Valor nutritivo de dietas contendo bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum spp) submetido a diferentes tratamentos alcalinos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1989 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191218-134210/ |
Resumo: | A avaliação nutritiva de dietas contendo bagaço de cana submetido a diferentes tratamentos alcalinos foi realizada através de um ensaio de digestibilidade "in vivo", pelo método da coleta total de fezes, utilizando-se como unidades experimentais, oito bubalinos machos, com idade média de 18 meses, distribuídas em dois quadrados latinos de 4 x 4. As dietas continham na matéria original 40% de rolão de milho, 30% de farelo de algodão e 30% de bagaço submetido aos seguintes tratamentos: in natura, tratado com 4% de NaOH, 4% de Ca(OH)2 e 2% NaOH + 2% Ca(OH)2, respectivamente para as dietas A, B, C e D. Os consumos de matéria seca (6,58 e 7,80 kg/animal/dia) e consumo de matéria seca por unidade de peso metabólico (101,60 e 118,6 g/kg0,75, respectivamente para a dieta contendo bagaço in natura e para a média das dietas bagaço alcalinizado, não apresentaram dif'erenças estatisticamente significativas. Com relação ao consumo de água, não se observou efeito estatisticamente significativo das dietas sobre este parâmetro, estando o mesmo intimamente relacionado ao consumo de matéria seca, apresentando um valor médio de 5,83 l/kg de matéria seca consumida. Os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e extrativos não nitrogenados, cujos valores médios foram respectivamente 56,72; 61,63; 71,34; 47,01 e 60,94%, assim como os nutrientes digestivos totais, com valor médio de 57,37% não apresentaram diferenças estatisticamente significativas para as dietas experimentais. No tocante aos constituintes da parede celular, observaram-se maiores coeficientes de digestibilidade da fibra em detergente neutro e hemicelulose (P< 0,05) para as dietas contendo bagaço tratato com NaOH e mistura de NaOH + Ca(OH)2, dietas B e D, as quais apresentaram valores de 55,52 e 56,71%: 73,08 e 74,62; em comparação a dieta contendo bagaço "in natura", dieta A, com valores de 51,12 e 68,35%, respectivamente para fibra em detergente neutro e hemicelulose. Observou-se também um maior coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente ácido (FDA) (P< 0,05), da dieta B (bagaço tratado com NaOH) em relação a dieta A (bagaço in natura), cujos valores observados foram respectivamente de 45,72 e 40,61%. No tocante à digestibilidade da celulose, não se observaram diferenças significativas entre as dietas, que apresentaram um valor médio de coeficiente de digestibilidade da ordem de 49,79%. Os valores de energia digestivel (kcal/kg) determinados evidenciaram uma superioridade (P< 0,05) da dieta D (bagaço tratado com NaOH + Ca(OH)2) em relação a dieta C (bagaço tratado com Ca(OH)2). Concluiu-se que os tratamentos alcalinos com 4% NaOH e 2% NaOH + 2% Ca(OH)2 foram mais eficazes na melhoria do valor nutritivo do bagaço de cana, pelo aumento que estes promoveram na digestibilidade da FDN e hemicelulose e que o método convencional de análise (Weende) não foi suficientemente preciso para determinar estas melhorias. Concluiu-se também que o nivel de 30% de bagaço de cana na dieta foi excessivo, pois o consumo e a digestibilidade da matéria seca das dietas estiveram abaixo dos niveis desejáveis. |
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Valor nutritivo de dietas contendo bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum spp) submetido a diferentes tratamentos alcalinosNutrition value of diets containing alkali treated sugarcane bagasse (Saccharum spp)BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCARBÚFALOSDIETA ANIMALDIGESTIBILIDADETRATAMENTOVALOR NUTRITIVOA avaliação nutritiva de dietas contendo bagaço de cana submetido a diferentes tratamentos alcalinos foi realizada através de um ensaio de digestibilidade "in vivo", pelo método da coleta total de fezes, utilizando-se como unidades experimentais, oito bubalinos machos, com idade média de 18 meses, distribuídas em dois quadrados latinos de 4 x 4. As dietas continham na matéria original 40% de rolão de milho, 30% de farelo de algodão e 30% de bagaço submetido aos seguintes tratamentos: in natura, tratado com 4% de NaOH, 4% de Ca(OH)2 e 2% NaOH + 2% Ca(OH)2, respectivamente para as dietas A, B, C e D. Os consumos de matéria seca (6,58 e 7,80 kg/animal/dia) e consumo de matéria seca por unidade de peso metabólico (101,60 e 118,6 g/kg0,75, respectivamente para a dieta contendo bagaço in natura e para a média das dietas bagaço alcalinizado, não apresentaram dif'erenças estatisticamente significativas. Com relação ao consumo de água, não se observou efeito estatisticamente significativo das dietas sobre este parâmetro, estando o mesmo intimamente relacionado ao consumo de matéria seca, apresentando um valor médio de 5,83 l/kg de matéria seca consumida. Os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e extrativos não nitrogenados, cujos valores médios foram respectivamente 56,72; 61,63; 71,34; 47,01 e 60,94%, assim como os nutrientes digestivos totais, com valor médio de 57,37% não apresentaram diferenças estatisticamente significativas para as dietas experimentais. No tocante aos constituintes da parede celular, observaram-se maiores coeficientes de digestibilidade da fibra em detergente neutro e hemicelulose (P< 0,05) para as dietas contendo bagaço tratato com NaOH e mistura de NaOH + Ca(OH)2, dietas B e D, as quais apresentaram valores de 55,52 e 56,71%: 73,08 e 74,62; em comparação a dieta contendo bagaço "in natura", dieta A, com valores de 51,12 e 68,35%, respectivamente para fibra em detergente neutro e hemicelulose. Observou-se também um maior coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente ácido (FDA) (P< 0,05), da dieta B (bagaço tratado com NaOH) em relação a dieta A (bagaço in natura), cujos valores observados foram respectivamente de 45,72 e 40,61%. No tocante à digestibilidade da celulose, não se observaram diferenças significativas entre as dietas, que apresentaram um valor médio de coeficiente de digestibilidade da ordem de 49,79%. Os valores de energia digestivel (kcal/kg) determinados evidenciaram uma superioridade (P< 0,05) da dieta D (bagaço tratado com NaOH + Ca(OH)2) em relação a dieta C (bagaço tratado com Ca(OH)2). Concluiu-se que os tratamentos alcalinos com 4% NaOH e 2% NaOH + 2% Ca(OH)2 foram mais eficazes na melhoria do valor nutritivo do bagaço de cana, pelo aumento que estes promoveram na digestibilidade da FDN e hemicelulose e que o método convencional de análise (Weende) não foi suficientemente preciso para determinar estas melhorias. Concluiu-se também que o nivel de 30% de bagaço de cana na dieta foi excessivo, pois o consumo e a digestibilidade da matéria seca das dietas estiveram abaixo dos niveis desejáveis.Nutritive value of diets contained alkali treated sugarcane bagasse, was realized through a "in vivo" digestibility trial, with buffaloes, by the total feces collection method. The diets were formulated to contain 40% ground ear corn with husks, 30% cottonseed meal, and 30% treated sugarcane bagasse: "in natura", treated with NaOH, 4% Ca(OH) and 2% NaOH plus 2% Ca(OH)2, respectively to diets A, B, C and D. Dry matter intake (6.58 and 7.80 kg/anímal/day) and dry matter intake per matabolic body size (101.60 and 118.60 g/kg0,75), respectively for the diet with sugarcane bagasse "in natura" and for the average of diets with treated sugarcane bagasse, were not statisticaly different. Water intake was not statisticaly different any the diets and averaged 5,8 l/kg DM. The apparent digestibility of dry matter, crude protein, ether extract, crude fiber, nitrogen free extract and the calculated values for the total digestible nutrients (TDN) were not statisticaly different for the experimental diets (56.72; 61.63; 71.34; 47.01; 60.94 and 57.37%, respectively). Digestibility of NDF and hemicellulose were higher (P< .05) for diets with bagasse plus NaOH and mixture of NaOH plus Ca(OH)2 (56.52 and 56.71%; 73.08 and 74.62%, respectively). It was observed a higher digestibility of ADF (P< .05) for the diet B (bagasse plus NaOH), as compared to the diet A, bagasse in natura" (45.72 and 40.61%, respectively). Cellulose digestibility was not different any the diets and averaged 49.79%. The digestible energy (DE) was higher (P< .05) for diet B, as compared to diet C. It was concluded that the alkali treatments with 4% NaOH and 2% NaOH + 2% Ca(OH)2, were more efficient in improving the nutritive value of sugarcane bagasse, reflexted mostly bu the increase in the NDF andhemicellulose digestibility fractions. The proximate system (Weende) was not sufficiently accurated to determine this improvement. It was also concluded that the level of 30% of sugarcane bagasse in the diets, was harmfull to the animals, since the intake and dry matter digestibility were below expected levels.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilveira, Antonio CarlosFurlan, Luiz Roberto1989-05-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191218-134210/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-19T21:07:02Zoai:teses.usp.br:tde-20191218-134210Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-19T21:07:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A avaliação nutritiva de dietas contendo bagaço de cana submetido a diferentes tratamentos alcalinos foi realizada através de um ensaio de digestibilidade "in vivo", pelo método da coleta total de fezes, utilizando-se como unidades experimentais, oito bubalinos machos, com idade média de 18 meses, distribuídas em dois quadrados latinos de 4 x 4. As dietas continham na matéria original 40% de rolão de milho, 30% de farelo de algodão e 30% de bagaço submetido aos seguintes tratamentos: in natura, tratado com 4% de NaOH, 4% de Ca(OH)2 e 2% NaOH + 2% Ca(OH)2, respectivamente para as dietas A, B, C e D. Os consumos de matéria seca (6,58 e 7,80 kg/animal/dia) e consumo de matéria seca por unidade de peso metabólico (101,60 e 118,6 g/kg0,75, respectivamente para a dieta contendo bagaço in natura e para a média das dietas bagaço alcalinizado, não apresentaram dif'erenças estatisticamente significativas. Com relação ao consumo de água, não se observou efeito estatisticamente significativo das dietas sobre este parâmetro, estando o mesmo intimamente relacionado ao consumo de matéria seca, apresentando um valor médio de 5,83 l/kg de matéria seca consumida. Os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta e extrativos não nitrogenados, cujos valores médios foram respectivamente 56,72; 61,63; 71,34; 47,01 e 60,94%, assim como os nutrientes digestivos totais, com valor médio de 57,37% não apresentaram diferenças estatisticamente significativas para as dietas experimentais. No tocante aos constituintes da parede celular, observaram-se maiores coeficientes de digestibilidade da fibra em detergente neutro e hemicelulose (P< 0,05) para as dietas contendo bagaço tratato com NaOH e mistura de NaOH + Ca(OH)2, dietas B e D, as quais apresentaram valores de 55,52 e 56,71%: 73,08 e 74,62; em comparação a dieta contendo bagaço "in natura", dieta A, com valores de 51,12 e 68,35%, respectivamente para fibra em detergente neutro e hemicelulose. Observou-se também um maior coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente ácido (FDA) (P< 0,05), da dieta B (bagaço tratado com NaOH) em relação a dieta A (bagaço in natura), cujos valores observados foram respectivamente de 45,72 e 40,61%. No tocante à digestibilidade da celulose, não se observaram diferenças significativas entre as dietas, que apresentaram um valor médio de coeficiente de digestibilidade da ordem de 49,79%. Os valores de energia digestivel (kcal/kg) determinados evidenciaram uma superioridade (P< 0,05) da dieta D (bagaço tratado com NaOH + Ca(OH)2) em relação a dieta C (bagaço tratado com Ca(OH)2). Concluiu-se que os tratamentos alcalinos com 4% NaOH e 2% NaOH + 2% Ca(OH)2 foram mais eficazes na melhoria do valor nutritivo do bagaço de cana, pelo aumento que estes promoveram na digestibilidade da FDN e hemicelulose e que o método convencional de análise (Weende) não foi suficientemente preciso para determinar estas melhorias. Concluiu-se também que o nivel de 30% de bagaço de cana na dieta foi excessivo, pois o consumo e a digestibilidade da matéria seca das dietas estiveram abaixo dos niveis desejáveis. |
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