Restauro de duas casas modernistas como subsídio para um método

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Giceli Portela Cunico de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-08032016-155650/
Resumo: Pode-se recuar a teorização do restauro de Arquitetura até Winckelmann: sua \"História da Arte\", publicada em Dresde em 1764, apresenta um nível de detalhamento nas descrições e até de processos construtivos gregos e romanos, que transcende as preocupações explícitas com a História da Arte. Seu pensamento é que os remanescentes são os documentos imprescindíveis para se contar a evolução da Arquitetura - nas entrelinhas, ficando a necessidade de sua preservação. No entanto, aceita-se academicamente Ruskin como iniciador da reflexão e teorização. Praticava-se, em seus dias, uma preservação sem critérios seguros que, no seu entendimento, comprometia o valor documental e histórico dos monumentos: as ruínas eram preferíveis a essas obras, entrando aí, como é óbvio, um forte componente do romantismo vigente. Nesse sentido, opunha-se a Violet-le-Duc que defendia como proposta teórica o restauro estilístico. Camillo Boito é quem, na verdade, dá a partida para a teorização que, evoluindo, é a que se aceita até hoje: formula critérios e diretrizes para se pensar o processo de restauro. Suas ideias são desenvolvidas por G.Giovanoni, preparando caminho para as cartas de Atenas e, finalmente, a de Veneza, ainda a \"cartilha\" dos restauradores. Ideias essas que têm sua formulação teórica mais precisa e desenvolvida em Cesare Brandi, em sua \"Teoria da Restauração\". A acelerada evolução tecnológica do século XX - bem como o ingresso, no rol dos bens patrimoniais, das obras do Modernismo - tornou necessário estender a aplicação dos conceitos teóricos às novas tecnologias: - que princípios devem nortear as intervenções restaurativas na Arquitetura Moderna, quando esta estiver focada como patrimônio cultural? - quais as posturas teóricas, quais as reflexões que devem estruturar os pensamentos, antes dos procedimentos técnicos, por parte do arquiteto, diante dos novos problemas propostos pela expansão do universo de bens patrimoniais, englobando a arquitetura modernista? Neste trabalho, procuramos contribuir para essas reflexões e teorizações, conduzindo a um método que entendemos necessário antes da abordagem da obra de restauro. Embora convindo que as obras - como as de qualquer período ou tecnologia - tenham uma individualidade prioritária, há sempre uma base comum que deve ser considerada e a partir da qual evoluem os procedimentos do arquiteto. É para a formação/formatação dessa base comum que pretendemos contribuir com nossa experiência em duas obras importantes do acervo patrimonial do modernismo brasileiro.
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Praticava-se, em seus dias, uma preservação sem critérios seguros que, no seu entendimento, comprometia o valor documental e histórico dos monumentos: as ruínas eram preferíveis a essas obras, entrando aí, como é óbvio, um forte componente do romantismo vigente. Nesse sentido, opunha-se a Violet-le-Duc que defendia como proposta teórica o restauro estilístico. Camillo Boito é quem, na verdade, dá a partida para a teorização que, evoluindo, é a que se aceita até hoje: formula critérios e diretrizes para se pensar o processo de restauro. Suas ideias são desenvolvidas por G.Giovanoni, preparando caminho para as cartas de Atenas e, finalmente, a de Veneza, ainda a \"cartilha\" dos restauradores. Ideias essas que têm sua formulação teórica mais precisa e desenvolvida em Cesare Brandi, em sua \"Teoria da Restauração\". A acelerada evolução tecnológica do século XX - bem como o ingresso, no rol dos bens patrimoniais, das obras do Modernismo - tornou necessário estender a aplicação dos conceitos teóricos às novas tecnologias: - que princípios devem nortear as intervenções restaurativas na Arquitetura Moderna, quando esta estiver focada como patrimônio cultural? - quais as posturas teóricas, quais as reflexões que devem estruturar os pensamentos, antes dos procedimentos técnicos, por parte do arquiteto, diante dos novos problemas propostos pela expansão do universo de bens patrimoniais, englobando a arquitetura modernista? Neste trabalho, procuramos contribuir para essas reflexões e teorizações, conduzindo a um método que entendemos necessário antes da abordagem da obra de restauro. Embora convindo que as obras - como as de qualquer período ou tecnologia - tenham uma individualidade prioritária, há sempre uma base comum que deve ser considerada e a partir da qual evoluem os procedimentos do arquiteto. É para a formação/formatação dessa base comum que pretendemos contribuir com nossa experiência em duas obras importantes do acervo patrimonial do modernismo brasileiro.You can trace back the theory of architecture restoration to Winckelmann: his \"Art History\", published in Dresden in 1764, presents a level of detail in the descriptions and even about the Greek and Roman construction processes, transcending the explicit concern with Art History. His thinking is that the remainings are the documents necessary to tell the evolution of architecture - in between the lines, stays the need for its preservation. However, Ruskin is accepted as the starter of the reflection and theorization. He practiced during his days a preservation without insurance criteria that in his understanding compromised the documentary and historical value of monuments: the ruins were preferable to those works, bringing an obvious and strong component of the current romanticism. In this sense, his thoughts were opposed to Violet-le-Duc who advocated for the theoretical proposal of the the stylistic restoration. Camillo Boito is who actually started the theory that, evolving, is the one accepted today: it formulates criteria and guidelines to think about the restoration process. His ideas are developed by G.Giovanoni, preparing the way for the letters of Athens and finally to Venice, even the restores \"spelling book\". These ideas that have their theoretical formulation more precise and developed in Cesare Brandi, in his \"Theory of Restoration.\" The rapid technological developments of the 20th century - as well as the entry of the Modernism works in the list of assets - made it necessary to extend the application of theoretical concepts to new technologies: - Which principles should guide the restorative interventions in Modern Architecture, when it is focused as cultural heritage? - What are the theoretical positions, which reflections must structure the thoughts before the technical procedures by the architect before the new problems posed by the expansion of the assets universe, encompassing the modernist architecture? In this paper, we try to contribute to these reflections and theories, leading to a method we have deemed necessary before the restoration work approach. While befitting that the works from any period or technology have a priority individuality, there is always a common basis that should be considered and from which the architect procedures evolve. It is for training / formatting of that common ground we want to contribute our experience in two important works of the net assets of Brazilian modernism.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSegnini Junior, FranciscoOliveira, Giceli Portela Cunico de2015-06-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-08032016-155650/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-08032016-155650Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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