Papel dos receptores PPARα e γ na modulação da resposta inflamatória durante a infecção por Toxoplasma gondii

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bonfá, Giuliano
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-21102024-103003/
Resumo: Os receptores PPARs (\"peroxissome proliferator-activated receptors\") são fatores de transcrição nucleares que funcionam como sensores lipídicos, regulando o metabolismo e a resposta imune. Eles são expressos em células T, macrófagos, células dendríticas, células epiteliais e agem inibindo mediadores inflamatórios, como IFNγ e óxido nítrico (NO). A infecção por T. gondii induz forte inflamação, principalmente do tipo Th1, no intuito de eliminar o parasito. Porém, essa resposta pode levar ao dano tecidual e morte do hospedeiro. Assim, os receptores PPAR são alvos promissores para o controle da inflamação causada pelo T. gondii ou de outras desordens inflamatórias. Logo, neste trabalho foi avaliado o papel de PPARα e γ na infecção experimental por T. gondii. Os resultados mostraram que a infecção pelo T. gondii modulou negativamente a expressão desses receptores tanto no íleo como no fígado. Camundongos deficientes de PPARα ou tratados com agonista de PPARγ, pioglitazona (PIO), foram mais suscetíveis à infecção. A ausência de PPARα induziu neutrofilia nos camundongos, com reduzida frequência de células T CD8 no baço e de NK nas placas de Peyer. Houve também diminuição de células com fenótipo regulador (CD4+CD25+Foxp3+ ou PD1+) e aumento na produção de IFNγ por células T CD4 do baço. O tratamento com agonista ou antagonista de PPARα in vitro resultou em redução de macrófagos infectados, de NO e em esplenócitos houve diminuição tanto de IFNγ e IL-10 quanto de NO. No local da infecção foi observado aumento do parasitismo no jejuno distal, porém nenhuma diferença na patologia intestinal em relação aos animais selvagens. Entretanto, na ausência de PPARα houve elevada inflamação no fígado, o que poderia estar contribuindo com os outros achados para o aumento da suscetibilidade à infecção. Por outro lado, a ativação de PPARγ parece não ter influenciado diferencialmente as lesões intestinais ou hepáticas de camundongos infectados por T. gondii, tampouco o parasitismo ou produção de citocinas nesses locais. Porém, o tratamento com agonista ou antagonista deste receptor, in vitro, levou à modulação dos mecanismos efetores de macrófagos e em células do baço foi visto que a ativação desta molécula modulou negativamente a produção de IFNγ. Além disso, o controle da produção de IFNγ após a infecção foi relacionado à ativação de PPARγ em células T CD4 do baço e linfonodos mesentéricos, como visto em experimentos utilizando leucócitos provenientes de camundongos CD4-PPARγ-/-. Finalmente, esses dados nos fornecem indícios da modulação provocada pela ativação desses receptores, gerando novas perspectivas terapêuticas para processos inflamatórios consequentes de falhas ou ausência de regulação via PPARs na imunidade de mucosa.
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spelling Papel dos receptores PPARα e γ na modulação da resposta inflamatória durante a infecção por Toxoplasma gondiiThe role of PPAR and receptors in the modulation of inflammatory response during Toxoplasma gondii infectionInflamaçãoLesão tecidualNão informado.PPARToxoplasma gondiiOs receptores PPARs (\"peroxissome proliferator-activated receptors\") são fatores de transcrição nucleares que funcionam como sensores lipídicos, regulando o metabolismo e a resposta imune. Eles são expressos em células T, macrófagos, células dendríticas, células epiteliais e agem inibindo mediadores inflamatórios, como IFNγ e óxido nítrico (NO). A infecção por T. gondii induz forte inflamação, principalmente do tipo Th1, no intuito de eliminar o parasito. Porém, essa resposta pode levar ao dano tecidual e morte do hospedeiro. Assim, os receptores PPAR são alvos promissores para o controle da inflamação causada pelo T. gondii ou de outras desordens inflamatórias. Logo, neste trabalho foi avaliado o papel de PPARα e γ na infecção experimental por T. gondii. Os resultados mostraram que a infecção pelo T. gondii modulou negativamente a expressão desses receptores tanto no íleo como no fígado. Camundongos deficientes de PPARα ou tratados com agonista de PPARγ, pioglitazona (PIO), foram mais suscetíveis à infecção. A ausência de PPARα induziu neutrofilia nos camundongos, com reduzida frequência de células T CD8 no baço e de NK nas placas de Peyer. Houve também diminuição de células com fenótipo regulador (CD4+CD25+Foxp3+ ou PD1+) e aumento na produção de IFNγ por células T CD4 do baço. O tratamento com agonista ou antagonista de PPARα in vitro resultou em redução de macrófagos infectados, de NO e em esplenócitos houve diminuição tanto de IFNγ e IL-10 quanto de NO. No local da infecção foi observado aumento do parasitismo no jejuno distal, porém nenhuma diferença na patologia intestinal em relação aos animais selvagens. Entretanto, na ausência de PPARα houve elevada inflamação no fígado, o que poderia estar contribuindo com os outros achados para o aumento da suscetibilidade à infecção. Por outro lado, a ativação de PPARγ parece não ter influenciado diferencialmente as lesões intestinais ou hepáticas de camundongos infectados por T. gondii, tampouco o parasitismo ou produção de citocinas nesses locais. Porém, o tratamento com agonista ou antagonista deste receptor, in vitro, levou à modulação dos mecanismos efetores de macrófagos e em células do baço foi visto que a ativação desta molécula modulou negativamente a produção de IFNγ. Além disso, o controle da produção de IFNγ após a infecção foi relacionado à ativação de PPARγ em células T CD4 do baço e linfonodos mesentéricos, como visto em experimentos utilizando leucócitos provenientes de camundongos CD4-PPARγ-/-. Finalmente, esses dados nos fornecem indícios da modulação provocada pela ativação desses receptores, gerando novas perspectivas terapêuticas para processos inflamatórios consequentes de falhas ou ausência de regulação via PPARs na imunidade de mucosa.PPAR receptors (\"peroxissome proliferator-activated receptor\") are nuclear transcription factors that function as lipid sensors that regulate metabolism and immune response. They are expressed in T cells, macrophages, dendritic cells, epithelial cells and act by inhibiting inflammatory mediators such as IFNγ and nitric oxide (NO). The infection with T. gondii induces high inflammation, mainly of the type Th1, in order to eliminate the parasite. However, this response can lead to tissue damage and death of the host. Thus, PPAR receptors are promising targets for the control of inflammation caused by T. gondii or other inflammatory disorders. Then, in this work, the role of PPARα and γ in experimental infection by T. gondii was evaluated. The results showed that the T. gondii infection negatively modulated the expression of these receptors in both the liver and ileum. PPARα deficient mice or those treated with PPARγ agonist pioglitazone (PIO), were more susceptible to infection. The absence of PPARγ induced neutrophilia in mice with reduced frequency of CD8+ T cells in the spleen and NK in Peyer\'s patches. There was also a decrease in regulatory cells (CD4+CD25+Foxp3+ or PD1+) and increased production of IFNγ by CD4+ T spleen leukocytes. Treatment with PPARα agonist or antagonist in vitro resulted in a decrease of infected macrophages and NO production, besides a reduction in IL-10, IFNγ and NO by spleen cells. At the site of infection we observed increased parasitism in the distal jejunum, although there was no difference in the intestinal pathology comparing to C57BL/6 wild type mice. However, in the absence of PPARα there was elevated inflammation in the liver, which could have contributed to the increased susceptibility to infection. On the other hand, PPARγ activation did not influence the intestinal or liver injury in mice infected with T. gondii, neither the parasite burden nor cytokine production in these inflamed site. However, treatment with agonist or antagonist of this receptor, in vitro, led to modulation of effector mechanisms of macrophages and the activation of this molecule in spleen cells induced down regulation of IFNγ production. In addition, the control of this cytokine after infection was related to the activation of PPARγ in spleen and lymph node CD4 T cells, as seen in experiments using CD4-PPARγ -/- mice. Finally, these data provided evidences for the modulation caused by the activation of these receptors, generating new therapeutic perspectives for inflammatory disorders or lack of regulation via PPARs in mucosal immunity.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCardoso, Cristina Ribeiro de BarrosBonfá, Giuliano2014-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-21102024-103003/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-11-04T19:10:02Zoai:teses.usp.br:tde-21102024-103003Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-11-04T19:10:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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