Os recursos minerais e o comércio internacional: uma reavaliação das teorias.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Francisco Rego Chaves
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-24062024-111608/
Resumo: Reavaliando as teorias do comércio exterior é um subtítulo que remete para a datação deste trabalho em 1999 no bojo das grandes mudanças em curso que são designadas conforme os autores por: a nova ordem mundial, a globalização e a regionalização, a dominação do espaço mundial com exclusão, os novos paradigmas para o terceiro milênio, a vingança dos mercados ou o fim do Estado-Nação. Não importa tanto a designação que se adote, mas o fato de que a economia em particular e as ciências sociais em geral embora teorizem sobre as grandes mudanças, não conseguem dar conta de toda a dimensão do espaço físico e social como ainda do vetor tempo desse objeto de estudo teórico mutante. As teorias do comércio internacional não são exceção e sendo um relevante e especializado ramo da economia os economistas desenvolvem novas explicações ou ainda ressurgem com ícones antigos em versões neo-revisitadas muito embora a história já se havia encarregado de purgar a sua matriz de origem. O texto é antes de tudo uma leitura pessoal do autor sobre as teorias do comércio internacional abordando inicialmente as duas teorias postuladas academicamente como teorias gerais. A primeira é a teoria clássica de Adam Smith e de David Ricardo que marcou o início do paradigma da Revolução Industrial e do pacto colonial que então definiu as relações Norte-Sul. A segunda é o modelo de Paul Samuelson (Harberler, Stolper, Rybczynski e Vanek) surgido nofinal da primeira metade do século XX juntamente com a análise insumo-produto de Leontief, uma escola referenciada na geopolítica do miolo capitalista do mundo bipolarizado (este último encerrando um ciclo nos anos 80), sendo muito confrontada e também se confrontando com as teorias marxistas, do imperialismo e da dependência. Percorrendo outras teorias o texto integra outros autores básicos como Vernon, Linder, Perroux, Helpman, Krugman e Porter que se apercebendo do hiato teoria-realidade das duas ) teorias anteriores se aprofundaram em novas explicações principalmente para a economia internacional dos produtos industrializados. Esta rege-se pela cadência imperativa e dominante do regime da \"concorrência\" e transaciona na economia internacional predominantemente no chamado comércio intra-ramo e intra-firma ao mesmo tempo que a sua lógica de atuação se insere cada vez mais dentro de estratégias globais. Há ainda uma saudável diversidade de explicações e alguns autores se detém nos pólos industriais com alta intensidade tecnológica, concentrados assimetricamente e auto-sustentados pelo efeito de dominação da concorrência monopolística e seus rendimentos crescentes, demonstrando que o estudo interligado do comércio exterior, das multinacionais e dos investimentosinternacionais na teoria contemporânea da economia internacional é um caminho promissor de pesquisa. Finalmente encerram o ciclo de reavaliação das teorias Kravis,Vanek, Baldwin e Adda que incorporam à suas análises os produtos primários e a nova configuração das relações Norte-Sul, onde a escassez de uns, que deles dependem, versus a abundância de outros, que não podem agregar valor a eles, configura no atual jogo de forças a completa marginalização das matérias-primas baseadas em recursos naturais com a decorrente deterioração dos seus termos de troca.
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As teorias do comércio internacional não são exceção e sendo um relevante e especializado ramo da economia os economistas desenvolvem novas explicações ou ainda ressurgem com ícones antigos em versões neo-revisitadas muito embora a história já se havia encarregado de purgar a sua matriz de origem. O texto é antes de tudo uma leitura pessoal do autor sobre as teorias do comércio internacional abordando inicialmente as duas teorias postuladas academicamente como teorias gerais. A primeira é a teoria clássica de Adam Smith e de David Ricardo que marcou o início do paradigma da Revolução Industrial e do pacto colonial que então definiu as relações Norte-Sul. A segunda é o modelo de Paul Samuelson (Harberler, Stolper, Rybczynski e Vanek) surgido nofinal da primeira metade do século XX juntamente com a análise insumo-produto de Leontief, uma escola referenciada na geopolítica do miolo capitalista do mundo bipolarizado (este último encerrando um ciclo nos anos 80), sendo muito confrontada e também se confrontando com as teorias marxistas, do imperialismo e da dependência. Percorrendo outras teorias o texto integra outros autores básicos como Vernon, Linder, Perroux, Helpman, Krugman e Porter que se apercebendo do hiato teoria-realidade das duas ) teorias anteriores se aprofundaram em novas explicações principalmente para a economia internacional dos produtos industrializados. Esta rege-se pela cadência imperativa e dominante do regime da \"concorrência\" e transaciona na economia internacional predominantemente no chamado comércio intra-ramo e intra-firma ao mesmo tempo que a sua lógica de atuação se insere cada vez mais dentro de estratégias globais. Há ainda uma saudável diversidade de explicações e alguns autores se detém nos pólos industriais com alta intensidade tecnológica, concentrados assimetricamente e auto-sustentados pelo efeito de dominação da concorrência monopolística e seus rendimentos crescentes, demonstrando que o estudo interligado do comércio exterior, das multinacionais e dos investimentosinternacionais na teoria contemporânea da economia internacional é um caminho promissor de pesquisa. Finalmente encerram o ciclo de reavaliação das teorias Kravis,Vanek, Baldwin e Adda que incorporam à suas análises os produtos primários e a nova configuração das relações Norte-Sul, onde a escassez de uns, que deles dependem, versus a abundância de outros, que não podem agregar valor a eles, configura no atual jogo de forças a completa marginalização das matérias-primas baseadas em recursos naturais com a decorrente deterioração dos seus termos de troca.Reevaluating the international trade theories addresses to the major global changes occurring in 1999, which are called, depending on the authors, the new global order, globalization vs. regionalization, world space domination with exclusion, the new paradigms for the third millennium, the markets vengeance or the end of the Nation state. Independently which designation is adopted, the fact is that economics, in particular, and social sciences, in general, despite theorize on the major changes, they cannot embrace the whole physical and social space dimension as well as the time vector of this changing object of study. The international trade theories, as a relevant and specialized branch of the economics, are not an exception, and the economists have developed new explanations or even revived old icons in neo-revisited versions, despite of history have already discarded their original matrix. The present test is primarily the result of the authors personal reading of the international trade theories, initially dialoguing with two of them, academically postulated as general theories, Adam Smith and David Ricardos classical theory (that marked the beginning of the Industrial Revolution old paradigm and the colonial pact that has defined the North-South relationships) and Paul Samuelsons model (Harberler, Stolper, Rybcznski and Vanek), appeared at the end of the first half of the 20th century, together with the Leontiefs input-output analysis, a school whose main reference was the geopolitics of capitalist center the bypolarized world (this one ended in the late 80s), revealing deficiencies in its mathematical propositions and, at the same time, being very confronted and also confronting Marxist, imperialism and the dependency theories. Approaching other theories, the text integrates other important authors like Vernon, Linder, Perroux, Helpman, Krugman and Porter who, realizing the gap between theory andreality of the two former theories, went deeper into new explanations, mainly for industrialized goods international economics. This one is driven by the imperative and dominant beating of the competition and trade exchanges in the international economy, mainly in the so called intra-branch and intra-firm trade at the same time that its logic of behaving inserts more and more inside the global strategies. In addition to this central subject there is a positive diversity of explanations and some authors address the poles of the high intensity industries, asymmetrically concentrated and sel-sustained by the effect of domination of the monopolistic competition and increasing returns of scale, demonstrating that the study of international trade, multinationals and international investments flowing in the international trade contemporary theory is a major issue for a research project. Finally Kravis, Vanek, Baldwin and Adda close the cycle of reevaluation, who comprise in their analyses the primary products and the new configuration of the North-South relationships, where their scarcity and foreign dependency vs. others abundance who cannot add them value configures in the present forces the complete marginalization of natural resources based raw materials with the consequent deterioration of the terms of change.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDamasceno, Eduardo CamilherFernandes, Francisco Rego Chaves1999-09-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-24062024-111608/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-06-26T21:03:02Zoai:teses.usp.br:tde-24062024-111608Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-06-26T21:03:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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