Narrativas em deslocamento: processos de subjetivação, produção do espaço e ciclomobilidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-09112021-151954/ |
Resumo: | O urbano aponta como o horizonte da vida cotidiana. A cidade se torna o centro da tomada de decisões, agrega a produção de riquezas e catalisa o cotidiano. Aliado a isso, os processos de produção do espaço no mundo contemporâneo ganham corpo nas práticas de mobilidade. As relações nas cidades se tecem a partir de elementos que fazem corpos, ideias, veículos, produtos e riquezas se moverem e pararem, inserindo-os no campo das relações de poder. Sob esse panorama teórico e empírico, o objetivo deste trabalho é compreender o enlace entre a produção do espaço, os processos de subjetivação e a mobilidade por bicicletas. Tomamos como terreno de análise a expressão singular da mobilidade na cidade de Maringá, Paraná, propagandeada no cenário nacional a partir do discurso da sustentabilidade e da qualidade de vida, atraindo investimentos e despontando como uma das melhores cidades para se viver no Brasil. Argumentamos a favor da tese de que a configuração socioespacial da cidade, assim como os discursos que orientam a vida de seus cidadãos, configuram uma prática ciclística orientada pelo valor da individualidade. Foram conduzidos dois estudos que tratam de práticas ciclísticas distintas. Inspirados por procedimentos etnográficos, o primeiro estudo mapeou a multiplicidade das práticas ciclísticas na cidade a partir do ponto de vista de alguns atores/as do campo. O segundo se referiu ao cotidiano de trabalho de ciclistas entregadores de aplicativos. Orientados pela leitura das mobilidades e das relações de poder, apontamos para alguns paradoxos da mobilidade com bicicletas em Maringá. A sobreposição de políticas e propagandas a favor da ciclomobilidade conflitam com as diversas mobilidades performadas por ciclistas. Ao mesmo tempo em que ciclistas constroem uma imagem frágil como agentes do trânsito, sua invisibilidade e seus movimentos desviantes permitem a invenção de heterotopias, abrindo espaço para um ciclismo possível na cidade |
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Narrativas em deslocamento: processos de subjetivação, produção do espaço e ciclomobilidadeNarratives on the move: processes of subjectivation, production of space and cyclomobilityBicicletaBicycleCidadeCityMobilidade urbanaPeople-environment relationPsicologia socialRelações pessoa-ambienteSocial psychologyUrban mobilityO urbano aponta como o horizonte da vida cotidiana. A cidade se torna o centro da tomada de decisões, agrega a produção de riquezas e catalisa o cotidiano. Aliado a isso, os processos de produção do espaço no mundo contemporâneo ganham corpo nas práticas de mobilidade. As relações nas cidades se tecem a partir de elementos que fazem corpos, ideias, veículos, produtos e riquezas se moverem e pararem, inserindo-os no campo das relações de poder. Sob esse panorama teórico e empírico, o objetivo deste trabalho é compreender o enlace entre a produção do espaço, os processos de subjetivação e a mobilidade por bicicletas. Tomamos como terreno de análise a expressão singular da mobilidade na cidade de Maringá, Paraná, propagandeada no cenário nacional a partir do discurso da sustentabilidade e da qualidade de vida, atraindo investimentos e despontando como uma das melhores cidades para se viver no Brasil. Argumentamos a favor da tese de que a configuração socioespacial da cidade, assim como os discursos que orientam a vida de seus cidadãos, configuram uma prática ciclística orientada pelo valor da individualidade. Foram conduzidos dois estudos que tratam de práticas ciclísticas distintas. Inspirados por procedimentos etnográficos, o primeiro estudo mapeou a multiplicidade das práticas ciclísticas na cidade a partir do ponto de vista de alguns atores/as do campo. O segundo se referiu ao cotidiano de trabalho de ciclistas entregadores de aplicativos. Orientados pela leitura das mobilidades e das relações de poder, apontamos para alguns paradoxos da mobilidade com bicicletas em Maringá. A sobreposição de políticas e propagandas a favor da ciclomobilidade conflitam com as diversas mobilidades performadas por ciclistas. Ao mesmo tempo em que ciclistas constroem uma imagem frágil como agentes do trânsito, sua invisibilidade e seus movimentos desviantes permitem a invenção de heterotopias, abrindo espaço para um ciclismo possível na cidadeThe urban points as the horizon of everyday life. The city becomes the center of decision making, aggregates the production of wealth, and catalyzes daily life. Furthermore, the social production of space in the contemporary world are embodied in the mobility practices. The relations in the cities are oriented by elements that make bodies, ideas, vehicles, products, and wealth move and stop, inserting them in the field of power relations. Under this theoretical and empirical panorama, the aim of this thesis is to understand the link between production of space, processes of subjectivation and cyclomobility. This field research took place in Maringá, Paraná, Brazil, a city constructed by the discourse of sustainability and quality of life, attracting investments and emerging as one of the best city to live in Brazil. We sustain the thesis that the socio-spatial configuration of the city, as well as the discourses that guide everyday lives configure cycling practices guided by the values of individuality. Two studies were conducted to understand the multiplicity of cycling practices. Inspired by ethnographic procedures, the first study mapped the diversity of cycling practices in the city from the point of view of some actors in the field. The second one referred to the daily work of delivery platform riders. Based on mobilities and power relations framework, we point to some paradoxes of cyclomobility in Maringá. The overlapping discourses and advertisements in favor of cyclomobility conflict with the variety mobilities performed by cyclists. At the same time that cyclists build a fragile image as traffic actors, their invisibility and deviant movements allow the invention of heterotopic spaces, opening field for diferente possibilities of cycling practices in the cityBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMassola, Gustavo MartineliOlekszechen, Nikolas2021-09-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-09112021-151954/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-11-10T20:25:02Zoai:teses.usp.br:tde-09112021-151954Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-11-10T20:25:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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