Turismo e campesinato: embates ideológicos e culturais em Colombo/PR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Telma Mara Bittencourt Bassetti
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-05022010-120056/
Resumo: Turismo é uma atividade que pode ser definida como uma prática social cooptada pelo mercado e que tem no espaço sua maior especificidade. De um lado, o turismo é apresentado enquanto uma atividade econômica como aporte ao desenvolvimento; de outro, ele se apresenta como uma atividade geradora de impactos. Enquanto atividade econômica, cada vez mais o turismo se afirma como consumo do/no espaço e do lazer, pautado em um tempo rápido, racionalizado e caro, independentemente dos lugares onde ele se realiza. No campo, o modo de vida camponês se realiza em um tempo lento, em oposição ao próprio turismo. As políticas brasileiras de implementação do turismo no campo tem como discurso a melhoria de condições de vida e aumento de ganhos para o pequeno agricultor familiar. Mas por trás da noção de agricultor familiar há uma tradição de análises da existência, desaparecimento e resistência do camponês em meio a projetos políticos de modernização do campo, a partir de uma tentativa de transformar o camponês em agricultor familiar. Uma análise do turismo não pode desconsiderar a complexidade das relações e dos processos sociais que ele engendra, sob o risco de produzir-se uma análise reducionista. Tivemos por objetivo geral analisar em que medida o avanço do turismo no município de Colombo/PR, com apoio de políticas públicas, se desenvolve com participação camponesa. Utilizamos o método dialético materialista, levando em consideração a complexidade da vida social e da coexistência de relações sociais que tem datas desiguais. Turismo e campesinato são analisados a partir de suas contradições, percebidos em constantes movimentos. Como resultado de nossa pesquisa, foi possível observar que, de maneira geral, não há desenvolvimento do turismo com participação camponesa. Isso porque há uma oposição entre a implementação da atividade turística e o modo de vida camponês, que acaba resistindo ao próprio turismo.
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