Interpretação paleoambiental do sistema de dunas fixadas do médio Rio São Francisco, Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barreto, Alcina Magnólia Franca
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-24092015-160224/
Resumo: O sistema de dunas fixadas do médio rio São Francisco, noroeste da Bahia, representa um importante registro de variações paleoclimática e paleoambiental do Quaternário do nordeste brasileiro. Ele foi formado pela acumulação eólica de areias, ao longo do tempo, supridas pelo rio São Francisco e transportadas pelos ventos de SE e E. Aparentemente, o estabelecimento deste sistema de dunas fixadas sofreu controles paleoclimáticos e morfoestruturais. A maioria das dunas exibe grandes dimensões e apresenta forma parabólica composta, com diferentes graus de preservação na morfologia eólica, permitindo o reconhecimento de cinco domínios geomorfológicos distintos. O gigantismo das dunas (até 13 km) deve refletir efeitos combinados de alta energia dos ventos, abundante suprimento de areias e resistência oferecida pela vegetação local à migração das dunas, originado extenso e espesso mar de areia, gerado pelo empilhamento sucessivo de várias gerações de dunas durante o Quaternário. Os estudos granulométricos, morfoscópicos e mineralógicos indicaram altas maturidades textural e mineralógica para os sedimentos eólicos, características que serviram também para a delimitação dos diferentes domínios geomorfológicos. As sondagens elétricas verticais indicaram, nos locais estudados, que o embasamento das dunas apresenta desníveis em relação ao nível de base atual do rio São Francisco de até cerca de 140m e que as areias encontram-se acumuladas com espessuras variáveis entre 50 e 150m. O substrato das dunas é constituído principalmente pelos metassedimentos dos grupos Chapada Diamantina e/ou Bambuí e localmente pelos calcários da Formação Caatinga. As datações por termoluminescência indicaram que existiu atividade eólica importante na região pelo menos desde 28.000 anos até 900 anos AP. A ausência de idades entre 10.500 e 9.000 anos sugere que no início do Holoceno a atividade eólica na área tenha sido bem mais limitada. As idades obtidas, quando passíveis de comparação com as datações pelo radiocarbono, mostraram boa concordância e confiabilidade. O estudo palinológico de turfeira do rio Icatu (10°24\'S, 43°13\'W), principal afluente do rio São Francisco na área das dunas, apresentou idade basal de 10.990 anos AP. Este estudo indicou a presença de fases distintas de mudanças de vegetação e no clima ocorridos nos últimos 11.000 anos na região estudada. A rede de drenagem só pôde instalar-se mais definitivamente na área depois do término da última fase glacial do hemisfério norte. O início do Holoceno foi mais úmido que o atual, permitindo a expansão de floresta úmida de galeria no interior da planície de turfeira. Embora estivesse pouco representada na paisagem entre 11.000 e 8.910 anos AP. a vegetação de caatinga sempre esteve presente, mas a sua participação na paisagem aumentou progressivamente em duas fases, isto é, 6.236 e 4.240 anos AP. Os padrões atuais de clima semi-árido e a vegetação de caatinga estabeleceram-se na paisagem após 4.240 anos AP. A grande maioria das datações por termoluminescência das areias eólicas está aparentemente de acordo com o aumento de aridez na área, sugerido pelo aumento de vegetação de caatinga e cerrado nos últimos 4.000 anos e pela presença de fragmentos de carvão nas dunas. Possivelmente o aumento de aridez poderia estar associado a fenômenos climáticos do tipo El Niño, de duração mais longa que os atuais. O sistema de dunas fixadas do médio rio São Francisco possui história evolutiva complexa fortemente influenciada por flutuações climáticas durante o Quaternário tardio, estando intimamente associado ao aporte sedimentar do médio rio São Francisco.
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O gigantismo das dunas (até 13 km) deve refletir efeitos combinados de alta energia dos ventos, abundante suprimento de areias e resistência oferecida pela vegetação local à migração das dunas, originado extenso e espesso mar de areia, gerado pelo empilhamento sucessivo de várias gerações de dunas durante o Quaternário. Os estudos granulométricos, morfoscópicos e mineralógicos indicaram altas maturidades textural e mineralógica para os sedimentos eólicos, características que serviram também para a delimitação dos diferentes domínios geomorfológicos. As sondagens elétricas verticais indicaram, nos locais estudados, que o embasamento das dunas apresenta desníveis em relação ao nível de base atual do rio São Francisco de até cerca de 140m e que as areias encontram-se acumuladas com espessuras variáveis entre 50 e 150m. O substrato das dunas é constituído principalmente pelos metassedimentos dos grupos Chapada Diamantina e/ou Bambuí e localmente pelos calcários da Formação Caatinga. 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Embora estivesse pouco representada na paisagem entre 11.000 e 8.910 anos AP. a vegetação de caatinga sempre esteve presente, mas a sua participação na paisagem aumentou progressivamente em duas fases, isto é, 6.236 e 4.240 anos AP. Os padrões atuais de clima semi-árido e a vegetação de caatinga estabeleceram-se na paisagem após 4.240 anos AP. A grande maioria das datações por termoluminescência das areias eólicas está aparentemente de acordo com o aumento de aridez na área, sugerido pelo aumento de vegetação de caatinga e cerrado nos últimos 4.000 anos e pela presença de fragmentos de carvão nas dunas. Possivelmente o aumento de aridez poderia estar associado a fenômenos climáticos do tipo El Niño, de duração mais longa que os atuais. O sistema de dunas fixadas do médio rio São Francisco possui história evolutiva complexa fortemente influenciada por flutuações climáticas durante o Quaternário tardio, estando intimamente associado ao aporte sedimentar do médio rio São Francisco.The fixed dunefield along the middle São Francisco River, northwestern State of Bahia, Brazil, represent an important Late Quaternary record of palaeoclimatic and palaeoenvironmental changes in semi-arid northeastern Brazil. It was originated by eolian accumulation of sands through time, supplied by the São Francisco River and blown by E and SE winds. Apparently, the establishment of this extensive system of fixed dunes has undergone in the past the influence of various palaeoclimatic and morphostructural factors. A vast majority of the dunes is characterized by unusually large dimensions and compound parabolic shapes, with different degrees of preservation of their eolian morphology, allowing the establishment of five different geomorphological domains in the studied area. These oversized dunes, some of which reach 13km in length, must reflect the combined effects of past high wind energy, abundant supply of sands, resistance to their migrations by the local vegetation. These factors allowed the formation of an extensive and deep dunefield, as various dune generations were successivelly deposited upon each other during the Quaternary. Grain size, morphoscopical and mineralogical studies have shown high textural and mineralogical maturity of the eolian sediments. These results have also been employed in the establishment of the different geomorphological domains. Vertical electrical measurements have shown, in the studied sites, that the bedrock of the dunes is below the present base level of the São Francisco River, by at least l40m and that the deposited sands have depths ranging between 50 and 150m. The dunes substrate is made up mostly of the Chapada Diamantina and/or of the Bambuí Groups metasediments and locally by limestones belonging to the Caatinga Formation. Thermoluminescence (TL) dating has shown the existence of important eolian activity in the region at least since 28,000 and until 900 years BP. The abscence of thermoluminescence ages between 10,500 and 9,000 years BP suggest more limited eolian activity in the early Holocene. Whenever possible, TL dates have been compared to C14 dates obtained for the same sediments. The results have shown TL dates to be in good agreement to the radiocarbon dates and thermoluminescence to be a reliable dating method for the studied sediments. Palynological analyses were conducted in a peat-bog sediment sequence found in the Icatu River Valley (10°24\'S; 43°13\'W). These sediments dated 11,000 yr BP at the base, contain a complete vegetational and climatic history for the center of the fossil sand dunefields region of the mid São Francisco River. The present drainage pattern of the Icatu River watershed could only be established definitelly in the region after the end of the glacial period in the northern hesmisphere. The early Holocene was more humid than present, which allowed the expansion of a very moist tropical gallery forest in the Icatu River Valley between 11,000 and 10,540 yr BP. Pollen percentage and concentration data indicate that caatinga vegetation elements, although poorly represented on the landscape between 11,000 and 8,910 yr BP, were always present on the adjacent dunes since at least the onset of peat-bog sediments accumulation. Their expansion occurred in two phases dated at 6,236 and 4,240 yr BP. The present arboreal caatinga and cerrado vegetation and the semi-arid climate of the studied area were established after 4,240 yr BP. The vast majority of TL dates of the eolian sands is apparently in agreement with intensified aridity in the region, suggested by the progressive increase in caatinga and cerrado vegetation in the last 4,000 years and by the presence of charcoal fragments found in the sand dunes. Possibly this intensification of aridity could be linked to longer-than-present El Niño-like climatic phenomena that have been reported in the Late Holocene of various regions of Brazil and elsewhere in South America. The stabilized dunefield system of the middle São Francisco River contains a long and complex evolutionary history influenced by climatic fluctuations that have occurred during the Late Quaternary. This system is intimatelly associated with the São Francisco River aggradational flat.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSuguio, KenitiroBarreto, Alcina Magnólia Franca1997-01-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-24092015-160224/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-24092015-160224Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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