Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dametto, Marcela
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-06102021-203758/
Resumo: A 23 de novembro de 2009 era assinada a Lei Complementar que rege a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro (OUCRPRJ), cujo mecanismo de financiamento se faz pela negociação de ativos financeiros (CEPACs) emitidos pelo Município do Rio de Janeiro (MRJ). Esta emissão objetivava arrecadar recursos por meio de sua venda a investidores imobiliários e/ou financeiros para pagar pelas obras infraestruturais executadas pela Concessionária Porto Novo, contratada pelo MRJ na forma de Parceria Público-Privada administrativa. Ocorre que a OUCRPRJ é peculiar quando comparada a outras operações urbanas já realizadas no país no que se refere ao fato dos ativos financeiros emitidos pelo MRJ não terem sido adquiridos por investidores privados, mas sim pelo Estado brasileiro por meio da Caixa Econômica Federal com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), configurando o que se considera nesta tese como um processo de financeirização intraestatal materializado por meio da produção e da reprodução do espaço da OUCRPRJ. Nesta perspectiva, esta tese de doutoramento busca analisar o processo de financeirização colocado em prática pelo Estado brasileiro, cujo comportamento interventor, centralizador e \"benfeitor\" ao capital vai de encontro às premissas neoliberais que norteiam suas políticas públicas de enxugamento dos investimentos estatais, fato que se configura na contradição fundamental desta tese. Deste modo, observa-se um movimento contraditório em que o neoliberalismo e a financeirização da economia são elementos estruturantes do processo de produção e reprodução do espaço sob a lógica do capital financeiro. Em última análise, verificou-se que o Estado brasileiro, no âmbito da OUCRPRJ, foi responsável por financeirizar recursos públicos provenientes do FGTS naquilo que está sendo considerado como um processo de financeirização intraestatal.
id USP_28f70332a6a892be54da2942da377946
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-06102021-203758
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatalOperação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: spatial production through intrastate financializationFinanceirização intraestatalIntrastate financializationNeoliberalismNeoliberalismoOperação urbanaPorto MaravilhaPorto MaravilhaProdução do espaçoRio de JaneiroRio de JaneiroSpatial productionUrban operationA 23 de novembro de 2009 era assinada a Lei Complementar que rege a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro (OUCRPRJ), cujo mecanismo de financiamento se faz pela negociação de ativos financeiros (CEPACs) emitidos pelo Município do Rio de Janeiro (MRJ). Esta emissão objetivava arrecadar recursos por meio de sua venda a investidores imobiliários e/ou financeiros para pagar pelas obras infraestruturais executadas pela Concessionária Porto Novo, contratada pelo MRJ na forma de Parceria Público-Privada administrativa. Ocorre que a OUCRPRJ é peculiar quando comparada a outras operações urbanas já realizadas no país no que se refere ao fato dos ativos financeiros emitidos pelo MRJ não terem sido adquiridos por investidores privados, mas sim pelo Estado brasileiro por meio da Caixa Econômica Federal com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), configurando o que se considera nesta tese como um processo de financeirização intraestatal materializado por meio da produção e da reprodução do espaço da OUCRPRJ. Nesta perspectiva, esta tese de doutoramento busca analisar o processo de financeirização colocado em prática pelo Estado brasileiro, cujo comportamento interventor, centralizador e \"benfeitor\" ao capital vai de encontro às premissas neoliberais que norteiam suas políticas públicas de enxugamento dos investimentos estatais, fato que se configura na contradição fundamental desta tese. Deste modo, observa-se um movimento contraditório em que o neoliberalismo e a financeirização da economia são elementos estruturantes do processo de produção e reprodução do espaço sob a lógica do capital financeiro. Em última análise, verificou-se que o Estado brasileiro, no âmbito da OUCRPRJ, foi responsável por financeirizar recursos públicos provenientes do FGTS naquilo que está sendo considerado como um processo de financeirização intraestatal.On November 23rd 2009 the act that rules the Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro (OUCRPRJ) was sanctioned, and its financing system is done through market negotiation of real estate bonds (CEPACs) issued by Rio de Janeiro´s Municipality (RJM). This issuance aimed to raise funds by selling them to real estate and financial investors to pay for the infrastructural works executed by Concessionária Porto Novo, which was hired through the public-private partnership model. What happens is that OUCRPRJ is peculiar when compared to others urban operations that already had happened in Brazil. That is because the real estate bonds issued by RJM were bought by Brazil\'s federal government by action of Caixa Econômica Federal (CEF) using resources from Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). This sets up the intrastate financialization process considered in this thesis and materialized by the OUCRPRJ\'s spatial production and reproduction. In this perspective, this PhD final thesis aims to analyse the financialization process carried out by brazilian state government, which behaves in a intervening, centralizer and benefactor way towards private capital and so, going against neoliberal premises that direct public policies of state investments downsizing, setting the fundamental contradiction of this thesis. Thus, there is a contradictory movement in which the neoliberalism and the economic financialization are structuring elements of spatial production and reproduction process. Therefore, ultimately, this research verified that brazilian state government, within the scope of OUCRPRJ, was responsible for the financialization of public funds from FGTS, in what is being considered as an intrastate financialization process.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlves, Gloria da AnunciaçãoDametto, Marcela2021-03-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-06102021-203758/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-10-06T23:52:02Zoai:teses.usp.br:tde-06102021-203758Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-10-06T23:52:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: spatial production through intrastate financialization
title Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
spellingShingle Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
Dametto, Marcela
Financeirização intraestatal
Intrastate financialization
Neoliberalism
Neoliberalismo
Operação urbana
Porto Maravilha
Porto Maravilha
Produção do espaço
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Spatial production
Urban operation
title_short Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
title_full Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
title_fullStr Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
title_full_unstemmed Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
title_sort Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro: a produção do espaço por meio da financeirização intraestatal
author Dametto, Marcela
author_facet Dametto, Marcela
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Alves, Gloria da Anunciação
dc.contributor.author.fl_str_mv Dametto, Marcela
dc.subject.por.fl_str_mv Financeirização intraestatal
Intrastate financialization
Neoliberalism
Neoliberalismo
Operação urbana
Porto Maravilha
Porto Maravilha
Produção do espaço
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Spatial production
Urban operation
topic Financeirização intraestatal
Intrastate financialization
Neoliberalism
Neoliberalismo
Operação urbana
Porto Maravilha
Porto Maravilha
Produção do espaço
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Spatial production
Urban operation
description A 23 de novembro de 2009 era assinada a Lei Complementar que rege a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro (OUCRPRJ), cujo mecanismo de financiamento se faz pela negociação de ativos financeiros (CEPACs) emitidos pelo Município do Rio de Janeiro (MRJ). Esta emissão objetivava arrecadar recursos por meio de sua venda a investidores imobiliários e/ou financeiros para pagar pelas obras infraestruturais executadas pela Concessionária Porto Novo, contratada pelo MRJ na forma de Parceria Público-Privada administrativa. Ocorre que a OUCRPRJ é peculiar quando comparada a outras operações urbanas já realizadas no país no que se refere ao fato dos ativos financeiros emitidos pelo MRJ não terem sido adquiridos por investidores privados, mas sim pelo Estado brasileiro por meio da Caixa Econômica Federal com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), configurando o que se considera nesta tese como um processo de financeirização intraestatal materializado por meio da produção e da reprodução do espaço da OUCRPRJ. Nesta perspectiva, esta tese de doutoramento busca analisar o processo de financeirização colocado em prática pelo Estado brasileiro, cujo comportamento interventor, centralizador e \"benfeitor\" ao capital vai de encontro às premissas neoliberais que norteiam suas políticas públicas de enxugamento dos investimentos estatais, fato que se configura na contradição fundamental desta tese. Deste modo, observa-se um movimento contraditório em que o neoliberalismo e a financeirização da economia são elementos estruturantes do processo de produção e reprodução do espaço sob a lógica do capital financeiro. Em última análise, verificou-se que o Estado brasileiro, no âmbito da OUCRPRJ, foi responsável por financeirizar recursos públicos provenientes do FGTS naquilo que está sendo considerado como um processo de financeirização intraestatal.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-03-16
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-06102021-203758/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-06102021-203758/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256728132911104