(Sobre) vivência: o se-movimentar durante a pandemia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-20022024-143840/ |
Resumo: | Pautados na fenomenologia de Merleau-Ponty (1908-1961), esta dissertação descreve a experiência vivida por dançarinos nas aulas e eventos realizados remotamente durante a pandemia de covid-19, buscando revelar as suas percepções de mundo vivido e do próprio corpo (MERLEAU-PONTY, 2011). Para tanto, por meio da Análise Documental, Entrevista Fenomenológica e do Método Visual, acionamos a percepção de nove colaboradores, integrantes do Laboratório de Estudos do Corpo (LEC), grupo formado por alunos bolsistas de uma escola de dança da zona sul de São Paulo. Para validade e confiabilidade dos dados, o produto da análise foi compartilhado e discutido com outra pesquisadora (peer checking) e também foi feito a checagem pelos membros (member checking), etapa realizada por meio da construção de uma narrativa (produto das entrevistas) enviada aos próprios colaboradores. A análise fenomenológica resultou na elucidação de três unidades de significados, sendo elas: A. Eu-outro-lar: intermundos conexos durante a pandemia. Nela, revelou-se que as novas experiências proporcionadas durante o período pandêmico levaram os sujeitos a refletirem sobre si mesmos, no caminho do autoconhecimento, de uma escuta interna e respeito às suas próprias limitações; proporcionaram reflexões sobre as relações com o outro, já que enquanto seres sociais e que vivem num coletivo, fomos afastados fisicamente uns dos outros durante a pandemia, gerando um sentimento de falta, o qual foi contornado por meio do aumento das interações remotas; permitiram uma reflexão acerca da relação com os espaços físicos disponíveis para as práticas corporais, considerando sua limitação, além das possibilidades de ressignificação e incorporação de novos objetos à cena. Na unidade de significado B. Ser- dançarino: imagéticas que desnudam, por meio do método visual e pela elucidação de fotos e vídeos, nossos colaboradores se viram diante da sua própria imagem em tempos anteriores à pandemia, o que permitiu uma retomada na memória das experiências vividas com a dança antes do afastamento social. Com o uso de vídeo, foi feita ainda uma produção artística de uma performance que refletisse sobre como era dançar dentro de casa, revelando sentimentos vividos que tratavam das saudades, da limitação, de estar preso, da repetição de rotina. Na última unidade de significado, C. Se-mostrar: sobre eventos e a relação com o espectador, vimos o surgimento de novos modelos de apresentação no formato remoto, que anunciaram as relações e a conexão estabelecidas entre dançarino e plateia, as quais foram reconfiguradas diante deste novo cenário. A partir da percepção de experiência do mundo vivido, esta pesquisa intentou se aproximar do ser-dançarino no modelo remoto, durante um momento tão complexo vivido pela humanidade, com fins de registro histórico sobre a organização e o funcionamento das práticas corporais no decorrer da pandemia |
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(Sobre) vivência: o se-movimentar durante a pandemia(Regarding) Experience: Self-movement during pandemicBodily practicesDançarinosDancersFenomenologiaPandemiaPandemicPhenomenologyPráticas corporaisPautados na fenomenologia de Merleau-Ponty (1908-1961), esta dissertação descreve a experiência vivida por dançarinos nas aulas e eventos realizados remotamente durante a pandemia de covid-19, buscando revelar as suas percepções de mundo vivido e do próprio corpo (MERLEAU-PONTY, 2011). Para tanto, por meio da Análise Documental, Entrevista Fenomenológica e do Método Visual, acionamos a percepção de nove colaboradores, integrantes do Laboratório de Estudos do Corpo (LEC), grupo formado por alunos bolsistas de uma escola de dança da zona sul de São Paulo. Para validade e confiabilidade dos dados, o produto da análise foi compartilhado e discutido com outra pesquisadora (peer checking) e também foi feito a checagem pelos membros (member checking), etapa realizada por meio da construção de uma narrativa (produto das entrevistas) enviada aos próprios colaboradores. A análise fenomenológica resultou na elucidação de três unidades de significados, sendo elas: A. Eu-outro-lar: intermundos conexos durante a pandemia. Nela, revelou-se que as novas experiências proporcionadas durante o período pandêmico levaram os sujeitos a refletirem sobre si mesmos, no caminho do autoconhecimento, de uma escuta interna e respeito às suas próprias limitações; proporcionaram reflexões sobre as relações com o outro, já que enquanto seres sociais e que vivem num coletivo, fomos afastados fisicamente uns dos outros durante a pandemia, gerando um sentimento de falta, o qual foi contornado por meio do aumento das interações remotas; permitiram uma reflexão acerca da relação com os espaços físicos disponíveis para as práticas corporais, considerando sua limitação, além das possibilidades de ressignificação e incorporação de novos objetos à cena. Na unidade de significado B. Ser- dançarino: imagéticas que desnudam, por meio do método visual e pela elucidação de fotos e vídeos, nossos colaboradores se viram diante da sua própria imagem em tempos anteriores à pandemia, o que permitiu uma retomada na memória das experiências vividas com a dança antes do afastamento social. Com o uso de vídeo, foi feita ainda uma produção artística de uma performance que refletisse sobre como era dançar dentro de casa, revelando sentimentos vividos que tratavam das saudades, da limitação, de estar preso, da repetição de rotina. Na última unidade de significado, C. Se-mostrar: sobre eventos e a relação com o espectador, vimos o surgimento de novos modelos de apresentação no formato remoto, que anunciaram as relações e a conexão estabelecidas entre dançarino e plateia, as quais foram reconfiguradas diante deste novo cenário. A partir da percepção de experiência do mundo vivido, esta pesquisa intentou se aproximar do ser-dançarino no modelo remoto, durante um momento tão complexo vivido pela humanidade, com fins de registro histórico sobre a organização e o funcionamento das práticas corporais no decorrer da pandemiaBased on Merleau-Ponty\'s phenomenology (1908-1961), this dissertation describes the lived experience of dancers in remote classes and events during the COVID-19 pandemic, aiming to reveal their perceptions of the lived world and the own body (MERLEAU-PONTY, 2011). To do so, through Documentary Analysis, Phenomenological Interview, and the Visual Method, we engaged the perceptions of nine collaborators, members of the Body Studies Laboratory (LEC), a group formed by scholarship students from a dance school in the south zone of São Paulo. For data validity and reliability, the analysis findings were shared and discussed with another researcher (peer checking), and members also participated in a checking process (member checking), carried out through the construction of a narrative (the product of the interviews), which was sent to the collaborators themselves. The phenomenological analysis resulted in the elucidation of three units of meaning, namely: A. \"Me-other-home\": Connected interworlds during the pandemic. It revealed that the new experiences brought about by the pandemic led individuals to reflect on themselves, on the path to self-discovery, internal listening, and respect for their own limitations. Reflections on relationships with others, as social beings living in a collective, were also noted, as the pandemic physically separated us from one another, generating a sense of \"absence\" that was mitigated through increased remote interactions. Furthermore, there was reflection regarding the physical spaces available for bodily practices, involving limitations, redefinition, and the incorporation of new elements into the scene. In the unit of meaning: B. Being a dancer: images that reveal, outside through the visual method and the elucidation of photos and videos, our collaborators confronted their own image from times before the pandemic. For instance, through the elucidation of photos, they were able to recall memories of their dance experiences in the pre-pandemic period. Similarly, with the video, they engaged in artistic production of a performance that reflected on what it was like to dance at home, revealing feelings related to longing, confinement, repetition, and routine. In the final unit of meaning, C. Showing oneself: about events and the relationship with the audience, we observed the emergence of new presentation models in the remote format, which signaled the relationships and connections established between the dancer and the audience that were reconfigured in this new scenario. Based on the perception of the lived world experience, this research aimed to approach the being-dancer in the remote model, during such a complex moment experienced by humanity, with the purpose of historical record concerning the organization and operation of bodily practices throughout the pandemicBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarbinatto, Michele VivieneMota, Kaio César Celli2023-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-20022024-143840/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-02-29T11:01:02Zoai:teses.usp.br:tde-20022024-143840Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-02-29T11:01:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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