Modelos de transição energética residencial e o acesso a serviços energéticos limpos: uma análise a partir de dois estudos de caso
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/86/86131/tde-11092013-124241/ |
Resumo: | A transição energética residencial começou a receber especial atenção da comunidade científica nos anos 1970 e 1980, quando se acreditava na ocorrência iminente da Crise da Lenha. Na época, temia-se que o corrente ritmo de consumo de biomassas sólidas em países em desenvolvimento ultrapassaria a capacidade de produção primária dos ambientes naturais, com sérias consequências para as camadas menos abastadas da população destes locais, que se veriam em uma situação de escassez de fontes de energia. Apesar de esta crise nunca haver, de fato, se concretizado, a preocupação com a sua potencial ocorrência estimulou o desenvolvimento de modelos que visavam à interpretação do fenômeno da transição energética residencial decorrente do processo de urbanização e aumento de renda dos usuários finais. Tal interesse culminou na elaboração do modelo da Escada Energética que, de uma maneira geral, previa que o abandono de fontes de energia tradicionais e a adoção de fontes de energia modernas era o resultado do aumento do status social da população. Inicialmente, a Escada Energética se estabeleceu como principal modelo de transição energética residencial. À medida que novos estudos foram desenvolvidos, entretanto, evidências passaram a sugerir que diversos fatores envolvidos na transição energética em países em desenvolvimento não podiam ser explicados pelo modelo. Estas evidências subsidiaram a concepção do modelo do Acúmulo de Combustíveis, segundo o qual a diversificação, e não a substituição, de energéticos seria o resultado do desenvolvimento social da população. Atualmente, não existe consenso sobre qual modelo melhor reflete o fenômeno da transição energética residencial. Como consequência, políticas públicas de acesso a energia e serviços energéticos limpos baseadas nestas diferentes interpretações possuem características e resultados distintos. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para a discussão sobre qual modelo de transição energética melhor reflete a realidade dos consumidores residenciais de energia de países em desenvolvimento a partir da apresentação de dois estudos de caso que retratam diferentes facetas da questão. As análises elaboradas indicam que o modelo do Acúmulo de Combustíveis consegue representar com maior fidelidade o fenômeno da transição energética residencial e que políticas públicas estruturadas segundo seu arcabouço teórico podem contribuir mais eficazmente para a melhoria das condições de vida da população. |
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Modelos de transição energética residencial e o acesso a serviços energéticos limpos: uma análise a partir de dois estudos de casoResidential energy transition models and the access to clean energy services: an analysis based on two case studiesAcúmulo de CombustíveisBrasilBrazilEnergy ladderenergy transition modelsEscada Energéticafogões aprimoradosfuel stackingfuelwoodimproved cookstoveslenhamodelos de transição energéticaA transição energética residencial começou a receber especial atenção da comunidade científica nos anos 1970 e 1980, quando se acreditava na ocorrência iminente da Crise da Lenha. Na época, temia-se que o corrente ritmo de consumo de biomassas sólidas em países em desenvolvimento ultrapassaria a capacidade de produção primária dos ambientes naturais, com sérias consequências para as camadas menos abastadas da população destes locais, que se veriam em uma situação de escassez de fontes de energia. Apesar de esta crise nunca haver, de fato, se concretizado, a preocupação com a sua potencial ocorrência estimulou o desenvolvimento de modelos que visavam à interpretação do fenômeno da transição energética residencial decorrente do processo de urbanização e aumento de renda dos usuários finais. Tal interesse culminou na elaboração do modelo da Escada Energética que, de uma maneira geral, previa que o abandono de fontes de energia tradicionais e a adoção de fontes de energia modernas era o resultado do aumento do status social da população. Inicialmente, a Escada Energética se estabeleceu como principal modelo de transição energética residencial. À medida que novos estudos foram desenvolvidos, entretanto, evidências passaram a sugerir que diversos fatores envolvidos na transição energética em países em desenvolvimento não podiam ser explicados pelo modelo. Estas evidências subsidiaram a concepção do modelo do Acúmulo de Combustíveis, segundo o qual a diversificação, e não a substituição, de energéticos seria o resultado do desenvolvimento social da população. Atualmente, não existe consenso sobre qual modelo melhor reflete o fenômeno da transição energética residencial. Como consequência, políticas públicas de acesso a energia e serviços energéticos limpos baseadas nestas diferentes interpretações possuem características e resultados distintos. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para a discussão sobre qual modelo de transição energética melhor reflete a realidade dos consumidores residenciais de energia de países em desenvolvimento a partir da apresentação de dois estudos de caso que retratam diferentes facetas da questão. As análises elaboradas indicam que o modelo do Acúmulo de Combustíveis consegue representar com maior fidelidade o fenômeno da transição energética residencial e que políticas públicas estruturadas segundo seu arcabouço teórico podem contribuir mais eficazmente para a melhoria das condições de vida da população.The residential energy transition began to receive special attention from the scientific community in 70s and 80s, when a Fuelwood crisis was believed to be imminent. At the time, it was feared that the current rhythm of solid biomass consumption would not keep pace with the primary productivity of the forests and other sources of fuelwood, with severe consequences striking the least wealthy households, who would face an energy shortage. Although the referred crisis never really happened, the concern with its potential occurrence stimulated the development of models aiming at interpreting the energy transition phenomenon provoked by the urbanization process and the increase in income of households. Such interest culminated in the elaboration of the Energy Ladder model, which indicated that the abandonment of traditional energy sources and the adoption of modern ones was the result of the increase of the social status of the population. Initially, the Energy Ladder established itself as the main residential energy transition model. As new studies were being developed, however, evidences suggesting that different factors related to the energy transition in developing countries couldnt be explained by the model were found. These evidences supported the conception of the Fuel Staking model, according to which diversification, instead of substitution, resulted from the social development of the population. Currently, there is no consensus on which model better represents the residential energy transition. As a consequence, public policies focused on clean energy and energy services access based on these different interpretations have different characteristics and results. In such context, this work intends to contribute to the discussion on which energy transition model better reflects the reality of households in developing countries by presenting two case studies showing different aspects of the thematic. The analysis presented suggests that the Fuel Stacking model can better represent the residential energy transition phenomenon and that public policies structured according to its theoretical framework are more effective in contributing to increase the living standards of the population.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSimões, André FelipeSgarbi, Felipe de Albuquerque2013-08-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/86/86131/tde-11092013-124241/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:37Zoai:teses.usp.br:tde-11092013-124241Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A transição energética residencial começou a receber especial atenção da comunidade científica nos anos 1970 e 1980, quando se acreditava na ocorrência iminente da Crise da Lenha. Na época, temia-se que o corrente ritmo de consumo de biomassas sólidas em países em desenvolvimento ultrapassaria a capacidade de produção primária dos ambientes naturais, com sérias consequências para as camadas menos abastadas da população destes locais, que se veriam em uma situação de escassez de fontes de energia. Apesar de esta crise nunca haver, de fato, se concretizado, a preocupação com a sua potencial ocorrência estimulou o desenvolvimento de modelos que visavam à interpretação do fenômeno da transição energética residencial decorrente do processo de urbanização e aumento de renda dos usuários finais. Tal interesse culminou na elaboração do modelo da Escada Energética que, de uma maneira geral, previa que o abandono de fontes de energia tradicionais e a adoção de fontes de energia modernas era o resultado do aumento do status social da população. Inicialmente, a Escada Energética se estabeleceu como principal modelo de transição energética residencial. À medida que novos estudos foram desenvolvidos, entretanto, evidências passaram a sugerir que diversos fatores envolvidos na transição energética em países em desenvolvimento não podiam ser explicados pelo modelo. Estas evidências subsidiaram a concepção do modelo do Acúmulo de Combustíveis, segundo o qual a diversificação, e não a substituição, de energéticos seria o resultado do desenvolvimento social da população. Atualmente, não existe consenso sobre qual modelo melhor reflete o fenômeno da transição energética residencial. Como consequência, políticas públicas de acesso a energia e serviços energéticos limpos baseadas nestas diferentes interpretações possuem características e resultados distintos. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para a discussão sobre qual modelo de transição energética melhor reflete a realidade dos consumidores residenciais de energia de países em desenvolvimento a partir da apresentação de dois estudos de caso que retratam diferentes facetas da questão. As análises elaboradas indicam que o modelo do Acúmulo de Combustíveis consegue representar com maior fidelidade o fenômeno da transição energética residencial e que políticas públicas estruturadas segundo seu arcabouço teórico podem contribuir mais eficazmente para a melhoria das condições de vida da população. |
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