Efeitos do escitalopram sobre a identificação de expressões faciais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves Neto, Wolme Cardoso
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-25032009-210215/
Resumo: ALVES NETO, W.C. Efeitos do escitalopram sobre a identificação de expressões faciais. Ribeirão Preto, SP: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2008. Os inibidores seletivos da recaptura de serotonina (ISRS) têm sido utilizados com sucesso para o tratamento de diversas patologias psiquiátricas. Sua eficácia clínica é atribuída a uma potencialização da neurotransmissão serotoninérgica, mas pouco ainda é conhecido sobre os mecanismos neuropsicológicos envolvidos nesse processo. Várias evidências sugerem que a serotonina estaria envolvida, entre outras funções, na regulação do comportamento social, nos processos de aprendizagem e memória e no processamento de emoções. O reconhecimento de expressões faciais de emoções básicas representa um valioso paradigma para o estudo do processamento de emoções, pois são estímulos condensados, uniformes e de grande relevância para o funcionamento social. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da administração aguda e por via oral do escitalopram, um ISRS, no reconhecimento de expressões faciais de emoções básicas. Uma dose oral de 10 mg de escitalopram foi administrada a doze voluntários saudáveis do sexo masculino, em modelo duplo-cego, controlado por placebo, em delineamento cruzado, ordem randômica, 3 horas antes de realizarem a tarefa de reconhecimento de expressões faciais, com seis emoções básicas raiva, medo, tristeza, asco, alegria e surpresa mais a expressão neutra. As faces foram digitalmente modificadas de forma a criar um gradiente de intensidade entre 10 e 100% de cada emoção, com incrementos sucessivos de 10%. Foram registrados os estados subjetivos de humor e ansiedade ao longo da tarefa e o desempenho foi avaliado pela medida de acurácia (número de acertos sobre o total de estímulos apresentados). De forma geral, o escitalopram interferiu no reconhecimento de todas as expressões faciais, à exceção de medo. Especificamente, facilitou a identificação das faces de tristeza e prejudicou o reconhecimento de alegria. Quando considerado o gênero das faces, esse efeito foi observado para as faces masculinas, enquanto que para as faces femininas o escitalopram não interferiu com o reconhecimento de tristeza e aumentou o de alegria. Além disso, aumentou o reconhecimento das faces de raiva e asco quando administrado na segunda sessão e prejudicou a identificação das faces de surpresa nas intensidades intermediárias de gradação. Também apresentou um efeito positivo global sobre o desempenho na tarefa quando administrado na segunda sessão. Os resultados sugerem uma modulação serotoninérgica sobre o reconhecimento de expressões faciais emocionais e sobre a evocação de material previamente aprendido.
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O reconhecimento de expressões faciais de emoções básicas representa um valioso paradigma para o estudo do processamento de emoções, pois são estímulos condensados, uniformes e de grande relevância para o funcionamento social. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da administração aguda e por via oral do escitalopram, um ISRS, no reconhecimento de expressões faciais de emoções básicas. Uma dose oral de 10 mg de escitalopram foi administrada a doze voluntários saudáveis do sexo masculino, em modelo duplo-cego, controlado por placebo, em delineamento cruzado, ordem randômica, 3 horas antes de realizarem a tarefa de reconhecimento de expressões faciais, com seis emoções básicas raiva, medo, tristeza, asco, alegria e surpresa mais a expressão neutra. As faces foram digitalmente modificadas de forma a criar um gradiente de intensidade entre 10 e 100% de cada emoção, com incrementos sucessivos de 10%. Foram registrados os estados subjetivos de humor e ansiedade ao longo da tarefa e o desempenho foi avaliado pela medida de acurácia (número de acertos sobre o total de estímulos apresentados). De forma geral, o escitalopram interferiu no reconhecimento de todas as expressões faciais, à exceção de medo. Especificamente, facilitou a identificação das faces de tristeza e prejudicou o reconhecimento de alegria. Quando considerado o gênero das faces, esse efeito foi observado para as faces masculinas, enquanto que para as faces femininas o escitalopram não interferiu com o reconhecimento de tristeza e aumentou o de alegria. Além disso, aumentou o reconhecimento das faces de raiva e asco quando administrado na segunda sessão e prejudicou a identificação das faces de surpresa nas intensidades intermediárias de gradação. Também apresentou um efeito positivo global sobre o desempenho na tarefa quando administrado na segunda sessão. Os resultados sugerem uma modulação serotoninérgica sobre o reconhecimento de expressões faciais emocionais e sobre a evocação de material previamente aprendido.ALVES NETO, W.C. Effects of escitalopram on the processing of emotional faces. Ribeirão Preto, SP: Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo; 2008. The selective serotonin reuptake inhibitors (SSRI) have been used successfully for the treatment of various psychiatry disorders. The SSRI clinical efficacy is attributed to an enhancement of the serotonergic neurotransmission, but little is known about the neuropsychological mechanisms underlying this process. Several evidences suggest that serotonin is involved with the regulation of social behavior, learning and memory process and emotional processing. The recognition of basic emotions on facial expressions represents an useful task to study the emotional processing, since they are a condensate, uniform and important stimuli for social functioning. The aim of the study was to verify the effects of the SSRI escitalopram on the recognition of facial emotional expressions. Twelve healthy males completed two experimental sessions each (crossover design), in a randomized, balanced order, double-blind design. An oral dose of 10 mg of escitalopram was administered 3 hours before they performed an emotion recognition task with six basic emotions angry, fear, sadness, disgust, happiness and surprise and neutral expression. The faces were digitally morphed between 10% and 100% of each emotional standard, creating a 10% steps gradient. The subjective mood and anxiety states through the task were recorded and the performance through the task was defined by the accuracy measure (number of correct answers divided by the total of stimuli presented). In general, except of fear, escitalopram interfered with all the emotions tested. Specifically, facilitated the recognition of sadness, while impaired the identification of happiness. When the gender of the faces was analyzed, this effect was seen in male, but not female faces, where it improves the recognition of happiness. In addition, improves the recognition of angry and disgusted faces when administered at the second session and impaired the identification of surprised faces at intermediate levels of intensity. It also showed a global positive effect on task performance when administered at the second session. The results indicate a serotonergic modulation on the recognition of emotional faces and the recall of previous learned items.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBen, Cristina Marta DelAlves Neto, Wolme Cardoso2008-05-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-25032009-210215/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-20T15:59:02Zoai:teses.usp.br:tde-25032009-210215Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-20T15:59:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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