As chuvas de relevo: a influência da serra de Itaqueri nos acumulados pluviométricos regionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Bruno César dos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-31052023-135406/
Resumo: A precipitação é um elemento particularmente importante e variável no tempo e no espaço, cuja ocorrência de eventos extremos tem potencial de ocasionar impactos significativos na população e na paisagem. Compreender o comportamento temporal e espacial da precipitação em áreas tropicais é de extrema relevância, considerando seu impacto na dinâmica urbana e rural e, assim, em seu planejamento estratégico. Nessa mesma perspectiva, a orografia é um fator que pode contribuir nesse processo desencadeado pela atmosfera, apresentando influências espaciais por meio das particularidades regionais de cada superfície topográfica e altimétrica. No Brasil, a grande maioria dos estudos sobre chuvas orográficas está concentrada nas regiões de maiores altitudes, localizadas na costa leste do território brasileiro e pouco exploradas no interior do país, onde se encontram planaltos residuais que possuem cotas altimétricas inferiores, como o relevo de Cuestas Basálticas localizado no interior do Estado de São Paulo. Para isso, o objetivo desta pesquisa foi analisar as influências das características geomorfológicas do relevo nas chuvas na região central do Estado de São Paulo, por meio de dados diários de estações de superfície e de satélite em um período mínimo de 30 anos. Foram utilizadas 31 estações de superfície com séries históricas de chuvas observadas no período de 1979 a 2019. Além das estações, foi utilizada uma série histórica de dados estimados por satélite no período de 1981 a 2019, do produto CHIRPS. As metodologias estatísticas utilizadas foram índices climáticos, variabilidade, classificação, tendência, validação e, por fim, a seleção de episódios representativos para identificar o efeito do relevo no comportamento, distribuição e intensificação das chuvas. Os resultados evidenciaram que: 1 - Na região centro-sul da área de estudo, foi observada, temporal e espacialmente, uma maior recorrência na concentração do volume em milímetros (PRCTOT, RX1 dia, RX5 dias) e no número de dias (DCS, DCU e RX46mm) das chuvas sobre esses locais planálticos. 2 - A classificação e seleção dos anos-padrão evidenciaram um padrão de 46% dos anos dentro da habitualidade nas regiões sul, centro e norte, 24% chuvosos na região centro-sul e 30% secos na região sudeste. 3 - Os anos extremos da série histórica (1979-2019) em relação à média anual de 1468,8 mm indicam que o ano de 1983 foi considerado o mais chuvoso (>30%), concentrando volumes de chuvas elevadas em locais da região centro-sul, enquanto 2014 foi considerado o mais seco (<30%), com uma estiagem mais duradoura na região setentrional da área de estudo. 4 - As tendências mostram uma diminuição nos acumulados anuais (PRCTOT) de 87%, uma redução no volume acumulado em cinco dias (RX5) de 45%; por outro lado, houve uma permanência dentro do padrão para o DCS, DCU, RX1 de mais de 50% e um aumento de 43% das chuvas diárias extremas (RX>46mm), principalmente na região central da área de estudo. 5 - A validação e averiguação dos dados CHIRPS mostram-se satisfatórias. Porém, os intervalos de tempo das estações usadas ou não como âncoras pelo CHIRPS, associados à redução na densidade dos postos de superfície, influenciam na qualidade global e mensal dos dados comparados (observado e estimado). 6 - As características do terreno (altitude e declividade) e a sazonalidade também influenciam na qualidade do desempenho e na relação do conjunto de dados e, espacialmente, dependendo da disponibilidade ou não de estações âncoras. 7 - As tendências mostraram um mesmo padrão de variabilidade das chuvas durante o período de 1981-2019, evidenciando uma prevalência da redução na distribuição da precipitação em áreas oeste e norte e de aumento em áreas leste e sul, no volume de chuvas dentro da área de estudo. 8 - Os episódios representativos evidenciaram que a presença da orografia exerce influência nas chuvas, apontando um padrão de circulação na preferência de direção da intensificação das chuvas em eventos de ZCAS ou entradas de sistemas frontais, no quadrante de orientação SO-S-SE, principalmente na região central e meridional da área de estudo. Portanto, o relevo da região central do estado de São Paulo, apesar de apresentar uma topografia de baixa altitude, exerce uma importante influência orográfica na dinâmica de circulação, na distribuição espacial e na intensificação das chuvas regionais diante dos eventos meteorológicos atuantes na região, como a ZCAS ou SFs, especialmente durante o período úmido (outubro a março) do clima tropical de altitude. Para futuros estudos dentro dessa temática, recomenda-se o uso de modelos geoestatísticos por meio de índices topográficos, que permitem a avaliação da influência de fatores como altitude, topografia e ventos (velocidade e direção) na distribuição da precipitação (mm/h) em eventos de volumes extremos de chuva.
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Nessa mesma perspectiva, a orografia é um fator que pode contribuir nesse processo desencadeado pela atmosfera, apresentando influências espaciais por meio das particularidades regionais de cada superfície topográfica e altimétrica. No Brasil, a grande maioria dos estudos sobre chuvas orográficas está concentrada nas regiões de maiores altitudes, localizadas na costa leste do território brasileiro e pouco exploradas no interior do país, onde se encontram planaltos residuais que possuem cotas altimétricas inferiores, como o relevo de Cuestas Basálticas localizado no interior do Estado de São Paulo. Para isso, o objetivo desta pesquisa foi analisar as influências das características geomorfológicas do relevo nas chuvas na região central do Estado de São Paulo, por meio de dados diários de estações de superfície e de satélite em um período mínimo de 30 anos. Foram utilizadas 31 estações de superfície com séries históricas de chuvas observadas no período de 1979 a 2019. Além das estações, foi utilizada uma série histórica de dados estimados por satélite no período de 1981 a 2019, do produto CHIRPS. As metodologias estatísticas utilizadas foram índices climáticos, variabilidade, classificação, tendência, validação e, por fim, a seleção de episódios representativos para identificar o efeito do relevo no comportamento, distribuição e intensificação das chuvas. Os resultados evidenciaram que: 1 - Na região centro-sul da área de estudo, foi observada, temporal e espacialmente, uma maior recorrência na concentração do volume em milímetros (PRCTOT, RX1 dia, RX5 dias) e no número de dias (DCS, DCU e RX46mm) das chuvas sobre esses locais planálticos. 2 - A classificação e seleção dos anos-padrão evidenciaram um padrão de 46% dos anos dentro da habitualidade nas regiões sul, centro e norte, 24% chuvosos na região centro-sul e 30% secos na região sudeste. 3 - Os anos extremos da série histórica (1979-2019) em relação à média anual de 1468,8 mm indicam que o ano de 1983 foi considerado o mais chuvoso (>30%), concentrando volumes de chuvas elevadas em locais da região centro-sul, enquanto 2014 foi considerado o mais seco (<30%), com uma estiagem mais duradoura na região setentrional da área de estudo. 4 - As tendências mostram uma diminuição nos acumulados anuais (PRCTOT) de 87%, uma redução no volume acumulado em cinco dias (RX5) de 45%; por outro lado, houve uma permanência dentro do padrão para o DCS, DCU, RX1 de mais de 50% e um aumento de 43% das chuvas diárias extremas (RX>46mm), principalmente na região central da área de estudo. 5 - A validação e averiguação dos dados CHIRPS mostram-se satisfatórias. Porém, os intervalos de tempo das estações usadas ou não como âncoras pelo CHIRPS, associados à redução na densidade dos postos de superfície, influenciam na qualidade global e mensal dos dados comparados (observado e estimado). 6 - As características do terreno (altitude e declividade) e a sazonalidade também influenciam na qualidade do desempenho e na relação do conjunto de dados e, espacialmente, dependendo da disponibilidade ou não de estações âncoras. 7 - As tendências mostraram um mesmo padrão de variabilidade das chuvas durante o período de 1981-2019, evidenciando uma prevalência da redução na distribuição da precipitação em áreas oeste e norte e de aumento em áreas leste e sul, no volume de chuvas dentro da área de estudo. 8 - Os episódios representativos evidenciaram que a presença da orografia exerce influência nas chuvas, apontando um padrão de circulação na preferência de direção da intensificação das chuvas em eventos de ZCAS ou entradas de sistemas frontais, no quadrante de orientação SO-S-SE, principalmente na região central e meridional da área de estudo. Portanto, o relevo da região central do estado de São Paulo, apesar de apresentar uma topografia de baixa altitude, exerce uma importante influência orográfica na dinâmica de circulação, na distribuição espacial e na intensificação das chuvas regionais diante dos eventos meteorológicos atuantes na região, como a ZCAS ou SFs, especialmente durante o período úmido (outubro a março) do clima tropical de altitude. Para futuros estudos dentro dessa temática, recomenda-se o uso de modelos geoestatísticos por meio de índices topográficos, que permitem a avaliação da influência de fatores como altitude, topografia e ventos (velocidade e direção) na distribuição da precipitação (mm/h) em eventos de volumes extremos de chuva.Precipitation is a particularly important and variable element in time and space, whose occurrence of extreme events has the potential to cause significant impacts on the population and landscape. Understanding the temporal and spatial behavior of precipitation in tropical areas is extremely relevant, considering its impact on urban and rural dynamics and thus on strategic planning. In this same perspective, orography is a factor that can contribute to this process triggered by the atmosphere, presenting spatial influences through the regional particularities of each topographic and altimetric surface. In Brazil, the vast majority of studies on orographic rainfall are concentrated in the regions of higher altitudes, located on the east coast of the Brazilian territory and little explored in the interior of the country, where residual plateaus with lower altimetric levels are located, such as the relief of Basaltic Cuestas located in the interior of the State of São Paulo. Therefore, the objective of this research was to analyze the influences of geomorphological characteristics of relief on rainfall in the central region of the State of São Paulo, through daily data from surface and satellite stations in a minimum period of 30 years. 31 surface stations with historical rainfall series observed from 1979 to 2019 were used. In addition to the stations, a historical series of estimated data by satellite from 1981 to 2019, from the CHIRPS product, was used. The statistical methodologies used were climate indices, variability, classification, trend, validation, and, finally, the selection of representative episodes to identify the effect of relief on the behavior, distribution, and intensification of rainfall. The results showed that: 1 - In the central-southern region of the study area, a greater recurrence in the temporal and spatial concentration of rainfall volume in millimeters (PRCTOT, RX1 day, RX5 days) and in the number of days (DCS, DCU, and RX46mm) was observed over these plateau locations. 2 - The classification and selection of standard years showed a pattern of 46% of the years within the usual range in the southern, central, and northern regions, 24% rainy in the centralsouthern region, and 30% dry in the southeastern region. 3 - The extreme years of the historical series (1979-2019) in relation to the annual average of 1468.8 mm indicate that the year 1983 was considered the rainiest (>30%), concentrating high volumes of rainfall in locations in the central-southern region, while 2014 was considered the driest (<30%), with a more prolonged drought in the northern region of the study area. 4 - Trends show a decrease in annual accumulations (PRCTOT) of 87%, a reduction in accumulated volume in five days (RX5) of 45%; on the other hand, there was a consistency within the standard for DCS, DCU, RX1 of over 50%, and a 43% increase in extreme daily rainfall (RX>46mm), mainly in the central region of the study area. 5 - The validation and verification of CHIRPS data are satisfactory. However, the time intervals of the stations used or not used as anchors by CHIRPS, associated with the reduction in surface station density, influence the overall and monthly quality of the compared data (observed and estimated). 6 - Terrain characteristics (altitude and slope) and seasonality also influence the quality of performance and the relationship of the data set, spatially depending on the availability or not of anchor stations. 7 - Trends showed the same pattern of rainfall variability during the period 1981-2019, indicating a prevalence of precipitation distribution reduction in the west and north and an increase in the east and south areas, in the volume of rainfall within the study area. 8 - The representative episodes showed that the presence of orography influences rainfall, pointing to a circulation pattern in the preference of the direction of rainfall intensification in ZCAS events or frontal system entries, in the orientation quadrant SO-S-SE, mainly in the central and southern regions of the study area. Therefore, the relief of the central region of São Paulo state, despite presenting a low-altitude topography, exerts an important orographic influence on circulation dynamics, spatial distribution, and regional rainfall intensification in the face of meteorological events operating in the region, such as ZCAS or SFs, especially during the wet period (October to March) of the altitude tropical climate. For future studies within this theme, the use of geostatistical models through topographical indexes is recommended, which allows for the evaluation of the influence of factors such as altitude, topography, and winds (velocity and direction) on the distribution of precipitation (mm/h) in events of extreme rainfall volumes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTech, Adriano Rogerio BrunoSantos, Bruno César dos2023-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-31052023-135406/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-05-31T19:56:43Zoai:teses.usp.br:tde-31052023-135406Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-05-31T19:56:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A precipitação é um elemento particularmente importante e variável no tempo e no espaço, cuja ocorrência de eventos extremos tem potencial de ocasionar impactos significativos na população e na paisagem. Compreender o comportamento temporal e espacial da precipitação em áreas tropicais é de extrema relevância, considerando seu impacto na dinâmica urbana e rural e, assim, em seu planejamento estratégico. Nessa mesma perspectiva, a orografia é um fator que pode contribuir nesse processo desencadeado pela atmosfera, apresentando influências espaciais por meio das particularidades regionais de cada superfície topográfica e altimétrica. No Brasil, a grande maioria dos estudos sobre chuvas orográficas está concentrada nas regiões de maiores altitudes, localizadas na costa leste do território brasileiro e pouco exploradas no interior do país, onde se encontram planaltos residuais que possuem cotas altimétricas inferiores, como o relevo de Cuestas Basálticas localizado no interior do Estado de São Paulo. Para isso, o objetivo desta pesquisa foi analisar as influências das características geomorfológicas do relevo nas chuvas na região central do Estado de São Paulo, por meio de dados diários de estações de superfície e de satélite em um período mínimo de 30 anos. Foram utilizadas 31 estações de superfície com séries históricas de chuvas observadas no período de 1979 a 2019. Além das estações, foi utilizada uma série histórica de dados estimados por satélite no período de 1981 a 2019, do produto CHIRPS. As metodologias estatísticas utilizadas foram índices climáticos, variabilidade, classificação, tendência, validação e, por fim, a seleção de episódios representativos para identificar o efeito do relevo no comportamento, distribuição e intensificação das chuvas. Os resultados evidenciaram que: 1 - Na região centro-sul da área de estudo, foi observada, temporal e espacialmente, uma maior recorrência na concentração do volume em milímetros (PRCTOT, RX1 dia, RX5 dias) e no número de dias (DCS, DCU e RX46mm) das chuvas sobre esses locais planálticos. 2 - A classificação e seleção dos anos-padrão evidenciaram um padrão de 46% dos anos dentro da habitualidade nas regiões sul, centro e norte, 24% chuvosos na região centro-sul e 30% secos na região sudeste. 3 - Os anos extremos da série histórica (1979-2019) em relação à média anual de 1468,8 mm indicam que o ano de 1983 foi considerado o mais chuvoso (>30%), concentrando volumes de chuvas elevadas em locais da região centro-sul, enquanto 2014 foi considerado o mais seco (<30%), com uma estiagem mais duradoura na região setentrional da área de estudo. 4 - As tendências mostram uma diminuição nos acumulados anuais (PRCTOT) de 87%, uma redução no volume acumulado em cinco dias (RX5) de 45%; por outro lado, houve uma permanência dentro do padrão para o DCS, DCU, RX1 de mais de 50% e um aumento de 43% das chuvas diárias extremas (RX>46mm), principalmente na região central da área de estudo. 5 - A validação e averiguação dos dados CHIRPS mostram-se satisfatórias. Porém, os intervalos de tempo das estações usadas ou não como âncoras pelo CHIRPS, associados à redução na densidade dos postos de superfície, influenciam na qualidade global e mensal dos dados comparados (observado e estimado). 6 - As características do terreno (altitude e declividade) e a sazonalidade também influenciam na qualidade do desempenho e na relação do conjunto de dados e, espacialmente, dependendo da disponibilidade ou não de estações âncoras. 7 - As tendências mostraram um mesmo padrão de variabilidade das chuvas durante o período de 1981-2019, evidenciando uma prevalência da redução na distribuição da precipitação em áreas oeste e norte e de aumento em áreas leste e sul, no volume de chuvas dentro da área de estudo. 8 - Os episódios representativos evidenciaram que a presença da orografia exerce influência nas chuvas, apontando um padrão de circulação na preferência de direção da intensificação das chuvas em eventos de ZCAS ou entradas de sistemas frontais, no quadrante de orientação SO-S-SE, principalmente na região central e meridional da área de estudo. Portanto, o relevo da região central do estado de São Paulo, apesar de apresentar uma topografia de baixa altitude, exerce uma importante influência orográfica na dinâmica de circulação, na distribuição espacial e na intensificação das chuvas regionais diante dos eventos meteorológicos atuantes na região, como a ZCAS ou SFs, especialmente durante o período úmido (outubro a março) do clima tropical de altitude. Para futuros estudos dentro dessa temática, recomenda-se o uso de modelos geoestatísticos por meio de índices topográficos, que permitem a avaliação da influência de fatores como altitude, topografia e ventos (velocidade e direção) na distribuição da precipitação (mm/h) em eventos de volumes extremos de chuva.
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