O Plano Real e a experiência internacional sobre políticas de estabilização
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-27072022-152446/ |
Resumo: | O objetivo desta tese é construir uma visão crítica do Plano Real. Nos dois capítulos iniciais, abordaremos a experiência e a literatura nacional e internacional sobre políticas de estabilização. Por fim, apresentamos uma descrição da estrutura e das fases do Plano Real, bem como de seus resultados, analisando as políticas cambial, monetária e creditícia implementadas. Argumentamos que a formulação do Plano Real dá uma resposta original para a coordenação das expectativas inflacionárias, e que a trajetória das variáveis macroeconômicas durante o programa não é caracterizada por formas rígidas, como em casos típicos de uma âncora cambial ou monetária. Apesar dos eventuais ganhos com a adoção de uma estrutura flexível, o Plano Real sofre das limitações trazidas pela ambiguidade quanto à definição dos regimes monetário e cambial. Identificado inicialmente com um sistema de câmbio flexível com política monetária ativa, o programa parece ter aderido a uma versão híbrida, especialmente após a crise mexicana do início de 1995. Assim, a tensão gerada pela convivência entre as semi-âncoras monetária e cambial, e a ausência de uma política fiscal contracionista, parecem trazer um custo social mais elevado para a redução da inflação. Em suma, não obstante o aparente êxito cristalizado na redução dos índices inflacionários para 20% anuais, o Plano Real, no horizonte temporal examinado, foi incapaz de superar os dilemas de política econômica prevalescentes na fase que o antecedeu, não logrando criar uma âncora nominal sustentável para a economia brasileira. Em suma, não obstante o aparente êxito cristalizado na redução dos índices inflacionários para 20% anuais, o Plano Real, no horizonte temporal examinado, foi incapaz de superar os dilemas de política econômica prevalescentes na fase que o antecedeu, não logrando criar uma âncora nominal sustentável para a economia brasileira. |
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O Plano Real e a experiência internacional sobre políticas de estabilizaçãoThe real plan and the international experience about stabilization policiesDeflaçãoDeflationEconomic policy - BrazilEconomic StabilizationEstabilização econômicaInflaçãoInflationPolítica econômica - BrasilO objetivo desta tese é construir uma visão crítica do Plano Real. Nos dois capítulos iniciais, abordaremos a experiência e a literatura nacional e internacional sobre políticas de estabilização. Por fim, apresentamos uma descrição da estrutura e das fases do Plano Real, bem como de seus resultados, analisando as políticas cambial, monetária e creditícia implementadas. Argumentamos que a formulação do Plano Real dá uma resposta original para a coordenação das expectativas inflacionárias, e que a trajetória das variáveis macroeconômicas durante o programa não é caracterizada por formas rígidas, como em casos típicos de uma âncora cambial ou monetária. Apesar dos eventuais ganhos com a adoção de uma estrutura flexível, o Plano Real sofre das limitações trazidas pela ambiguidade quanto à definição dos regimes monetário e cambial. Identificado inicialmente com um sistema de câmbio flexível com política monetária ativa, o programa parece ter aderido a uma versão híbrida, especialmente após a crise mexicana do início de 1995. Assim, a tensão gerada pela convivência entre as semi-âncoras monetária e cambial, e a ausência de uma política fiscal contracionista, parecem trazer um custo social mais elevado para a redução da inflação. Em suma, não obstante o aparente êxito cristalizado na redução dos índices inflacionários para 20% anuais, o Plano Real, no horizonte temporal examinado, foi incapaz de superar os dilemas de política econômica prevalescentes na fase que o antecedeu, não logrando criar uma âncora nominal sustentável para a economia brasileira. Em suma, não obstante o aparente êxito cristalizado na redução dos índices inflacionários para 20% anuais, o Plano Real, no horizonte temporal examinado, foi incapaz de superar os dilemas de política econômica prevalescentes na fase que o antecedeu, não logrando criar uma âncora nominal sustentável para a economia brasileira.This thesis aims to build a criticai analysis of the Real Plan. In the first two chapters, the theoretical aspects discussed in the literatura about stabilization policies and the experiences of other countries are examined. Finally, we present the structure and results of the Real Plan, and discuss the exchange, monetary and credit policies adopted. We conclude that the plan gives an original answer to the problem of coordination of expectations and relative prices, and that the main economic variables do not follow a rigid pattern, showing a different dynamics in comparison to monetary or exchange rate anchors alternatives. In spite of the gains from flexibility, The Real Plan show the limitations brought about by the ambiguity related to monetary and exchange rate regime choice. At the beginning, the program seems to involve flexible exchange rates and targets for monetary aggregates, but soon after the Mexican crisis the structure has changed to a mixed one. In this option, monetary and exchange rate semianchors has conflicted, and the fiscal policy has not been tight, so that a higher social cost to reach stable prices has resulted. In sum, although the apparent success bringing inflation to 20% annually, The Real Plan fails to surpass the tradeoff associated with the conduction of monetary and exchange rate policies when foreign capital is abundant. It means that a new nominal anchor to the monetary system has not been created. We suggest that the present State of affairs, in which the government manage the transition to one digit annual inflation, constitutes a complex process of institutional change, where the risks involved are big, specially when the exchange rate policy is overcharged, that means monetary and fiscal policies do not improve adequately or sufficiently to lead the stabilization effort.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPinto, Mauricio Barata de PaulaGuerra Junior, Wagner Thomaz de Aquino1997-02-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-27072022-152446/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-07-27T19:19:40Zoai:teses.usp.br:tde-27072022-152446Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-07-27T19:19:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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