Fontes de crescimento das principais culturas do Rio Grande do Norte, 1981-92
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1996 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20181127-155513/ |
Resumo: | O presente estudo tem como objetivo quantificar as fontes e diferenças regionais de crescimento do setor agrícola norte-riograndense, no período de 1981 a 1992, como também as possíveis mudanças na composição da produção vegetal, fornecendo, assim, indicadores que quantificam as fontes de mudanças na produção agrícola. Para medir essas fontes de crescimento utilizou-se o modelo"shift-share"e as alterações na composição da área cultivada do Estado, foram analisadas através da mensuração dos componentes do efeito área, que são os efeitos escala e substituição, na análise individual por cultura. As culturas estudadas foram selecionadas através dos critérios de maior participação percentual em área cultivada e valor da produção, a saber: abacaxi, algodão arbóreo, algodão herbáceo, arroz, banana, batata-doce, caju, cana-de-açúcar, coco-da-baía, feijão, mandioca, manga, melão, milho, sisal e sorgo. Constatou-se que a produção das culturas selecionadas do Rio Grande do Norte cresceu a uma taxa de 1,66% ao ano, entre 1981 e 1992. Os efeitos composição da produção, rendimento e localização geográfica foram de maior importância em termos de explicação da variação na taxa de crescimento da produção agrícola estadual, ao contrário do efeito área que contribuiu negativamente. Portanto, o crescimento da produção agrícola no Rio Grande do Norte não ocorreu via incorporação de novas áreas. Ao contrário, houve sensível contração nas áreas cultivadas com as principais culturas incluídas nesta pesquisa. Isso significa que cerca de 228 mil hectares foram destinados a outros usos que não aqueles considerados no estudo (pastagens, reflorestamento, etc.). Os resultados mostraram também que as mudanças ocorridas na produção norte-riograndense na década de oitenta não seguiram um padrão convencional em termos de grupos de culturas. Três das maiores taxas anuais de crescimento da produção ocorreram em culturas tradicionais de subsistência: milho, feijão e arroz; três foram de culturas não tradicionais no Estado: melão, abacaxi e sorgo; finalmente, três foram de culturas tradicionais e em geral plantadas por grandes produtores: caju, coco-da-baía e cana-de-açúcar. Os principais efeitos explicativos do comportamento dessas culturas alternaram principalmente entre o efeito rendimento e o efeito área. O efeito localização geográfica foi positivo praticamente para todas as culturas. Percebe-se também que o subperíodo de maior crescimento foi entre 1981 e 1985, provavelmente influenciado pela regularidade climática do triênio 1984-85-86 e pela facilidade de obtenção do crédito subsidiado no início da década de 80. Dentre as culturas que apresentaram declínio na produção, três foram industriais e/ou de exportação: algodão arbóreo, sisal e o algodão herbáceo; duas culturas de subsistência: batata-doce e mandioca; e por último, a banana, uma cultura recente e de alto valor comercial. A retração da área foi a principal fonte explicativa dessas taxas de crescimento negativa da produção. Os resultados acima sugerem que os incentivos às culturas irrigadas, à recuperação de culturas como o caju e o coco-da-baía e à melhoria no material genético das culturas de subsistência, adotadas pelo governo estadual, surtiram efeito, ou seja, contribuíram positivamente para a mudança da composição da produção estadual. As microrregiões que apresentaram taxas médias anuais positivas de crescimento da produção foram: Litoral de São Bento do Norte, Serra Verde, Salineira Norte-riograndense, Borborema Potiguar, Sertão de Angicos, Açu-Apodi e a Serrana Norte-riograndense. Os principais indicadores de crescimento nessas microrregiões foram as mudanças na composição da produção e o aumento do rendimento. Em todas as microrregiões percebe-se uma variação dos efeitos explicativos conforme os subperíodos analisados. As regiões do Seridó e do Agreste Potiguar foram as que tiveram maior retração na produção agrícola, devido à queda na área plantada. A microrregião de Natal teve um comportamento estável. |
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O presente estudo tem como objetivo quantificar as fontes e diferenças regionais de crescimento do setor agrícola norte-riograndense, no período de 1981 a 1992, como também as possíveis mudanças na composição da produção vegetal, fornecendo, assim, indicadores que quantificam as fontes de mudanças na produção agrícola. Para medir essas fontes de crescimento utilizou-se o modelo"shift-share"e as alterações na composição da área cultivada do Estado, foram analisadas através da mensuração dos componentes do efeito área, que são os efeitos escala e substituição, na análise individual por cultura. As culturas estudadas foram selecionadas através dos critérios de maior participação percentual em área cultivada e valor da produção, a saber: abacaxi, algodão arbóreo, algodão herbáceo, arroz, banana, batata-doce, caju, cana-de-açúcar, coco-da-baía, feijão, mandioca, manga, melão, milho, sisal e sorgo. Constatou-se que a produção das culturas selecionadas do Rio Grande do Norte cresceu a uma taxa de 1,66% ao ano, entre 1981 e 1992. Os efeitos composição da produção, rendimento e localização geográfica foram de maior importância em termos de explicação da variação na taxa de crescimento da produção agrícola estadual, ao contrário do efeito área que contribuiu negativamente. Portanto, o crescimento da produção agrícola no Rio Grande do Norte não ocorreu via incorporação de novas áreas. Ao contrário, houve sensível contração nas áreas cultivadas com as principais culturas incluídas nesta pesquisa. Isso significa que cerca de 228 mil hectares foram destinados a outros usos que não aqueles considerados no estudo (pastagens, reflorestamento, etc.). Os resultados mostraram também que as mudanças ocorridas na produção norte-riograndense na década de oitenta não seguiram um padrão convencional em termos de grupos de culturas. Três das maiores taxas anuais de crescimento da produção ocorreram em culturas tradicionais de subsistência: milho, feijão e arroz; três foram de culturas não tradicionais no Estado: melão, abacaxi e sorgo; finalmente, três foram de culturas tradicionais e em geral plantadas por grandes produtores: caju, coco-da-baía e cana-de-açúcar. Os principais efeitos explicativos do comportamento dessas culturas alternaram principalmente entre o efeito rendimento e o efeito área. O efeito localização geográfica foi positivo praticamente para todas as culturas. Percebe-se também que o subperíodo de maior crescimento foi entre 1981 e 1985, provavelmente influenciado pela regularidade climática do triênio 1984-85-86 e pela facilidade de obtenção do crédito subsidiado no início da década de 80. Dentre as culturas que apresentaram declínio na produção, três foram industriais e/ou de exportação: algodão arbóreo, sisal e o algodão herbáceo; duas culturas de subsistência: batata-doce e mandioca; e por último, a banana, uma cultura recente e de alto valor comercial. A retração da área foi a principal fonte explicativa dessas taxas de crescimento negativa da produção. Os resultados acima sugerem que os incentivos às culturas irrigadas, à recuperação de culturas como o caju e o coco-da-baía e à melhoria no material genético das culturas de subsistência, adotadas pelo governo estadual, surtiram efeito, ou seja, contribuíram positivamente para a mudança da composição da produção estadual. As microrregiões que apresentaram taxas médias anuais positivas de crescimento da produção foram: Litoral de São Bento do Norte, Serra Verde, Salineira Norte-riograndense, Borborema Potiguar, Sertão de Angicos, Açu-Apodi e a Serrana Norte-riograndense. Os principais indicadores de crescimento nessas microrregiões foram as mudanças na composição da produção e o aumento do rendimento. Em todas as microrregiões percebe-se uma variação dos efeitos explicativos conforme os subperíodos analisados. As regiões do Seridó e do Agreste Potiguar foram as que tiveram maior retração na produção agrícola, devido à queda na área plantada. A microrregião de Natal teve um comportamento estável. |
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