A construção da masculinidade a partir de tabus corporais: considerações no campo da saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-31032014-121900/ |
Resumo: | Este trabalho teve como tema a formação da masculinidade a partir de tabus corporais: especificamente o tabu da não violação do ânus. A pergunta central foi de que maneira os homens encaram o exame de toque retal? Há um sentimento de perda de masculinidade? Tal indagação foi norteada pela hipótese de que sim, isso ocorreria, uma vez que a vinculação do ideal de masculinidade a não violação anal seria um elemento tradicional na formação do homem ocidental moderno. O referencial teórico foi baseado no tripé: o corpo visto sob a ótica da Antropologia, a masculinidade e a saúde homem e a formação da pessoa, também sob o prisma da Antropologia, iluminando a análise dos dados coletados, tomando como conceito-chave a noção de socialização, que remonta à Escola Sociológica Francesa. Foram coletados dois tipos de dados distintos: charges cômicas que abordam o exame de toque retal, além de entrevistas realizadas com homens acima de 45 anos de idade, coletadas na Cidade do México e em São Paulo. O que se observou, a partir das respostas obtidas, é que os homens procuram serviços médicos preventivos, e que cerca de metade deles fazem exames preventivos da próstata, especificamente o de toque retal. Ressalto que esta análise levou à conclusões semelhantes tanto para São Paulo quanto para a Cidade do México. Parte significativa dos entrevistados manifestou ter receio antes de realizar o exame de toque, sinalizando contra o ideal de masculinidade arraigado culturalmente. Assim, a grande maioria dos entrevistados empregou a expressão tem que fazer, quando mencionaram o exame de toque. Isso indica que o discurso médico-racional se sobrepôs aos elementos culturais mais tradicionais, alterando de certa forma, a concepção de pessoa masculina. A hipótese levantada no início do estudo foi parcialmente refutada, uma vez que esperava-se encontrar um generalizado mal-estar individual e social manifestado por homens que se submetem ao exame de toque retal. Refutada em parte, porque, individualmente, os homens, brasileiros e mexicanos não apenas se mostraram favoráveis à prevenção e à promoção da saúde, como também fazem uso dos recursos médicos disponíveis. |
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O referencial teórico foi baseado no tripé: o corpo visto sob a ótica da Antropologia, a masculinidade e a saúde homem e a formação da pessoa, também sob o prisma da Antropologia, iluminando a análise dos dados coletados, tomando como conceito-chave a noção de socialização, que remonta à Escola Sociológica Francesa. Foram coletados dois tipos de dados distintos: charges cômicas que abordam o exame de toque retal, além de entrevistas realizadas com homens acima de 45 anos de idade, coletadas na Cidade do México e em São Paulo. O que se observou, a partir das respostas obtidas, é que os homens procuram serviços médicos preventivos, e que cerca de metade deles fazem exames preventivos da próstata, especificamente o de toque retal. Ressalto que esta análise levou à conclusões semelhantes tanto para São Paulo quanto para a Cidade do México. Parte significativa dos entrevistados manifestou ter receio antes de realizar o exame de toque, sinalizando contra o ideal de masculinidade arraigado culturalmente. Assim, a grande maioria dos entrevistados empregou a expressão tem que fazer, quando mencionaram o exame de toque. Isso indica que o discurso médico-racional se sobrepôs aos elementos culturais mais tradicionais, alterando de certa forma, a concepção de pessoa masculina. A hipótese levantada no início do estudo foi parcialmente refutada, uma vez que esperava-se encontrar um generalizado mal-estar individual e social manifestado por homens que se submetem ao exame de toque retal. Refutada em parte, porque, individualmente, os homens, brasileiros e mexicanos não apenas se mostraram favoráveis à prevenção e à promoção da saúde, como também fazem uso dos recursos médicos disponíveis.The theme of this work was the formation of masculinity as from body taboos: specifically the taboo of anal violation/non-violation. The main question was: how men react to the digital rectal examination? Is there a feeling of loss of masculinity? Such enquiry was guided by the hypothesis that yes, that would occur, once the binding of the ideal of masculinity to the anal non-rape were a traditional element in the formation of modern western man. This theoretical framework was based on three pillars: the body seen from the perspective of Anthropology, masculinity and human health and the formation of the person also from the perspective of Anthropology, by lighting the analysis of the collected data, taking as a key concept the notion of socialization dating back to the French Sociological School. Two types of data were collected: comic cartoons that bring up the digital rectal exam, plus interviews with men over 45 years old, collected in Mexico City and São Paulo. What was observed, from the responses, is that men look for preventive medical services, and about half of them take preventive prostate examinations, specifically digital rectal. I emphasize that this analysis led to similar conclusions for both São Paulo and Mexico City. A significant portion of the interviewees have expressed fears before the digital rectal exam, signaling against the ideal of masculinity culturally ingrained. Thus, the vast majority of interviewees used the expression \"have to do\" when mentioned the digital rectal exam. This indicates that the medical-rational speech overlapped the more traditional cultural elements, changing in a way the concept of male person. The initial hypothesis was partially refuted, since it was expected to find a general individual and social malaise manifested by men who undergo rectal exam. Refuted in part, because individually, men, Brazilians and Mexicans, not only were in favor of prevention and health promotion, but also make use of the available medical resources.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPQueiroz, Renato da SilvaRondinelli, Paula2013-09-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-31032014-121900/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:47Zoai:teses.usp.br:tde-31032014-121900Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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