% + Caseína 0,5%, CaneCPI-5 0,025 g/L, CaneCPI-5 0,1 g/L e CaneCPI-5 1,0 g/L. Para os géis, os grupos experimentais foram: Mucina 0,27% + Caseína 0,5%, CaneCPI-5 0,1 g/L, CaneCPI-5 1,0 g/L e CaneCPI-5 2,0 g/L O tratamento dos espécimes com as soluções foi feito por 2 h a 30°C, sob agitação, enquanto com os géis foi feito por 1 min. Saliva estimulada foi coletada de 3 voluntários para formação da película adquirida (durante 2 h) sobre os espécimes. Os espécimes foram então incubados em solução de ácido cítrico 0,65% (pH = 3,4) por 1 min a 30ºC sob agitação constante. Cada espécime foi assim tratado uma vez ao dia durante 3 dias. As análises de microdureza de superfície (SHM) foram feitas e as alterações na SMH (SHM baseline SMH pós-erosão; %SHC) foram calculadas nos dias 1 e 3. Os dados foram analisados pelos teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn (p<0,05). As soluções contendo CaneCPI-5 a 0,1 e 1,0 g/l reduziram significativamente %SHC em comparação aos demais tratamentos, para ambos os períodos experimentais, sem diferença entre si. Para os géis resultados semelhantes aos das soluções foram obtidos apenas no primeiro dia de tratamento. Após 3 dias, entretanto, o efeito protetor foi perdido. Em conclusão, o tratamento com solução contendo CaneCPI-5 a 0,1 g/L parece ser uma boa alternativa para prevenir a erosão inicial do esmalte, o que deve ser confirmado em estudos utilizando condições experimentais mais similares às situações clínicas.
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Experimentos preliminares revelaram que uma cistatina clonada recentemente a partir da cana-de-açúcar, denominada CaneCPI-5, tem uma grande força de interação com o esmalte, sendo capaz de protegê-lo contra a erosão inicial. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de soluções ou géis contendo CaneCPI-5, em diferentes concentrações, na proteção contra a erosão inicial do esmalte n vitro. Foram confeccionados 150 blocos de esmalte bovino (4 X 4 mm). Para cada um dos veículos a ser testado (solução ou gel) foram constituídos 5 grupos, sendo um grupo controle, constituído por água deionizada ou gel placebo e 4 grupos experimentais. Para as soluções, os grupos experimentais foram constituídos de: Mucina 0,27% + Caseína 0,5%, CaneCPI-5 0,025 g/L, CaneCPI-5 0,1 g/L e CaneCPI-5 1,0 g/L. Para os géis, os grupos experimentais foram: Mucina 0,27% + Caseína 0,5%, CaneCPI-5 0,1 g/L, CaneCPI-5 1,0 g/L e CaneCPI-5 2,0 g/L O tratamento dos espécimes com as soluções foi feito por 2 h a 30°C, sob agitação, enquanto com os géis foi feito por 1 min. Saliva estimulada foi coletada de 3 voluntários para formação da película adquirida (durante 2 h) sobre os espécimes. Os espécimes foram então incubados em solução de ácido cítrico 0,65% (pH = 3,4) por 1 min a 30ºC sob agitação constante. Cada espécime foi assim tratado uma vez ao dia durante 3 dias. As análises de microdureza de superfície (SHM) foram feitas e as alterações na SMH (SHM baseline SMH pós-erosão; %SHC) foram calculadas nos dias 1 e 3. Os dados foram analisados pelos teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn (p<0,05). As soluções contendo CaneCPI-5 a 0,1 e 1,0 g/l reduziram significativamente %SHC em comparação aos demais tratamentos, para ambos os períodos experimentais, sem diferença entre si. Para os géis resultados semelhantes aos das soluções foram obtidos apenas no primeiro dia de tratamento. Após 3 dias, entretanto, o efeito protetor foi perdido. Em conclusão, o tratamento com solução contendo CaneCPI-5 a 0,1 g/L parece ser uma boa alternativa para prevenir a erosão inicial do esmalte, o que deve ser confirmado em estudos utilizando condições experimentais mais similares às situações clínicas.Dental erosion has a multifactorial etiology, thus, there are several preventive and therapeutic possibilities. Saliva is one of the most important biological factors involved, having a protective role against erosive challenges and contributing to the formation of the acquired enamel pellicle. The incorporation of proteins in the acquired enamel pellicle, by their addition to dental products such as mouthwashes or gels, for example, can affect its ability to protect against erosion. Preliminary experiments from our group have shown that a sugar cane-derived protein that was recently cloned, known as CaneCPI-5 has a strong interaction force with the enamel and is capable of protecting it against initial erosion. The aim of this study was to evaluate the effect of solutions or gels containing CaneCPI-5, in different concentrations, on the protection against initial enamel erosion in vitro. Bovine enamel blocks (n=150) (4X4 mm) were prepared. For each of the vehicles tested (solution or gel) 5 groups (one control, constituted by deionized water or placebo gel and four experimental) were constituted. For the solutions, the experimental groups were constituted of: 0.27% mucin + 0.5% casein, 0.025 g/L CaneCPI-5, 0.1 g/L CaneCPI-5 or 1.0 g/L CaneCPI-5. For the gels, they were: 0.27% mucin + 0.5% casein, 0.1 g/L CaneCPI-5, 1.0 g/L CaneCPI-5 or 2.0 g/L CaneCPI-5. The specimens were treated with the solutions for 2 h at 30°C under stirring or with the gels for 1 min. Stimulated saliva was collected from three volunteers and the acquired enamel pellicle was formed for 2 h. Then the specimens were incubated in a solution of 0.65% citric acid (pH = 3.4) for 1 min at 30°C under stirring. Each specimen was treated once a day for 3 days. Surface hardness analysis (SHM) was made and changes in SMH (SHM baseline - posterosion SMH; %SHC) was calculated on days 1 and 3. Data were analyzed by Kruskall-Wallis and Dunn´s tests (p<0.05). The solutions containing 0.1 and 1.0 g/L CaneCPI-5 significantly reduced %SHC when compared with the other treatments, for both experimental periods, without significant difference between them. As for the gels, similar results were obtained but only at the first day of treatment. After 3 days, the protective effect was lost. In conclusion, the treatment with solution containing 0.1g/L CaneCPI-5 seems to be a good alternative to prevent initial enamel erosion, what needs to be confirmed using experimental conditions that more closely resemble the clinical situation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBuzalaf, Marilia Afonso RabeloGironda, Carlos Condarco2018-05-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-01102018-164447/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-14T20:55:02Zoai:teses.usp.br:tde-01102018-164447Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-14T20:55:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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