Papel dos mediadores lipídicos na resistência do melanoma humano ao inibidor de BRAF (Vemurafenibe)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-05072021-153610/ |
Resumo: | O melanoma é um câncer de pele caracterizado pela alta mortalidade devido à resistência à quimioterapia e à capacidade metastática. Aproximadamente metade dos casos de melanoma maligno apresenta mutações que ativam o gene BRAF, na maioria das vezes envolvendo a substituição V600E. Dessa forma, os inibidores de BRAF, como o Vemurafenibe, têm sido utilizados no tratamento deste tipo de câncer. Apesar da resposta inicial às opções terapêuticas ser satisfatória, a maioria dos pacientes apresenta remissão da doença em um curto período de tempo. Avaliar como mediadores lipídicos interferem nos mecanismos de resistência é uma estratégia para novos tratamentos mais efetivos ao melanoma resistente. Dessa forma, o nosso objetivo foi avaliar o papel dos mediadores lipídicos na resistência das linhagens de células de melanoma humano ao Vemurafenibe. Neste trabalho, demonstramos que as linhagens de melanoma humano (A375, SK-MEL-29, WM35 e WM278) e os melanócitos são capazes de produzir diferentes mediadores lipídicos quando estimulados in vitro e que, dentre elas, as linhagens metastáticas (A375 e SK-MEL-29), tanto as parentais (P) quanto as resistentes (R), sintetizam concentrações maiores desses compostos. Além disso, observamos através do ensaio de Azul de tripan e em modelo 3D utilizando esferoides que o tratamento das células metastáticas (A375P e R e SK-MEL-29P e R) com PGD2 diminuiu a proliferação celular e interferiu na produção das citocinas IL-6, IL-8 e IL-10 de modo independente dos receptores DP1 e DP2. Ainda, observamos que a PGJ2, metabólito da PGD2, também reduziu in vitro a proliferação das células de melanoma A375P e SK-MEL-29 P e R, por uma via independente do receptor PPAR. Dessa forma, investigamos possíveis vias metabólicas que poderiam estar perturbadas nas células A375P e R após o tratamento com PGD2. Nossas análises mostraram que vias como metabolismo de xenobióticos, metabolismo de cisteína e metionina e a transferência via carnitina foram especificamente perturbadas nesta comparação e, portanto, sugerem que as diferenças fenotípicas após tratamento com PGD2 sejam resultado de alterações nestas vias metabólicas. Portanto, nossos resultados contribuem para o desenvolvimento de novas terapêuticas que possibilitem a prevenção ou retardamento das metástases e, consequentemente, melhor prognóstico da doença. |
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Papel dos mediadores lipídicos na resistência do melanoma humano ao inibidor de BRAF (Vemurafenibe)Role of lipid mediators in the resistance of human melanoma to the BRAF inhibitor (Vemurafenib)EicosanoidesEicosanoidsMelanomaMelanomaMetabolômaMetabolomicResistanceResistênciaVemurafenibVemurafenibeO melanoma é um câncer de pele caracterizado pela alta mortalidade devido à resistência à quimioterapia e à capacidade metastática. Aproximadamente metade dos casos de melanoma maligno apresenta mutações que ativam o gene BRAF, na maioria das vezes envolvendo a substituição V600E. Dessa forma, os inibidores de BRAF, como o Vemurafenibe, têm sido utilizados no tratamento deste tipo de câncer. Apesar da resposta inicial às opções terapêuticas ser satisfatória, a maioria dos pacientes apresenta remissão da doença em um curto período de tempo. Avaliar como mediadores lipídicos interferem nos mecanismos de resistência é uma estratégia para novos tratamentos mais efetivos ao melanoma resistente. Dessa forma, o nosso objetivo foi avaliar o papel dos mediadores lipídicos na resistência das linhagens de células de melanoma humano ao Vemurafenibe. Neste trabalho, demonstramos que as linhagens de melanoma humano (A375, SK-MEL-29, WM35 e WM278) e os melanócitos são capazes de produzir diferentes mediadores lipídicos quando estimulados in vitro e que, dentre elas, as linhagens metastáticas (A375 e SK-MEL-29), tanto as parentais (P) quanto as resistentes (R), sintetizam concentrações maiores desses compostos. Além disso, observamos através do ensaio de Azul de tripan e em modelo 3D utilizando esferoides que o tratamento das células metastáticas (A375P e R e SK-MEL-29P e R) com PGD2 diminuiu a proliferação celular e interferiu na produção das citocinas IL-6, IL-8 e IL-10 de modo independente dos receptores DP1 e DP2. Ainda, observamos que a PGJ2, metabólito da PGD2, também reduziu in vitro a proliferação das células de melanoma A375P e SK-MEL-29 P e R, por uma via independente do receptor PPAR. Dessa forma, investigamos possíveis vias metabólicas que poderiam estar perturbadas nas células A375P e R após o tratamento com PGD2. Nossas análises mostraram que vias como metabolismo de xenobióticos, metabolismo de cisteína e metionina e a transferência via carnitina foram especificamente perturbadas nesta comparação e, portanto, sugerem que as diferenças fenotípicas após tratamento com PGD2 sejam resultado de alterações nestas vias metabólicas. Portanto, nossos resultados contribuem para o desenvolvimento de novas terapêuticas que possibilitem a prevenção ou retardamento das metástases e, consequentemente, melhor prognóstico da doença.Melanoma is a skin cancer characterized by high mortality due to resistance to chemotherapy and metastatic capacity. Approximately half of the cases of malignant melanoma have mutations that activate the BRAF gene, mainly involving the V600E substitution. Thus, BRAF inhibitors, such as Vemurafenib, have been used to treat this type of cancer. Although the initial response rate is effective, disease progression and tumor resistance rapidly occurs in the majority of patients. Assessing how lipid mediators interfere with resistance mechanisms is a strategy for new, more effective treatments for resistant melanoma. Thus, our objective was to evaluate the role of lipid mediators in the resistance of human melanoma cell lines to Vemurafenib. In this work we demonstrate that human melanoma cell lines (A375, SK-MEL-29, WM35 and WM278) and melanocytes are able to produce different lipid mediators when stimulated in vitro and that, among them, metastatic cells (A375 and SK- MEL-29), both parental (P) and resistant (R), synthesize higher concentrations of these compounds. In addition, we observed through the trypan blue assay and in a 3D model using spheroids that the treatment of metastatic cells (A375P and R and SK-MEL-29P and R) with PGD2 decreased cell proliferation and interfered with the cytokines production (IL- 6, IL-8 and IL-10) independently of DP1 and DP2 receptors. Furthermore, we observed that PGJ2, a metabolite of PGD2, also reduced the proliferation of A375P and SK-MEL-29P and R melanoma cells in vitro, via a PPAR receptor-independent pathway. Thus, we investigated possible metabolic pathways that could be disturbed in A375P and R cells after treatment with PGD2. Our analyzes showed that pathways such as xenobiotic metabolism, cysteine and methionine metabolism and transfer via carnitine were specifically disturbed in this comparison and therefore suggest that phenotypic differences after treatment with PGD2 are the result of changes in these metabolic pathways. Therefore, our results contribute to the development of new therapies that enable the prevention or delay of metastasis and, consequently, a better prognosis of the disease.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFaccioli, Lucia HelenaMeirelles, Alyne Fávero Galvão2021-04-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-05072021-153610/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-07-12T17:30:02Zoai:teses.usp.br:tde-05072021-153610Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-07-12T17:30:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O melanoma é um câncer de pele caracterizado pela alta mortalidade devido à resistência à quimioterapia e à capacidade metastática. Aproximadamente metade dos casos de melanoma maligno apresenta mutações que ativam o gene BRAF, na maioria das vezes envolvendo a substituição V600E. Dessa forma, os inibidores de BRAF, como o Vemurafenibe, têm sido utilizados no tratamento deste tipo de câncer. Apesar da resposta inicial às opções terapêuticas ser satisfatória, a maioria dos pacientes apresenta remissão da doença em um curto período de tempo. Avaliar como mediadores lipídicos interferem nos mecanismos de resistência é uma estratégia para novos tratamentos mais efetivos ao melanoma resistente. Dessa forma, o nosso objetivo foi avaliar o papel dos mediadores lipídicos na resistência das linhagens de células de melanoma humano ao Vemurafenibe. Neste trabalho, demonstramos que as linhagens de melanoma humano (A375, SK-MEL-29, WM35 e WM278) e os melanócitos são capazes de produzir diferentes mediadores lipídicos quando estimulados in vitro e que, dentre elas, as linhagens metastáticas (A375 e SK-MEL-29), tanto as parentais (P) quanto as resistentes (R), sintetizam concentrações maiores desses compostos. Além disso, observamos através do ensaio de Azul de tripan e em modelo 3D utilizando esferoides que o tratamento das células metastáticas (A375P e R e SK-MEL-29P e R) com PGD2 diminuiu a proliferação celular e interferiu na produção das citocinas IL-6, IL-8 e IL-10 de modo independente dos receptores DP1 e DP2. Ainda, observamos que a PGJ2, metabólito da PGD2, também reduziu in vitro a proliferação das células de melanoma A375P e SK-MEL-29 P e R, por uma via independente do receptor PPAR. Dessa forma, investigamos possíveis vias metabólicas que poderiam estar perturbadas nas células A375P e R após o tratamento com PGD2. Nossas análises mostraram que vias como metabolismo de xenobióticos, metabolismo de cisteína e metionina e a transferência via carnitina foram especificamente perturbadas nesta comparação e, portanto, sugerem que as diferenças fenotípicas após tratamento com PGD2 sejam resultado de alterações nestas vias metabólicas. Portanto, nossos resultados contribuem para o desenvolvimento de novas terapêuticas que possibilitem a prevenção ou retardamento das metástases e, consequentemente, melhor prognóstico da doença. |
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