Ambientes de sedimentação do grupo Corumbá na região central da Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1990 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-09082013-151532/ |
Resumo: | O Grupo Corumbá é formado por rochas carbonáticas associadas a terrígenos com provável idade vendiana, constituindo parte da Faixa Paraguai e se estendendo sobre o Cráton Amazônico. Neste trabalho, a Faixa Paraguai é considerada como Faixa de metassedimentos e sedimentos de idade cambriana a proterozóica superior, situada na borda do Cráton Amazônico, desde o vale do rio Apa até a região do Alto Aragudia, em Goiás. Na serra da Bodoquena, região escolhida para estudo dos ambientes de sedimentação do Grupo Corumbá, foram individualizadas duas faixas paralelas denominadas zonas Interna e Externa, semelhante a procedimento já adotado na porção da faixa aflorante no Estado de Mato Grosso. A zona Interna, situada na parte leste da região estudada, é caracterizada por maior intensidade das deformações tectônicas, onde as camadas apresentam-se falhadas e com dobras isoclinais. Na zona Externa, situada na porção oeste, as dobras são abertas e suaves. Na zona Externa ocorrem três fácies terrígenas (de conglomerados, de arcósios e de lamitos), associadas a cinco fácies carbonáticas: de grainstones com laminações cruzadas, de margas e mudstones alternados, de mudstones pseudonodulares, de mudstones e de estromatólitos. As fácies terrígenas predominam na base e as carbonáticas no topo de sucessão estratigráfica de aproximadamente 180m de espessura, onde se interpretou deposição de fanglomerado seguida por transgressão em rampa carbonática aberta. A zona Interna, por se encontrar mais tectonizada, apresenta estratigrafia de difícil definição e pouco controle de espessura de sedimentos. Nesta se concentram as ocorrências de rochas fosfáticas associadas a dolomitos e estromatólitos. As demais fácies encontradas são de grainstones oolíticos, de brechas intraformacionais com clastos centimétricos discóides, de brechas com blocos e de mudstones dolomíticos, que sugerem ambientes de águas rasas, enquanto que fácies de lamitos e de mudstones calcíticos corresponderiam à águas profundas. O contraste de profundidades sugere a ocorrência de upwelling como possível fonte de fósforo para a origem dos depósitos fosfáticos. A alternância de terrígenos e carbonatos, juntamente com a ocorrência de pseudomorfos de gipsita e de prováveis tepees, permite concluir que durante ao menos parte da deposição do Grupo Corumbá o clima era árido a semi-árido. |
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Ambientes de sedimentação do grupo Corumbá na região central da Serra da Bodoquena, Mato Grosso do SulNot available.SedimentologiaO Grupo Corumbá é formado por rochas carbonáticas associadas a terrígenos com provável idade vendiana, constituindo parte da Faixa Paraguai e se estendendo sobre o Cráton Amazônico. Neste trabalho, a Faixa Paraguai é considerada como Faixa de metassedimentos e sedimentos de idade cambriana a proterozóica superior, situada na borda do Cráton Amazônico, desde o vale do rio Apa até a região do Alto Aragudia, em Goiás. Na serra da Bodoquena, região escolhida para estudo dos ambientes de sedimentação do Grupo Corumbá, foram individualizadas duas faixas paralelas denominadas zonas Interna e Externa, semelhante a procedimento já adotado na porção da faixa aflorante no Estado de Mato Grosso. A zona Interna, situada na parte leste da região estudada, é caracterizada por maior intensidade das deformações tectônicas, onde as camadas apresentam-se falhadas e com dobras isoclinais. Na zona Externa, situada na porção oeste, as dobras são abertas e suaves. Na zona Externa ocorrem três fácies terrígenas (de conglomerados, de arcósios e de lamitos), associadas a cinco fácies carbonáticas: de grainstones com laminações cruzadas, de margas e mudstones alternados, de mudstones pseudonodulares, de mudstones e de estromatólitos. As fácies terrígenas predominam na base e as carbonáticas no topo de sucessão estratigráfica de aproximadamente 180m de espessura, onde se interpretou deposição de fanglomerado seguida por transgressão em rampa carbonática aberta. A zona Interna, por se encontrar mais tectonizada, apresenta estratigrafia de difícil definição e pouco controle de espessura de sedimentos. Nesta se concentram as ocorrências de rochas fosfáticas associadas a dolomitos e estromatólitos. As demais fácies encontradas são de grainstones oolíticos, de brechas intraformacionais com clastos centimétricos discóides, de brechas com blocos e de mudstones dolomíticos, que sugerem ambientes de águas rasas, enquanto que fácies de lamitos e de mudstones calcíticos corresponderiam à águas profundas. O contraste de profundidades sugere a ocorrência de upwelling como possível fonte de fósforo para a origem dos depósitos fosfáticos. A alternância de terrígenos e carbonatos, juntamente com a ocorrência de pseudomorfos de gipsita e de prováveis tepees, permite concluir que durante ao menos parte da deposição do Grupo Corumbá o clima era árido a semi-árido.The Corumbá Group is made up of carbonate and terrigenous sediments of probable Vendian age that comprise part of the Paraguai belt and extend into the Amazon Craton. The Paraguai belt crops out along the margin of this craton as a band of sediments and metassediments of late Proterozoic to Cambrian age from the Apa Valley (Paraguay) to the Alto Araguaia region (State of Goiás). In the serra da Bodoquena (State of Mato Grosso do Sul), the region chosen for the study of sedimentary environments of the Corumbá Group, two parallel bands, designated the inner and outer zones, have been identified, much as other workers have done further north in the Paraguay belt in the state of Mato Grosso. The inner zone, situated in the eastern portion of the study area, is much more deformed than the outer zone, isoclinally folded and intensely faultes beds being rather common. In the outer zone, more to the west, folds are open and gentle. In the outer zone, three terrigenous facies, represented, respectively, by conglomerates, arkoses, and mudstones, are associates with five calcareous facies, characterized by crosslaminated grainstones, alternating marls and lime mudstones. pseudonodular lime mudstones. lime mudstones and silicified stromatolites. The terrigenous facies predominate at the base and the calcareous facies at the top of an approximately 180 m thick sequence. Sedimentation is interpreted as having begun with fanglomerate deposition followed by marine transgression and open carbonate ramp. Tectonic complications make definition of the stratigraphy or even calculation of thickenesses much more difficult in the inner zone. It is within this zone, however, that phosphatic rocks are concentrated. Shallow-water deposition is suggested by facies characterized by oolitic grainstones, intraformational centimetic flat-pebble breccias, intraformational breccias with decimetic clasts an musdstones dolomitic, whereas deep-water condition are inferred from mudstones and lime mudstones facies in the extreme eastern portion of the area. This bathymetric setting comprises presumptive for upwelling as the source of phosphate in this zone. The climate during at least part of Corumbá sedimentation may well have been semi-arid to arid, to judge from the altemation of terrigenous and carbonate facies and the presence of calcite pseudomorphs after gypsum and probable tepee structures in the carbonates.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFairchild, Thomas RichBoggiani, Paulo Cesar1990-06-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-09082013-151532/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:36Zoai:teses.usp.br:tde-09082013-151532Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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