Pequenos mamíferos não voadores (Mammalia: Didelphimorphia e Rodentia) do baixo rio Xingu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leandro Perez Godoy
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.91.2015.tde-23062015-152647
Resumo: A região amazônica se destaca como a área de floresta tropical mais extensa e diversa do mundo. Essa diversidade é especialmente válida para os pequenos roedores e marsupiais que compõem o grupo mais diversificado de mamíferos Neotropicais, com estimativas de ocorrência de cerca de 107 espécies, sendo 91 endêmicas deste bioma. No entanto, nosso conhecimento sobre os limites específicos e geográfico destas espécies, bem como sua origem ainda está em sua infância. Diversas hipóteses buscam explicar essa a origem desta diversidade, sendo a dos rios como barreiras geográficas uma interpretação de diversificação para esta região, especialmente em grandes rios como o Xingu, que tem seu curso reto e seus tributários fluindo por um declive íngreme do norte do Escudo Brasileiro. Nesse contexto, o presente trabalho teve o objetivo de elaborar uma lista detalhada das espécies de pequenos mamíferos não voadores da região do baixo rio Xingu e discutir aspectos biogeográficos desse grupo para a Bacia Amazônica. Foram analisados aproximadamente 320 indivíduos obtidos através de visitas a coleções zoológicas e provenientes do Programa de Monitoramento, Resgate e Aproveitamento Científico da Fauna da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Foram realizadas análises quali- e quantitativas de características externas e crânio-dentárias, e moleculares, através do sequenciamento dos genes mitocondriais citocromo b e citocromo c oxidase subunidade I. A lista é composta por 35 espécies, sendo 16 marsupais didelfimorfos, 12 roedores sigmodontíneos e sete roedores equimídeos. Para todas elas são apresentadas informações sobre localidade tipo, distribuição geográfica, identificação e comentários taxonômicos. A lista de espécies obtida para a região do baixo rio Xingu destaca-se pela expressiva riqueza com registros de espécies raras, como Glironia venusta, Gracilinanus emiliae, Marmosa lepida, Lonchothrix emiliae, Dactylomys dactylinus, Makalata didelphoides e Echimys chysurus, além da presença de quatro espécies possivelmente não descritas dos gêneros Neacomys, Oligoryzomys e Monodelphis. Uma análise de similaridade com base na riqueza do grupo alvo desse estudo demonstra que o leste da Amazônia é uma região biogeográfica distinta dentro bacia hidrográfica. Através das análises moleculares, verificou-se que o Rio Xingu não atua como agente primário de diversificação para a maioria das espécies que estão sob sua influência biogeográfica, mas sim como mantenedor de diversidade em vários níveis no leste da Amazônia.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Pequenos mamíferos não voadores (Mammalia: Didelphimorphia e Rodentia) do baixo rio Xingu Nonvolant mammals (Mammalia: Didelphimorphia and Rodentia) of the lower Xingu river 2015-05-22Alexandre Reis PercequilloAna Paula CarmignottoLeonora Pires CostaLeandro Perez GodoyUniversidade de São PauloEcologia de AgroecossistemasUSPBR Amazon Basin Bacia Amazônica Biogeografia Biogeography Diversificação Diversification Oryzomyini Oryzomyini A região amazônica se destaca como a área de floresta tropical mais extensa e diversa do mundo. Essa diversidade é especialmente válida para os pequenos roedores e marsupiais que compõem o grupo mais diversificado de mamíferos Neotropicais, com estimativas de ocorrência de cerca de 107 espécies, sendo 91 endêmicas deste bioma. No entanto, nosso conhecimento sobre os limites específicos e geográfico destas espécies, bem como sua origem ainda está em sua infância. Diversas hipóteses buscam explicar essa a origem desta diversidade, sendo a dos rios como barreiras geográficas uma interpretação de diversificação para esta região, especialmente em grandes rios como o Xingu, que tem seu curso reto e seus tributários fluindo por um declive íngreme do norte do Escudo Brasileiro. Nesse contexto, o presente trabalho teve o objetivo de elaborar uma lista detalhada das espécies de pequenos mamíferos não voadores da região do baixo rio Xingu e discutir aspectos biogeográficos desse grupo para a Bacia Amazônica. Foram analisados aproximadamente 320 indivíduos obtidos através de visitas a coleções zoológicas e provenientes do Programa de Monitoramento, Resgate e Aproveitamento Científico da Fauna da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Foram realizadas análises quali- e quantitativas de características externas e crânio-dentárias, e moleculares, através do sequenciamento dos genes mitocondriais citocromo b e citocromo c oxidase subunidade I. A lista é composta por 35 espécies, sendo 16 marsupais didelfimorfos, 12 roedores sigmodontíneos e sete roedores equimídeos. Para todas elas são apresentadas informações sobre localidade tipo, distribuição geográfica, identificação e comentários taxonômicos. A lista de espécies obtida para a região do baixo rio Xingu destaca-se pela expressiva riqueza com registros de espécies raras, como Glironia venusta, Gracilinanus emiliae, Marmosa lepida, Lonchothrix emiliae, Dactylomys dactylinus, Makalata didelphoides e Echimys chysurus, além da presença de quatro espécies possivelmente não descritas dos gêneros Neacomys, Oligoryzomys e Monodelphis. Uma análise de similaridade com base na riqueza do grupo alvo desse estudo demonstra que o leste da Amazônia é uma região biogeográfica distinta dentro bacia hidrográfica. Através das análises moleculares, verificou-se que o Rio Xingu não atua como agente primário de diversificação para a maioria das espécies que estão sob sua influência biogeográfica, mas sim como mantenedor de diversidade em vários níveis no leste da Amazônia. The Amazon region stands out as the most extensive and diverse area of tropical rainforest in the world. This high diversity is especially true for the small rodents and didelphid marsupials, which compose the most diversified group of neotropical mammals, with estimates of nearly 107 species, 91 of those are endemic to this biome. However, our knowledge about the species limits and geographic distribution, as well as their origins are still in its infancy. Several hypotheses arouse to explain the Amazon diversity, and the riverine barrier seems appropriate as an interpretation of diversification for this region, especially for rivers like Xingu, which has a straight course and its tributaries flowing through a steep slope from the northern Brazilian Shield. In this context, this study aimed to present a detailed and commented list of the non-volant small mammals of the lower Xingu river region and discuss some biogeographic aspects of these groups across the Amazon Basin. I analyzed about 320 specimens obtained from zoological collections and from the \"Faunal Assessment, Rescue and Scientifical Using Program of UHE Belo Monte\" (Programa de Monitoramento, Resgate e Aproveitamento Científico da Fauna da Usina Hidrelétrica de Belo Monte). There were performed quali- and quantitative analyses of morphological traits from skin and skull, and molecular analyses, through sequencing of mitochondrial genes cytochrome b and cytochrome c oxidase subunit I. The commented list is composed by 35 species, being 16 didelphid marsupials, 12 sigmodontine rodents and seven echimyid rodents. For every species, is presented information about type locality, geographic distribution, identification and taxonomic remarks. The species list obtained here to the low Xingu river region stands out for its expressive richness with records of rare species, such as Glironia venusta, Gracilinanus emiliae, Marmosa lepida, Lonchothrix emiliae, Dactylomys dactylinus, Makalata didelphoides, Echimys chrysurus, besides the presence of four possibly undescribed species from the genera Neacomys, Oligoryzomys and Monodelphis. A similarity analysis based on the non-volant small mammal species composition shows the eastern Amazon as a distinct biogeographical region inside this basin. Regarding the molecular analysis, it was verified that the Xingu river does not act as a primary agent of diversification for most of the species under its biogeographic influence, but as a diversity support at many levels in the eastern Amazon. https://doi.org/10.11606/D.91.2015.tde-23062015-152647info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:58:20Zoai:teses.usp.br:tde-23062015-152647Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:11:39.405132Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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