Avaliação imuno-histoquímica das células dendríticas no lúpus eritematoso oral
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-22082023-155047/ |
Resumo: | Introdução: lúpus eritematoso (LE) é uma doença inflamatória crônica, autoimune. As células dendríticas têm uma participação importante na fisiopatologia do LE. Estão envolvidas tanto na produção de citocinas que medeiam a cascata dos fenômenos inflamatórios quanto no processamento inapropriado ou apresentação anormal de antígenos, causando uma estimulação excessiva de células B autorreativas a antígenos nucleares. O papel das células dendríticas no LE sistêmico e nas lesões cutâneas do LE é observado em diversos trabalhos. Porém, ainda pouco se sabe sobre a participação dos diferentes tipos de células dendríticas na resposta imune do LE oral e como se comportam em lesões orais expostas e não expostas à radiação solar. Métodos: a expressão das células dendríticas representadas pelas proteínas CD1a, CD21, CD123 e Langerina de 60 biópsias de LE oral incluindo espécimes de mucosa intraoral (área não exposta ao sol) e semimucosa labial/ vermelhão (área exposta) foram investigadas, comparadas e analisadas topograficamente no epitélio e na lâmina própria (área superficial ou junção epitélio lâmina própria (JELP) e região perivascular profunda), por meio da técnica de imuno-histoquímica. Resultados: dos 60 espécimes de LE oral, 40 foram obtidos da mucosa intraoral e 20 da semimucosa. A comparação entre as amostras de LE oral da mucosa intraoral e o controle (10 espécimes) demonstrou expressão de CD1a diminuída no epitélio (p = 0,003) e aumentada na região perivascular profunda (p = 0,002); Langerina diminuída no epitélio, porém sem diferença estatística (p = 0,944) e aumentada na lâmina própria (p = 0,012), na JELP (p = 0,006); CD21 presente em apenas 2 amostras de LE oral (epitélio p = 0,012; lâmina própria p < 0,001 na área perivascular profunda p = 0,018); CD123 aumentado em todas as topografias, porém com muito maior expressão na lâmina própria (epitélio p = 0,005; lâmina própria p < 0,001; JELP p < 0,001; perivascular profunda p < 0,001). Na comparação entre semimucosa e mucosa intraoral, obteve-se maior expressão de CD123 na área de exposição solar (semimucosa) no epitélio (p = 0,024); lâmina própria (p = 0,047) na JELP (p = 0,001); Langerina teve diferença somente na JELP na mucosa intraoral (p = 0,043). Não houve diferenças na imunoexpressão de CD1a e CD21 entre as duas áreas. Conclusões: os achados indicam que as células dendríticas caracterizadas pela expressão positiva de CD1a, Langerina e CD123 estão presentes nas lesões orais de LE e, ainda, que a imunoexpressão dessas proteínas foram coincidentes com as regiões do infiltrado inflamatório, sugerindo que elas exercem um importante papel na resposta imune da doença. Há diferenças na expressão de células dendríticas entre a semimucosa e a mucosa intraoral, com aumento da expressão das células dendríticas plasmocitoides, marcadas por CD123 nas áreas expostas ao sol. Futuros estudos com um número maior de amostras serão necessários para corroborar e confirmar esses achados |
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Avaliação imuno-histoquímica das células dendríticas no lúpus eritematoso oralImmunohistochemical evaluation of dendritic cells in oral lupus erythematosusAntígenos CD123Antigens CD123Células de LangerhansCélulas dendríticasDendritic cellsLangerhans cellsLúpus eritematosoLupus erythematosusManifestações oraisMouth mucosaMucosa bucalOral manifestationsIntrodução: lúpus eritematoso (LE) é uma doença inflamatória crônica, autoimune. As células dendríticas têm uma participação importante na fisiopatologia do LE. Estão envolvidas tanto na produção de citocinas que medeiam a cascata dos fenômenos inflamatórios quanto no processamento inapropriado ou apresentação anormal de antígenos, causando uma estimulação excessiva de células B autorreativas a antígenos nucleares. O papel das células dendríticas no LE sistêmico e nas lesões cutâneas do LE é observado em diversos trabalhos. Porém, ainda pouco se sabe sobre a participação dos diferentes tipos de células dendríticas na resposta imune do LE oral e como se comportam em lesões orais expostas e não expostas à radiação solar. Métodos: a expressão das células dendríticas representadas pelas proteínas CD1a, CD21, CD123 e Langerina de 60 biópsias de LE oral incluindo espécimes de mucosa intraoral (área não exposta ao sol) e semimucosa labial/ vermelhão (área exposta) foram investigadas, comparadas e analisadas topograficamente no epitélio e na lâmina própria (área superficial ou junção epitélio lâmina própria (JELP) e região perivascular profunda), por meio da técnica de imuno-histoquímica. Resultados: dos 60 espécimes de LE oral, 40 foram obtidos da mucosa intraoral e 20 da semimucosa. A comparação entre as amostras de LE oral da mucosa intraoral e o controle (10 espécimes) demonstrou expressão de CD1a diminuída no epitélio (p = 0,003) e aumentada na região perivascular profunda (p = 0,002); Langerina diminuída no epitélio, porém sem diferença estatística (p = 0,944) e aumentada na lâmina própria (p = 0,012), na JELP (p = 0,006); CD21 presente em apenas 2 amostras de LE oral (epitélio p = 0,012; lâmina própria p < 0,001 na área perivascular profunda p = 0,018); CD123 aumentado em todas as topografias, porém com muito maior expressão na lâmina própria (epitélio p = 0,005; lâmina própria p < 0,001; JELP p < 0,001; perivascular profunda p < 0,001). Na comparação entre semimucosa e mucosa intraoral, obteve-se maior expressão de CD123 na área de exposição solar (semimucosa) no epitélio (p = 0,024); lâmina própria (p = 0,047) na JELP (p = 0,001); Langerina teve diferença somente na JELP na mucosa intraoral (p = 0,043). Não houve diferenças na imunoexpressão de CD1a e CD21 entre as duas áreas. Conclusões: os achados indicam que as células dendríticas caracterizadas pela expressão positiva de CD1a, Langerina e CD123 estão presentes nas lesões orais de LE e, ainda, que a imunoexpressão dessas proteínas foram coincidentes com as regiões do infiltrado inflamatório, sugerindo que elas exercem um importante papel na resposta imune da doença. Há diferenças na expressão de células dendríticas entre a semimucosa e a mucosa intraoral, com aumento da expressão das células dendríticas plasmocitoides, marcadas por CD123 nas áreas expostas ao sol. Futuros estudos com um número maior de amostras serão necessários para corroborar e confirmar esses achadosLupus erythematosus (LE) is a chronic, autoimmune inflammatory disease. Dendritic cells play an important role in the pathophysiology of LE. They are involved both in the production of cytokines that mediate the cascade inflammatory phenomena of LE and in inappropriate processing or abnormal presentation of antigens, causing excessive stimulation of autoreactive B cells to nuclear antigens. The role of dendritic cells in systemic lupus erythematosus and cutaneous lesions of LE is observed in several studies. However, little is still known about the participation of different dendritic cell types in the immune response of oral LE and how they behave in oral lesions exposed and unexposed to solar radiation. Material and Methods: the expression of dendritic cells represented by the CD1a, CD21, CD123 and Langerin proteins of 60 oral LE biopsies including specimens of intraoral mucosa (area not exposed to the sun) and lip vermilion/semimucosa (exposed area) were investigated, compared and analyzed topographically in the epithelium and lamina propria (superficial area or lamina propria epithelial junction (JELP) and deep perivascular region) using immunohistochemistry technique. Results: of the 60 oral LE specimens, 40 were in the intraoral mucosa and 20 in the semimucosa. Comparison between oral LE samples from the intraoral mucosa and the control (10 specimens) showed decreased CD1a expression in the epithelium (p = 0,003) and increased in the deep perivascular region (p = 0,002); Langerin decreased in epithelium, however without statistical difference (p = 0,944), and increased in lamina propria (p = 0,012), in JELP (p = 0,006); CD21 expression were present in only 2 oral LE specimens (epithelium p = 0,012; lamina propria p < 0,001; in deep perivascular area p = 0,018); CD123 is increased in all topographies (epithelium p < 0,005; lamina propria p < 0,001; JELP p < 0,001; deep perivascular p < 0,001), but showing much higher expression in the lamina propria. In the comparison between semimucosa and intraoral mucosa, we obtained higher expression of CD123 in the sun exposure area (semimucosa) in the epithelium (p = 0,024); lamina propria (p = 0,047) in the JELP (p = 0,001); Langerin had a difference only in the JELP in the intraoral mucosa (p = 0,043). There were no diferences in CD1a and CD21 immunolabeling between the two areas. Conclusions: the finding indicate that dendritic cells characterized by positive expression of CD1a, Langerin and CD123 are present in the oral lesions of LE, moreover, the immunoexpressions of these proteins were coincident with the inflammatory infiltrate sites, suggesting that they play an important role in the immune response of the disease. There are differences in dendritic cell expression between the semimucosa and intraoral mucosa, with increased immunolabeling of plasmocytoid dendritic cells, marked by CD123 in sun exposed areas. Further studies with a larger number of oral LE samples are needed to corroborate and confirm these findingsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHsieh, RicardoNico, Marcello Menta SimonsenMarques, Elisa Raquel Martins da Costa2023-05-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-22082023-155047/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-30T16:20:02Zoai:teses.usp.br:tde-22082023-155047Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-30T16:20:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: lúpus eritematoso (LE) é uma doença inflamatória crônica, autoimune. As células dendríticas têm uma participação importante na fisiopatologia do LE. Estão envolvidas tanto na produção de citocinas que medeiam a cascata dos fenômenos inflamatórios quanto no processamento inapropriado ou apresentação anormal de antígenos, causando uma estimulação excessiva de células B autorreativas a antígenos nucleares. O papel das células dendríticas no LE sistêmico e nas lesões cutâneas do LE é observado em diversos trabalhos. Porém, ainda pouco se sabe sobre a participação dos diferentes tipos de células dendríticas na resposta imune do LE oral e como se comportam em lesões orais expostas e não expostas à radiação solar. Métodos: a expressão das células dendríticas representadas pelas proteínas CD1a, CD21, CD123 e Langerina de 60 biópsias de LE oral incluindo espécimes de mucosa intraoral (área não exposta ao sol) e semimucosa labial/ vermelhão (área exposta) foram investigadas, comparadas e analisadas topograficamente no epitélio e na lâmina própria (área superficial ou junção epitélio lâmina própria (JELP) e região perivascular profunda), por meio da técnica de imuno-histoquímica. Resultados: dos 60 espécimes de LE oral, 40 foram obtidos da mucosa intraoral e 20 da semimucosa. A comparação entre as amostras de LE oral da mucosa intraoral e o controle (10 espécimes) demonstrou expressão de CD1a diminuída no epitélio (p = 0,003) e aumentada na região perivascular profunda (p = 0,002); Langerina diminuída no epitélio, porém sem diferença estatística (p = 0,944) e aumentada na lâmina própria (p = 0,012), na JELP (p = 0,006); CD21 presente em apenas 2 amostras de LE oral (epitélio p = 0,012; lâmina própria p < 0,001 na área perivascular profunda p = 0,018); CD123 aumentado em todas as topografias, porém com muito maior expressão na lâmina própria (epitélio p = 0,005; lâmina própria p < 0,001; JELP p < 0,001; perivascular profunda p < 0,001). Na comparação entre semimucosa e mucosa intraoral, obteve-se maior expressão de CD123 na área de exposição solar (semimucosa) no epitélio (p = 0,024); lâmina própria (p = 0,047) na JELP (p = 0,001); Langerina teve diferença somente na JELP na mucosa intraoral (p = 0,043). Não houve diferenças na imunoexpressão de CD1a e CD21 entre as duas áreas. Conclusões: os achados indicam que as células dendríticas caracterizadas pela expressão positiva de CD1a, Langerina e CD123 estão presentes nas lesões orais de LE e, ainda, que a imunoexpressão dessas proteínas foram coincidentes com as regiões do infiltrado inflamatório, sugerindo que elas exercem um importante papel na resposta imune da doença. Há diferenças na expressão de células dendríticas entre a semimucosa e a mucosa intraoral, com aumento da expressão das células dendríticas plasmocitoides, marcadas por CD123 nas áreas expostas ao sol. Futuros estudos com um número maior de amostras serão necessários para corroborar e confirmar esses achados |
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