Potencial forense de microvestí­gios biogeológicos em ecossistema costeiro do Brasil

• Autor(a) principal: Ramos, Cynthia
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-13022020-154211/
• topic: Ciências Forenses; Diatomáceas; Diatoms; Forensic Palynology; Forensic Science; Geolocalização; Geolocation; Palinologia; Palinologia Forense; Palynology

O termo \"Palinologia Forense\" refere-se ao uso de grãos de pólen e esporos para fins judiciais, havendo relatos de vários casos ao redor do mundo em que essa técnica se mostrou efetiva. Países como Nova Zelândia, Inglaterra e Estados Unidos utilizam-se amplamente desta técnica e apresentam protocolos consolidados em parceria com instituições acadêmicas para o desenvolvimento e aplicação de metodologias voltadas à essa área. A hipótese de que grãos de pólen e esporos encontrados em peças de roupa de um suspeito ou vítima, possam indicar sua geolocalização no momento do crime, tem sido testada em condições controladas em outros países de vegetação mais homogênea e com padrões de polinização predominantemente anemófila, ou seja, com dispersão através do vento. Embora esta técnica se relacione essencialmente com o estudo de palinomorfos, em sua aplicação ampla, pode também fornecer informações relacionadas a outros microorganismos como foraminíferos e as algas diatomáceas, que normalmente são utilizadas no âmbito forense para a detecção de morte por afogamento. A interpretação dos sinais palinológicos em regiões com vegetação heterogênea são mais difíceis devido à baixa probabilidade de um local apresentar uma assinatura polínica específica e diferente de outros pontos. Esta pesquisa avalia o potencial forense de grãos de pólen, esporos, diatomáceas e foraminíferos como geolocalizadores em uma realidade ambiental como a do Brasil, através do sinal desses microvestígios retido em vestimentas. Foi simulado um trajeto em uma área do litoral paulista, com dois pontos principais de trilha, sendo eles: praia e manguezal, com três indivíduos diferentes. As peças de roupa usadas foram removidas, lavadas e os resíduos foi processado de acordo com as metodologias para extração dos diferentes microvestígios, que foram identificados e contados. A concentração de cada táxon em cada uma das amostras foram analisadas e apresentaram resultados positivos para o contato com área litorânea e em algumas amostras, o contato específico com área de mangue. Essa análise contribui para a criação de protocolos forenses na área de palinologia com o intuito de beneficiar a perícia brasileira.