Efeito da dor muscular aguda na redistribuição da força isométrica gerada simultaneamente pelos quatro membros durante uma tarefa motora de geração de força alvo

• Autor(a) principal: Pulcineli, Bárbara Carneiro
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100139/tde-15122020-125353/
• topic: Acute muscle pain; Controle motor; Dor muscular aguda; Efeito Hall; Hall effect; Motor control; Motor task with four limbs; Redistribuição de esforços isométricos; Redistribution of isometric efforts; Tarefa motora com quatro membros

Ao executar uma tarefa motora bilateral o corpo humano tende a partilhar a carga entre os membros envolvidos de forma que cada um exerça esforço equivalente. Quando um dos componentes é submetido à dor experimentalmente induzida, a distribuição de esforços torna-se desigual, sobrecarregando o membro não dolorido. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da dor muscular na redistribuição de esforços isométricos numa tarefa motora que envolve geração de força conjunta dos quatro membros em uma tarefa de perseguição ao alvo, bem como desenvolver dispositivo vestível medidor de força que possibilitasse tal estudo. Participaram do experimento sete voluntários (25 ± 3 anos), sendo quatro mulheres e três homens, todos destros. O estudo contou com duas sessões, experimental e placebo, nas quais os voluntários foram submetidos a infusão de solução salina, respectivamente de 6% e 0,9%, no músculo bíceps braquial do membro dominante. Os indivíduos foram acomodados numa cadeira acoplada a uma estrutura fixa com apoio para os quatro membros de modo a manter os cotovelos flexionados a 90º e os joelhos a 120º, com dispositivo de medição de força acoplado em cada membro. Uma força alvo foi apresentada na tela de um computador e os voluntários foram instruídos a gerar força com os quatro membros de tal maneira que a somatória destas forças deveria ser igual à força alvo. Tal procedimento foi realizado durante cinco minutos, sendo que a cada seis segundos de esforço houve seis segundos de repouso. O alvo foi intercalado entre dois intervalos, um de 10% à 40% do máximo, seguido de outro entre 50% e 80% do máximo. Cada alvo foi observado por três vezes. Em cada sessão houve três repetições, sendo a primeira antes da infusão de solução salina, a segunda, imediatamente depois e a terceira, ao menos quarenta minutos após a dor cessar por completo. Dois protótipos de sensores de força foram construídos e testados. O protótipo do dispositivo vestível medidor de força, baseado no conjunto sensor de efeito Hall-elastômero-imã, falhou tanto na precisão quanto na repetibilidade, sendo desconsiderado para a aplicação no experimento. O protótipo seguinte, cujo princípio de funcionamento consistiu em uma célula de carga baseada em extensômetros foi concluído com êxito, sendo capaz de atender aos requisitos do projeto, com capacidade total de cada dispositivo igual a 50Kgf e o erro máximo de 0,7%. Devido a interrupção dos testes em razão da pandemia de Sars-CoV2, não foi possível identificar o comportamento motor em relação à distribuição de força entre os quatro membros nas condições com e sem dor. Contudo, há indícios de que, na condição sem dor, os membros inferiores produzem mais força do que os superiores e possivelmente o membro superior dominante produza mais força que o não-dominante. Outro ponto, é que a força alvo não mostrou sinais de que tem potencial para alterar a distribuição de esforços durante a tarefa de perseguição ao alvo. O experimento deve ser realizado novamente, com um número adequado de voluntários, para resultados conclusivos