Problemas nematológicos em bananeiras (Musa spp.) no Brasil (Contribuição ao seu conhecimento e controle)

• Autor(a) principal: Zem, Antonio Carlos
• Data de Publicação: 1982
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240301-144625/
• topic: BANANA; NEMATOIDES PARASITOS DE PLANTAS

O objetivo deste trabalho foi estudar: a) a composição qualitativa e quantitativa das infestações por nematóides nas várias regiões produtoras brasileiras; b) a distribuição de Radopholus similis em relação ao sistema radicular de bananeiras ‘Nanicão’; c) os meios de disseminação dos nematóides em bananicultura; d) hospedeiros de R. similis e Helicotylenchus multicinctus; e e) comportamento dos cultivares de bananeira em relação aos nematóides, especialmente o do cultivar ‘Prata’. O levantamento nematológico foi realizado durante quatro anos (1977 - 1981), envolvendo 275 amostras de raízes e solo da rizosfera, obtendo-se as seguintes porcentagens de amostras positivas e densidades populacionais em 10 g de raizes, respectivamente para as espécies de nematóides identificadas: Criconemoides sp. (0,7% - 196); Helicotylenchus dihystera (18,9% - 269); H. multicinctus (77,4% - 1.881); Macroposthonia ornata (1,4% - 78); Meloidogyne javanica e Meloidogyne incógnita (48,7% - 1.066); Pratylenchus coffeae (2,5% - 1.362); R. similis (33,0% - 1.001); Rotylenchulus reniformis (5,8% - 211) e Tylenchus sp. (0,3% - 114). H. multicinctus foi a espécie mais abundante e amplamente distribuída. R. similis foi encontrado somente em áreas cultivadas com bananeiras Cavendish, provocando perdas de até 100%, mas não foi encontrado nas regiões cultivadas com ‘Prata’ (Musa acuminata x Musa balbisiana - AAB). P. coffeae teve distribuição muito restrita. Meloidogyne spp. e R. reniformis foram espécies amplamente distribuídas e possivelmente causem danos econômicos. A distribuição ainda restrita de R. similis e P. coffeae sugere a adoção de enérgicas medidas de controle, visando impedir a sua disseminação no País e a proteção de outros cultivas eventuais hospedeiros. Verificou-se que as maiores densidades populacionais de R. similis, em relação ao sistema radicular de bananeiras ‘Nanicão’, encontram-se no tecido cortical do rizoma e nas raízes a ele contíguas. Entre as plantas estudadas, as seguintes camportaram-se como hospedeiros de R. similis: bananeira de jardim (Heliconia spp.); bananeira ornamental (Musa ornata); café (Coffea arabica); capim-açu (Trichachne insularis); Maria-pretinha (Solanum nigrum) e milho (Zea mays). Para H. multicin¬ctus relacionaram-se: bananeira de jardim, bananeira ornamental; beldroega (Portulaca oleracea); trapoeraba (Commelina spp.); mentrasto (Ageratum conyzoides¬) e tiririca (Cyperus rotundus). Nos ensaios para avaliar as possibilidades das brocas da bananeira (Cosmopolites sordidus e Metamasius hemipterus hemipterus) veicularem nematóides, verificou-se que disseminam larvas de Aphelenchus sp.; Helicotylenchus spp.; Meloidogyne sp. e Radinaphelenchus cocophilus. Experimentos de inoculação demonstraram que as raízes e rizoma dos cultivares ‘Prata’ e ‘Mysore’ 1 são colonizados pelos nematoides de R. similis e H. multincictus. No entanto, esses cultivares são hospedeiros tolerantes a esses nematóides e a reprodução deles é menor nessas bananeiras do que no cultivar ‘Nanicão’. ‘Prata’ revelou-se pior hospedeiro que ‘Mysore’. Os seguintes cultivares mostraram-se parasitados por R. similis em plantios comerciais: ‘Gran-Naine’; ‘Maçã’; ‘Marmelo’; ‘Mysore’; ‘Nanica’; ‘Nanicão’; ‘Ouro’; e ‘Terra’. Além destes, diversos outros em condições de coleções de cultivares.