Determinação das exigências térmicas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera, Noctuidae) em cultura de milho
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1982 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20231122-100718/ |
Resumo: | Com o objetivo de fornece subsídios ao manejo integrado de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797), estudou-se a sua biologia (em dieta artificial) em quatro temperaturas constantes (20, 25, 30 e 35°C), em condições de laboratório, visando a determinação das suas exigências térmicas. Paralelamente, foi estudada a biologia em condições de campo, com a finalidade de avaliar se o modelo de temperatura, obtido em laboratório, era aplicável a estas condições. Para determinar se esta comparação poderia ser feita em qualquer estágio de desenvolvimento da cultura, estudou-se, em laboratório, a influência da fenologia do milho no desenvolvimento da lagarta-do-cartucho. A temperatura influiu marcadamente em todas as fases do ciclo biológico da praga, alongando-as nas temperaturas mais baixas. A duração da fase larval foi decrescente com a elevação térmica, na faixa de 20-35°C. A duração das fases de ovo, pré-pupa, pupa e o peso das lagartas no máximo desenvolvimento foram inversamente proporcionais à elevação da temperatura na faixa de 20-30°c. O peso das pupas, para ambos os sexos, foi maior a 20°C. As dietas contendo lagartas tiveram maior contaminação fúngica nas temperaturas mais elevadas. O número de ínstares foi maior a 20°C. A viabilidade das fases de ovo, lagarta e pupa foi decrescente com a elevação da temperatura, no intervalo de 20-35°C. As temperaturas estudadas afetaram igualmente os sexos. A longevidade dos adultos foi decrescente com o aumento de temperatura, sendo que, em todas as condições térmicas, os machos viveram mais do que as fêmeas. O período de pré-oviposição não foi afetado pela temperatura, sendo que a capacidade de postura foi semelhante a 20 e 25°C. A 35°C não ocorreu postura, sendo que embora os ovos tenham sido depositados a 30°C, estes não foram viáveis. Baseando-se na razão finita de aumento (λ) a temperatura de 25°C foi a mais favorável ao desenvolvimento do inseto. A idade das plantas de milho não afetou a duração de nenhuma fase imatura de S. frugiperda; entretanto, as viabilidades larval e pupal foram superiores para insetos que se alimentaram de folhas com 45 dias de idade. A metodologia utilizada para acompanhamento da biologia em campo se mostrou satisfatória, pois os resultados foram semelhantes aos obtidos em condições controladas de laboratório. As exigências térmicas das fases de ovo, lagarta, pré-pupa e pupa foram respectivamente 47, 58; 294, 41; 44, 57 e 131,94 GD, obtidas a partir de temperaturas bases de 10; 10,7; 6,4 e 12,5°C. O modelo de temperatura obtido em laboratório se aplica à biologia da praga em condições de campo, em qualquer estágio de desenvolvimento do milho. |
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Determinação das exigências térmicas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera, Noctuidae) em cultura de milhoDetermination of the thermal requirements of Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera, Noctuidae) in corn cropsEXIGÊNCIAS TÉRMICASLAGARTA-DO-CARTUCHOMILHOCom o objetivo de fornece subsídios ao manejo integrado de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797), estudou-se a sua biologia (em dieta artificial) em quatro temperaturas constantes (20, 25, 30 e 35°C), em condições de laboratório, visando a determinação das suas exigências térmicas. Paralelamente, foi estudada a biologia em condições de campo, com a finalidade de avaliar se o modelo de temperatura, obtido em laboratório, era aplicável a estas condições. Para determinar se esta comparação poderia ser feita em qualquer estágio de desenvolvimento da cultura, estudou-se, em laboratório, a influência da fenologia do milho no desenvolvimento da lagarta-do-cartucho. A temperatura influiu marcadamente em todas as fases do ciclo biológico da praga, alongando-as nas temperaturas mais baixas. A duração da fase larval foi decrescente com a elevação térmica, na faixa de 20-35°C. A duração das fases de ovo, pré-pupa, pupa e o peso das lagartas no máximo desenvolvimento foram inversamente proporcionais à elevação da temperatura na faixa de 20-30°c. O peso das pupas, para ambos os sexos, foi maior a 20°C. As dietas contendo lagartas tiveram maior contaminação fúngica nas temperaturas mais elevadas. O número de ínstares foi maior a 20°C. A viabilidade das fases de ovo, lagarta e pupa foi decrescente com a elevação da temperatura, no intervalo de 20-35°C. As temperaturas estudadas afetaram igualmente os sexos. A longevidade dos adultos foi decrescente com o aumento de temperatura, sendo que, em todas as condições térmicas, os machos viveram mais do que as fêmeas. O período de pré-oviposição não foi afetado pela temperatura, sendo que a capacidade de postura foi semelhante a 20 e 25°C. A 35°C não ocorreu postura, sendo que embora os ovos tenham sido depositados a 30°C, estes não foram viáveis. Baseando-se na razão finita de aumento (λ) a temperatura de 25°C foi a mais favorável ao desenvolvimento do inseto. A idade das plantas de milho não afetou a duração de nenhuma fase imatura de S. frugiperda; entretanto, as viabilidades larval e pupal foram superiores para insetos que se alimentaram de folhas com 45 dias de idade. A metodologia utilizada para acompanhamento da biologia em campo se mostrou satisfatória, pois os resultados foram semelhantes aos obtidos em condições controladas de laboratório. As exigências térmicas das fases de ovo, lagarta, pré-pupa e pupa foram respectivamente 47, 58; 294, 41; 44, 57 e 131,94 GD, obtidas a partir de temperaturas bases de 10; 10,7; 6,4 e 12,5°C. O modelo de temperatura obtido em laboratório se aplica à biologia da praga em condições de campo, em qualquer estágio de desenvolvimento do milho.The biology (in artificial diet) of Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) was studied at four constant temperatures (20, 25, 30, and 35°C) under laboratory conditions, in order to determine its thermal requirements. The objective of this study was to provide supplementary information for the integrated control of this pest. At the same time, the biology was studied under field conditions with the aim of determining whether the temperature model obtained in the laboratory was applicable to field conditions. In order to determine whether this comparison could be made at any stage of development of the crop, the influence of corn phenology on the development of the fall armyworm was studied in the laboratory. Temperature exerted a marked influence over all phases of the biological cycle of the pest, increasing it at lower temperatures. Larval phase duration decreased at higher temperatures in the range of 20 to 35°C. Egg, pre-pupal, pupal phase duration, and weight of larvae at maximum development were inversely proportional to temperature elevation, in the range of 20 to 30°C. Weight of pupae was higher at 20°C for both sexes. Diets containing larvae presented greater fungus contamination at higher temperatures. The number of instars was increased at 20°C. Viability of egg, larval and pupal phases decreased with temperature elevation in the range of 20 to 35°C. The temperatures studied affected both sexes similarly. Adult longevity decreased with temperature increasing, and under all thermal conditions, males survived longer than females. The pre-oviposition period was not affected by temperature, and egg-lay ing capacity was similar at 20 and 25°C. Egg-laying did not occur at 35°C and, although eggs were laid at 30°C, they were not viable. Based on the finite rate of increase (λ), 25°C was the most favorable temperature for the development of this insect. Corn plant age did not affect the duration of any immature phase of S. frugiperda; however, viability of the larval and pupal phases were higher for the insects which were fed on leaves at 45 days of age. The methodology utilized for monitoring the field biology proved to be satisfactory, since the results were similar to those obtained uncler laboratory controlled conditions. The thermal requirements of egg, larval, pre-pupal and pupal phases were 47.58; 294.41; 44.57; and 131.94 degree-days, respectively, being the threshold of temperatures 10; 10.7; 6.4; and 12.5°C. The temperature model proposed has showed to be effective for field conditions, for any corn plant age.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPParra, José Roberto PostaliFerraz, Maria Clarice Vasconcelos Dias1982-09-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20231122-100718/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-11-24T21:21:02Zoai:teses.usp.br:tde-20231122-100718Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-11-24T21:21:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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